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História A OUTRA FACE de Jaejoong - O herdeiro de Lee Donghae


Escrita por: barbieviolet

Notas do Autor


Saindo um novo capítulo
Desculpe os erros

Capítulo 7 - O herdeiro de Lee Donghae


Fanfic / Fanfiction A OUTRA FACE de Jaejoong - O herdeiro de Lee Donghae

  Capítulo 7

                O  herdeiro de Lee Donghae

 

       De manhã na casa da família Jung, o casal tomava o desjejum na copa da sala do jantar, era uma pequena sala que fica rente as enormes janelas. Heechul adoçou seu café preto olhando sua esposa.

    - O que foi, BoA ?

   Ela levantou os olhos da xícara de café amargo, olhando muito séria para seu esposo.

    - Nada – soprou o liquido fumegante e bebeu um gole – Acha que eu tenho alguma coisa ?

     - Não sei. Desde ontem notei que você anda muito perturbada, estou preocupado.

     BoA riu com desdém.

     - Ah, meu querido, como você é atencioso – debochou.

    O olhar de Heechul endureceu.

    - BoA, podemos não ser mais aquele casal de antes, mas você é minha esposa tenho o dever de cuidar de você.

    - Se naquela época eu soubesse que você era um adotado, nunca teria me casado. Espero que aquele moribundo não nos tire do testamento.

     - Será a decisão do meu irmão, ele é o dono de tudo – pegou um mini pão fresco da cesta – E o que ele decidir vamos ter que aceitar.

     - Ele que não se atreva nos deserdar – disse com severidade.

     Naquele instante uma empregada entrou se aproximando pouco da mesa.

    - Com licença, BoA-sama.

    - O que é, Megumi ?

    - A senhora me pediu para avisar quando a Yoona-san chegasse. Ela acabou de chegar .

    - Megumi, de onde minha filha esta vindo ?

    - Não sei senhor. Com licença – e saiu.

     Limpando a boca com um guardanapo, BoA se ergueu se afastando da mesa.

    - Você sabe aonde Yoona estava ?

    BoA deu de ombros.

   - Ora meu bem, você não sabe ?

   - Passo o dia todo trabalhando e a noite fico muito cansado, como vou saber ?

    - Meu querido, você é um inútil.

    Heeechul levantou brusco.

    - E você a cada dia que passa, esta ficando mais insuportável – se aproximou dela a olhando com frieza – Se tem algo que vou me arrepender pelo resto da vida é ter me casado com você. Tenha um bom dia – e saiu.

    Minutos depois, BoA encontrou sua filha se dirigindo a escada.

    - Espere, Yoona – a chamou. A jovem voltou olhando sua mãe – Venha, temos que conversar.

    As duas foram para a sala principal. Yoona sentou no grande sofá afastando algumas almofadas, sendo fitada por sua mãe. A moça ainda estava usando o vestido que havia usado na noite passada, os cabelos pintados estavam revoltos e o rosto maquiado.

    - Aonde esteve todo esse tempo ?

   - Mãe, a senhora sabe. Estava na festa na casa de um amigo do meu namorado.

    BoA encarava sua filha, estava preocupada e enfurecida ao mesmo tempo.

   - E por que só chegou agora ? Moças decentes, de famílias honradas não ficam dormindo fora de casa.

    - Família honrada ? – Yoona riu zombando – Me diga, mãe, e aonde esta essa família “honrada”.

    BoA passou a mão na testa, procurando manter a calma.

     - Yoona, é melhor não me provocar. Esta se esquecendo da nossa posição ? O que os nossos vizinhos vão pensar.

    - Eles que se danem, e a senhora sabe que eu já dormi muitas vezes fora – levantou jogando uma mecha de cima do ombro – Ah, e antes que continue com o enfadonho Interrogatório, vou contar tudo. Bebi até ficar bêbada, transei muito, mas fique tranquila, ele usou preservativo... – a moça gritou de dor, o lado de seu rosto sendo esbofeteado com força.

    - Sua vadia !Coloquei você no melhor colégio do país, seu pai pagou a mais cara faculdade para ter um futuro brilhante, e você fica se comportando como uma qualquer – falou enraivecida.

    - A vida é minha, sou adulta, e o que eu faço não é problema seu ! – berrou furiosa com os olhos marejados – A senhora não vai me controlar como faz com o Yunho.

    BoA deu-lhe outro tapa mais forte, a derrubando sentada no sofá.

     - Me respeita ! – se aproximou com olhar hostil pegando o queixo de sua filha – E da próxima vez que gritar comigo, vou bater tanto em você que vai ficar de cama por uma semana, entendeu ?

Mesmo assustada e com dor, Yoona se manteve firme fitando o semblante amargo de sua mãe.

     - Pode me bater se quiser, não vou virar seu fantoche – falou muito rude.

    BoA se afastou olhando sua filha com olhar bastante rigoroso.

    - Você é uma decepção. Esta com 25 anos e ainda nem foi capaz de me dar um neto, vai tomar banho, você esta horrível.

    Mordiscando o lábio inferior, Yoona levantou saindo rápido dali. Se fosse para chorar não o faria na frente de sua mãe.

   O telefone da sala tocou e BoA o pegou atendendo a ligação.

    - Sim ?

   - É você, BoA ?Ah, bom dia !

    - Bom dia ! – suspirou amaciando o timbre da voz – Que surpresa, você ligar, Donghae.

   - Pois é, como estão as coisas por aí ?

   - Minha nossa, não me diga que esta preocupado com nós.

   - Estou apenas sendo cortês. E o Heechul, ele esta ?

   - Não, foi para a fábrica, mas por que você ligou ?

    - Tenho que dar um aviso a você.

    - Mas que aviso ? –BoA sentiu o peito apertado, suas mãos ficando frias.

    - Reúna toda a família para amanhã a noite jantar na sua casa, eu estarei também e vou trazer uma pessoa comigo.

    - Vai trazer uma pessoa com você ? De quem esta falando ?

    - Não vou dizer.

    - Tudo bem, mas qual é o motivo desse jantar, tem alguma razão especial ?

    - Huh, com toda certeza. É melhor que não falte ninguém, posso te garantir, querida BoA, será uma noite inesquecível – e desligou.

   - Espera... Desgraçado ! – soprou entre os dentes jogando o telefone do seu lado em cima do sofá. Cruzando as pernas, ficou pensando seriamente na ligação de Donghae. O que diabos aquele homem infeliz estava tramando ? Por que ele parecia tão feliz no telefone ? Era como se nem estivesse doente.

   - Senhora ? Senhora ?

   BoA ergueu o rosto encontrando o olhar da empregada.

   - Fale, Megumi ?

   - A senhora esta bem ?

   O rosto de BoA ficou rígido.

    - Sim, pareço doente ?

   - Não, de jeito nenhum, é que faz um tempinho que estou chamando e a senhora parece que não estava me ouvindo.

   - Ahn. E o que é agora ?

   - O celular da senhora estava agora pouco tocando – entregou na mão de sua patroa – E já faz um tempo que esta tocando, deve ser alguém querendo falar com a senhora.

   Desbloqueando a tela, BoA foi na caixa de mensagens e abriu vendo o número da pessoa que tinha ligado. Erguendo os olhos viu que a empregada continuava ali.

   Ficando pálida, a jovem com apenas um olhar entendeu o recado.

    - Perdoe-me, BoA-sama –e saiu.

     O celular tocou novamente. BoA atendeu.

    - Quantas vezes avisei você para não ficar ligando no meu celular.

     - Mas se eu ligasse para o telefone da sua casa, você também não gostaria.

     - Siwon, o que você quer ?

     - Preciso de grana, muita grana.

     - E todo aquele dinheiro que dei para você ?

     - Aquela grana acabou. Estou agora na delegacia.

     BoA riu com sarcasmo.

    - Você esta preso. O que fez dessa vez, assaltou uma velhinha aposentada ? – zombou.

     - Mas é claro que não. Roubei um supermercado aqui no bairro vizinho que eu moro e acabei  me ferrando. O advogado que esta aqui comigo me disse que posso ser solto se eu pagar a fiança.

     - Você é uma doença para sociedade. Por que não arruma um emprego?

    - Acho bom a senhora não se intrometer na minha vida.

    - Bem, se eu quiser posso manter você na cadeia por muitos anos. Eu sei que sua ficha esta suja.

     - Faça isso, e eu conto toda a verdade para o seu filho. Você sabia que o meu namorado e o Yunho são amigos ? Claro que não sabia.

    - E por que seu namorado não paga a fiança ? – perguntou bastante irritada.

     - Prefiro não incomodar o meu amado Kyu. Ele nem esta sabendo.

    - Por que eu iria querer ajudar você ?

   - Muito simples, isso vai-lhe dar vantagem e eu sei que a senhora ainda vai precisar dos meus serviços.

     BoA sabia que o jovem estava certo. Tinha pressentimento que um dia iria precisar dele.

   - Esta bem, vou pagar sua fiança.

   - Valeu, BoA-san. E não esqueça o dinheiro do almoço, estou com muita fome, quero almoçar num restaurante cinco estrelas.

   - Você ficaria bem melhor comendo com os cachorros – ficou se mordendo de raiva ouvindo Siwon rir e desligou por muito pouco não jogando o celular no chão.

   Duas horas mais tarde, longe dali. Bairro Harakuju, edifício Haru, décimo andar. Kyuhyun tinha acabado de chegar de uma loja de produtos naturais e estava entrando no apartamento.

   - Siwon ? Siwon ? –  percebeu contristado que seu namorado ainda não tinha voltado. Fazia alguns dias que ele não aparecia.

   Deixando as sacolas na mesa da cozinha, voltou para a sala e apertou o botão da secretária eletrônica para ouvir as mensagens.

  “ Oi filhinho, é a mamãe, estou morrendo de saudades, quando vem nos visitar. Por favor, volta morar aqui com a gente, espero que esteja se alimentando bem.

   Sorrindo, Kyuhyun passou para a próxima mensagem.

  “ Olá Kyuhyun, é o Yunho, você sabia que o Yoochun e o esposo dele vão embora hoje a tarde para os Estados Unidos ? A gente precisava um dia desses marcar um lugar para conversar “

    Ignorando as seguintes mensagens, se afastou dali voltando para a cozinha e foi guardando as compras pensando em seu namorado .

   - Não vou chorar, quem aquele infeliz esta pensando que eu sou – murmurou muito aborrecido. Olhou no relógio de parede, era 11:30, hora de cuidar do almoço, mas não estava com fome

Olhou cansado para a pia cheia de louça suja. Siwon estava certo, quando disse uma vez que precisavam de uma empregada. E para ajudar, hoje era dia de faxina.

   Pegando um balde com produtos de limpeza e outra ferramentas, foi para a suíte principal e começou a limpar. Quarenta minutos depois, sentindo fome deu uma pausa indo na cozinha, abrindo o refrigerador pegou alguns potes encontrado arroz, grão de bico e estrogonofe de carne, fez um prato colocando para esquentar no micro-ondas. Depois de comer, descansou alguns minutos e voltou ao trabalho.

   Concentrado nos afazeres, se assustou quando a campainha tocou.Saindo do banheiro de visitas, tirou as luvas amarelas de borracha e foi atender a porta. Pelo som insistente, devia ser algum vizinho daquele andar querendo alguma coisa.

   Olhando no olho de gato ficou bastante pasmo vendo que era Siwon. Estremeceu, sendo tomado de raiva e alegria ao mesmo tempo. A campainha tocou a quarta vez, estava com saudades dele, no entanto seu bom senso o aconselhava não abrir a porta.

   - Kyu, meu amor, abre a porta por favor – ouviu a voz do maior do lado de fora.

   Levando a mão na chave destrancou abrindo a porta, mal apareceu no batende e foi agarrado pelo maior.

   -Ah Kyu,senti tanto sua falta ! – berrou chorando.

   O menor ficou imóvel e calado, podendo ouvir e sentir as batidas fortes do coração de Siwon.

   - Siwon, precisamos conversar.

   - Sim, tem razão – e o soltou lhe dando espaço.

   Kyu o fitou da cabeça aos pés.

   - Você esta horrível. Por onde andou ?

   Passando pelo menor, Siwon entrou na sala sentando no sofá, erguendo o rosto viu Kyuhyun de pé com os braços cruzados sobre o peito o olhando com expressão muito severa.

   - Siwon, aonde você estava ?

   - Eu...er eu – na verdade nem sabia por onde começar, como iria falar para Kyu que até um tempo atrás que estivera preso.

   - Siwon, eu estou esperando, com certeza você deve ter uma boa explicação.

   - Esta certo – respirando fundo levantou sem encarar o menor – Eu fui preso.

  Kyuhyun rompeu numa risada de troça. Estava querendo entender o motivo do maior ter contado aquela piada.

   - Nos conhecemos acho que uns três anos, mas não sabia que você era comediante.

   Bastante irritado, Siwon segurou com força o menor pelos ombros.

   - Droga, Kyu, é muito sério, não estou brincando ! – bradou o balançando.

   Kyuhyun empalideceu, muito aflito.

   - V-Você realmente foi preso ?

    Siwon o soltou se afastando.

    - Sim. Desculpe, não teve como evitar.

    A garganta do menor estava muito seca, o corpo trêmulo.

   - O que você fez dessa vez ? – indagou. Essa não seria a primeira vez que Siwon era preso.

   Com a mão tremendo, Siwon a passou no rosto.

   - Assaltei um supermercado, mas não se preocupe, não feri ninguém.

   O corpo do menor ficou frio, os olhos enchendo de lágrimas.

   - Eu não tive escolha, estava precisando de muito dinheiro.

   - Você foi para a cadeia de novo.

   - Me desculpe, meu amor – pediu com suavidade, quis toca-lo no rosto, mas o menor se afastou.

   - Por que você assaltou um supermercado ? – estava tentando de tudo manter a calma, porém quanto mais passava o tempo, mais tinha vontade de atacar o maior.

   - Eu...eu precisava de dinheiro para pagar minhas dívidas com uns caras barra pesada e também comprar drogas – criando coragem, olhou o menor ficando contristado o vendo chorar – Não chore, Kyu – estendeu a mão querendo toca-lo na bochecha.

   - Não toque em mim ! – berrou batendo com força na mão do maior.

   Atordoado, Siwon se afastou fitando o menor.

   - K-Kyu.

   Chorando, Kyuhyun caiu sentado no sofá. Aquilo não podia estar acontecendo de novo.

   - Você tinha parado de usar drogas.

   - Hum, sim, é que voltei usar – desviou o olhar se sentindo mal.

   - A quanto tempo ?

   - Acho que tem pouco mais de duas semanas.

   - Isso não esta acontecendo – cobriu o rosto com as mãos.

   Siwon sentou ao lado do menor afagando seus cabelos.

   - Eu sinto muito mesmo.

   Enraivecido, Kyuhyun se levantou bruscamente do sofá. Siwon ficou bastante angustiado.

    - Siwon, você me prometeu que não iria mais mexer com essas porcarias.

   - Sim, eu prometi – se ergueu com os olhos marejados – Mas o vicio foi bem mais forte que eu. Por favor, Kyu, não me olhe desse jeito.

   O menor se afastou mais ficando atrás do sofá.

    - Fui um tremendo tolo por achar que você tinha mudado – disse furioso – Você é uma decepção.

   - Foi mal, não sou certinho como você – as lágrimas desciam pelas faces.

    Kyuhyun deu as costas, as lágrimas não paravam de cair, a dor dificultava sua respiração.

   - Que jeito mais patético de encarar um problema – levou a mão no peito – Me desculpe Siwon, não posso mais continuar com você.    

Sendo tomado pelo desespero, Siwon avançou no menor o segurando fortemente pelos braços.

     - Não pode estar falando sério.

     - Estou sim – o fitou nos olhos, os lábios tremiam – Você prometeu parar de mexer com drogas e... essa não foi a primeira vez.

     - O vicio é muito mais forte que eu – bradou aflito.

     O coração de Kyuhyun se comprimiu.

     - Siwon, você precisa se tratar. Tem que buscar ajuda.

     - Buscar ajuda ? – seu semblante se tornou sombrio – Esta me dizendo para eu buscar ajuda num centro de reabilitação ?

     - Sim.

    O maior o soltou se afastando de cabeça baixa.

    - Kyuhyun, você sabe não é ? Sabe que eu detesto ficar internado.

    - Mas, Siwon, é para o seu bem – esticando o braço o tocou no rosto –Por favor, faça isso por mim.

    Siwon tremeu, de repente sendo invadido por uma sensação ruim. Sua mente sendo aos poucos preenchidas por horríveis recordações. Levou as mãos na cabeça agarrando o próprio cabelo.

    - Não quero ficar internado – murmurou.

   O menor vendo-o naquele estado, ficou bastante preocupado.

   - Siwon, entendo que para você é difícil , mas não pode continuar desse jeito.

   - Você não entende nada ! – gritou enraivecido, olhando com ódio para o menor.

    Amedrontado, Kyuhyun se afastou mais. Era a primeira vez que via o mais velho o olhando daquela forma.

   - S-Siwon ?

     O maior deu as costas mordiscando os lábios.

     - Vou sair um pouco, preciso refrescar minha cabeça – virou o semblante de lado – Me desculpe, não queria ter gritado.

     Kyuhyun abaixou os olhos.

    - Eu o amo, Siwon – as lágrimas desciam molhando sua boca – Estou preocupado demais com você, não suporto isso.

   Siwon se virou, olhando triste para o menor.

   - Kyu, não precisa se preocupar, prometo que vai ficar tudo bem. Vou dar uma saída, quando voltar, nós conversamos – e saiu dali fechando a porta.

   - Você é cruel, Siwon – limpou o rosto com a mão – Se não tem outro jeito, eu só tenho uma escolha – foi para a suíte e sem hesitar arrumou suas coisas.

   Duas horas depois quando Siwon retornou, o jovem estranhou muito sendo parado pelo porteiro que lhe entregou a chave do apartamento. Com o peito bastante apertado, Siwon  pegou o elevador com a mão tremendo apertando o botão.

   “ Kyuhyun, você não pode ter feito isso comigo “

    Chegando no apartamento destrancou a porta e entrou.

    - Kyu ! Kyu, meu amor ! – o chamou atravessando a sala, o lugar estava silencioso demais. Procurou o menor em tudo e não o encontrando. Com respiração arquejante, Siwon voltou para a cozinha dando mais uma olhada por ali encontrando um bilhete preso na porta do refrigerador.

    Tirando o bilhete dali, seus olhos ficaram marejados, o corpo ficando frio e dolorido.

   “ Perdoe –me, Siwon, fui tolerante demais com você, mas chega, não posso mais continuar com você do modo que esta.Vamos dar um tempo, por favor não me procure “

    Chorando, Siwon amassou o papel, o desespero consumindo-o.

   - Kyu, você não pode fazer isso comigo ! – berrou. Cego de raiva acabou destruindo quase toda a cozinha. Algum tempo depois pegando a chave do carro saiu dali, mesmo Kyuhyun não querendo iria procura-lo.

     

   De noite, bairro Shibuya.

    Taeyeon entrou com seu BMW na garagem da casa de seu noivo, a porta sendo aberta pelo mordomo.

     - Obrigada, Akira.

     - A senhorita esta bem atrasada.

     - Eu sei – pegou a bolsa colocando no ombro mais algumas sacolas e entregou a chave do carro para o mordomo – Tranca para mim, Akira.

     Akira abaixou a cabeça obedecendo.

     Saindo dali pegou um caminho mais curto entrando na casa pela porta da frente sendo recebida por uma empregada.

    - Boa noite, Taeyeon –san.

    Olhando a criada com desdém, Taeyeon atravessou o hall.

     - Meu noivo esta em casa ?

     - Sim senhorita.

     - Estou aqui, Taeyeon – ouviu a voz de Yunho vindo da sala principal. Olhou para a empregada dando a bolsa e as sacolas – Leve para minha suíte e muito cuidado com minhas coisas, outro dia você acabou com minhas compras.

    A empregada estava de cabeça baixa, as mãos cruzadas no avental.

    - Perdoe-me, Taeyeon-san, é que naquele dia...

    - Chega ! – cortou muito rude – Você é um caso perdido, sorte sua que o Yunho é um bom patrão, mas depois de nos casarmos eu vou demitir você – e saiu deixando a criada angustiada.

    Entrando na sala Taeyeon se aproximou do noivo que estava sentado no sofá a fitando bastante sério.

   - Boa noite, meu amor – sentado segurou o rosto dele o beijando nos lábios.

    Yunho se liberou.

   - Aonde você estava ?

   - Eu disse antes, estive na casa dos meus pais – chegou mais perto passando a mão no peito forte, mesmo com a camisa dava para sentir os músculos trabalho através do tecido – Você sabe como minha mãe gosta de conversar comigo.

   - É, eu sei – segurou a mão dela, seu semblante ficando ameno – Já jantou ?

   -Ainda não – sorriu mordendo o lábio inferior.

   - Então vamos jantar – Yunho fez menção de se levantar, mas foi segurado pelo braço.

    - Yunho, hoje você ainda não me beijou.

     Sorrindo Yunho voltou beijando os lábios pintados de sua noiva. Taeyeon passou os braços em volta de seu pescoço correspondendo, as bocas se movendo vagarosamente os lábios de ambos se abrindo um pouco, a língua dela introduzindo no interior da boca dele. As línguas se encontrando, o beijo ficando excitante.

    Quando pararam ficaram abraçados ofegantes. Taeyeon se afastou um pouco o olhando nos olhos.

    - Yunho, você me ama ?

   O semblante dele mudou ficando rígido.

    - Por que esta me fazendo essa pergunta ?

    - Faz tempo que você não diz que me ama.

     A garganta de Yunho ficou seca.

    - Sim, eu amo você – respondeu sem pingo de emoção.

    Sorrindo acariciou o rosto dele passando o dedo ao redor dos lábios carnudos.

   - Me ama mais do que amou o JaeJoong ?

    O coração de Yunho falhou uma batida.

   - Por que mencionou o nome daquele garoto ?

    - Nada de mais, apenas fiz uma simples pergunta.

     Yunho se afastou o calor que a pouco tinha o envolvido foi sumindo.

    - Estou esperando, Yunho.

    - Não sou obrigado a te responder.

    - Estou obrigando você – o olhar dela era bastante severo – Sou sua noiva, a futura mãe de seus filhos, tenho que saber.

   Ele torceu os lábios, seu rosto se fechando.

    - Acabei de dizer que amo você, isso não é o suficiente ?

    - Não – colocou uma mão na cintura – O que foi, Yunho é só me responder.

     - Melhor eu não responder – se virou de costas.

     - E por que ? – pegando-o pelo cotovelo o obrigou a olha-la –Você ainda ama aquele indigente.

     - Taeyeon, como pode falar uma coisa dessa.

     - Sim, você ama aquele desgraçado ! – alterou bem a voz apontando o dedo no rosto do mais velho – Não adianta mentir para mim.

      - Taeyeon, se acalme – pediu muito gentil.

      Os olhos dela se encheram de lágrimas, suas bochechas ficando coradas.

     - Como quer que eu fique calma. Estamos noivos e você ainda caído por aquele garoto cego – falou muito aborrecida.

    Yunho desviou o olhar. Tudo o que queria naquele momento era sair dali.

    - Esta vendo, você nem negou, seu infeliz ! – berrou o empurrando.

    - Por favor Taeyeon, se acalme, vai fazer mal ao nosso bebê.

     - Claro e você se importa muito – zombou. Se afastou dele saindo da sala.

     - Sim, me importo – Yunho a seguiu, os dois se dirigindo a uma outra sala – Você esta grávida de um filho meu – a segurou pelo braço obrigando-a  a parar – Acho bom se cuidar.

    Taeyeon o olhou com raiva, com um puxão se soltando.

    - Olha, que coisa incrível, meu amor – debochou.

   Uma empregada se aproximou.

     - Yunho-sama, o jantar esta servido.

     - Obrigada, Melina – respondeu Taeyeon, sua expressão mudando subitamente.

     Yunho a olhava bem irritado.

    - Eu não vou jantar, perdi a fome.

    - Vai fazer essa grosseira comigo, vai me deixar sozinha na mesa – Taeyeon ficou desgostosa.

   - Se não quiser comer sozinha, vai para casa de seus pais – deu as costas saindo dali, mas foi seguido pela noiva histérica.

   - É claro, é isso o que você quer, ficar longe de mim para se encontrar com aquele favelado – falou furiosa – Mas eu não vou permitir ! – gritou.

    Yunho a ignorou subindo rapidamente as escadas, logo em seguida entrava em sua suíte fechando a porta com muita força.

   “ Me ama mais do que amou o JaeJoong “ As palavras de Taeyeon martelavam sua cabeça, tirando seu sossego.

  - Se eu fosse sincero, Taeyeon não iria suportar – sussurrou se jogando na imensa cama. Seu celular tocou uma música de chamada, se erguendo o pegou em cima do criado-mudo e destrancou a tela vendo que era o número do Yoochun e se assustou ao lembrar que hoje a tarde seu melhor amigo estaria viajando para o Estados Unidos – Yoochun, pode me xingar, esqueci completamente da sua viagem.

   - Não, pode ficar tranquilo. Liguei para avisar que a viagem do meu esposo e a minha foi adiada para amanhã as 17:00hs.

   - E por que, aconteceu alguma coisa?

   - Parece que por algum motivo o voo teve que ser cancelado.

   - Ahn, nos vemos amanhã.

   - Sim, tenha uma boa noite.

   - Você também – e desligou.

No outro dia, duas horas depois do almoço. No subúrbio da cidade, Chaming estacionou seu carro esporte debaixo de uma árvore e se aproximou da casa da família Kim, batendo palmas.

    Alguns minutos depois Jessica surgiu, estava com as mãos molhadas e usava avental.

    - Chaming-san .

    - Como vai, Jessica-san ?

     - Eu vou bem – abriu o pequeno portão – Entre.

     - Com licença.

      - Veio falar com o Jae ? – perguntou fechando o portão assim que o jovem entrou.

      - Sim ,ele esta ?

      - Aqui na sala, mas é melhor você vir comigo pelos fundos.

      - Certo.

     Era a primeira vez que Chaming ia por aquele caminho. Nos fundos o quintal era um pouco maior, parte do chão coberto por grama, havia uma pequena horta de temperos verdes e algumas plantas medicinais e no fundo uma enorme árvore  bastante velha, cujo num galho muito grosso tinha dois balanços feitos com pneus de caminhão.

   - Aqueles dois balanços .

   - Ah – Jessica olhou na mesma direção – Era um dos lugares que os meus dois filhos mais gostavam de brincar.

   Chaming sorriu imaginando JaeJoong balançando ali. Como deve ter sido a infância dele. Pelo que tinha sabido por Donghae, houve época em que a família Kim passaram por dias bastante árduos, de muita pobreza e Jessica passava todos os dias e as vezes a noite se matando de trabalhar para tratar de seus dois pequenos meninos.

    - Chaming –san ?- Jessica o chamou da área de serviço.

   O rapaz desviou os olhos e voltou a olhar para a senhora Kim.

     - Desculpe, estou indo – saiu dali entrando na área.

     - Entre pela cozinha – apontou a porta encostada na parede – E segue por um pequeno corredor.

    - Obrigado, Jessica-san.

     Chegando na sala viu o menor sentado no sofá, os braços em volta das pernas dobradas e a cabeça baixa com a testa encostada no joelho.

    Se aproximando dele tocou em seu cabelo.

    - JaeJoong ?

     O menino ergueu o rosto, seus enormes olhos estavam vermelhos e os longos cílios molhados.

    - Chaming, você nem me avisou que viria na minha casa – virou o rosto para o lado secando as pestanas com o dedo.

    - Me desculpe, não deu para mim avisar.

    - Não tem problema – sorriu.

    Chaming sentou perto fitando o menor.

    - Você estava chorando.

     - Nem sei quantas vezes prometi a mim mesmo que não iria chorar mais – riu forçado jogando a cabeça para trás -  Fui muito idiota achando que estava mais forte.

    - Jae, era por ele que você estava chorando ? Pelo Yunho ?

    O menor virou o corpo de lado segurando uma almofada com força.

      - É por ele sim, e por outras coisas.

   Bastante irritado Chaming levantou com tudo do sofá.

    - Garoto, qual é o seu problema ? Aquele cara largou você sem se importar nenhum com seus sentimentos, pisou em sua honra, acabou com você.

   JaeJoong ficou muito aborrecido.

   - Por que esta falando desse jeito comigo?

   Chaming passou a mão no cabelo o bagunçando.

    - Por que será ? – escarneceu – Aquele maldito nem acreditou em você, te jogou fora como se você não tivesse nenhum valor. E quer saber mais de uma coisa, Yunho nunca amou você.

    - Ele me amou sim, tenho certeza absoluta.

    Cheio de cólera, o maior andava de um lado para o outro. Estivera tranquilo alguns minutos atrás, mas ao ver JaeJoong naquele estado foi a gota da água.

    - Deixa de ser idiota, tudo o que Yunho fez, foi brincar com você – falou muito áspero.

    JaeJoong levantou do sofá.

     - Chaming, o que você tem ? Por que esta agindo desse jeito ?

    - Você esta me obrigando a agir dessa forma – se aproximou do menor, ficando bem perto, o segurando pelos ombros – Não aguento te ver assim.

    - Eu fico muito grato, Chaming – disse com suavidade.

    - Ele faz você sofrer tanto, então por que... eu não entendo.

    - Chaming, você alguma vez já se apaixonou de verdade por alguém ?

     - Hã ? – o mais velho ficou bastante pasmo – Er...não, acho que não.

    JaeJoong ergueu uma mão tocando no rosto do amigo.

     - Sendo assim, não tem como você entender.

     Soltando o menor, Chaming se afastou andando oscilante.

      - Tem toda razão.

      - Pretendo superar isso e seguir em frente.

      - E você acha que consegue ?

     - Sim, eu consigo. Vou chamar minha mãe para ela fazer um suco para nós – foi sair da sala, mas Chaming o segurou.

     - Não, tudo bem.

    Chaming olhou o menor mais atentamente, notando algo de diferente.

       - Você esta usando os brincos – acariciou a orelha e se afastou – Vai mesmo se casar com o Donghae-san ?

      - Sim.

      - É melhor tomar muito cuidado,Donghae não é o que parece ser.

      JaeJoong ficou bastante sério.

      -Ah, não ?

       - Você não acha muito estranho o Donghae dar espontaneamente a fortuna dele para você ?

      - O que tem de estranho nisso ? Estou vendo que ainda não conheceu ele direito.

     - Olha, eu não estou gostando nenhum pouco disso. Já parou para pensar que ele esta se aproveitando...

     - Chega ! – alterou bem o timbre da voz, muito chateado.

     - Me desculpe

     - Você é horrível – os lábios tremiam.

     - Tem toda razão. Mas estou fazendo isso por você – colocou as mãos nos ombros do menor – Esse seu casamento com Donghae  é muito suspeito.

     Bastante aborrecido, JaeJoong se levantou.

      - Suspeito, por que ?

       - Ele pediu você assim de repente em casamento, não acha isso muito suspeito ?

       - Nenhum pouco, você sabe muito bem o motivo dele ter me pedido em casamento.

      - Sim, eu sei – Chaming se ergueu, com semblante bem sério – Foi para passar a fortuna para você, mas não gostei nenhum pouco disso.

     - Donghae é seu amigo, não é mesmo ?

    Chaming tossiu arrumando a garganta.

   - Bem, claro que sim.

    - Ele é o seu amigo e mesmo assim, você se empenha falar mal dele – disse com severidade.

    - JaeJoong, eu apenas quero te proteger – segurou as mãos do menor, mas o mesmo se soltou bruscamente se afastando – Me escuta, você pode sair prejudicado nessa historia.

     JaeJoong suspirou entediado.

    - Então você acha que o Donghae esta querendo me prejudicar ?

    - Claro que sim. Não chegou a pensar que pode ter sido tudo armado por ele. Donghae detesta a família do seu ex-marido e vai usar você para prejudica-los.

    - É melhor você ir embora – a voz se alterou de novo, a mão estava sobre o peito.

    O maior ficou muito aflito. Era tudo mentira que estava dizendo a respeito de Donghae, mas estava praticamente desesperado, não se importava nenhum pouco caso Donghae o odiasse, não poderia permitir esse casamento.

     - Eu vou sim, mas por favor tem que me ouvir – se aproximou deslizando os dedos pela face fresca.

     - Não quero ouvir mais nada – com olhar frio pegou a mão do maior a tirando de seu rosto – Vai embora, Chaming, esta me obrigando a ser indelicado. Jamais pensei que você fosse tão canalha.

    Os olhos de Chaming estavam arregalados, o rosto pálido.

    - J-JaeJoong, por favor...

    - Vai embora – repetiu com expressão bem austera – E não volte falar comigo, você defamou o Donghae e eu não posso te perdoar.

     Extremamente aflito, Chaming foi com tudo pra cima do menor o segurando fortemente pelos braços.

     - Você não pode me desprezar ! – berrou furioso, os olhos esbugalhados cheios de lágrimas.

    - Chaming...por favor, você tem que ir embora – mesmo assustado, JaeJoong procurou se manter calmo.

    O mais velho abaixou a cabeça fincando os dedos na carne do menor.

      - Posso aceitar tudo, menos isso – erguendo o rosto, com uma das mãos deslizou pelo pescoço do menor sentindo sua forte pulsação apertando de leve os dedos no local – Não sabe o quanto preciso de você.

    Tirando a mão dele de seu pescoço, o garoto conseguiu se livrar e se afastou com uma mão no braço.

     - Esse nem parece você – passou a mão trêmula na garganta.

     - JaeJoong, me desculpe.

     - Tudo bem, mas vai embora.

        Estava na hora de usar a última carta, e esse era o momento.

          - JaeJoong, eu amo você.

           O menor parou, contudo não se virou. Aquele comportamento indiferente despedaçou o coração de Chaming.

     -P- Podemos conversar um outro dia ? Por favor – o timbre parecia sufocado.

     JaeJoong engoliu seco.

     - Vou pensar – e saiu da sala.

      Logo depois dentro do carro, Chaming estava imóvel, a testa encostada no volante, o peito espremido de dor e tristeza. Como poderia imaginar que JaeJoong fosse ter aquela reação.

      - Você me machucou muito, JaeJoong – murmurou, as lágrimas molhando as faces – Perdoe-me, não posso te deixar impune – levantando o rosto riu mesmo chorando – Desprezou o meu amor, não tenho outra alternativa a não ser fazer você sofrer ainda mais.

     Ouvindo seu celular tocar o pegou do banco do passageiro e passou o dedo na tela destravando vendo que tinha acabado de receber uma mensagem de Donghae.

     - Esse desgraçado ! – gritou enraivecido jogando o celular no banco de trás. Ligando o carro partiu numa arrancada.

 

     Duas horas depois, no aeroporto de tokyo, o imenso local estava cheio de pessoas empurrando carrinho com malas, acompanhando parentes e amigos que iriam viajar. Uma bela jovem anunciava nas grandes telas embutidas os horários dos voos para cada portão de embarque.

     No segundo piso na praça de alimentação, Jessica e seus dois filhos ocupavam uma das mesas dos fundos.

      - Jae, tem certeza mesmo que não quer nada ? –perguntou Junsu.

      - Tenho sim.

      Jessica bebia seu suco natural de laranja observando seu filho mais velho. A pouco tempo ele tinha comido um mega lanche e agora comia uma porção grande de batatas fritas.

     - Junsu, você almoçou ?

     - Sim, mas comi pouco e não consegui lanchar.

      - Esta nervoso ? – perguntou o mais novo.

      - Só um pouquinho. Mas e você, como esta sua gravidez ?

      - Bem – abaixou os olhos juntando as mãos frias no colo.

       - JaeJoong – pegou uma das mãos de seu irmão menor e entrelaçou na sua – Você parece muito preocupado, aconteceu alguma coisa ?

       - Chaming esteve hoje em casa.

       - E o que tem demais nisso ? – Junsu estranhou.

       - Ele disse que me ama – falou contristado.

       - O quê ! – Jessica tossiu se engasgando.

        - Mãe, calma – Junsu a socorreu batendo a mão em suas costas.

         - O-Obrigada, Junsu – agradeceu com voz fraca – Estou bem – e olhou para seu filho caçula – Chaming esta apaixonado por você.

         - Sim – falou  erguendo os olhos.

     Junsu fitava o menor.

      - O que disse para ele ?

       - Nada. Fiquei tão espantado que tudo que consegui fazer foi ignora-lo.

      - Você agiu muito errado, seu comportamento deve ter deixado ele magoado – falou Junsu sério.

      - É, eu sei, não tem ideia de como estou me sentindo péssimo.

     - Fala sério, esse Chaming é um cara de pau – Jessica estava aborrecida – Como ele consegue falar que esta te amando se sabe que você esta noivo do Donghae.

      - Mãe, não critique ele.

     - JaeJoong, a nossa mãe tem razão. O melhor que tem a se fazer é você resolver esse problema o mais rápido possível.

     - Jae, não sente nada especial por ele ?

     - Não, mãe.

     - Mãe, quando chegar o dia da operação dos olhos do meu irmãozinho não esquece de ligar para mim, ou se achar melhor me mande um e-mail.

     - Pode deixar. Vou estreia meu laptop escrevendo para você – disse se referindo ao presente que tinha ganhado de Junsu.

     - E você, Jae não esquece de postar fotos do seu bebê na minha conta.

     - Fica frio, não vou esquecer – sorriu.

      Junsu olhou a hora no seu novo celular.

      - Onde será que meu marido se enfiou – se erguendo olhou em volta vendo o movimento. Yoochun e Donghae haviam saído para dar uma volta e não tinham voltado.

     - É, nem o Donghae voltou – observou JaeJoong.

     - Vai ver, os dois estão em alguma livraria – sugeriu Jessica.

     Junsu avistou os dois que vinham na direção deles.

      - Estão voltando.

       Os dois chegaram perto da mesa cada um sentando no seu devido lugar.

     - Demoramos muito ? – perguntou Donghae.

      - Ah, não, a gente nem percebeu o tempo passar – falou Jessica caçoando.

      - Donghae, preciso falar a sós com você – pediu Junsu com ar severo.

      O mesmo se levantou e Junsu imitou e os dois se afastaram um tanto.

       - Pode falar.

       - Esta pretendendo mesmo se casar com meu irmão ?

        - Mas é claro que sim.

        - Muito bem. Quero dar um aviso – ficou mais perto fitando com rigidez o mais velho – Se eu ficar sabendo que esta fazendo meu irmãozinho sofrer, não importa aonde estiver, irei cobrar e pode ter certeza que não serei bonzinho.

     Donghae que estava sério, riu, mesmo sabendo que Junsu não estava blefando.

     - Fique tranquilo, minha maior meta é fazer o JaeJoong muito feliz.

      - É bom mesmo – e sorriu seu rosto se suavizando – Vamos voltar.

        E naquele momento era anunciado um outro voo.

        “ Atenção passageiros com o destino para Nova York, Estados Unidos, embarquem no portão 0069 “

      - Chegou o grande momento – Jessica se ergueu não conseguindo mais conter as lágrimas.

        Junsu a abraçou.

      - Mãe, não chora. Prometo voltar em breve – disse com os olhos marejados.

      - JaeJoong, obrigado por tudo – Yoochun o abraçou – Foi graças ao seu esforço que Junsu e eu estamos juntos.

      - Não exagera, apenas foi um empurrãozinho.

      - E parabéns pelo seu bebê – murmurou, assustando o garoto.

    - Como você ficou sabendo da minha gravidez ? – JaeJoong se afastou, estava bastante pálido – Quem contou para você?

     - Foi o Junsu.

     O menor tremia e estava ofegante.

    - O Yunho esta sabendo ? Contou...contou a ele ?

     - Não !

  Ficando calmo, JaeJoong sorriu com os olhos marejados.

      - Obrigado, Yoochun.

       - Eu até posso compreender você, por isso não vou me intrometer na sua decisão – inclinando-se o beijou na bochecha – Nos vemos de novo algum dia – e se afastou dali.

      Junsu se aproximou de seu irmão mais novo e o abraçou.

     - Junsu, você esta chorando.

     - E você também – afagou os cabelos negros – Meu querido irmãozinho- e se afastou pegando uma de suas mãos – Sua mão esta fria.

     - É que acabei de passar um grande susto.

     - Mas você esta bem ? – perguntou apreensivo.

      - Estou sim, já passou. Junsu, você vai embora para tão longe.

      - Pois é, e estou muito triste. É a primeira vez que vou ficar tão distante da nossa mãe e de você.

       - Pode ser uma coisa bem chata, mas o que importa é que você esta muito feliz.

       Junsu sorriu. Era verdade, estava demasiadamente feliz.

       - Sim, e tudo graças a você.

       - Você merece. Eu o amo muito – sorriu.

       - Também te amo muito. Por favor, se cuida.

      - Vou me cuidar, pode deixar.

      - E cuide bem da nossa mãe.

      - Fique tranquilo.

      Naquele mesmo momento, ouviram o mesmo aviso sobre o voo para Nova York, Estados Unidos.

     Pouco distante dali, Yoochun e Yunho estavam se despedindo.

     - Achei que não fosse aparecer.

    - Eu bem que não queria, mas como você finalmente vai embora. E eu não me importo – falou com altivez.

      - Sei – Yoochun sorriu com deboche – A sua noiva não veio com você ?

     -Não, hoje é o dia do chá de bebê com as amigas, e ela era a convidada especial.

       - Huh, que legal – Yoochun virou o rosto de perfil vendo seu esposo Junsu e o irmão menor – Você não quer aproveitar a oportunidade e falar com ele ?

     O maior olhou na mesma direção. De súbito, seu coração disparou.

     - Ora, não seja ridículo – ficou muito nervoso – Vim aqui me despedir de você e não para falar com o JaeJoong.

      - Esta bem, fique calmo – bateu duas vezes a mão no ombro do amigo vendo que o mesmo ainda não tinha conseguido desviar os olhos do garoto – Você vive dizendo que odeia o JaeJoong, mas esta aí, olhando para ele feito um bobo apaixonado.

     Os olhos de Yunho se arregalaram, seu coração batia muito forte.

     - Quê ! – Yunho olhou para seu amigo – Vai se ferrar !

       Yoochun riu se divertindo.

       - Quer saber, tenho certeza que algum dia voltarei a contemplar você e ele juntos de novo.

        O rosto de Yunho endureceu.

        - Melhor ficar calado, ou você será obrigado a viajar com o rosto quebrado – ameaçou.

       Yoochum ergueu as mãos.

      - Tudo bem, me desculpe.

      - Tomara que você tenha mais sorte do que eu.

       - Sobre isso, estou mais certo que sou o homem mais sortudo do mundo – e o abraçou – Adeus meu amigo, desejo que seja muito feliz.

       - Você também. Faça uma boa viagem.

       - Ah, então era aqui que o Park-san estava – Junsu tinha se aproximado e olhava bem irritado para o marido – Se perdermos esse voo por sua culpa, eu viro sua cara do avesso.

      Yoochun se afastou sorrindo amarelo.

      - Calma, meu amor.

     Junsu chegou perto do esposo dando uma bitoca em seus lábios, fazendo o maior rir.

     - Vamos ?

    - Vamos.

     Yunho ficou olhando o casal, os dois ficavam tão bonitos juntos. Sorrindo, saiu dali. Tinha que começar a se preparar para o jantar surpresa na casa de seus pais.

     E mais a noite no subúrbio da cidade, Jessica se olhava no espelho de seu quarto tentando pela terceira vez prender seu cabelo num coque elegante.

    - Ahn, vai assim mesmo – suspirou vencida, mas gostando do resultado. De onde estava podia ouvir seu filho e Donghae conversando na sala.

      Mais uma vez deu uma boa olhada em seu rosto maquiado, a pintura disfarçando bem sua aparência cansada. Alisou o vestido de jérsei azul cobalto, embora não sendo novo, era o seu melhor vestido, e os brincos novos combinavam,pegando a bolsa preta de mão saiu do quarto.

     - Boa noite, Donghae-san.

     O mesmo se ergueu do sofá olhando pasmo para Jessica.

      - Boa noite, Jessica-san. A senhora, também vai ?

      - É claro que vou – Jessica se inclinou perto de seu filho acariciando sua delicada face percebendo o quanto ele estava sério e olhou com severidade para seu futuro genro – Tenho que ir, para proteger o meu menino.

     - Deixe isso comigo.

    - Melhor não, você pode acabar não dando conta do recado. Além disso, sou a mãe dele – atacou sem dó.

      Donghae sorriu balançando a cabeça.

     Respirando fundo, JaeJoong se ergueu do sofá passando entre os dois.

      - Vamos logo, antes que eu vomite.

      - Será que ele vai ficar bem ? – Jessica ficou vendo seu filho saindo pela porta.

      - Vai sim, vamos estar com ele.

       E muito longe dali, na mansão Jung. A sala de jantar estava muito bem arrumada, a longa mesa coberta por uma linda toalha de linho egípcio cor damasco no centro havia um vaso de cristal com ramo de flores variadas e coloridas colhidas do jardim. O conjunto de porcelanas importada combinava com a toalha, as taças eram de cristais e os talheres de prata.

      Bastante bonita e sofisticada, BoA andava em volta da mesa olhando todos os detalhes com atenção.

     - Esta tudo ótimo – e olhou para suas três empregadas que tinham estado ali a ajudando – Podem se retirar.

      As três criadas inclinaram a cabeça e saíram.

       Indo para a sala principal onde estavam seu esposo, Taeyeon e seus dois filhos, BoA ficou de pé sem tirar os olhos do relógio na parede.

      - Fique calma, já eles chegam – disse Heechul ficando ao lado da esposa.

    Alguns minutos depois ouviram a campainha tocar.

     - Eles acabaram de chegar – falou Yoona.

     - Megumi, sua anta, por que demorou tanto ? – BoA brigou com a empregada assim que ela apareceu muito apressada e indo para o hall.

     - Quem será a visita que o seu tio vai trazer ? – perguntou Taeyeon segurando a mão de seu noivo.

      - Não sei, nem faço ideia.

       A empregada Megumi tinha aberto a porta e fitava com os olhos esbugalhados Jessica e seu filho.

      - Como vai Megumi, tudo bem com você ? – cumprimentou Donghae com gentileza.

      - Er...é t-tudo b-bem – piscou várias vezes. E cravou os olhos no garoto de mãos dadas com Donghae – Senhor, o que significa isso ?

      - Não é da sua conta – respondeu Jessica – Vai logo, saia da frente !

       Erguendo o queixo a empregada se afastou saindo dali como foguete.

        - Senhora ! Senhor ! – olhava para seus dois patrões, bastante agitada.

        - O que foi, Megumi ? – perguntou Heechul.

        - Ah, senhor, é um desastre.

        - Fale de uma vez, Megumi – disse Yoona.

        A empregada estava muito perturbada.

       - BoA-san, é melhor a senhora se preparar.

         No mesmo instante os convidados entraram na sala. Os que estavam aguardando se ergueram bastante atônitos.

        - Boa noite – Donghae cumprimentou sorrindo com ar ameno.

        Nenhum respondeu devido ao choque.

         - Boa noite, tio – respondeu Yoona sorrindo forçado. Fitou JaeJoong, logo notado que havia algo diferente com ele – Olá, Jae, você esta incrível. Faz tanto tempo que não conversamos.

      - É, faz muito tempo.

       O rosto de BoA estava rígido demais, seu olhar era muito frio e parecia perfurar.

      - Meu querido Donghae, você poderia me explicar o que essa gentinha ralé fazem em minha casa ?

     - Essa gentinha ralé como você acabou de falar, são os meus convidados de honra – sentindo que a mão de JaeJoong tremia, a ergueu na altura de sua boca dando um beijo leve.

     Recuperado do susto e vendo aquela cena, Yunho largou a mão de sua noiva e se aproximou bastante irritado.

     - Especialmente o JaeJoong – acrescentou Donghae.

     - Por que o JaeJoong ? – perguntou Yunho quase espumando pela boca.

     - Por que ? – beijou a mão do noivo mais uma vez e o beijou num dos olhos e olhou com severidade para seu sobrinho – É necessário que ele esteja aqui.

      Yunho tremia de raiva, seu rosto estava corado e contorcido.

       - Donghae, não estou entendendo nada – falou Heechul.

       - Não tem nada para entender. Quero esses malditos suburbanos fora da minha casa agora ! – berrou BoA que tinha perdido acalma e a pose de dama.

     Jessica se aproximou de sua inimiga.

     - Acho bom, você baixar seu tom de voz.

    - Falo como eu quiser, estou na minha casa – disse muito rude.

    - Olha, estou avisando.

     - Mãe, se acalme – pediu Yoona a tocando no braço.

     - Era só o que me faltava – BoA olhou com raiva e desprezo para o filho de Jessica – E eu que tinha mandado esses dias atrás desinfetar a minha casa, foi em vão.

     Jessica pensou em partir para cima, mas como havia prometido para Donghae se controlou.

     Taeyeon abraçou seu noivo pela cintura. Não estava gostando nada de ver JaeJoong ali, somente sua presença era o suficiente para enfurece-la.

     - E por que ele é necessário aqui ? – perguntou Taeyeon

     - Muito simples. Esse jantar foi feito para eu poder anunciar que JaeJoong é o meu único herdeiro.

     

    

 

   

 

  

 


Notas Finais


Vou demorar um pouco para postar o próximo cap


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