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História A Outra Chance - Jantar de boas vindas.


Escrita por: P_Imperatrix

Notas do Autor


Disclaimer: Sailor Moon não me pertence, não sou ryca, não tenho dinheiro pra burando u.u

Essa fic se passa três anos após Stars.

Beta-reader: Gy Ganoza

Capítulo 3 - Jantar de boas vindas.


“A vida vai brilhar diante de meus olhos
Tão dispersos e perdidos
Quero alcançar o outro lado
Ninguém

Acha que é o culpado
Por que não conseguimos ver
Que, quando sangramos,
sangramos igual?”


Muse – Map Of Problematique

 

Naquela manhã, acordou ao sentir o corpo dela deixar o descanso sobre seu peito para rolar para o outro lado, ficando de costas. Um ato tão pequeno, mas que lhe causou um devastador sentimento de perda, de forma que, não precisou olhar para ela para saber que estava tudo errado e que a noite anterior fora um erro.

E, para saber também, que nem por um segundo em tanto tempo, seus sentimentos por ela mudaram e, por isso, foi com um terror horrível que encarou o rosto lívido pelo reflexo que fazia na enorme parede de vidro da sala de estar.

Ele fez uma débil tentativa de tocá-la, mas ela se sentou, fugindo do toque, se escondendo como podia dos olhos dele, pegando as roupas espalhadas.

– Algo errado? – outro ato débil, e ele sabia disso, afinal, o que não estava errado?

Ela parecia ter seguido a mesma linha de raciocínio, pois riu sem humor.

– É só que... Eu estapeei a Rei por ter me acusado de querer ir pra cama com você e fugi para fazer exatamente o que ela sugeriu. Sou uma hipócrita nojenta, não é mesmo? A mesma Venus Vadia de sempre! – ela riu novamente, mas dessa vez soou mais como um choramingar sufocado. – Eu nem ao menos sei seu nome!

Desarmado pelas palavras dela, ele não soube o que dizer nem como agir. Só conseguia reparar que ela não parecia querer saber qual era seu nome, não se importava. E aquilo lhe doeu mais do que ele poderia expressar, mesmo se não fosse uma pessoa tão contida.

Ela desfez o contato visual, incapaz de encarar a dor nos olhos dele.

– Onde...?

– O banheiro fica por ali – apontou, sua voz rouca e sem emoção.

Ele a olhou partindo, lembrando que a visão dela pelas costas fora a última coisa que vira quando ela o matou na primeira grande batalha antes de tudo desaparecer em escuridão. Perguntou-se: Iria aquela imagem o assombrar para sempre?

oOoOo

Arthemis, que já estava tenso, escutou entrecortadamente a discussão na sala, já sabia o assunto, Minako ter dormido fora sem avisar a ninguém. Ele tinha uma boa ideia de onde ela estivera, assim com a visitante silenciosa ao seu lado, e não poderiam dizer que gostavam dela.

A loira entrou no quarto batendo a porta com irritação ao passar, olhou para ele com os olhos mais magoados do mundo, até encontrar os de Rei.

O par de ônix a encarou de volta. Em chamas.

– Não acredito que vim aqui me desculpar com você – e riu sem humor, pegando a bolsa e se levantando para sair – Afinal, olha pra você, nada do que eu disse se mostrou infundado, não foi?

– Rei, é melhor você ir embora – aconselhou Arthemis que, sabendo do acontecido do dia anterior, tinha medo do que poderia sair de as duas juntas, quase que sozinhas.

Mas Minako não parecia inclinada a revidar e as primeiras lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

– Não, está tudo bem Arthemis – Minako secou as lágrimas com as costas das mãos. – Eu mereci essa, ela está certa.

Os olhos de Rei se arregalaram e a fúria, ia esvaindo aos poucos de seu corpo. Ela esperava qualquer coisa de Minako, mas essa derrota, esse abandono, com isso ela não sabia lidar, não tinha como ganhar uma batalha contra um inimigo que se recusava a lutar.

– O que você está fazendo, Minako? – a pergunta saiu em com uma nota de histeria e outra grave de preocupação.

– O que quer que tenha sido – fungou –, pode ficar tranquila, acabou.

Rei sentiu algo muito valioso quebrar dentro de si. Aquilo era muito estranho, ver Minako devastada daquela forma. Logo ela, sua líder, sempre tão destemida e confiante, que lutou sozinha com apenas treze anos, se mostrar tão vencida daquela forma.

Queria tomar-lhe as mãos, secar suas lágrimas e abraçá-la, mas ela estava confraternizando com um traidor e ela não podia perdoar tão fácil, então, com um último olhar para a amiga e outro para Arthemis com uma súplica muda para que ele cuidasse de Mina, deixou a casa dos Aino.

oOoOo

O alerta de seu comunicador tocava insistentemente, mas ela, costumada a ignorá-lo, continuou a dormir. O mesmo não ocorreu a Mamoru que abriu os olhos instantaneamente.

– Usa... – chamou, mas ela não parecia ter vontade nenhuma de se levantar e resmungou alguma coisa inteligível contra seu pescoço. – Usako, seu comunicador está tocando, pode ser algo importante.

Com um pouco mais de insistência, beijos e finalmente cosquinhas, ela abriu os olhos, batendo as pestanas douradas preguiçosamente, sem vontade nenhuma de mantê-los abertos.

Os braços, moles, moveram-se em direção ao criado-mudo, a bolsa rosada, seu alvo. A descoordenação matinal, e usual, foi suficiente para, em três longos segundos, esparramar o conteúdo pelo chão. Olhou, irritada, para comunicador, agora a poucos metros da cama. Sem tirar os pés do colchão, arrastou-se sobre as mãos em direção ao ponto que apitava. O comunicador cor-de-rosa apitava loucamente quando ela finalmente conseguiu alcança-lo.

– USAGI! – “Oh não! Rei...”, pensou emburrada.

– Não é nada de importante, Mamo-chan, é só a Rei-chan que não tem nada pra fazer e me liga a essa hora da madrugada – já era quase meio-dia, na verdade – achando que meu ouvido é penico para aturar a gritaria dela! – ela disse tudo muito rápido e com uma irritação digna de uma criança pequena. Mamoru riu de leve, achando engraçado, mas fez de modo que Rei não visse, ainda tinha noção do perigo.

– NÃO SE ATREVA A DESLIGAR NA MINHA CARA! – gritou quando viu que Usagi ameaçara fazê-lo. Mamoru se encolheu com o volume que a voz chegou nas palavras seguintes – VOCÊ NÃO TEM IDÉIA DO PAVOR QUE EU SENTI QUANDO ENTREI NAQUELE QUARTO E NÃO TE ENCONTREI, SUA IDIOTA! NO QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO? SUA IRRESPONSÁVEL! SE NÓS DIZEMOS QUE É PERIGOSO FICAR NA CASA DO MAMORU SOZINHA É PORQUE É! E...


A partir daí, Usagi só escutou blá, blá, blá,...

– Tive uma ideia maravilhosa! – exclamou Usagi, com tal energia que uma das mangas da camisa de Mamoru, que vestia, muito grande para ela, escorregou desnudando um de seus ombros.

– DA PRÓXIMA VEZ, EU VOU TE PRENDER NO TEMPLO COM UMA CORRENTE E... Hã?

– O que você disse, Usako? – perguntou Mamoru tirando, finalmente, os dedos dos ouvidos.

– Que eu tive uma ideia maravilhosa, como todas as ideias que eu tenho, hohoho.

Mamoru, que por mais que amasse incondicionalmente sua Usako, não poderia concordar com tal afirmação pretensiosa, temendo a resposta, perguntou:

– Que ideia, Usa...?

– Que tal você convidar todo mundo para um jantar amanhã à noite aqui?

– Er... Aqui? Todo mundo?

– Sim. Todas as meninas, incluindo: Michiru-san, Haruka-san, Setsuna-san e Hotaru-chan! E o Shitennou, é claro, assim todo mundo se conhece!

– Bem, é realmente uma boa ideia, mas Usa... – ele sorriu desconcertado para ela, feliz e agradecido pela iniciativa, mas preocupado com como isso poderia terminar, seu cérebro imaginava cenas em que Rei, Makoto e Haruka tentavam destruir sua guarda e no processo seu apartamento.

– EU NÃO...!

– Avise para as outras, sim, Rei-chan? – pediu amavelmente antes de desligar o comunicador interrompendo a continuação do discurso aos gritos da outra.

Ela alegremente largou o comunicador em qualquer lugar e pulou de volta para cama, impedindo Mamoru que ameaçava a se levantar.

– Pronto, Mamo-chan, podemos voltar a dormir!

– Dormir, Usako? Já é quase uma da tarde! – disse divertido, mas não fazendo nenhum esforço para contrariá-la – Hey, você não disse que tinha que estar em casa antes do meio-dia?

Ela gemeu e frustração com o rosto enfiado no peito do noivo.

– Não quero ir pra casa, Mamo-chan! – ela levantou o rosto para olhá-lo. – Mama vai gritar comigo! Se as pessoas continuarem gritando comigo assim, aos quarenta eu vou estar surdinha! Já pensou?! E o pior que eu nunca vou conseguir aprender aquela linguagem de sinais e ninguém nunca vai saber o que eu estou falando! – ela estava à beira das lágrimas com a fantasia louca que criara.

Mamoru apertou os lábios e franziu o cenho para não rir.

– Usako, você nunca vai chegar aos quarenta! Fisicamente, pelo menos...

– Você está parecendo muito ansioso para me ver pelas costas! – acusou, passando da tristeza para “raiva” em segundos. – Que tipo de noivo é você, ein, Mamo-chan?

– Usako...

oOoOo

As quatro estavam no Game Center. Era costumeiro que se encontrassem ali depois das aulas, como quando faziam nos tempo de escola. Usagi não estava já que, como de costume, havia matado aula.

– Agora um jantar! O que eles estão esperando? Que eu faça um bolo com “Wellcome Shitennou. Não nos traia e tente nos matar dessa vez.” para eles ou o que?

“O bolo você pode fazer Mako, porque o “ou o que” a Minako já fez.” Rei se sentiu culpada pelo pensamento cruel. O clima ainda estava estranho entre as quatro graças à briga do dia anterior, mas depois da curta conversa que haviam tido de manhã, em mudo consenso, Rei e Minako decidiram agir como se nada houvesse acontecido e as outras não achavam que cabia a elas comentar qualquer coisa.

– O que as outras disseram? – perguntou Minako. Rei a olhou por cima de seu milk-shake. Estava um pouco mais calada que o normal, mas ninguém parecia ter notado nada mais de diferente.

– Que vão, é claro. – respondeu Makoto. – Você que não tem nada que a Usagi-chan peça sorrindo que a Haruka-san não faça chorando! – riu-se. – E se ela vai, as outras três também vão.

– Eu não vou – declarou Rei teimosamente, Makoto revirou os olhos.

– Rei-chan, você está sendo infantil...

– Infantil, Ami? Eles tentaram nos matar e agora querem que os recebamos de braços abertos?

– Mas nesse caso, também não deveríamos nos relacionar com o Mamoru-san, que era nosso inimigo no início, nem com Michiru-san e Haruka-san que também agiram como nossas inimigas por bastante tempo... Ou Hotaru-chan que foi uma de nossas inimigas mais poderosas, ainda que controlada pelo Pharaoh 90 e, é claro, ChibiUsa-chan, que mesmo tão nossa princesa quanto Usagi-chan, também já lutou conta nós como Dark Lady...E até mesmo nós quatro, quando controladas por aqueles braceletes da Sailor Galáxia... E se você pensar bem, eles não nos pediram nada e nem acredito que vão pedir. Se estou indo nesse jantar, é pela Usagi-chan e pelo Mamoru-san...

Mas Rei não se deixou seduzir pelas palavras da amiga, virando o rosto, irredutível.

Makoto, que também não era muito paciente, se irritou.

– Se não quiser ir, não vá, Rei, mas depois não fique reclamando se não levarmos sua opinião em conta lá.

– Meninas, por favor – pediu Minako – Olha, pelo que eu entendi, esse jantar vai ser pra apresentar o Shitennou para as outs e pedir nossa opinião como um todo sobre o caso deles. – Ela tomou um gole do milk-shake enquanto examinava suas ideias cautelosamente – Então, eu vou sugerir uma votação sobre o que deveríamos fazer sobre eles, para nos dividir em quem é contra ou a favor de nós darmos uma chance para o Shitennou. Me parece justo.

– Claro que parece! Já que, pelo visto, Ami e Makoto vão votar a seu favor e a favor deles! Quando vocês tiverem com a faca no pescoço segurada pela mão de um dos honoráveis componentes daquele exemplo de guarda que é a do Prince Endymion, vão se lembrar do meu voto negativo!

E antes que alguém pudesse revidar, pegou a bolsa com violência e saiu.

– Não fiquem com raiva dela – pediu Minako com um suspiro cansado. – Só está fazendo o que acha certo. – E apoiou o rosto nas mãos apoiadas pelos cotovelos em cima do balcão – E talvez esteja certa mesmo... – completou num sussurro.


Notas Finais


N/A: Capítulo filler ninguém curte né? LOL

Acabou que tudo que eu adiantei para vocês que aconteceria no capítulo três só vai rolar mesmo no quatro.

Mas vai, até que não foi um completo desperdício, tivemos MinaKunz na fossa, MinaRei caminhando para um acerto e Makoto candidata a vira-casaca.

No fim, foi mais um capítulo de introdução, chato, mas necessário.

Sobre as previsões furadas, como o quatro já começa no jantar, já podem contar com outs, shitennou e a tal visita especial XD

Muito obrigada a todos que estão lendo e comentando, Anita, Purple, no Olho Azul a Luiza e no Nyah a Jeny-chan.

E um obrigada a Gy Ganoza por betar tão maravilhosamente esse capítulo. *0*

Muito obrigada, mesmo!

Kisses e até o próximo cap!


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