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História A Outra Hawkins - A Velha Hawkins


Escrita por: StrangerTales

Notas do Autor


Bem vindos de volta, caros leitores! Demorei um pouquinho pra atualizar, mas, como prometido, aqui estamos com a última parte da saga do menino Will Byers. Espero que gostem... Boa leitura!

Capítulo 8 - A Velha Hawkins


Fanfic / Fanfiction A Outra Hawkins - A Velha Hawkins

Os instantes seguintes foram apenas uma lembrança vaga e confusa na mente de Will. Num momento tudo era apenas o grande vazio de uma mente mergulhada no plácido e silencioso abismo da inconsciência e no momento seguinte, subitamente, ele viu-se acordando devido ao soco do Chefe Hopper que acabara de receber no peito enquanto seus pulmões imploravam pelo ar, fazendo com que ele inspirasse uma enorme lufada do mesmo ao passo que uma tosse incontrolável tirava-lhe o pouco fôlego que vinha recuperando.

– Isso mesmo! Oh meu Deus, isso mesmo! Isso mesmo! Respire, respire... Tudo bem, vamos... – Ele escutava vagamente a voz aguda e nervosa da sua mãe, enquanto a mesma o segurava em seus braços e colocava uma máscara de oxigênio no seu rosto – Ótimo, ótimo! Só respire, Will, respire...

O garoto então escutou as palavras de Joyce transformando-se num choro emocionado cada vez mais distante enquanto sua mente mergulhava novamente na escuridão da ausência de sentidos.

Assim que abriu os olhos novamente, sentiu uma claridade incomum invadindo suas pálpebras, fazendo com que sua visão ficasse embaçada por alguns segundos. Pouco a pouco, no entanto, as coisas foram ganhando foco e ele pode então contemplar os rostos que lhe observavam à sua frente.

– Hey... Oi, querido! – Sua mãe dizia sorridente e empolgada enquanto afagava seus cabelos.

Will a princípio ficou completamente confuso, achando que aquilo poderia ser um sonho ou que talvez ele tivesse morrido e aquilo era uma espécie de paraíso.

– Onde... Onde eu estou? – Indagou o garoto enquanto observava sua mãe, completamente maravilhado.

Joyce agora vibrava em alegria, olhando dele para Jonathan, que estava logo ao lado dela.

– Você está em casa. Está em casa agora. Está seguro... – Disse o seu irmão emocionado enquanto acariciava suas pequenas mãos.

– Jonathan... – Will falou com dificuldade, sentindo o coração bater mais forte ao absorver a presença do seu irmão ali.

Aquilo era bom demais para ser verdade e o garoto temeu que tudo fosse apenas um doce sonho que a qualquer momento poderia desfazer-se bem na sua frente, assim como a garota fantasma, mas ao mesmo tempo, de certa forma, ele não ligava muito para isso. A singularidade daquele instante era tudo o que importava na sua mente.

– Sou eu amigão – Disse Jonathan, mal podendo conter as lágrimas – Sentimos sua falta. Sentimos muito a sua falta...

Will então percebeu que o garoto mais velho estava com a mão enfaixada e, preocupado, logo perguntou:

– Você está bem?

– O que? Isso? É só um corte. Não é nada... Você está preocupado com a minha mão! – Constatava Jonathan, completamente emocionado. Joyce, a essa altura, mal podia conter a emoção também.

O irmão mais velho do garoto então pegou uma pequena caixa que estava ao lado dele e colocou-a em cima da cama.

– Então, nós... Nós lhe trouxemos algumas coisas para que não fique entediado aqui – E nesse momento Will finalmente deu-se conta de que estava num leito de hospital – Eu fiz uma fita nova para você – Prosseguiu Jonathan enquanto tirava a pequena fita de plástico da caixa e entregava-a nas mãos do irmão mais novo – Tem algumas coisas aí que eu acho que você vai gostar...

Will então permaneceu segurando a fita enquanto contemplava aqueles rostos à sua frente, levemente dopado pelos remédios que haviam aplicado nele no hospital e pela felicidade genuína que sentia. Aliás, não dava para saber o que pesava mais na balança naquele momento.

No fim das contas, tudo o que ele sabia e queria fazer era continuar olhando aquelas pessoas tão queridas ali na sua frente. Apenas contemplar aqueles olhos emocionados, que naquele momento eram a mais pura manifestação de amor para com ele, como alguém que observa a mais magnífica obra de arte, completamente admirado. Até tentou por em palavras o turbilhão de emoções que estava sentindo, mas logo percebeu que o momento por si só traduzia tudo o que houvesse para ser dito.

O silêncio da ocasião somente foi interrompido quando Jonathan finalmente pronunciou-se mais uma vez:

– Seus amigos estão aí fora. Eles estão doidos para te ver! – Disse ele, levantando-se logo em seguida para chamar os outros garotos na recepção do hospital.

Pouco tempo depois, Mike, Lucas e Dustin já estavam adentrando a sala com toda pressa:

– Byers! – Exclamou Mike, partindo para um abraço apertado enquanto Joyce mandava os garotos terem cuidado.

Logo Lucas também se juntou ao abraço e em seguida foi a vez do Dustin, que puxou os outros garotos desengonçadamente para que ele pudesse dar um abraço único.

– Você não vai acreditar no que aconteceu enquanto estava fora, cara! – Começou Lucas.

– Foi uma doideira! – Dustin agora completava empolgado, enquanto ele e Lucas começavam a revezar para contar todas as novidades para Will.

– Você teve um funeral!

– Jennifer Hayes chorou!

– Troy fez xixi nas calças!

– O que?! – Will agora perguntava, mal podendo acompanhar a torrente de informações e empolgação dos seus amigos.

– Na frente da escola toda! – Dustin continuava.

– O qu... – O garoto não conseguiu completar a pergunta já que nesse momento um acesso violento e repentino de tosse lhe acometeu.

– Você está bem? – Mike perguntou-lhe, levemente preocupado.

Will ainda processava tudo o que havia acontecido nesses últimos momentos, portanto limitou-se apenas a responder:

– Ele me pegou... O Demogorgon.

– Nós sabemos – Disse Mike logo em seguida, notando claramente um olhar tristonho agora se formando no rosto do amigo – Está tudo bem. Ele está morto. Nós fizemos uma nova amiga e ela o deteve. Ela nos salvou. Mas ela se foi agora...

Nesse momento foi a vez de Will perceber toda a empolgação e energia do amigo transformar-se numa expressão de pura melancolia.

– O nome dela é Eleven – Dustin apressou-se em completar.

– Como o número?! – Will perguntou, achando o nome da tal garota algo muito inusitado.

– Nós a apelidamos “El” – Continuou Lucas.

– Ela é basicamente uma feiticeira. – Foi a vez do Dustin.

– Ela tem super poderes! – Disse Lucas, claramente divertindo-se ao contar sobre as habilidades da garota para o amigo.

– Mais como o Yoda – Completou Mike.

Os garotos então começaram a narrar as façanhas dessa nova amiga para Will, que agora se divertia genuinamente enquanto escutava os relatos surpreendentes dos seus amigos. Ele estava finalmente sentindo-se em casa novamente.

A conversa já durava por longos minutos quando, num momento em que os garotos falavam sobre as características físicas da Eleven, Mike casualmente comentou sobre o fato de ela ter os cabelos raspados, fazendo Will ficar completamente estupefato ao perceber que ela poderia muito bem ser a garota fantasma!

Ele, no entanto, preferiu não partilhar essa informação com seus amigos naquele momento. Ainda não se sentia pronto para rememorar os horrores que viveu enquanto estava preso naquele mundo sombrio e, sendo assim, permaneceu apenas escutando todas aquelas histórias mirabolantes envolvendo a garota, agora com um interesse cada vez maior.

A noite então prosseguiu dessa maneira, com sua família, amigos e as famílias desses amigos indo visitá-lo e quando o horário de visitas finalmente acabou ele pode descansar um pouco mais, caindo num sono pesado e profundo devido aos medicamentos que vez por outra ainda recebia na corrente sanguínea.

Nos dias seguintes, Will passou por baterias enormes de exames para verificar o seu estado de saúde e tomou tanto soro e vitaminas que ele costumava dizer aos seus amigos durante o horário de visitas que não existia mais sangue correndo nas suas veias, mas apenas o soro. Depois de aproximadamente uma semana, quando já estava quase totalmente recuperado e seu quadro mostrava-se estável através dos exames, ele finalmente recebeu alta, podendo retornar para casa, para sua família e sua rotina da qual tanto sentia falta.

Assim que chegou em casa, Will viu-se tomado por um verdadeiro misto de sentimentos contraditórios, pois ao mesmo tempo em que ele sentia-se extremamente feliz por estar de volta ao seu lar e a sua vida, os cômodos do ambiente faziam-no recordar o terror que ele havia vivido há não muito tempo.

Seu primeiro dia de volta ao lar foi então marcado por constantes flashbacks dos momentos que ele viveu na versão sombria do mesmo e à noite seu sono foi perturbado por horripilantes pesadelos em que ele via-se sendo capturado e torturado pelo Demogorgon, o que, no fim das contas, culminou com sua ida para o quarto de Joyce em meio às lágrimas. Só então, nos braços dela, ele sentiu-se tranquilo novamente e pode finalmente dormir em paz.

Durante as próximas semanas então, Will viveu um verdadeiro processo de readaptação, já que agora, apesar de ele estar de volta a sua antiga vida, as coisas não eram exatamente as mesmas de antes.

Apesar de sentir-se cada vez mais acolhido e adaptado com o passar dos dias, os pesadelos permaneceram, transformando as noites do garoto num verdadeiro tormento. Além disso, tornou-se relativamente comum alguns flashbacks das situações angustiantes que ele viveu no Upside Down, nome dado ao outro mundo pelos seus amigos, voltarem repentinamente à sua mente em momentos de lazer, fazendo com que Will tivesse instantes de pura angústia acompanhados por um coração acelerado, respiração ofegante e mãos geladas, além de viver, no geral, mais ansioso do que o normal, como se esperasse ser capturado novamente pela criatura a qualquer momento.

Numa tarde após uma dessas crises, Joyce já extremamente preocupada decidiu recorrer à ajuda médica. O diagnóstico de Transtorno do Estresse Pós-Traumático veio em questão de algumas poucas consultas, culminando com uma indicação de terapia pelos próximos seis meses.

Além dos problemas pessoais, os Byers viram sua rotina diretamente afetada após Joyce denunciar para todos os jornais locais um programa secreto do governo que estava silenciosamente em curso no laboratório do Departamento de Energia da cidade, culminando com uma investigação que levou todos os segredos da tal organização à luz da imprensa, gerando um verdadeiro escândalo que fez com que a outrora pacata Hawkins se transformasse no foco da mídia em Indiana.

Segundo sua mãe, Will teria sido uma vítima direta dos experimentos que ocorriam no laboratório, o que fez com que o nome do garoto ecoasse na mídia local e ele ficasse conhecido como “O garoto que voltou a vida”. Ele agora era uma espécie de celebridade entre os moradores de Hawkins e principalmente na escola, onde recebia um certo número de cumprimentos de alunos e professores admirados com sua história e vários olhares curiosos, muitos deles de algumas garotas, principalmente da Jennifer Hayes.

Não bastassem todas as mudanças no âmbito familiar, Will logo notou que seus amigos também não eram mais os mesmos. Não era como se eles houvessem se distanciado, muito pelo contrário. A amizade de Will, Mike, Lucas e Dustin era mais forte do que nunca! Seus amigos sempre estavam lá do seu lado para o que ele precisasse, porém eles estavam um pouco diferentes.

Dustin ainda era o mesmo nerd comilão e piadista de sempre, porém Lucas, ao que tudo indicava, havia tornado-se um cara mais compreensivo e até mesmo gentil para com o resto do grupo. Às vezes ele era tão prestativo que Will pensava que até parecia que, de alguma forma, ele estava tentando redimir-se ou compensar algo.

Porém nada se comparava à mudança que o garoto percebia em Mike. Apesar de ainda ser o mesmo Mike de sempre, Will agora notava uma sombra em seu olhar, como se ele carregasse constantemente um peso dentro de si. Algo tão sutil, porém gelado e escuro que era capaz de roubar o brilho dos olhos do garoto e Will podia jurar que já tinha visto uma lágrima solitária escorrendo na bochecha do amigo na escola em momentos nos quais ele provavelmente achava que ninguém estaria por perto para vê-lo.

Apesar de não tocar no assunto, e achar que mesmo que tocasse Mike certamente desconversaria, Will sentia que tudo aquilo tinha a ver com a Eleven. Era como se ela fosse um quinto membro do grupo que, mesmo não estando fisicamente presente, podia ser sentido por todos eles a todo momento.

Sua ausência era, portanto, como uma peça fundamental faltando. Um espaço em branco. Sempre constante apesar de todos fingirem não o enxergarem como o grande buraco que era. O elefante na sala de estar. “A nossa garota fantasma” pensava Will de certa forma saudoso.

Mesmo com todas essas pequenas mudanças, no fim, Will sentia que as coisas caminhavam bem. Ele tinha de volta a sua vida, família e amigos e isso era tudo o que importava. Até as crises de ansiedade e os pesadelos foram tornando-se cada vez mais brandos no decorrer das semanas com o auxílio da terapia. Tudo caminhava em relativa harmonia até a chegada do mês de dezembro.

Um belo dia após acordar para arrumar-se para a escola, o garoto sentiu algo incomum. Uma espécie de enjoo que culminou com uma ida apressada ao banheiro, onde ele vomitou os restos do que havia sobrado no seu estômago do jantar da noite anterior. O alívio da sensação incômoda veio logo a seguir e Will concluiu que aquilo tinha sido um mal estar passageiro.

Logo ele descobriria, porém, que algo estava errado, terrivelmente errado...

No dia seguinte o enjoo fez-se presente mais uma vez logo depois do café da manhã, fazendo com que o garoto vomitasse tudo o que havia comido junto com uma espécie de líquido esverdeado. Apesar de começar a achar aquilo estranho, Will viu que já estava atrasado para a escola, o que fez com que ele decidisse cuidar desse assunto numa outra hora.

Com o passar dos dias os tais enjoos foram tornando-se cada vez mais frequentes e o líquido transformando-se numa gosma cada vez mais espessa e volumosa. Will achava que estava doente, com algum problema de digestão ou algo do gênero, mas no geral ele sentia-se muito bem, portanto resolveu esperar mais alguns dias para ver se, de repente, ele melhoraria ou se o quadro permaneceria.

A coisa toda logo se revelou ser muito mais séria do que ele imaginava quando, numa de suas idas ao banheiro, ao invés da agora já costumeira gosma verde, ele pôs para fora uma lesma viva que logo se rastejou pelo encanamento!

Will olhou para o pequeno animal completamente estupefato e apavorado. “O que está acontecendo comigo? Como diabos eu acabei de cuspir uma lesma?! Meu Deus, que nojo!” ele pensou já preocupado imaginando o que estaria ocorrendo em seu interior. Logo concluiu que definitivamente era a hora de contar para a sua mãe sobre o que estava acontecendo. Ele tinha que fazê-lo!

Mas não o fez... No fim das contas, ele simplesmente decidiu não contar. Não podia, na verdade. Em parte porque ele sabia muito bem sobre todo o inferno que Joyce e Jonathan haviam atravessado durante o seu desaparecimento e de certa forma ele não queria reiniciar todo aquele pesadelo e na outra parte porque algo lhe dizia que era melhor não contar já que, de alguma forma, aquilo não era o certo a se fazer.

Essa parte sutil, porém poderosa, dizia-lhe que esse era o rumo que as coisas tinham que tomar. Ele sentia como se aquilo tudo fosse natural. Ele até mesmo queria que aquelas coisas estranhas continuassem acontecendo. Portanto o garoto resolveu deixar tudo em segredo enquanto os dias transcorriam.

O natal agora estava cada vez mais próximo. A neve já caía em pequenos flocos que aos poucos teciam um grande manto branco sobre as casas e ruas da velha Hawkins e o fim das aulas já se anunciava. Will havia curtido uma tarde inteira de Dungeons and Dragons com seus amigos no porão da casa do Mike e agora voltava para seu lar com Jonathan. A vida era boa, apesar de tudo.

Já em casa, na mesa do jantar, o familiar enjoo fez-se presente, fazendo Will, numa desculpa esfarrapada de que ia lavar as mãos antes da refeição, correr ao banheiro para vomitar mais uma lesma. E assim, num acesso de tosse ele o fez. “Oh não... Por quanto tempo isso vai durar?” pensou o garoto ligeiramente abatido após regurgitar o animal, enquanto abria a torneira para limpar aquela bagunça nojenta.

Foi então que algo completamente inesperado aconteceu. Num segundo Will estava olhando-se no espelho do banheiro de casa e no momento seguinte o garoto viu-se de volta à versão sombria do mesmo banheiro, a versão do Upside Down, fazendo com que ele levasse um tremendo susto que fez seu coração disparar dentro do peito.

O vislumbre mostrou-se breve, como uma visão ou alucinação, e logo o garoto estava de volta à realidade costumeira, porém isso em nada aplacou a fúria do seu coração acelerado e agora um Will assustado mirava-se no espelho com olhos arregalados enquanto fechava a torneira lentamente.

“Meu Deus... O que está acontecendo comigo?” pensou ele, sentindo o peso gelado do medo já esmagando suas entranhas. Porém nada lhe restava para fazer a não ser deixar as coisas seguirem seu rumo. Então ele assim o fez, prosseguindo para a sala para jantar com sua família como se nada tivesse acontecido.

Mais tarde naquela noite, enquanto todos dormiam na casa dos Byers, Will teve um sonho. Não um daqueles pesadelos mortíferos ou um sonho qualquer, ele logo percebeu assim que abriu os olhos e deu de cara com um ambiente todo negro. Era como uma espécie de sonho lúcido e para onde quer que ele olhasse, via somente a escuridão à sua frente. “Que lugar é esse?” ele indagava-se curioso e ao mesmo tempo assustado.

O garoto então foi caminhando aos poucos, observando o inusitado ambiente ao seu redor para ver se encontrava algo interessante no meio daquela escuridão toda. Talvez uma saída.

Depois de alguns minutos de observações, enquanto Will fitava seus arredores, ao olhar para seu lado esquerdo mais uma vez, ele viu, há uma certa distância, uma árvore com uma figura estranha aos seus pés. “Ué... Não havia nada nessa direção antes” o garoto pensou confuso, mas no fim das contas, rumou em direção à enorme planta.

Assim que tomou certa proximidade, ele percebeu que a figura estranha tratava-se de uma pessoa. Mais alguns passos e ele viu, completamente surpreso, quem era. Ali na sua frente, encolhida e adormecida aos pés de uma enorme árvore coberta de gosma, encontrava-se Eleven.

Por alguns instantes, Will contemplou aquela pequena figura de fisionomia plácida e relaxada, como se a garota estivesse tendo um sonho bom, o que o fez sorrir automaticamente. Mal podia esperar para contar sobre aquela experiência para os garotos, o que quer que aquilo fosse.

Nesse instante então, ocorreu-lhe que ele poderia, de certa forma, estar projetando sua consciência no Upside Down, a julgar pela árvore gosmenta. O que levava a conclusão de que a Eleven estava presa lá! E mais... Teria sido dessa maneira que ela conseguia aparecer para ele enquanto ele estava preso naquele lugar?! A hipótese fazia todo sentido já que a El tinha poderes psíquicos... Mas por que seria ele capaz de fazer o mesmo agora? Será que eles teriam alguma espécie de ligação? Eram muitas as perguntas na mente de Will e, no fim, ele decidiu fazer a única coisa aparentemente útil naquele momento: Tentar falar com a garota.

Um pouco hesitante e até mesmo tímido, ele disse:

– El... Eleven? Pode me ouvir?

A garota então se remexeu e coçou os olhos sonolenta, abrindo-os logo em seguida para fitá-lo. Ela conseguia ouvi-lo! Will então abriu um enorme sorriso e já caminhava em direção a ela quando percebeu que algo estava errado.

O rosto sonolento da garota logo se transformou numa expressão séria, dando lugar em seguida a olhos arregalados de puro pavor. Subitamente, como que percorrida por uma corrente elétrica, ela pôs-se de pé e disparou a correr para longe de Will, que logo viu tudo tornar-se névoa acinzentada bem na sua frente, ficando no vazio da escuridão mais uma vez.

Ele não entendia o que havia acabado de acontecer. Achava que a garota, assim como ele, ficaria feliz em ver um rosto conhecido, mas tudo tinha, de alguma forma, dado totalmente errado e agora Will encontrava-se perdido. O garoto então olhava em todas as direções em busca de alguma pista sobre o que era aquilo tudo, uma resposta, um sinal que fosse e foi quando ele olhou para o chão espelhado devido à fina camada de água que a compreensão atingiu-o em cheio.

O garoto precisou respirar fundo para não gritar em desespero diante da sua imagem. Sua reação automática foi apalpar seus membros e rosto para ter certeza de que ainda era o mesmo e, apesar de sentir tudo no seu devido lugar, as águas eram implacáveis e constantes em lhe mostrar outra coisa.

Ali, bem na sua frente como seu reflexo, em todo o seu esplendor monstruoso, encontrava-se a figura do Demogorgon no espelho d’água...


Notas Finais


That's all, folks! A todos vocês que acompanharam minha historinha até aqui: MUITO OBRIGADA! ❤️ Espero que vocês tenham gostado da leitura tanto quanto eu gostei de escrever!
Gostaria de mandar um agradecimento especial a todos os meus amigos que leram e vieram me dando toda a força nessa jornada de bancar a escritora (CDS e Vini, amo vocês!) e também à Loboduro (~WolfhardFics) que foi minha "beta reader" no começo disso tudo! Vocês são incríveis!
No mais, a quem se interessar, novas histórias virão em breve. Fiquem de olho!
Sem mais delongas, me despeço aqui... Beijos e até breve!


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