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História A nova vida de uma pequena shinigami - Um jantar especial


Escrita por: AyaHinami

Notas do Autor


Um momento descontraído entre capitã e tenente 😁 espero que gostem ❤

Capítulo 35 - Um jantar especial


Fanfic / Fanfiction A nova vida de uma pequena shinigami - Um jantar especial


Ao chegar na entrada do 9° esquadrão ela foi reverenciada por dois de seus oficiais que faziam a segurança, no instante em que a viram se curvaram como um gesto de respeito.

- Seja bem vinda Harumi taichou!

Harumi: Arigatou pessoal. - Disse ela retribuindo com um sorriso.


Foi adentrando o local e viu que no lado de fora onde ela tinha iniciado os treinamentos os shinigamis estavam novamente treinando, conforme ela tinha ensinado. Agora que eles tinham visto como ela era poderosa tinham mais um estímulo pra lutar.

Fizeram a mesma reverência, curvando-se em direção a ela.

- Bem vinda de volta Harumi taichou!

Harumi: Arigatou.


Seguiu então pra porta do seu escritório, as lembranças da última vez que estivera ali vieram à tona, mas aquilo era passado, ela preferiu deixar pra lá. Abriu a porta lentamente e se deparou com Hisagi na sua mesa assinando a papelada.


Hisagi: Harumi taichou! Como está? -Dizia se aproximando dela.

Harumi: Estou melhor, arigatou.

Ela seguiu pra cadeira que ficava em frente a sua mesa e se sentou.

Hisagi a observava atentamente, na sua visão ela parecia bem, ele então voltou a sentar na cadeira principal.

Harumi: Como estão as coisas por aqui?

Hisagi: Estão ótimas, todos lhe admiram! 

Harumi: Que bom, fico feliz.

Hisagi: Como foram as coisas com o Comandante?

Harumi: Foram tranquilas, ele me deu a aprovação, também encontrei alguns capitães que me cumprimentaram.

Hisagi: Ah, isso é ótimo taichou!

Harumi se levantou e seguiu ao outro lado da sala, se serviu de um pouco de água e seguiu pro seu lugar preferido, a janela que dava vista pra toda Sereitei. Hisagi a acompanhou, ficando ao lado dela.

Hisagi: Realmente o dia de ontem vai ficar marcado na memória de todos... - Dizia ele olhando pra o lugar onde tinha ocorrido a batalha, o mesmo lugar que Harumi observava.

Harumi: Tem razão, foi um divisor de águas se podemos dizer assim, fico feliz por ter acabado bem...

Hisagi: Hai, em breve você se recuperará e aí sim estará 100% novamente!

Harumi: Hisagi... me responda uma coisa.

Hisagi: Hai?

Harumi: Qual foi a reação dos oficiais durante a luta? Vi que você estava junto deles.

Hisagi: Bem, eles ficaram impressionados na hora, até porquê... não me interprete mal, mas não se espera que alguém como você possa fazer o que fez contra oponentes como eles.

Harumi: Você está certo, provavelmente isso deixou várias dúvidas na cabeça deles.

Hisagi: Hai, muitos deles vieram me questionar a respeito de algumas coisas que você fez, até mesmo sobre as suas zanpakutous.

Harumi: Bom, isso só reforça o que eu vinha pensando desde ontem.

Hisagi: E o que seria?

Ela sentou na sua cadeira principal, Hisagi a acompanhou com o olhar.

Harumi: Eu acho que talvez seja melhor que eu faça uma reunião com todos, só assim isso acaba de vez, do jeito que fiz com você e o Ukitake ontem, irei responder as dúvidas de todos. O que você acha?

Hisagi: Acho uma boa ideia taichou, achei ótimo quando você propôs isso, me fez entender como as coisas funcionam, e as minhas dúvidas foram embora depois que você explicou. Acho que você deveria repetir isso com eles.

Harumi: Então é isso que irei fazer, avise a eles que daqui a duas horas eu reunirei todos pra uma reunião.

Hisagi: Hai!



Shuuhei então deixou Harumi onde estava e seguiu pra fora da sala, ao encontrar o grupo de shinigamis que treinavam, disse:


Hisagi: Pessoal! Aproximem-se! Tenho algo a dizer! - Todos curiosos se aproximam do tenente que ali estava, formando um aglomerado próximo à ele. - Bom, é a respeito da luta da Harumi taichou, provavelmente vocês ficaram com algumas dúvidas a respeito.

- Hai tenente Hisagi, tínhamos ouvido falar no poder dela, mas não esperávamos que fosse daquela forma, isso gerou dúvidas na maioria de nós!

Hisagi: Foi exatamente o que a Harumi taichou pensou, ela propôs realizar uma reunião com todos vocês, na qual ela responderá todas as dúvidas que vocês tiverem.

- É verdade?  Isso seria muito bom!

Hisagi: Hai, daqui à duas horas eu chamarei todos, até mais!

- Hai!


Ele então voltou ao escritório, e viu que Harumi estava assinando os documentos acompanhada de uma xicara de chá, ela o olhou assim que ele entrou na sala.


Harumi: E então?

Hisagi: Tudo certo, aprovaram a ideia.

Harumi: Ótimo.


Então naquelas duas horas que se passaram ela ficou a assinar a papelada, enquanto ele a ajudava na cadeira da frente.



(...)




Mais ou menos às 3 da tarde Harumi diz: 


Harumi: Muito bem Hisagi, pode reunir os oficiais, irei em uns instantes.

Hisagi: Hai!


Ele novamente seguiu pro lado de fora.



Hisagi: Muito bem pessoal, a Harumi taichou mandou chamar vocês, ela irá responder as dúvidas agora, venham comigo!


Nisso todos os shinigamis o seguiram até o interior do bantai, pra uma enorme sala onde não tinha nada além uma cadeira, destinada a Harumi.


A capitã estava em seu escritório, se levantou e tirou o haori, que incomodava seu braço ferido, deixou sobre a cadeira e seguiu pra sala onde todos estavam, incluindo Hisagi. Logo sentou-se em seu lugar.

Todos olhavam pra ela e reparavam que a expressão sanguinária que ela estava há um dia atrás tinha sumido totalmente. Agora o que estampava seu rosto era uma expressão de cansaço.


Hisagi: Precisa de alguma coisa taichou?

Harumi: Estou bem, arigatou. - Ao ver que todos a encaravam ela resolveu dar início a reunião. - Bom pessoal, todos já sabem o motivo de estarmos aqui hoje. Eu sei que a notícia do duelo de ontem já deve ter causado um grande impacto sobre vocês, especialmente porquê ainda sou nova por aqui. E que provavelmente essas dúvidas tomaram uma proporção maior no decorrer das batalhas, o que é bastante compreensível. Pois bem, o objetivo foi exatamente acabar com as dúvidas a respeito de minhas habilidades frente ao Gotei 13, mas sei que vocês estando sob meu comando direto também devem se questionar algumas coisas. Então, pra resolver tudo isso e pra poder seguirmos em frente, eu resolvi reunir todos aqui hoje pra acabar com essas dúvidas. Sendo assim, vocês estão livres pra perguntar o que quiserem à respeito de ontem ou sobre qualquer dúvida que tenham sobre a minha pessoa.

Os oficiais olhavam pra capitã atentamente, até que um disse:

- Então quer dizer que podemos perguntar o que quisermos?

 Em meio a um gole de água respondeu:

Harumi: Hai, foi isso que eu disse.

Um dos oficiais ao fundo levantou a mão.

- Eu tenho uma pergunta!

Harumi: Estou ouvindo.

- Como alguém como a senhora pode ter um nível tão grande de poder?

Harumi: Eu preciso que você defina o termo: "alguém como a senhora".

- Me perdoe o modo de falar taichou, mas você aparenta ser muito fraca fisicamente...

Harumi: Você tem razão, mas meu porte físico e minha saúde são um caso à parte. Como vocês viram não me impediu de entrar em batalha, por isso você não deve confundir uma coisa com outra. Mas respondendo a sua pergunta: bom, eu venho de um clã muito poderoso, isso já me dá uma grande vantagem, e juntando isso ao fato de na minha juventude eu ter lutado na linha de frente de muitas batalhas fez com que eu aperfeiçoasse várias técnicas especiais. Resumindo: herança e experiência.

- Mas essa sua condição não lhe deixa em desvantagem em um combate corpo à corpo?

Harumi: Considerando que eu lutei num intervalo de três horas com oito shinigamis no nível de capitão e só saí com dois ferimentos, acho que não.

Outro oficial fez uma pergunta:

- Mas esse nível de poder não lhe causa nenhuma consequência taichou?

Harumi: Depende muito, mas no geral as consequências não são muito graves.

Outro oficial perguntou:

- E as suas zanpakutous?

Harumi: O que quer saber sobre elas?

- Bom... nunca vimos nenhum shinigami que possuísse três...

Harumi: Realmente. Mas quanto à isso eu não tenho uma explicação. Aconteceu como qualquer um de vocês, a diferença foi que ao invés de ser só uma, três entidades diferentes se manifestaram em três asauchis vazias. (espada fraca sem nenhum tipo de liberação, a qual todo shinigami recebe assim que se forma.)

- Eu lembro de ter visto quatro espadas...

Hisagi logo lembrou do que ela tinha falado a respeito da Kusanagi.

Harumi: Hai, mas a 4° não era uma zanpakutou, era uma espada normal como qualquer outra.

- E porquê levou mais uma sendo que já tem um arsenal tão grande?

Harumi: Meus métodos de batalha são de acordo com o oponente que tenho a minha frente. E não se engane com a quantidade, há certas ocasiões em que uma zanpakutou específica não é o suficiente contra o adversário, caso isso aconteça e você não tenha um plano B você é um shinigami morto. A questao é, você iria enfrentar uma manada de leões com apenas três varas ou levaria uma faca como reforço? Esse é o ponto, creio que assim vocês possam entender.

- Hai, gomenasai...

- Harumi taichou, também tenho uma pergunta.

Harumi: Diga.

- Como você fez pra anular os kidous? Vi que você absorveu eles com a mão e em alguns casos apenas rebateu com um chute.

Harumi: Bom, pra absorvê-los é necessário usar uma técnica especial, e pra rebater é uma coisa muito simples, basta acumular reiatsu na perna e descarregar na hora que entrar em contato com o kidou. Mas tem uma condição, caso você tenha um nível alto de reiatsu vai acontecer o que aconteceu comigo, o kidou será anulado ou rebatido contra quem o lançou, mas caso seu reiatsu seja baixo, o kidou lhe atingirá em sua forma normal. Vocês nunca aprenderam sobre isso?

O tenente estava ao lado dela mas resolveu responder:

Hisagi: Não taichou, a academia de Sereitei não costuma ensinar essas formas de combate.

Harumi: Entendo. Bom, quando eu tiver tempo eu pretendo ensinar a vocês umas técnicas diferentes.

- Harumi taichou, você poderia falar sobre seus poderes oculares?

Harumi: Hai. Bom, é um assunto bem extenso, mas vou tentar resumir. O sharingam tem diversas formas de uso, que variam desde a cópia da habilidade adversária até a invocação de um humanóide de proteção, que vocês viram na luta contra o Komamura taichou. Já o byakugam é destinado a sentir níveis de reiatsu, e na forma que eu usei contra o Zaraki taichou, que serve pra localizar os pontos de reiatsu do corpo. Uma vez que você os acerte o fluxo de energia será interrompido e seu oponente estará fora de combate.

- Incrível.. mas... já que é tão fácil acabar com uma luta desse jeito porquê você não usou o mesmo método em todos os capitães? Acho que a luta teria acabado mais rápido se tivesse feito isso.

Dessa vez Hisagi também estava curioso pra ouvir a resposta de Harumi, ele viu como os olhos dela eram poderosos, devia ter alguma razão pra não usá-los por muito tempo.

Harumi: Por dois motivos. Primeiro: como eu disse, o intuito do duelo era mostrar minhas habilidades, tanto física, espiritual, corporal e de magias, quanto de zanpakutous. Então eu não poderia usar uma única técnica contra todos, isso iria contra o objetivo inicial. Por isso pra cada capitão eu tive que pensar numa forma de luta diferente. E segundo: O byakugam e o sharingam são os maiores responsáveis pelo desgaste e pelo cansaço, não é vantajoso usá-los por muito tempo, porquê no final você estaria cerca de 40% mais exausto e além de haver outras consequências pro corpo.

- Qual capitão você achou o mais difícil?

Harumi: Por questão de ética eu não direi quem foi o mais forte ou mais fraco, todos foram incríveis e grandes desafios, acontece que em uns o combate fluiu mais rápido que em outros.


Harumi respondia a todas as perguntas calmamente, até que um oficial fez uma pergunta um tanto inoportuna.


- Harumi taichou, o que tem de errado com sua saúde? Você sempre aparece tão pálida no bantai... e sempre toma tantos remédios...

Ela pensou um pouco antes de responder, tomou mais um gole de água e por fim respondeu:

Harumi: É um assunto complicado, provavelmente vocês já tem conhecimento de alguma coisa a respeito disso.

- Não muito, apenas sabemos o que o tenente Hisagi disse no dia que veio apresentar o plano de ação, que você havia passado mal e estava de repouso.

Ela pensou em cada palavra antes de falar, não queria alarmá-los, e nem que pensassem que isso atrapalharia em alguma coisa seu trabalho. Talvez aquele fosse o maior problema que ela enfrentava ali.

Harumi: Bem... eu sofro de tuberculose, além de outros problemas, mas quase sempre consigo controlar fazendo o uso de alguns medicamentos.

- Tuberculose?... por acaso seria a mesma doença do...

Harumi: Hai, é o mesmo problema do Ukitake taichou, felizmente o caso dele é menos grave que o meu.

- ...Menos grave? É muito raro o vermos por Sereitei, quase sempre ele está de repouso... como você consegue estar melhor que ele sendo que sua situação é pior que a dele?

Harumi: Bom, além dos medicamentos que são bastante fortes eu conto com a ajuda do meu ninjutsu médico e o meu próprio nível de reiatsu, isso ameniza um pouco os efeitos colaterais.

- E o que aconteceu no dia que você não veio?

Harumi: Infelizmente às vezes os remédios não são totalmente eficazes, o que aconteceu naquele dia foi uma crise, felizmente eu não estava sozinha, o Hisagi estava comigo.

- Mas... quem ficou com você quando ele veio até aqui?


Hisagi percebeu o tamanho da curiosidade dos oficiais a respeito do dia que Harumi havia tido a crise. Estava tentando reparar o seu erro com ela, por isso os repreendeu na hora que notou onde eles queriam chegar com aquela conversa.


Hisagi: Acho que já fui bem claro com vocês a respeito disso! A vida da Harumi taichou fora do bantai não diz respeito a ninguém!

- Gomenasai, Harumi taichou!

Harumi bebeu mais um gole da água que estava em seu copo.

Harumi: Alguém tem mais alguma pergunta?

Todos os oficiais que estavam ali ficaram sem jeito depois da bronca de Hisagi, ainda tinham coisas a perguntar, mas o silêncio se instalou naquele momento.

Harumi percebendo o impacto da fala do seu tenente decidiu que seria melhor encerrar a reunião naquele momento. Devagar, ela se levantou da cadeira.

Harumi: Muito bem, então é isso, estão dispensados.


Ela a passos lentos seguiu em direção a saída, foi até seu escritório e sentou em sua cadeira, voltando a assinar a papelada. Os oficiais permaneceram ali, aos poucos se levantaram e começaram a sair, passando em frente a mesa dela.

- Tenha um bom dia Harumi taichou!

Ela igualmente respondeu:

Harumi: Arigatou, pra vocês também.

Ao saírem todos Harumi se voltou a Hisagi, havia estranhado a resposta dele, por isso o questionou:

Harumi: Hisagi, aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo?

Hisagi: H-m ...porquê a pergunta Harumi taichou?

Harumi: Percebi um clima estranho entre você e os oficiais no momento que me perguntaram com quem eu tinha ficado no dia da crise. - Ela o olhava fixamente, afim de perceber qualquer sinal de problema.

Hisagi: Bom, é que eu não achei certo eles questionarem a sua vida no estado em que você estava... e também poderiam interpretar errado.

Harumi: O quê ?

Hisagi: O fato do Ukitake taichou estar lá na hora.

Harumi: Tem razão, foi bom você não ter falado nada.

Hisagi: Hai, arigatou.

Ela logo voltou a assinar os documentos calmamente.

Hisagi: Harumi taichou... me perdoe perguntar novamente mas... Como se sente?

Harumi: Estou bem, não estou sentindo nada anormal, a Unohana taichou disse que se eu voltasse a sentir alguma coisa teria que ficar em observação por uns dias, mas acho que não vai ser necessário.

Hisagi: Espero que não... - Ele lembrou que desde a hora em que ela estivera na 4° divisão não havia comido nada, então resolveu reunir coragem e fazer um convite inusitado. - H-m... sei que você não deve ter muito apetite devido a sua saúde, mas... desde a hora que você chegou da 1° divisão que eu não a vejo comer nada... Você... não gostaria de sair pra comer algo comigo?


Ela observou bem qual era a intenção dele, mas não enxergava nada demais no seu convite.


Harumi: Não sei Hisagi... eu tenho tanto trabalho a fazer... - Ela massageava as têmporas num sentido de cansaço.

Hisagi: O trabalho pode ficar pra mais tarde, sua saúde vem em primeiro lugar. Vamos, pelo menos pra você desligar um pouco do trabalho e das suas preocupações.

Harumi: Está bem... vamos então.



(...)




Já eram 18:00 quando Harumi pausou o trabalho e ficou pronta pra sair. Voltou a vestir seu haori de mangas compridas por conta de sua sensibilidade ao frio. Havia tomado um banho e agora estava a espera de Hisagi, que chegou cerca de 10 minutos depois.

Ele abriu a porta e a encontrou no seu lugar de sempre, observando a lua. Ele, curioso por ela sempre repetir tal gesto resolveu lhe perguntar o motivo daquilo.

Hisagi: Eu reparei que você sempre olha a lua todos os dias, tem algum motivo especial pra isso?

Ela respondeu sem desviar o olhar:

Harumi: Hai, tem sim. Na verdade são dois motivos, o primeiro é em memória de todos os amigos que já perdi em batalhas, sinto como se pudesse entrar em contato com eles quando olho pra lua, afinal eles admiravam muito minha Tsukuyomi, que é o segundo motivo que me faz parar um tempo todas as noites...

Hisagi: ...a Tsukuyomi?

Harumi: Hai, a Tsukuyomi significa "Noite iluminada pela lua", esteve comigo em grandes momentos, em noites de lua cheia como essa ela costumava amedrontar os inimigos por conta de seu poder, já os aliados costumavam admirar a sua beleza, é uma grande companheira pra mim.

Ele a observava atentamente enquanto ela falava.

Hisagi: Incrível taichou... você deve ter muitas histórias pra contar.

Harumi: Tenho algumas bem interessantes, talvez algum dia eu possa lhe contar algumas delas. - Ela então fechou a janela e disse ao se virar pra ele: - Podemos ir então?

Hisagi: Hai, vamos lá.


Os dois seguiram pra fora do bantai e andaram alguns minutos pelas ruas de Sereitei. Harumi não se importava com a opinião dos outros, afinal todos, exceto Ukitake, andavam sempre acompanhados de seus tenentes.

 Aquele horário sempre era bem movimentado, era a hora que o "horário de trabalho" acabava, então a maioria decidia aproveitar um momento de lazer.


Harumi estava mancando menos, aos poucos sua perna melhorava, e com a volta do reiatsu da Kurama só acelerava o processo de recuperação.

O tenente que caminhava ao seu lado falou:

Hisagi: Pra onde deseja ir Harumi taichou?

Harumi: H-hm, bem, na verdade eu ainda não conheço muita coisa por aqui...

Hisagi: Será que eu poderia lhe levar pra um lugar que eu costumo ir sempre?

Harumi: Claro.


Seguiram mais um minutos até chegarem em um bar, era diferente do que ela tinha ido junto de Kyouraku e dos outros dias atrás, era mais isolado e menos frequentado, de cara ela gostou do lugar.


Hisagi: O que acha daqui?

Harumi: Parece ser um bom lugar.


Não tinha muitas pessoas no local, ainda era cedo, por isso o pouco movimento. Havia uma cobertura no lado de fora e um salão maior dentro, Hisagi perguntou onde ela queria ficar mas ela disse que ele poderia escolher, ele então resolveu ficar no interior do bar, que estava mais tranquilo. Foram em direção a última mesa do canto, ele pra ser cavalheiro puxou a cadeira quando ela foi sentar.


Harumi: Arigatou, Hisagi.

Ele então sentou na cadeira que estava de frente pra ela, até que um garçom chegou pra anotar os pedidos.

- Boa noite Harumi taichou e tenente Hisagi, o que vão querer?

Hisagi: O que vai querer taichou?

Harumi olhava o cardápio sem muito interesse. Devido a doença quase tudo que comia a enjoava. Ironicamente a única coisa que não lhe causava enjôo era o álcool, mas também não queria beber muito naquela noite. 

Harumi: Eu só quero uma xícara de chá.

- Não vai pedir nada pra comer?

Harumi: Talvez mais tarde, não estou com muito apetite agora... - Dizia um pouco sem graça.

- E quanto a você tenente Hisagi?

Ele olhava pra capitã questionando o motivo dela não querer comer nada.

Hisagi: Harumi taichou, você tem que comer alguma coisa, desde cedo que você não come nada...

Ela suspirou.

Harumi: Tudo bem então... peça pra mim também o que você vai pedir pra você.

Hisagi: Bom, então traga o chá que ela pediu, duas porções de dangos e uma garrafa de sakê.

- Hai, com licença.


O garçom saiu deixando os dois sozinhos, o ambiente era iluminado com luzes de velas por toda parte, o que permitia que Harumi seguisse as orientações de Unohana e tirasse seu haori, deixando-o nas costas de sua cadeira.

Ao voltar com os pedidos o garçom não pôde deixar de reparar no braço e na perna enfaixada da pequena capitã.


- Aqui estão os pedidos.

Hisagi/Harumi: Arigatou.

- Ah, Harumi taichou, como estão seus ferimentos? Soube que venceu todos os capitães mas que também levou dois golpes sérios de zanpakutou...

Harumi: É verdade, mas estou bem agora, estou me recuperando.

- Que bom, com licença então, apreciem a noite!


Harumi bebia um pouco do chá e olhava pro ambiente a sua volta, não imaginava o que alguém como Hisagi gostasse dali. Curiosa, resolveu perguntar:


Harumi: O que te atrai num lugar como esse Hisagi?

Hisagi: Você não gostou daqui? Podemos ir pra outro lugar se quiser.

Harumi: Não é isso, eu provavelmente estou julgando errado, mas não vejo o que interesse você aqui, mas particularmente me atrai muito esse lugar.

Ele ficou um pouco corado ao ouvir aquilo.

Hisagi: Bem... eu não sou muito fã de ambientes tumultuados, gosto mais de coisas reservadas, e você?

Ela riu ao ouví-lo terminar de responder.

Harumi: Eu gostava muito, quase sempre frequentava, mas depois que eu descobri que estava doente eu tive que aprender a gostar de coisas mais tranquilas por recomendação médica. Foi uma adaptação muito difícil.

Ele ficou surpreso com aquilo.

Hisagi: ...Quer dizer então que você não nasceu com esses problemas?

Harumi: Não. No entanto, quando eu descobri já estava bem avançado, e não havia muita coisa que se pudesse fazer a respeito.

Hisagi: Entendo... bom, mas ambientes assim também tem suas vantagens, não acha?

Harumi: Tem razão, não imaginei que tivesse um lugar como esse por aqui, isso me anima um pouco.


(...)



Enquanto Hisagi comia os dangos Harumi bebia seu chá, pra não causar desfeita com a boa intenção dele resolveu comer, mas só conseguiu ingerir metade, resolveram então beber o sakê que estava na mesa.


Hisagi: Quando eu olho pra uma garrafa de sakê como essa só me vem à cabeça aquela noite do bar... - Dizia um pouco constrangido.

Harumi: Foi muito agradável aquela noite, espero que possamos repetir novamente algum dia.

Hisagi: Hai, mas na próxima vez eu não vou beber tanto.

Harumi: E porquê não? O propósito daquela noite era justamente aquele. - Dizia rindo da vergonha dele.

Hisagi: Hai, mas... você viu o que aconteceu depois... acho que não pega bem pra um tenente beber tanto na presença de seu capitão.

Ela estranhou aquela resposta dele.

Harumi: Ora, que bobagem é essa agora? Estávamos lá como amigos, assim como estamos aqui também, não tem nada demais nisso, e eu o convidei naquela noite pra nos conhecermos melhor, você não tinha nenhuma obrigação como tenente naquela noite.

Hisagi: Hai, arigatou, mas... na verdade me surpreendeu você não ter ficado bêbada pela quantidade que bebeu, pelo que eu lembro você tomou a mesma quantidade do Kyouraku taichou.

Ela riu enquanto bebia outro gole do sakê.

Harumi: Hahahaha o Ukitake san me falou o mesmo. Bom, digamos que eu sempre bebi "além de um gole", se é que você me entende.


Hisagi ria com as coisas que ela falava, não imaginava que a companhia dela fosse tão boa daquele jeito, o que sempre fazia com que ele lembrasse do jeito que a havia tratado. 


Hisagi: Hai hai, mas... você nunca ficou de ressaca no outro dia?

Harumi: No começo sim, era terrível, mas com o passar do tempo o efeito do álcool ficava cada vez mais difícil de pegar. Mas não pense que isso é algo que eu tenho orgulho de dizer... hahaha - Ela ria ainda mais.

Hisagi: Hahaha claro que não taichou, jamais pensaria isso de você.


Depois de muitas conversas onde Hisagi falava da vida em Sereitei e Harumi falava sobre sua própria vida o tempo foi passando. Já eram 22:00 quando sakê finalmente havia acabado.


Harumi: Bom Hisagi, foi uma noite muito agradável, mas já está ficando tarde, temos muito trabalho pra fazer amanhã.

Hisagi: Hai. - Ele então se levantou da cadeira. - Vou lá no bar pagar a conta e já volto.

Harumi: Eu posso pagar ou dividir, não me importo com essas coisas.

Hisagi: Não não, de forma alguma! Por favor me aguarde aqui.

Harumi: Tudo bem então, arigatou.


Harumi ficou na mesa pensando naquele momento, nesse pouco tempo após a briga dos dois ele já havia mudado muito, parecia realmente disposto a mudar seus pensamentos a respeito dela.

Aguardou cerca de uns cinco minutos até que o viu voltando.


Hisagi:  Tudo certo Harumi taichou, já podemos ir.

Harumi: Hai. - Ela então levantou da cadeira e pegou seu haori, o vestiu e os dois seguiram pra fora do bar.


(...)



No caminho da volta, Hisagi resolveu acompanhá-la, sabia que nada de ruim a aconteceria, afinal, ela era a mais forte do Gotei 13. Mas não seria mal educado a ponto de deixar que ela voltasse sozinha depois de a ter convidado.


Hisagi: O que achou da noite taichou? - Ele dizia com as mãos nos bolsos olhando o céu. Harumi por sua vez estava com os braços cruzados tentando se aquecer.

Harumi: Foi muito bom, no fim foi uma boa escolha ter saído um pouco, arigatou pelo convite.


Ele notou que sempre ficava corado quando ela falava daquele jeito. Sem olhar pra ela pra que não percebesse sua vergonha ele respondeu:


Hisagi: Não precisa agradecer, foi um prazer acompanhá-la...

Ao caminhar mais um pouco Harumi percebeu que ele não tirava os olhos do céu. Mais uma vez, resolveu perguntar:


Harumi: Você assim como eu, também é um amante do céu?


Ele ficou surpreso com o jeito que ela fez a pergunta.


Hisagi: Hai... quando olho o céu a noite sinto como se em cada estrela tivesse uma história pra contar, ou um ensinamento, não sei explicar muito bem.


Ela logo decidiu acompanhá-lo na sua observação.


Harumi: Interessante, é exatamente a mesma impressão que eu tenho. Pra mim também serve de relaxamento, como você vê todos os dias quando me flagra observando a lua. É uma verdadeira terapia...


(...)




Ao chegarem na porta do bantai Hisagi diz:



Hisagi: Está entregue, mais uma vez arigatou por ter aceitado meu convite.

Harumi: Eu que agradeço, boa noite.

Hisagi: Boa noite, Harumi taichou.


Ela então entrou no bantai e Hisagi seguiu pro seus aposentos, que ficavam um pouco distante dali.






Harumi agora estava sozinha, tirou seu haori e seguiu pra um dos quartos, onde tinha um kit de curativos pra que ela trocasse os dos seus ferimentos. Tirou os que estava usando e viu que estavam bem melhores, totalmente o oposto de um dia atrás. O reiatsu da Kurama a ajudava muito nessas horas. Como seu reiatsu já estava completo ela usou seu ninjutsu médico e curou o resto que faltava, resultando assim num resultado 100% perfeito. Jogou os curativos no lixo e seguiu pra o banheiro.


Tomou um banho rápido e ao olhar no espelho viu que não estava pálida, o que era bom. Vestiu um kimono e seguiu pro seu quarto. Ao chegar lá sabia que não ia conseguiu dormir, então depois de tomar seus remédios pegou um livro da prateleira e começou a ler. 

No entanto, não lera nem um capítulo direito quando começou a se sentir enjoada, aquilo foi aumentando, aumentando e mal deu tempo dela chegar no banheiro e já começou a vomitar. Sabia que não deveria ter comido nada por estar sem apetite, mas não queria fazer desfeita com o convite de Hisagi, que havia sido feito com tão boa vontade.

 Seguiu pra cozinha onde tomou um copo d'água e um comprimido pra enjôo. Sentou-se junto à mesa, e aos poucos a sensação ruim foi passando,  o que logo ela agradeceu. Ela jamais contaria aquilo a ele.


Duas horas depois finalmente ela conseguiu dormir em paz.

                                                         Continua



Notas Finais


O que acharam? Gostaram de conhecer um pouquinho mais sobre a Harumi? 😘😁


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