História A orfã - "A" conversa!

O filme acabou, mas confesso que nem vi direito... Foi muito bom ficar esse tempo com o Nathan, ele é muito carinhoso! O Pietro chegou em casa faz uns 20 minutos, mas ele foi direto para o quarto dele...

-Amor, o filme acabou e o seu irmão já está em casa. Juro que se eu pudesse ficava aqui muito mais, mas tenho que ir para casa...
-Tudo bem, já ficamos juntos mais tempo que o normal...
-Sim, mais tarde eu te ligo para dar boa noite.
-Ok, vou te levar na porta.

Nos levantamos e eu fui com ele até a porta. Demos um beijo

-Cuidado ai na rua, eu amo você!
-Pode deixar meu amor, amo você.

Ele me deu outro beijo e saiu de casa. Fui para o quarto do Pietro, bati na porta e entrei.

-Olá
-Oi irmãzinha.
-Como foi lá na delegacia?
-Bom, foi normal né... Falei sobre os recentes acontecimentos e sobre a Helena. Só que essa história deixou a Gabi bem balançada...
-Sério, ela ficou mal?
-Sim... Mas em partes, isso foi bom...
-Posso saber o por quê?
-Porque nós nos beijamos..
-Sério?
-Muito sério.. E digo mais, a sua amiga gostou!
-Mas e você, gostou?
-Se eu gostei?
-Sim. –risos-
-Foi simplesmente a melhor coisa que eu já fiz.
-Hm, menino apaixonadinho!
-Ah para vai Manuela, também tenho os meus direitos, acho que é só você que pode se dar bem na vida?
-Ah não só eu né... Mas se dar bem um pouco é bom.
-Eu sei...

Sai do quarto do Pietro e fui para o meu, peguei o meu livro e comecei a ler

P.O.V Nathan

Cheguei em casa, e a minha mãe estava pensativa no sofá. Me aproximei dela e me sentei ao seu lado.

-Oi mãe.
-Oi meu querido...
-Mãe, a senhora está bem?
-Sim, só um pouco pensativa.
-Eu percebi, sei que é chato, mas me conta sobre a história da tia Carol, por favor.
-Você realmente quer isso?
-Sim
-Tudo bem, quando aconteceu o acidente, nós morávamos na Alemanha e você tinha nove anos...
-E o que aconteceu depois do acidente?
-Um policial entrou em contato conosco por sermos os únicos parentes da Carol para avisar que ela havia falecido junto com o seu tio, e que a filha deles, havia sobrevivido ao acidente e precisava de um lar... Mas, naquela época, nós não estávamos bem financeiramente e não havia possibilidade alguma de eu adotar a menina, então ela foi para um orfanato...
-Qual o nome da menina?
-Manuela, igual àquela sua amiga... Sabe, eu queria saber onde ela está, se ela está bem.... Ela é minha sobrinha, gostaria de poder voltar no tempo e adota-la.
-Juro que essa vai ser a última pergunta que irei fazer... Qual era o nome completo da tia Carol?
-Carolina de Paula Ventura, o ventura era do marido dela.
-Obrigado mãe, e desculpa tocar nesse assunto, sei que a senhora não se sente à vontade.
-Tudo bem meu querido, e como foi o seu dia hoje?
-Foi bom em partes, no começo da tarde fui com a Manu na delegacia, por causa daquela menina da escola que fica insultando ela, mas depois foi bom, fiquei na casa dela...
-Nossa filho, e ela está bem?
-Pouco, mas ela vai melhorar, eu sei disso...
-Você gosta dela né?
-Muito, mãe...
-Juízo viu?
-Isso eu tenho de sobra...

Sai da sala e fui para o meu quarto.

 É impossível isso ser só uma coincidência, se ligarmos as informações, tudo bate. O delegado sempre me alertou sobre o sobrenome antigo dela ser o mesmo que o meu... Se a Manu for minha prima, como que eu vou contar para ela que foi a minha mãe que a "rejeitou"? Vai ficar impossível. E o pior não é isso, eu estou me envolvendo com a Manu, nós criamos um vínculo amoroso, eu amo aquela menina, e como ela já me disse, ela também me ama. Se formos primos, a nossa relação não vai poder continuar e nunca poderia ter acontecido. Eu  preciso conversar com a Manu sobre isso, mas agora não, eu só preciso pensar. Eu não posso acreditar nisso, realmente não posso.. Eu não quero que isso seja verdade, eu amo aquela menina, tudo bem que se ela for minha prima, continuarei a amando, porém, vai ser diferente.

Voltei para a sala e vi a minha mãe.

-Mãe, preciso te falar uma coisa.
-Oi filho, pode falar...
-Eu sei quem é a minha prima.
-Como você sabe?
-Eu convivo com ela todos os dias quase, hoje estive com ela...
-Você não quer me dizer que...
-Sim mãe, aquela Manuela que você conheceu, que você jantou na casa é a sua sobrinha!
-Eu não acredito, como você pode me falar isso?
-Mãe, a Manu é adotada, a história dela é idêntica a essa que a senhora me contou, e o delegado já me disse 2 vezes que os nossos sobrenomes são iguais... O sobrenome antigo dela, claro.
-Filho...

Minha mãe começou a chorar, ela levantou e me abraçou.

-Filho, eu preciso falar com ela!
-Eu sei, mãe. Eu preciso mais que a senhora, tenha certeza...
-Quando você chegou, você me disse que gostava dela, mas vocês estão tendo alguma coisa?
-Sim, não estamos namorando, mas eu pedi algo mais sério para ela. E agora eu descubro isso, estou destruído!
-Ai meu deus filho, você e a sua prima estavam juntos!
-EU NÃO SABIA QUE ELA É MINHA PRIMA!
-Eu sei filho, me perdoa.
-Tudo bem mãe, me desculpa por gritar, mas se você tivesse me contado essa história antes, tudo o que eu vou passar e parte do que ela vai passar, poderia ser evitado!
-Me perdoa.
-Amanhã nós vamos até a casa dela.
-Ok

Subi para o meu quarto novamente, eu fiquei de ligar para a Manu para dar boa noite.. Mas, eu não vou conseguir falar com ela... Vou mandar apenas uma mensagem

~~SMS~~
Boa noite meu amor, me perdoa por tudo, me perdoa por amanhã... Eu juro que não sabia! Vou na sua casa com a minha mãe amanhã, ok? Eu amo você mais do que tudo!
~~SMS~~

Desliguei o meu celular para não ver a resposta dela, me virei do jeito que estava mesmo e tentei dormir...

P.O.V Manu

O Nathan não me ligou, tudo bem que ainda está cedo, mas ele costuma me ligar cedo mesmo... Quando eu percebo, tem uma nova mensagem no meu celular, pego para ver e é dele.

~~SMS~~
Boa noite meu amor, me perdoa por tudo, me perdoa por amanhã... Eu juro que não sabia! Vou na sua casa com a minha mãe amanhã, ok? Eu amo você mais do que tudo!
~~SMS~~

O que será que aconteceu? Respondo.

~~SMS~~
Amor, o que houve? Me conta, por favor... Podem vir, eu te amo muito!
~~SMS~~

Fiquei esperando a resposta por uns 40 minutos e nada, desisti e me virei para dormir, mas antes derrubei algumas lagrimas.