Ela viu a caixa na sala e abriu encontrando seu presente, que era para ser surpresa. Sorrio com a mensagem simples.
Eu: Era para ser surpresa. – 22:16
Eu: Está tudo bem por aí? Espero que eles não te deem tanto trabalho, porque temos que ser cautelosos nos primeiros meses para não ter uma possibilidade de aborto espontâneo. – 22:17
Fico esperando sua resposta ansioso.
Cariño: Eles são um amor. Vou sentir falta do Junior. – 22:34
Cariño: E sim tenho que ser cautelosa. – 22:35
“Vou sentir falta do Junior” essa frase foi como uma flecha no meu peito. Ela vai me deixar? Ela não pode, eu preciso dela e dos nossos filhos.
Eu: Vou te dar todo tempo do mundo para pensar, porque realmente não quero te perder. – 22:35
Fiquei esperando a resposta com o coração apertado como um nó, que não veio de imediato. Já se passava das onze horas e nada. Coloquei meu celular no outro travesseiro e me virei fechando os olhos tentando dormir, mas a imagem de Maria se formava perfeitamente em minha mente.
No dia seguinte.
Acordei com um quarto completamente escuro, olhei as horas no celular e já se passavam das oito da manhã, não tinha nenhuma mensagem de Maria. Paciência Sergio, paciência.
Tomei um banho, troquei de roupa, sai do quarto e encontrei Cristiano saindo do seu quarto.
- Bom dia. – O cumprimentei.
- Bom dia. – Ele diz e sorrir. – E aí? Como passou a noite? – Pergunta.
- Foi boa. – Respondo sem graça enquanto descíamos as escadas.
- Tio Sergio. – Junior grita e vinha correndo até mim.
- Eai Campeão! – O abraço, bagunçando seu cabelo. – Tudo bem? – Pergunto.
- Estou bem. – Ele sorrir e sai me puxando pela mão até a cozinha. – Estou comendo Nutella com pãozinho, você gosta?
- Sim. – Digo e nos sentamos a mesa. – Junior me entrega e sorrir, coloco na boca e mastigo.
Tomamos nosso café e fomos para o jardim. A brisa estava ótima, a primavera deixava o ambiente mais bonito, flores espalhadas pelo jardim e o céu com um azul vibrante e limpo, me fazendo relembrar do meu momento com Maria em Berlim.
FlashBack On:
A brisa que bate contra seu rosto, fazia seus longos cabelos negros voarem, seu perfume se mistura com o ar que eu respiro. É delicioso.
É o começo do outono, as folhas das arvores caídas sobre o gramado, o vento agradável, as pessoas que aproveitavam a paisagem.
- Sergio, obrigada por estar aqui. – Sua voz suave e doce atinge meus ouvidos. Sorrio.
Pego em sua pequena mão macia e a beijo.
-Se você tivesse ido embora naquele dia, não sei o que teria feito. – Olhei em seus olhos triste pelo que tinha ocorrido com ela. – Eu amo você demais e não iria aguentar te perder.
Flashback OFF:
Me lembro de cada palavra que saia pela sua boca, a cada soluço e seu desespero era tão grande que me cortava o coração.
Eu ainda vou tirar essa história a limpo. – Falo comigo mesmo em mente.
P.O.V. Maria Peréz.
Acordei com a claridade no meu rosto, meu corpo todo doía, a televisão estava ligada, olhei para o lado e vi Junior deitado no meu braço, desviei meu olhar para minha barriga e vi Anthony dormindo feito anjo. Sorrir.
Tentei o mínimo me mexer para não os acordar, coloquei os dois pequenos em uma posição confortável e fui ao banheiro fazer minhas necessidades. Respirei fundo ao me lembrar de Sergio. “ Papá ya te quiere mucho, campéon o princesa”. – Aí Meu Deus!! – Estava doendo muito. – Por que você fez isso comigo? Você ficava comigo, para se afastar dela e agora que está comigo me trai com ela? Por que? – Falava comigo mesma refletida no espelho enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Meu celular toca no quarto, corro para atendê-lo. Não é ele.
- Alô. – Atendo limpando as lagrimas com as costas da minha mão.
- Maria!! – Ouço a voz de Adam do outro lado da linha. Que saudades dessa voz.
- Oi. – Sorrio entre meio as lagrimas. – Tudo bem?
- Estou ótimo. Estou em Madrid. – Ele diz e meu coração palpita.
- Serio? Onde? Quando chegou? – Faço as perguntas ansiosa.
- Cheguei ontem, estou hospedado em um hotel no centro. Estou louco para te ver e matar a saudade. – Diz ele. – Vamos nos encontrar? Estou morrendo de saudades do Anthony. Como ele está?
Calma é muita coisa para processar.
- Não posso te encontrar no momento, estou com duas crianças em casa.
- Teve mais um filho?! – Ele rir. Bom é quase por aí. Penso.
- Não, meu enteado. Idiota.
- OK. Eu vou aí te ver. Claro, se o doutor estressado lá, não se incomodar.
- É claro que você pode vim. – Digo, voltando ao meu estado de antes. Explico meu endereço e ele assenti.
Ele já não faz parte da minha vida…. Somente da do meu filho.
- Chego para almoçar. – Ele fala se despede e desliga.
Olho para os dois anjos na cama e sorrio. O toque do meu celular me tira do meu transe, olho e desta vez é ele.
- Oi. – Atendo.
- Oi... – Ficamos alguns minutos em silêncio. – Podemos conversar? – Ele respira fundo.
- Depende.
- Depende? De que? – Ele é rápido nas perguntas.
- Um amigo meu vai vim aqui em casa e vamos almoçar.
- Maria que amigo? – Ele está aborrecido e com raiva.
- Adam, a pessoa que me ajudou no dia que Joss tentou.... – Paro. – Enfim... se quiser vim pode. – Não sei porque disse isso. Pode se dizer que já sinto falta dele?
- Não quero atrapalhar. – Ele desliga. Isso é falta de educação, PORRA!!! Que ódio!! Imbecil!!
Tomo um banho rápido, coloco um vestido reto de renda branco e desço para pensar o que vou cozinhar para Adam. Olho na internet alguns pratos e acabo minha pesquisa em decoração de quartos de meninas.
- Quem é você? Uma menininha ou um menininho. – Aliso minha barriga, enquanto converso com o ser dentro de mim.
Quando olho as horas me assusto, já tinha se passado uma hora, corro para cozinha. Opto em fazer salada de melão com camarão e arroz ao vinho branco. Verifico se tenho todos os ingredientes, não tenho vinho suficiente que preciso para colocar no arroz. Penso.
O monitor toca, corro para sala para atender o porteiro. Permito a entrada de Adam. Abro a porta e vejo um A3 Sedan da Audi preto estacionar na minha porta e o lindo e loiro Adam sair dele.
- Uau. – Sorrio, enquanto ele sai do carro, de óculos escuros e calça preta apertada e camisa branco de linho.
- Nada mal né, mas pena que é alugado. – Ele rir e passa seu braço pelo meu corpo me abraçando forte. – Você continua linda, Mari. -Ele me chama pelo mesmo apelido que ele colocou. Tira o óculo escuro e pendura-o na blusa.
- E você continua o loiro e gato de sempre. – Olho para ele que é muito mais alto.
- São seus olhos. – Seu sorriso é largo e lindo. – E o Anthony? – Entramos em casa e ele se senta no sofá. – E o Sergio? – Seu olhar rodopia a sala, rio.
- Está dormindo. E o Sergio.... Deve estar em um hotel.
- Briga? – Pergunta.
- Sim. Enfim .... tenho uma novidade para te contar. – Falo entusiasmada. - Bom, mas se eu te contar primeiro a Verônica vai ficar com ciúmes.
- Eu e ela não estamos nos falando. – Vejo-o ficar sem graça.
- Por que? O que aconteceu? – Pergunto me sentando no sofá ao seu lado.
- Tentamos ficar juntos, mas na primeira briga ela fez uma tempestade em copo d’ agua. – Ele solta o ar pesado. – Mas, qual é a novidade?
- Estou grávida. – Passo a mão pela barriga.
- Serio? Vou ser tio de novo? – Seu sorriso largo voltou.
- Tia Maria. – A voz de Junior corta a voz grossa de Adam. Olhamos em direção a voz que vinha do topo da escada, ele veio descendo esfregando os olhinhos, me levantei e o peguei no colo quando ele chegou no início.
- Bom dia meu amor. – Beijo seu rostinho sonolento.
- Quero meu bico. – Ele diz todo manhoso.
Enquanto converso com Junior, Adam fica observando. Pego o bico para Junior e entrego a ele.
- Fico me imaginando quando for pai. – Adam fala enquanto me observa com o pequeno.
- Você sabe que não precisa ficar só na imaginação. – Pisco. – Dá oi para o Tio Adam. – Digo ao Junior que sai do meu colo e vai até ao homem loiro sentado no sofá.
- Oi garotão. – Adam pego-o no colo e faz um toquinho com ele que agora está sentado ao seu lado.
A campainha se faz presente no ambiente.
Sergio!! Penso e meu coração acelera.
P.O.V. Sergio Ramos
Olho as horas no relógio. Uma e cinco.
- Cris, vou lá em casa para tentar falar com Maria. – Digo, mas na verdade quero ver quem é esse tal de Adam.
- Vai lá, e boa sorte. Espero que vocês se entendam. – Ele sorrir e eu entro na casa e subo para o quarto, tiro a roupa que visto e coloco outra e saio. Entro no carro e dou partida.
Vejo um Audi preto estacionado em frente à minha casa, aquilo fez meu sangue ferver. Estacionei logo atrás e sai, bate a campainha. Meu coração acelerou, estava com raiva ao mesmo tempo.... uma explosão de adrenalina se expandiu por todo meu corpo. Ela abriu a porta toda sorridente e assim que me viu seu sorriso desapareceu.
- Oi. – Ela sorriu sem graça. – Entra. – Me deu passagem.
- Como passou a noite? – Pergunto.
- Passei bem. – Ela sorrir. – Junior e Anthony me fizeram companhia e eu me divertir muito com os dois.
- Hmmm... – Estou me segurando para não fazer nenhuma pergunta sobre esse tal de Adam. Adentramos na casa, vi meu filho nos braços de um cara alto e loiro de costas para a entrada.
- Adam. – Maria chama sua atenção. – Esse é o Sergio, Sergio esse é o Adam, meu melhor amigo.
Ele se vira e Junior vem correndo para os meus braços. – Papá. – Pego-o.
- Eaí. – Ele me cumprimenta e eu faço o mesmo, apertando a sua mão.
No começo minha vontade era quebrar acara dele, mas como o passar do tempo eu e ele começamos a conversar e por fim eu me entendi com ele. Abri um Pinot Noir branco enquanto Maria cortava alguns legumes.
- Quer ajuda? – Pergunto a ela.
- Ah não precisa. – Maria sorrir gentilmente. – Queria mesmo era um pouco de vinho, mas como não posso....
- Maria lembra de quando eu, você e Verônica bebemos uma garrafa de vodka e três de vinho. – Ele rir.
- Ah como me lembro. – Ele também rir. – Ainda bem que Anthony naquela noite estava morto de cansaço e dormiu cedo.
Adam se virou para mim e me contou toda essa história e foi no dia que eles conheceram minha história com Maria. Sorrir e olhei para ela, que me olhava envergonhada.
- Então você contou nossa história para eles a base de álcool. – Sorrir de lado, olhando-a por cima da taça.
- Tinha raiva de você naquela época meu amor. – Eu sei que não estou bêbado e ouvir de sua boca “Meu amor”.... Sorrio.
Conversa vai conversa vem, vejo Maria abrir uma garrafa de vinho branco, o mesmo que estamos tomando e colocar em no arroz.
- Você não vai comer desse arroz, né? – Falo encarando ela, minha linda Maria.
- Não, separei um pouco para mim e os meninos. – Ela estava linda, toda sorridente. – Vou ver se consigo acorda o Tony, já volto.
Ela sai dali para o segundo andar.
- Obrigado por ter ajudado ela. – Digo. – Não tive a chance de te agradecer aquele dia.
- Ela não merecia ter passado pelo que passou ... ou melhor nenhuma mulher merece. – Adam diz. Junior chega na cozinha para me mostrar um novo jogo dele e saiu de novo para sala.
- Ela falou que vocês brigaram. – Assenti pegando mais vinho. – Dependendo do que você fez, fique sabendo que se isso chegar aos ouvidos de Verônica, ela vai aqui em menos de uma hora, se isso for possível e vai cortar sua garganta. Então meu amigo reza para isso não acontecer, porque ela faz de tudo por esses dois. – Ele diz se referindo ao Anthony e Maria. – Verônica é tipo a mãe protetora. – Ele fecha a boca assim que Maria chega na cozinha com Anthony nos braços. Me levanto e vou até os dois, pegando Anthony no colo e aproveitando o pouco espaço entre nos dois.
- Preciso falar com você. - Digo perto de seu ouvido, vendo-a balançar a cabeça e se afastar.
Senti um formigamento lá embaixo... Era o que ela causava em mim, com aquele vestido branco de renda que me deixava louco.
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