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História A Outra Hawkins - A Garota


Escrita por: StrangerTales

Notas do Autor


Bem vindos mais uma vez! Nossa jornada agora começa a caminhar para o clímax e o próximo capítulo será nosso penúltimo! Espero que gostem, pessoal.
Boa leitura!

Capítulo 6 - A Garota


Fanfic / Fanfiction A Outra Hawkins - A Garota

Will viu-se petrificado diante daquela cena grotesca. A visão da enorme criatura agachada em cima do cadáver do pobre cervo, abrindo e fechando a monstruosa boca para arrancar pedaços sangrentos da carne do animal fez todo o corpo do garoto ser tomado pelo tremor incontrolável causado pelo desespero enquanto seu coração acelerava e seu estômago se contraia em repulsa extrema. Precisou reunir toda a sua concentração e força de vontade para não vomitar ali mesmo.

Ele esperou a criatura virar-se a qualquer momento para ir ao seu encalço, mas a mesma, para sua sorte, parecia estar mais preocupada com o seu farto banquete naquele momento. O garoto então respirou fundo e calculou seus próximos passos na sua mente agitada. Assim como fizera outrora, sua única saída era recuar o mais sutil e silenciosamente possível, ele pensou.

Com todo o cuidado que seu corpo trêmulo permitia, ele pôs-se em movimento. Deu o primeiro passo enquanto observava o Demogorgon com olhos vidrados para ver se o mesmo havia notado suas ações, porém a besta continuava entretida nos seus afazeres. Deu o próximo passo e, percebendo que o quadro permanecia, na medida do possível, favorável, foi ganhando um pouco mais de confiança para continuar sua empreitada. Já havia afastado-se alguns metros quando, para seu azar, ele deu um passo em falso.

“CRECK!”

Um galho apodrecido estalou em baixo dos seus pés, fazendo a criatura subitamente sair do transe em que se encontrava e virar em direção a ele enquanto rugia ferozmente e preparava-se para ir com tudo em cima da sua nova presa.

– Merda! – Will exclamou enquanto abortava sua estratégia e partia para o velho plano B: A corrida desabalada para o mais longe possível.

Seus ossos e músculos mais uma vez ganharam força pela descarga extra de adrenalina e ele disparou desesperado dali. Tinha que tomar o máximo de distância possível para não ser pego e para que a criatura não localizasse seu esconderijo, mas ela estava muito perto e ele ainda muito fraco. Por mais que corresse, os passos pesados pareciam tornar-se cada vez mais próximos e uma morte cruel algo cada vez mais concreto. Ele tinha que partir para um plano C.

O garoto então parou por alguns segundos para observar o chão à sua volta e pegou a primeira pedra que encontrou. Prosseguiu correndo mais um pouco até encontrar uma árvore mais grossa, escondeu-se atrás dela e esperou pela criatura. O truque da pedra havia funcionado uma vez e agora ele rezava aos céus para que desse certo novamente.

Pouco tempo depois já era possível ver o vulto negro formando-se dentre as árvores, cada vez mais perto até alcançar a área próxima à árvore de Will, que agora ofegava enquanto sentia o coração batendo na garganta de tanta ansiedade e pavor.

O Demogorgon então emitiu seu som sinistro enquanto virava-se ameaçadoramente em todas as direções, tentando descobrir onde Will estaria. Assim como outrora, de alguma forma, a criatura sabia que ele estava por perto e só precisava descobrir sua exata posição para dar um bote certeiro. O garoto precisaria ser mais rápido.

Cuidadosamente então, ele virou-se e espiou pelo lado esquerdo da árvore a exata direção em que o Demogorgon estava indo e pode constatar, para seu azar e desespero, que a criatura estava caminhando sinistramente em sua direção. Já se preparava para jogar a pedra com toda a força para a direita quando, subitamente, algo pareceu mexer-se ao longe. Um barulho de algo como galhos sendo pisados veio aproximadamente da direção na qual ficava o Castle Byers.

A criatura imediatamente partiu a passos rápidos para lá, passando bem do lado da árvore de Will, que por pouco não conseguiu acompanhar o seu movimento, caminhando ao redor da árvore para permanecer sempre do lado oposto ao do Demogorgon, escondido atrás do tronco. As passadas rápidas e pesadas então foram tornando-se cada vez mais distantes até restar apenas o silêncio característico do lugar. O garoto agora indagava a si próprio o que diabos poderia ter feito aquele barulho e foi então que se lembrou do irmão e da Nancy, irmã do Mike.

A preocupação atingiu-o em cheio como um soco e ele deu-se conta de que os dois adolescentes poderiam muito bem estar perdidos naquele inferno ou mesmo mortos! Sentia a tristeza e o desespero querendo tomar conta da sua alma, como pragas mortais alastrando-se, ao constatar esse fato, mas procurou manter o foco e guiar-se pela razão afinal, além de ele ainda correr perigo de vida ali, lembrava-se de sua mãe e de como ela aparentemente conseguiu sair ilesa de um possível encontro com a criatura. Se ela conseguiu, seu irmão também conseguiria e manteria a Nancy a salvo junto dele. “Jonathan é um cara esperto” ele pensou.

Além disso, ele lembrou-se também de que a única presa que o Demogorgon parecia ter feito naquela noite foi o cervo do qual ele alimentava-se. Todas essas considerações, no fim das contas, foram suficientes para manter uma tímida chama de esperança acesa no coração do garoto apesar da preocupação e temor constantes e inabaláveis como uma rocha resistindo a todas as intempéries possíveis.

Logo em seguida ele deu-se conta da própria situação, percebendo que a criatura tinha ido embora, mas que infelizmente a mesma embrenhou-se nos lados do Castle Byers, deixando-o sem outra alternativa além de passar as horas seguintes escondido em algum canto ali. Sem demora então, ele passou a andar pela área ao redor à procura de um bom esconderijo.

Olhava em todas as direções, procurando qualquer lugar que pudesse servir aos seus propósitos, porém os minutos iam se passando sem que ele obtivesse o mínimo sucesso na sua empreitada. Tudo o que havia ali eram árvores e mais árvores sinistras, além de um chão coberto de gosma e o que pareciam ser folhas mortas. Depois de algum tempo ele já estava começando a ficar realmente preocupado com a possibilidade de ter que retornar à velha casa dos Byers ou ao seu pequeno forte, correndo o risco de dar de cara com o Demogorgon.

No fim das contas, o garoto percebeu que dessa vez a sorte não lhe sorriu e que se ele dependesse das possibilidades que o ambiente lhe oferecia, estaria perdido. Desolado, ele então decidiu recostar-se numa árvore próxima para poder descansar um pouco, retomar o fôlego e tomar coragem para encarar uma pequena jornada até um dos esconderijos anteriores. Assim que se encostou ao tronco, porém, ele sentiu uma das grandes lascas que se desprendiam do mesmo lhe cutucar as costelas, o que lhe deu uma ideia mirabolante.

Ele então caminhou mais um pouco, procurando a árvore com o tronco mais grosso que pudesse avistar e, assim que encontrou uma do seu agrado, tratou de puxar uma enorme lasca de madeira da mesma.  Assim que o fez, percebeu que a mesma árvore parecia estar apodrecendo por dentro, o que lhe deu a brilhante ideia de remover mais uma lasca, dessa vez menor, e começar a escavar um pouco a parte da madeira rente ao chão para criar uma concavidade na qual ele pudesse encaixar-se.

No fim, depois de gastar alguns longos minutos nessa exaustiva atividade, ele jogou a lasca menor num canto qualquer, sentando-se encolhido contra a concavidade da madeira enquanto usava a lasca maior como uma espécie de escudo, cobrindo-se totalmente com a mesma e camuflando-se em meio à floresta.

O esconderijo não era nem um pouco confortável ou prático, já que se ele acidentalmente esticasse as pernas, a lasca de madeira tombaria para frente, revelando-lhe completamente, mas era o que teria à disposição nas próximas horas.

Assim então o garoto permaneceu durante as horas seguintes, encolhido atrás daquela lasca de madeira, sentindo o cheiro do tronco úmido e podre adentrando suas narinas como uma visita inconveniente. No começo ele sentiu-se um pouco nauseado, mas depois de um tempo acabou acostumando-se até não mais senti-lo. O único incômodo de verdade era a posição em que estava, com as pernas totalmente encolhidas, criando um desconforto que se tornava maior a cada minuto que se passava.

Ele já estava começando a arrepender-se de ter escolhido esconder-se ali quando um som de passos cada vez mais próximos adentrou os seus ouvidos, fazendo-o ficar em estado de alerta. Logo ele percebeu, porém, que as passadas em questão eram lentas e leves. Ele já sabia muito bem a quem pertenciam e agora a sensação de perigo iminente havia dado lugar à curiosidade crescente.

Will então afastou um pouco a lasca de madeira, apenas o suficiente para abrir uma brecha no seu campo de visão, e pôs-se a observar só para confirmar o óbvio: Em pouco tempo, vindo do que parecia ser os lados onde ficava o Castle Byers, o fantasma da floresta surgiu, novamente contemplando o lugar com olhos curiosos e assustados, contudo dessa vez algo estava muito diferente.

Assim que avistou o ser em questão, o garoto percebeu que o mesmo trajava roupas diferentes do usual conjunto formado pela calça acinzentada e o moletom azul. Desta vez o fantasma estava vestindo um vestido rosa de gola branca, o qual ia até a altura dos joelhos, uma jaqueta azul por cima do mesmo e um par de sapatos extremamente encardidos que eram completados por longas meias brancas com listras horizontais verdes e amarelas na parte superior. “É uma garota, eu sabia!” pensou ele, esboçando um breve sorriso.

Por um instante, ele pensou em tentar novamente fazer contato, mas logo lembrou-se do fracasso das tentativas anteriores e desistiu. A simples ideia de outra figura humana, mesmo que tão peculiar, perambulando naquele ambiente lhe era incrivelmente reconfortante e ele não queria estragar isso. Sendo assim, permaneceu escondido dessa vez, apenas contemplando, ligeiramente admirado, a garota fantasma sendo ela mesma. Ela, no entanto, não se demorou muito no lugar, seguindo seu caminho ao embrenhar-se dentre as árvores mais adiante e Will viu-se sozinho novamente.

O momento de descontração logo se mostrou ser muito breve quando passadas voltaram a ecoar no ambiente, desta vez as familiares passadas pesadas da criatura, fazendo uma onda avassaladora de pavor percorrer o corpo do garoto enquanto ele encolhia-se o máximo possível no seu esconderijo.

Logo ele avistou o Demogorgon vindo da mesma direção da qual a garota fantasma veio e então temeu ser descoberto a qualquer momento. Sem nem perceber, Will estava prendendo a respiração enquanto o monstro caminhava lentamente na área a sua frente, curiosamente tomando o mesmo caminho que a garota fantasma havia tomado, desaparecendo de vista em pouco tempo.

O garoto então pode respirar aliviado, mas, para sua surpresa, ele percebeu-se preocupado com aquela garota já que criatura parecia claramente estar indo atrás dela. Porém logo lembrou-se da capacidade da mesma de sumir magicamente ao menor sinal de algo tentando fazer contato com ela e sentiu-se um pouco mais tranquilo.

Agora com a área do Castle Byers aparentemente segura, ele esperou mais alguns minutos para ver se a criatura não tinha resolvido tomar o caminho de volta e, não vendo nenhum sinal de vida da mesma, saiu do esconderijo e partiu a passos rápidos para seu pequeno forte. Depois de alguns minutos de caminhada ele avistou a pequena construção em meio às árvores e correu ao seu encontro. Empurrou o lençol branco que cobria a entrada, entrou com toda pressa e jogou-se em cima do edredom, esticando-se completamente.

Permaneceu então por alguns instantes apenas respirando e permitindo que seus músculos relaxassem para aliviar as dores resultantes da sua estadia no anterior esconderijo. Já recomposto, ele olhou seu relógio de pulso e constatou levemente surpreso que o mesmo marcava 2:14 da manhã.

– Wow... Preciso dormir um pouco. – Ele exprimiu o pensamento em voz alta.

O garoto então puxou uma das pontas do edredom, encolhendo-se e cobrindo-se com o mesmo para proteger-se um pouco do frio. Para distrair seus pensamentos enquanto o sono não vinha, ele começou a cantarolar Should I Stay or Should I Go. A música sempre o ajudava a relaxar um pouco e a acalmar a mente em meio ao ambiente caótico em que ele agora vivia e certamente seria uma boa maneira de chamar o sono, ele pensou.

Assim então ele permaneceu, encolhido e cantarolando baixinho dentro do seu Castle Byers até que, sem perceber, já estava mergulhando num sono calmo e pesado. Acordou bruscamente algumas horas depois devido a um grito que ecoou no ambiente, fazendo o garoto assustar-se e, instintivamente, sentar-se para dar uma rápida olhada ao redor e conferir se estava tudo bem, constatando que cada coisa, para sua alegria, permanecia no lugar.

Só então, passado o susto, ele pode respirar tranquilamente. Aquele lugar ficava cada vez mais estranho, Will pensou, percebendo que era a segunda vez que aquele grito bizarro ecoava no ambiente, tendo ocorrido a primeira quando ele voltava da versão sombria da casa dos Harrington. Ficou por alguns instantes imaginando que diabos poderia ser aquilo, mas logo resolveu deixar o assunto de lado. Olhou seu relógio de pulso e viu que o mesmo dizia que eram 8:54 da manhã. Tinha coisas mais urgentes em mente.

Lembrou-se então dos planos que tinha para as horas seguintes: Precisava conseguir mais comida. Estava à base de um mísero pacote de frutas secas que ele havia comido há várias horas e agora sua fome já era tamanha que ele sentia o estômago doer. Sentia que estava consideravelmente mais fraco em comparação com as horas anteriores ao cochilo e naquele momento o garoto já começava a perguntar-se por quanto tempo ele ainda conseguiria ficar de pé. Precisava agir o quanto antes.

Will então esfregou os olhos e começou a planejar suas ações. Decidiu que, em primeiro lugar, ele passaria na pedreira para tomar mais água, já que estava há quase um dia completo sem ingerir uma gota sequer do líquido. Logo depois, tendo em vista que ele já tinha perambulado por toda a área próxima, o garoto decidiu que teria que ir um pouco mais longe dessa vez, provavelmente até a área comercial da cidade.

Definitivamente seria uma jornada arriscada, ele pensou, mas havia mercados por lá. Era a melhor chance que ele tinha naquele lugar e era o necessário a se fazer, logo ele procurou não pensar muito sobre o perigo e apenas agir.

Sem demora, ele pôs-se de pé, deu uma última olhada no Castle Byers para gravar bem em sua mente a aparência do lugar que ele estava prestes a deixar pelas horas seguintes, e partiu.

No começo Will sentiu o costumeiro medo tomar conta de seus movimentos, fazendo-o caminhar a passos lentos enquanto olhava ao redor com olhos apavorados, mas logo tratou de concentrar-se nos seus objetivos, respirar fundo e seguir seu caminho independente do que lhe custasse.

Em poucos minutos ele avistou a pedreira e correu até a beirada do lago, bebendo afoitamente da água presente ali. O que ele não esperava, porém, é que seu estômago vazio fosse reagir tão mal à ingestão do líquido, fazendo-o vomitar tudo o que tinha bebido junto com seu próprio suco gástrico em questão de segundos.

Will então se viu completamente tonto enquanto seu esôfago queimava como brasa devido ao líquido ácido que ele tinha colocado pra fora e então decidiu sentar-se um pouco para recuperar-se. Depois de alguns minutos, resolveu tentar de novo, dessa vez ingerindo pequenos goles com muita calma, para que seu organismo tivesse o tempo necessário para aceitar as mudanças internas. A estratégia parecia ter funcionado e no fim das contas, quando ele já se sentia completamente saciado e recomposto, concluiu que era hora de seguir o seu caminho, deixando a pedreira para trás.

O garoto então seguiu andando até chegar à área da casa dos Byers e de lá caminhou até alcançar a estrada da Floresta das Trevas. A partir daí ele seguiu seu caminho pela beira da estrada sem um destino específico. Tudo que tinha em mente era que caminharia até o primeiro mercado de alimentos que encontrasse.

Os minutos seguintes foram assim se passando, com o garoto caminhando a passos cada vez mais lentos devido ao cansaço crescente. Era difícil ser ágil agora já que ele estava cada vez mais fraco devido à falta de nutrientes.

Depois de perambular pelo que lhe pareceu ser quase uma hora ou até mais, o garoto chegou numa pequena rua comercial onde, para sua sorte, dentre os vários estabelecimentos abandonados do local, havia um mercado.

Ele então caminhou, passando por entre vários carros cobertos pela gosma que estavam abandonados no estacionamento da rua e parou em frente ao casarão. Will reconheceu ser um mercado pelo grande letreiro encardido logo acima da entrada, mas o estabelecimento em si era uma grande e escura construção tomada pelos velhos tentáculos negros, que se fixavam nas paredes de vidro e enroscavam-se até as telhas do teto, compondo uma visão nada convidativa.

Sem demora, o garoto rumou em direção às portas de vidro. Num mundo normal, elas se abririam automaticamente para ele através de um sensor de movimento que detectava a chegada dos clientes, mas agora eram apenas grandes e velhas portas de vidro emperradas, as quais ele teve que empurrar com muita dificuldade.

Terminada a pequena e exaustiva atividade, ele viu-se dentro do estabelecimento e pode constatar que o cheiro ali não era nem um pouco agradável. “Isso aqui deve ser a maior concentração de comida estragada que eu já vi na vida” ele pensou, torcendo um pouco o nariz, porém logo tratou de ignorar o incômodo e seguir em frente. Atravessou a área onde ficavam os caixas de pagamento logo à frente e rumou a toda pressa para o primeiro corredor que viu entre as grandes prateleiras de alimentos.

Os minutos seguintes foram da já costumeira caça ao que tivesse sobrado ainda comestível no lugar. Will passeava por prateleiras e mais prateleiras de alimentos estragados: Enlatados, pães, bolos... Tudo ali estava coberto pela gosma e possuía um aspecto e cheiro nada convidativos.

Num determinado momento, o garoto percebeu que, apesar do cheiro não muito agradável da maioria dos alimentos ali, o odor pungente vinha em grande parte dos fundos do estabelecimento, área onde ficavam as carnes e vegetais, agora claramente em estado de decomposição avançada ou já totalmente decompostos, o que fez Will sentir-se nauseado enquanto fazia uma rápida vistoria pelo lugar.

A sua procura já durava por longos e exaustivos minutos quando ele finalmente alcançou o corredor dos industrializados onde ficava uma enorme e vasta prateleira de biscoitos de todos os tipos e sabores. O garoto então correu até eles e pôs-se a inspecionar a maior quantidade de pacotes possíveis, separando aqueles que ainda aparentavam ser comestíveis. Finalmente, ele tinha uma grande pilha de biscoitos só para ele.

Will então puxou os pacotes para perto de si, sentou-se no chão recostado em uma das enormes prateleiras e, com grande empolgação, começou a abrir as embalagens e degustar os pequenos alimentos. Ele teve que esforçar-se genuinamente para não atacar os biscoitos e devorá-los afoitamente já que não queria correr o risco de vomitá-los logo em seguida, portanto começou ingerindo pequenas quantidades e, só quando sentiu que seu estômago havia se acostumado com o alimento e o vazio dentro dele ia sendo preenchido, ele começou a comer normalmente, mas ainda assim com calma.

Os biscoitos, no fim das contas, foram um verdadeiro banquete para o garoto, que se deliciava a cada novo sabor que experimentava. Baunilha, morango, chocolate, coco, nozes... Degustá-los era como receber um carinho na alma depois da fome excruciante que ele havia experimentado.

Já começava a sentir-se saciado quando, subitamente, ele ouviu as portas do mercado abrirem-se num estrondo seguido pelo característico som emitido pela criatura. O Demogorgon estava ali à sua procura.

Na mesma hora Will sentiu o peso gelado do medo formar-se nas suas entranhas e teve que respirar fundo para não vomitar tudo que tinha comido. A criatura caminhava a passos lentos e pesados, como se estivesse dando uma boa conferida na área de entrada do mercado para se decidir sobre qual corredor revistaria primeiro.

Com músculos tensos e cada vez mais trêmulos, o garoto caminhou o mais silenciosamente que conseguia até a ponta da última prateleira do corredor para espiar onde o Demogorgon estava. Assim que o fez, viu que o mesmo caminhava perto dos caixas da entrada, indo em direção à parede do outro lado do mercado, porém, de repente, o enorme monstro deu meia volta, rugindo na direção de Will, que por muito pouco não conseguiu esconder-se por completo atrás da prateleira.

O garoto, agora ofegante, conseguia ouvir os passos tornando-se cada vez mais próximos e percebeu que tinha que sair dali o quanto antes. De imediato ele correu e escondeu-se atrás da outra ponta da prateleira, de onde pode ouvir a criatura caminhado no corredor bem do seu lado. Em pouco tempo ela alcançaria sua posição.

Ele então correu para longe, entrando no quarto corredor depois daquele em que antes estava, escondendo-se atrás da prateleira da direita. Nesse momento ele parou para escutar onde estavam os passos da criatura e percebeu que o ambiente havia sido tomado por um silêncio sepulcral.

Aquilo definitivamente era um mau sinal, o que de imediato fez Will começar a ficar ansioso, olhando em todas as direções em busca do perigo. Logo ele começou a andar silenciosamente mais uma vez, indo em direção à ponta da última prateleira daquele corredor para ver se, de repente, a criatura tinha parado, sumido ou ido para os fundos do estabelecimento, constatando logo de cara que a área estava completamente vazia.

A ansiedade e o medo logo se transformaram num desespero mortífero como veneno correndo nas veias quando o som da criatura ecoou às suas costas. Ele virou-se imediatamente e pode ver que, pela outra ponta do corredor, a passos lentos como se estivesse preparando-se para dar o bote, vinha o Demogorgon em todo o seu esplendor demoníaco. Will estava encurralado mais uma vez.


Notas Finais


Paramos aqui por enquanto. Espero que tenham gostado da leitura e estejam curiosos para saber como essa história vai se desenrolar! Nos vemos no próximo e penúltimo capítulo e, se querem um conselho, preparem-se! rs
Até a próxima!


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