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História A paixão é uma loteria. Mas o amor é uma escolha. - Guto, Benê, Ciça e o piano


Escrita por: TathianaSB

Notas do Autor


Oi, meu povo lindo! Tudo bem? Todo mundo votando muito no look da Benê pra balada? (Quem não souber do que eu estou falando, abra o site da Malhação hahaha xD)

E aí? Será que o Guto vai conseguir convencer a Benê sobre a terapia? Vamos descobrir AGORA! \o/

Estou muito contente, porque estamos quase nos 150 favoritos. Gente, 150 favoritos! É MUITA COISA! Ainda mais pra quem não tinha pretensão nenhuma com essa história. Então muito obrigada MESMO! Vocês são muito especiais, e todos tem um lugarzinho no meu coração!

Sem mais delongas, boa leitura, e espero que gostem! ^^

Capítulo 40 - Guto, Benê, Ciça e o piano


Naquele sábado, Benê não quis sair de seu quarto durante toda a manhã, ainda pensando na conversa que teve com a mãe na noite anterior. Ela não conseguia entender os motivos de a mãe querer que ela fizesse terapia. Quer dizer, ela não estava mesmo passando por uma fase muito fácil, mas desde quando uma estranha iria ajudá-la a entender os seus sentimentos mais do que sua própria mãe? Benedita não conseguia ver sentido naquilo.

A menina saiu de seu quarto apenas na hora do almoço. Sentou-se à mesa com sua família, mas eles permaneceram em silêncio durante toda a refeição. Josefina queria conversar novamente com a filha sobre como a terapia poderia ser benéfico para ela, mas resolveu respeitar o tempo dela.

Após o almoço, Benê rapidamente lavou as louças e voltou para o quarto. Ela brincava com suas bonecas quando ouviu o telefone tocar. Não demorou muito para ouvir sua mãe bater na porta.

- Filha, telefone pra você.

- Quem é?

- É o Guto.

Surpresa, Benê sentiu as bochechas esquentarem e o coração pular uma batida. Ela foi até a sala e atendeu ao telefone.

 

LIGAÇÃO ON

- G-Guto?

- Oi Benê.

- Oi.

- Tudo bem?

- Tudo. E com você?

- Também. Eu queria te convidar pra vir aqui em casa agora à tarde. Pra gente tocar um pouco. Lembra que ontem você me disse que queria praticar um pouco mais?

- Lembro sim.

- E então? Você topa?

- Eu... eu não sei...

- Eu já prometi à sua mãe que, dessa vez, você não vai chegar nem perto da piscina. – Benê pôde ouvir Guto rindo do outro lado da linha. – Diz que sim, Benê.

Nisso, a menina olhou para a mãe, como quem pedia permissão. Josefina apenas assentiu com a cabeça. – Eu... eu acho que tudo bem, então.

- Que bom, linda! Então eu e a Ciça estamos indo te buscar, tá?

Benê corou ao ouvir Guto chamá-la de “linda”. – T-tá bom, eu espero vocês lá embaixo.

- Então até daqui a pouco!

- Até!

LIGAÇÃO OFF

 

- Eles estão vindo te buscar, filha?

- Estão sim, mãe.

- Então vai se arrumar.

Benê foi até seu quarto trocar de roupa, enquanto Josefina sentou-se no sofá. “Espero que a Cecília esteja certa, e que o Guto converse com a Benê e a ajude a aceitar a terapia...”

----------------

Guto e Cecília não demoraram muito para buscar Benê. O pianista não conseguia esconder a felicidade de passar o sábado na companhia da menina, e Cecília se mostrava bastante satisfeita com a relação entre os dois, que se fortalecia a olhos vistos.

Já na casa dos irmãos, Guto chamou Benê para se sentar com ele ao piano. A corredora tomou o seu lugar, mas se sentiu um pouco intimidada pelo instrumento que tinha à sua frente.

- O que foi, Benê?

- É que... esse piano é tão grande, tão bonito! Realmente parece ter custado uma fortuna...

Guto soltou uma gargalhada. – Calma, Benê! Você não vai estragá-lo! Você só vai tocá-lo, assim como no galpão da Keyla...

Mas a menina mantinha as mãos encolhidas, repousadas em seu colo. Guto, então, alcançou uma delas com delicadeza e a colocou sobre o piano. Posicionou a sua própria mão sobre a de Benê, e pressionou algumas teclas do instrumento com os dedos dela. Eles se entreolharam, e ali existia uma energia que eles não sabiam explicar.

- Toca pra mim, Benê?

Ela engoliu em seco, mas assentiu com a cabeça, corada. Voltou-se para as teclas, arrumou o corpo e os braços e começou a dedilhar a música que eles vinham treinando. Guto fechou os olhos para ouvir Benê tocar. E Cecília, que estava na cozinha, foi atraída pela melodia e andou silenciosamente até atrás do sofá para apreciar a melodia. Quando a garota terminou a canção a arquiteta não se conteve e bateu palmas. Os dois se viraram, surpresos.

- Ciça? Eu nem sabia que você tava aí!

- E não tava mesmo, Guto! Eu tava na cozinha. Mas então eu ouvi a música, e vim vê-los tocar. Parabéns, Benê! Foi lindo! Até chegar aqui eu poderia jurar que era o Guto quem estava tocando! Ele tinha razão quando disse que você tem um talento natural pra isso. – e ela sorriu, deixando Benê envergonhada.

-O-obrigada. Eu me esforço, só isso.

- Não, Benê. Pessoas esforçadas não aprendem tão rápido, como você. Pra vocês dois é muito natural. É um dom, mesmo, não dá pra explicar. Me coloca pra tocar pra você ver o que acontece! – e ela soltou uma gargalhada.

- Realmente, Ciça, você não leva jeito pro piano. Mas a música tá no sangue da família, Benê. Isso eu garanto!

- Augusto... – começou Ciça, em claro tom reprovador.

- Como assim? – perguntou Benê, curiosa.

- Ela canta, Benê.

- Canto nada! Nunca fiz uma única aula de canto na vida!

- Ué, você não disse agorinha mesmo que eu e a Benê temos um dom? Então! Você também tem, mana. Só que não pro piano...

- Sério? Quero ouvir! Canta pra mim, Ciça?

Pela primeira vez, Benê viu a arquiteta corar. – O-olha, Benê, não vai na dele não! Esquece isso, tá?

- Acho justo, Ciça! Você não acabou de ver a Benê tocar? Então ela tá no direito de querer te ver cantar, não acha?

- Guto, você sabe que eu-morro-de-vergonha! – disse a moça, com os dentes cerrados.

Guto e Benê riram. – Ah, qual é, Cecília! Só estamos nós três aqui. Encosta aí no piano, que eu toco pra você.

Vendo-se meio sem saída, Cecília se posicionou ao lado do piano.

- Pode ser aquela do John Legend? Que a gente ensaiou outro dia?

- E eu lá tenho escolha?!

Guto gargalhou. – É... não!

Guto, então, se ajeitou na bancada. Benê, ao seu lado, observava os dois com atenção. O garoto começou a tocar a melodia de “All of me”, do John Legend, e Benê se surpreendeu quando Cecília começou a cantar. A voz da moça era suave e bonita. Ela estava claramente nervosa, porque as palavras lhe saíam trêmulas no início da música.

O duo piano-voz dos irmãos encantou a corredora, cujos olhos brilhavam. O menino, por sua vez, sorria para a irmã e olhava, vez ou outra, para a garota sentada a seu lado. Cada nota que ele pressionava no piano vinha de seu coração, e ele sabia para quem elas se destinavam. Envolvido pelo momento, ele fez o que achou que jamais seria capaz: no último refrão da música, ele acompanhou a irmã no canto.

Ouvir a voz de Guto deixou Benê maravilhada, que se virou para encará-lo. De alguma forma ela podia sentir verdade naquelas palavras, e a emoção com que ele as cantava. Ele, por sua vez, já não olhava mais para as teclas do piano – apenas para a menina. E Cecília trocou a ansiedade que sentira inicialmente pela alegria de vê-los ali: juntos e felizes.

Após Guto tocar a última nota, ele tomou uma das mãos de Benê e a beijou – sem tirar seus olhos dos dela. A menina ruborizou, mas desenhou um sorriso tímido com os lábios. Ciça, que não queria atrapalhar o momento deles, ia saindo de fininho quando foi interrompida.

- Ciça!

- Oi Benê! – e ela deu meia volta para olhar o casal, que continuava sentado na banqueta do piano, de mãos dadas.

- Isso foi... foi lindo! Eu gostei muito!

- Que bom, querida!

- E Guto... você não me disse que também cantava! – ela olhou para ele, ainda envergonhada.

- Não é bem a minha especialidade, Benê. A cantora da casa é a Ciça.

- VOCÊS DOIS cantam muito bem. Deviam se apresentar juntos algum dia, lá na lanchonete!

- NÃO! Não, pelo amor de Deus! – interrompeu a arquitetura, quase que desesperada. – Eu só canto em casa, no chuveiro ou dentro do meu quarto. E olhe lá! Eu jamais subiria num palco, Benê! Agora, se vocês me dão licença, eu tenho algumas coisas pra fazer.

Cecília deu as costas aos dois e subiu as escadas que levavam ao andar de cima. Benê, então, se deu conta de que ainda segurava a mão de Guto, e recolheu a sua instintivamente. Ele apenas sorriu diante de seu embaraço.

- Guto?

- Hã?

- Você me disse, da outra vez que eu estive aqui, que foi a Ciça quem te incentivou a tocar piano.

- Sim, é verdade. Quer que eu te conte a história?

Benê fez que sim com a cabeça. Guto, então, se levantou da banqueta e se sentou no sofá, convidando-a a fazer o mesmo.

- Sabe, Benê, eu levo o nome do meu avô paterno. Ele morreu durante a minha gravidez, e esse foi um modo que meus pais encontraram para homenageá-lo. Aliás – ele esboçou um sorriso. – eu vivo dizendo à Ciça que eu a invejo um pouco. Porque ela o conheceu, e eu não tive a oportunidade.

Benê apenas aquiesceu, o incentivando a continuar.

- O pai costumava me contar muitas histórias sobre ele. Inclusive sobre quando ele comprou esse piano. – e o menino apontou para o instrumento. – Ele sempre disse que o vô Augusto era um ótimo musicista, e que tocava melodias lindas para a família durante os almoços de domingo. A minha curiosidade sobre o vô me deixou fascinado pelo piano, e assim que eu tive altura suficiente para subir na banqueta e alcançar as teclas, eu o fiz. Eu tinha lá pelos... cinco anos. E calhou de a Cecília estar na sala no dia em que eu toquei pela primeira vez. Honestamente, eu não sei o que foi que ela viu aquele dia. Só sei que ela se sentou ao meu lado e pediu que eu continuasse a tocar. – Guto gargalhou. – Eu era um desastre, claro! Toquei coisas horrorosas! Sem nexo nenhum! Mas a Ciça sorria a cada tecla que eu pressionava. E daquele dia em diante, por uma semana, ela ficou atrás do pai pra que ele me colocasse em uma aula de música.

- E como o seu pai reagiu?

- Ele odiou a ideia, lógico! Mas a Ciça foi tão chata, mas TÃO CHATA, que acabou vencendo-o pelo cansaço. Ele praguejou um monte, dizendo que eu não duraria um mês naquelas aulas. – nisso, Guto olhou para o piano. – Só que ela tava certa. Como quase tudo sobre mim, aliás. Eu comecei as aulas e me apaixonei pelo instrumento e pela música. A música enche a minha alma, Benê. Me suporta quando eu me sinto sozinho e me deixa dividir a minha alegria com os outros. E eu vou agradecer à Ciça pro resto da minha vida por ter insistido tanto com o pai, naquela época...

Os olhos de Benê estavam marejados com a história.

- É lindo o jeito como você fala. Da sua irmã, da música... Eu queria saber falar assim. Poder usar as palavras como você.

Guto olhou para ela, um tanto surpreso.

- Como assim, Benê?!

- Eu não consigo, Guto! – nesse momento, lágrimas já rolavam por suas bochechas. – Eu sinto muitas coisas, mas não consigo falar sobre elas! As palavras não saem de dentro de mim! Eu não sei... não sei explicar! Não sei falar pras pessoas as coisas que estão acontecendo aqui! – e colocou as mãos sobre o peito.

- Sabe, Benê... Já que você tocou no assunto... A Ciça comentou comigo da possibilidade de você fazer terapia. – ela se limitou a assentir. – Eu imagino que você esteja com medo. Afinal, a terapeuta é uma pessoa estranha. E como um estranho poderia te ajudar, né?! Mas ela treinou pra isso, pra ajudar as pessoas. E talvez... Bom, o fato de ela ser uma estranha seja uma coisa boa!

Ela limpou o rosto com as mãos. – C-como assim?!

- Se você não tiver nenhum vínculo emocional com ela, pode ser que entender o que você tá sentindo fique mais fácil. Mais direto e racional. Entende o que eu quero dizer? – ela concordou. – Eu sei que isso é difícil pra você. Mas por que você não pensa melhor sobre a terapia? Talvez não seja uma ideia tão ruim assim... E outra! Você pode tentar ir uma ou duas vezes. Se não gostar, você pode parar! – ele alcançou o rosto de Benê e, segurando seu queixo, a fez olhar para ele. – Eu só quero o seu bem, linda. Eu me importo com você. Eu gosto de você. Muito. Assim como a sua mãe e a Ciça. A gente nunca iria sugerir nada que fosse ruim pra você. Eu não quero que você dê uma resposta agora. Pode só me prometer que vai pensar sobre isso?

Benê refletiu sobre o que Guto lhe disse e concluiu que havia lógica em seu raciocínio. Decidiu, então, que não havia mal nenhum em saber mais a respeito da terapia antes de rejeitá-la.

- Eu... eu prometo.

Guto abriu um largo sorriso para ela e, delicadamente, baixou seu rosto e beijou sua testa.


Notas Finais


Não é porque sou eu quem escrevo não, mas eu AMO a Ciça, e AMO a relação que Guto e Benê vêm construindo. *Sim, eu sou suspeita. Me julguem!* Hahahahahahaha xD

Como será o desenrolar dessa terapia pra Benê? Será que a terapeuta vai identificar o autismo dela? São tantas perguntas sem resposta... Mas fica a dica aí pra vocês imaginarem! =X

E avisando: o próximo capítulo será postado na sexta (dia de resumo e de ansiedade. Ô Senhor! =S). Nos vemos lá? ^^

Beijos a todos, e uma ótima semana pra gente! \o/


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