História A orfã - Parque

Bati na porta do quarto de Pietro. Fiquei esperando ele abrir, bati novamente e escutei ele resmungar algo. Ele abriu a porta...

-Fala Manu...

-Posso entrar?

-Pra que?

-Para conversarmos...

-Entra vai.

Ele deu espaço para eu passar, entrei e reparei que a porta da varanda dele estava aberta, fui para lá, a visão que tive foi do jardim... O que me fez começar a pensar nas possibilidades, porém elas não fariam sentido, a não ser que...

-Você está com ciúmes?

-Do que Manuela?

-Eu sei que você viu... Você está me tratando diferente desde aquela hora.

-Ta certo Manuela, eu vi... Juro que não foi por querer, apenas sai na varanda para ver o céu. Lembrei das noites em que ficávamos no orfanato olhando pro céu e contando as estrelas, era bom.

-Ai você precisa ficar me tratando mal?

-Manu, te conheço desde os seus 7 anos, sempre cuidei de você, eu que sempre tentei te proteger de todas as situações, sempre te vi como uma irmã mais nova e meu, é o que eu te disse outro dia. Eu vejo que você está crescendo, vejo que não esta mais precisando de mim, que está começando a descobrir coisas novas e que querendo ou não, vai acabar se afastando de mim. Ai pensa, eu saio na janela e vejo você beijando o Nathan...

-Pi, ele me puxou e me deu um selinho, mas foi só isso.

-Pode ter sido, mas me senti desconfortável em perceber que a minha irmãzinha está crescendo.

-Mas entenda, eu sempre serei a sua irmãzinha, e como eu já te disse, sempre vou correr pra você caso eu passe por alguma situação diferente, tal como a de hoje.

-Tudo bem Manu, eu já estou me conformando que você cresceu. 

-Posso conversar com você agora sem maiores problemas?

-Pode...

-Então, depois que o Nathan me deu o tal selinho, a minha mente ficou confusa... Parte dela sofreu por ter sido apenas um selinho, mas a outra parte agradeceu e  disse que nem isso deveria ter acontecido.

-Manu, Manu... Cuidado, se continuar nesse caminho, vai acabar se apaixonando por ele.

-Sai fora Pietro, Nathan é uma ótima pessoa, mas não quero e nem posso me apaixonar.

-Mas Manu, um dia você vai acabar se apaixonando.

-Eu sei Pi, eu gosto muito do Nathan, muito mesmo, mas não sei... Acho que tem alguma coisa que não encaixa em nós.

-Vou tentar entender, mas tudo bem. Você quem sabe..

-Ai, minha cabeça está bem confusa... Acho que vou dormir.

-Faz bem, boa noite, eu amo você.

-Eu também amo você, Pi.

Dei um beijo nele e voltei para o meu quarto. Me troquei, tirei a maquiagem e deitei para dormir...

Domingo, 9:16 a.m 

P.O.V Pietro

-Gente, já fui lá acordar ela, mas ela nem me ouviu... Acho que ela esquece que combinamos de sair hoje.

-Não pode ser, a Manu é lerda, mas nem tanto. –Gabi

-Eu vou lá! –Nathan

-Boa sorte..

-Ah, ele consegue... –Gabi

Nathan foi em direção as escadas e eu sentei para conversar com a Gabi

 

P.O.V Manu

Eu estava sonhando e escutei o Pietro me chamar, procurei ele por todo canto e não o achei... De repente escuto um barulho na porta, e dessa vez não é sonho! Me descobri na mesma hora...

-Nathan!?

-Bom dia.

-Ai meu Deus, não pode ser.

-O que? Não queria que eu viesse? 

-Não é isso, mas olha como eu estou, de pijama, com a cara amassada e toda bagunçada.

-Ah, eu não ligo, continua linda...

-Ok ok posso saber que horas são, e o que você está fazendo aqui?

-São nove e vinte, eu acho.. E ah, acho que combinamos de sair hoje, não é mesmo?

 -PQP! Nem lembrava, juro! Já que me acordou, deixa eu levantar...

-Ah não, a Gabi estava certa...

-Sobre?

-O Pietro veio te acordar e disse que você nem se mexeu, ai eu disse que viria e a Gabi disse que comigo você acordaria...

-Não acredito que ela disse isso!

-Disse...

-Que ridícula, vai me esperar aqui ou lá embaixo?

-Aqui mesmo...

Peguei a minha roupa e fui para o banheiro, tomei um banho rápido, arrumei meu cabelo, me troquei e não passei maquiagem.

-Pronto, vamos descer para eu poder tomar o meu café.

-Você não vai tomar nada não.

-Sorriso, são quase 10 horas da manha, se eu não comer vou passar mal.

-Relaxa, você não vai comer nada aqui, foi isso que eu quis dizer.

-Como assim?

-Eu e o Pietro, pensamos em fazer uma surpresa pra você e pra Gabi.

-Nossa, que bonitinhos vocês, mas não podíamos começar do almoço?

-Não!

-Tudo bem, levantar cedo um dia não vai matar...

-Não mesmo e é por um bom motivo.

-Sim, sim... Passar o dia com vocês.

Descemos, encontrei a minha mãe conversando com a Gabi e o Pietro no sofá.

-Bom dia mãe!

-E não é que ela acordou? Bom dia filha.

-Eu te disse tia. O Nathan faz milagres... –Gabi.

-Ai sua besta, eu estava sonhando quando o Pietro foi me chamar

-Ok, ok... Podemos ir? -Gabi

-Acho que sim, mas mãe, preciso de dinheiro.

-Não dona Raquel, eu vou pagar. –Nathan

-Tá louco menino? Eu pago as minhas coisas, se quiser me pagar alguma coisa, me paga um presente.

-Obrigada Nathan, mas não precisa. Eu já sabia filha, seu irmão está com dinheiro que eu dei para vocês dois.

-Obrigada mãe, não sei que horas vou voltar, mas tenha um bom dia, te amo.

-Também te amo, juízo..

-Pode deixar

Dei um beijo nela, peguei o dinheiro e sai de casa junto com os meus três grudes.

-Vamos onde mesmo?

-No barzinho que tem do lado da casa da Gabi. -Pietro

-Ai, sério?

-Não suquinho, vamos na padaria que tem ali em cima.

-Ufa!

Após o café da manhã...

-Meu, vocês são uns babacas, me arrancam da cama logo cedo, não me deixam comer em paz, e ainda por cima, não me contam para onde vamos..

-Suquinho relaxa, apenas confie em nós! –Nathan

-Assim fica complicado né, sorriso?

-Vamos irmãzinha, confie um pouco em nós! –Pietro

-Confiar em vocês? Tenho até medo... –Gabi

-Eu também amiga!

Caímos na risada, mas logo eu voltei a ficar séria. 

-Não vão mesmo me contar para onde vamos?

-Calma bonita, nós já estamos chegando. –Nathan

Fiquei com a cara fechada o resto do caminho, mas não demorou muito para chegarmos no lugar.

 

-Pronto Manu, já pode desfazer esse seu bico. Chegamos! -Nathan

-Gente, sem querer ser chata ou reclamar demais, mas vocês fizeram suspense para me trazerem em um parque?

-Sim, fizemos. –Pietro

-Tá bom então...

Passamos o dia no parque, o Pietro e a Gabi ficaram só no amorzinho, mas nada aconteceu... Quando deu 17:45 a mãe da Gabi ligou pedindo para ela voltar para casa, ela ficou meio triste de ir embora, mas a mãe precisava dela... 

-Amiga, eu vou indo! Adorei o dia meninos, muito obrigada... –Gabi

-Eu vou com você, Gabi. –Pietro

-Magina Pietro, fica com eles.. –Gabi

-Não, já está escurecendo, vai ficar perigoso pra você ir sozinha. –Pietro

-É amiga, o meu irmão tem razão, aceita a companhia dele.

-Ta bom, ta bom... Tchau amiga, tchau Nathan. –Gabi

Pietro me deu o dinheiro que ainda estava com ele, e foi junto com a Gabi, assim fiquei sozinha com o Nathan.

-Suquinho, você está realmente bem?

-Sim, hoje o dia foi ótimo.

-Manu, não estou falando de hoje.

-Ah, sorriso... Você sabe né, nunca estou realmente bem quando falamos desse assunto.

-Eu sei, queria conseguir te fazer se sentir melhor.

-Como eu queria me sentir melhor em relação a isso.

-Posso tentar te ajudar?

-Se você souber como, fique à vontade! 

Nathan pegou na minha mão e me puxou para uma árvore, encostou minhas costas no tronco dela e disse...

-Eu realmente espero que o que vai acontecer agora não cause mudanças entre nós, e se causar, que seja pra melhor!

-Nossa lindo, vai cometer um crime?

-Quase ~risos~

Ele se aproximou de mim e eu senti a respiração dele bem perto da minha, de repente senti os lábios dele encostarem nos meus. Ele não tinha pressa alguma no que fazia, no início nossas bocas estavam apenas juntas em um selinho, mas aos poucos o Nathan começou a mexer a sua boca na minha e colocou uma de suas mãos na minha cintura e a outra na minha nuca, eu dei a permissão que o Nathan queria, dei espaço para ele entre os meus lábios! Logo senti sua língua invadir a minha boca, e então começamos a fazer movimentos sincronizados, parecia que nossas bocas já se conheciam ou que estavam ali sempre uma para a outra. Coloquei minha mão na nuca do Nathan e comecei a mexer meus dedos ali em seus cabelos.

O beijo acabou com três selinhos...

-Espero que tenha sido devidamente apresentada ao meu lado amorzinho.

-Bom, eu acho que fui.... Mas, por que?

-Por que eu te beijei? Porque eu sempre quis fazer isso, porque você é linda e merece todo o amor que eu possa lhe dar!

-Ah sorriso, não sei nem o que te dizer...

-Não precisa falar nada não.. Vamos tomar um sorvete, vem.

Nathan pegou na minha mão e saímos do parque, fomos em direção a sorveteria que ficava perto da minha casa... Comprei um sorvete de duas bolas, uma abacaxi e outra maracujá, o Nathan pegou uma de menta com chocolate. Comemos e  assim que acabamos olhamos a hora, 18:30.

-Manu, vou te levar em casa agora, tudo bem?

-Tudo bem, o dia foi muito bom...

-Eu também achei, precisamos fazer isso mais vezes..

-Eu também acho.

Em 15 minutos chegamos na minha casa.

-Obrigada pelo dia e pelo que você fez e faz por mim...

-Magina Manu, não precisa nem me agradecer, eu faço com o maior prazer.

-Agora eu vou entrar que se não vai ficar tarde pra você voltar pra sua casa..

-Tudo bem, até amanhã.

-Até meu amor.

Dei um beijo na bochecha do Nathan e entrei em casa, vi que a sala estava escura então imaginei que a minha mãe estava no quarto dela, subi para o meu, tomei um banho coloquei meu pijama e peguei um livro para ler...