História A Patricinha e o Tímido - (CANCELADA) - Capítulo 13: Uma Nova Oportunidade

Depois da cena que presenciei da Lucy com o Sting, eu fiquei quieto onde estava, sem dizer nada. Eu saí da onde estava e fui para um banco que tinha no corredor ali perto, pois havia começado a chover e eu não podia ficar doente.

Eu ainda não acredito no que a Lucy fez... Por que ela fez isso? Eu... Eu não passei de apenas um brinquedinho pra ela? Eu não consigo pensar em mais nada...

- Natsu? - alguém me chamou, e esse alguém era a Lisanna - O que aconteceu, Natsu? - ela perguntou preocupada se sentando do meu lado - Você está horrível!

- Eu nunca passei de um brinquedo pra ela, Lisanna... - foi tudo que eu consegui dizer, com lágrimas de frustração nos olhos - Ela nunca se importou em como eu me sinto.

- Você está falando da Lucy? - ela perguntou desconfiada e eu confirmei com a cabeça - O que ela fez desta vez? - perguntou já brava.

Eu contei tudo a Lisanna. Desde a minha primeira vez com a Lucy, até o beijo que eu vi ela dar em Sting. Depois de contar tudo, Lisanna ficou muito, mas muito brava mesma. Se eu não a impedisse, aposto que ela iria atrás da Lucy pra bater nela.

Lisanna ficou comigo durante mais algum tempo, apenas em silêncio. Então, eu decidi ir embora. Não queria mais ficar na escola. Não queria ter que ver a Lucy novamente. Lisanna buscou meu material na sala de aula, e eu dei a desculpa que estava passando mal. Então, o pessoal da diretoria deixaram eu ir embora.

Claro, eu não fui pra casa. Não podia ir! Se eu fosse pra casa, Mavis iria estranhar eu chegar tão cedo, e tudo o que eu menos quero é não falar sobre o que aconteceu. 

Eu fiquei andando pela cidade sem ter para onde ir. E, quando me dei conta, já tinha andando até o outro lado da cidade! "Nossa, eu realmente andei bastante!" pensei. Quando se está mal, nós nem vemos o tempo passar...

Como eu ainda precisava trabalhar, eu sentei em um ponto de ônibus. Afinal, eu não vou andar todo o caminho de volta até o trabalho. Já estou cansado.

Eu fiquei no ponto de ônibus, esperando qualquer ônibus que me levasse de volta. A pior coisa que existe é ficar esperando alguma coisa e essa mesma coisa não vir logo. 

Enquanto eu estava sentando no ponto apenas observando o movimento da rua, uma mulher alta e morena se aproximou de mim. Ela estava vestida com roupas bem chiques, diria até que são de outro país. Ela estava com um celular em mãos e parecia discutir com alguém. De tão alto que ela falava, eu consegui escutar alguma parte da conversa.

- Olha aqui, eu sei muito bem que precisamos de um garoto novo, não precisa ficar me lembrando disso! - ela exclamou brava - Nós precisamos de um garoto que cause impacto. Que faça todos os nossos clientes chamarem ele! Não se preocupa... Eu vou encontrar este garoto! - ela afirmou a si mesma e depois bufou de raiva - Olha aqui, darling, eu não tenho que ficar escutando você falando o que eu tenho que fazer! NÃO É VOCÊ QUE ESTÁ NUM PONTO DE ÔNIBUS! - berrou e desligou o celular com força. 

Depois de terminar de conversar/gritar com a pessoa do outro lado da linha, ela se sentou no ponto de ônibus, do meu lado. Eu acho que ela não havia me percebido ainda. Bem, é normal as pessoas não me notarem...

- Ei, você! - ela me chamou e eu me virei pra encara-la - O seu cabelo é rosa de verdade? - ela perguntou surpresa. 

-Sim... Ele é... - respondi desviando o olhar emburrado. Não gosto quando os outros ficam falando da cor do meu cabelo.

- Que demais! - ela falou fascinada, se aproximando de mim e me analisou dos pés à cabeça - Olha, você é bem bonitinho. Quantos anos você tem? 

- Isso não te interessa! - falei bravo.

- Calma aí, rosado. Eu apenas perguntei a sua idade, nada demais... - falou ofendida.

- Eu aprendi que não devo dar informações pessoais a estranhos. - falei desviando o olhar. 

- Estranhos? - se espantou - Você não me conhece, darling? Que absurdo... Pois bem, eu me apresento agora. Meu nome é Aila Rebekka, a diva das divas. Com dois "k", pois é mais chique.

- Ok... - falei desconfiado e já estava achando que está mulher fosse maluca.

- Eu sei que de vez em quando eu pareço maluca, mas eu não sou, tá? - ela respondeu justamente o que eu estava pensando.

- O que você quer comigo? - perguntei seriamente.

- Primeiro, me responde, você trabalha? - ela perguntou.

- Sim.

- Do que? 

- Pra que todas essas perguntas? - perguntei sem paciência. 

- Apenas responda as minhas perguntas. - ela disse. 

- Eu trabalho de garçom numa lanchonete. - respondi.

- E a sua idade? 

- Se eu responder, você promete me deixar em paz? - perguntei bravo.

- Depende...

- Do que? 

- Não interessa. - Aila disse sorrindo e eu me enfezei mais ainda - Qual o seu nome? 

- Natsu, e eu tenho 17 anos! Satisfeita? -respondi com raiva e vi um enorme sorriso tomar conta da face morena dela.

- Natsu, você já pensou em ser modelo? - ela perguntou sorrindo. 

- Que? 

- Eu sou uma agente de modelos, e estou a procura de novos modelos para os desfiles. - ela explicou - E, você tem pinta de modelo. Você estaria interessado? Eu prometo um ótimo cache! - falou sorrindo. 

- Eu não sei... - respondi desconfiado.

- Oi! Vamos fazer assim, aqui está! - ela disse me entregando um cartão -  Este é o meu número. Se você estiver interessado na minha proposta, me ligue!  - ela disse sorrindo.

Eu encarei o cartão e ela desconfiado - O que está fazendo? - perguntei ao vê-la ainda sentada no ponto.

- Estou esperando o ônibus, oras... - ela disse simplesmente. 

QUEBRA DE TEMPO

Eu fiquei o resto do dia pensando no que aquela tal de Aila havia me falado. "Eu... Modelo? Será que daria certo?" fiquei pensando sobre isso o dia inteiro. 

Agora, eu estava na escola, sentado no meu lugar encarando o cartão da tal Aila. Podia muito bem ser alguma pegadinha ou algo pior. Ela podia ser uma traficante de pessoas e queria poder estar querendo fazer isso comigo. Hoje em dia não dá pra confiar nas pessoas.

Então, de repente, eu vejo Lucy entrar na sala de aula com Sting do seu lado. Eles se despedem com um selinho e ela se senta do meu lado.

- Olá Natsu! - ela disse e eu apenas virei meu rosto - Natsu? - me chamou.

- O que? - perguntei sem encarar ela nos olhos.

- Temos que conversar sobre uma coisa muito importante. - ela disse seriamente.

- Não, nos não temos nada para conversar! - falei friamente e finalmente a encarei - Por que ainda senta do meu lado? Vai sentar lá com o Sting! 

- Por que esta falando desse jeito? - perguntou confusa.

- Não se faça de boba! - falei num tom alto, me levantando do meu lugar bruscamente - Eu vi vocês dois se beijando ontem! - gritei de raiva e todos nos encararam. Também pude ver Lucy arregalar os olhos de forma surpresa. 

- Você? Você viu? - perguntou espantando e se levantou também - Eu posso explicar...

- Explicar o que? - gritei com raiva - Não tem nada pra explicar! Durante todo esse tempo eu não passei de um brinquedo pra você, não é Lucy? Durante todo esse tempo, você apenas brincou com os meus sentimentos... - falei mais baixo, com a voz fraca e triste - Você apenas queria brincar comigo, me usar... Afinal, nós não temos nenhum tipo de relação mesmo. É só... Amizade colorida.

- Natsu... Eu... - Lucy tentou falar, mas Sting se aproximou de nós. 

- O que foi amor? O nerdzinho está te incomodando? - ele perguntou me encarando com aquele olhar superior dele.

- Amor? - perguntei surpreso e encarei Lucy, que desviou o olhar.

- Oh, ela não te contou? Nós estamos namorando agora! - Sting disse, e mais uma vez, meu coração doeu - Não é mesmo, amor? 

Lucy ficou em silêncio, e logo após me encarou e sorriu - Isso mesmo. O Sting é meu namorado agora! E você tem razão, Natsu... Você não passou de um brinquedinho pra mim. - ela disse sorrindo.

Eu nada disse, apenas abaixei meu olhar e saí da sala de aula com meu material. Não me importava se iria perder aula ou não. Eu só queria ficar sozinho. Eu fui até ao meu esconderijo e me tranquei lá. Fiquei com minhas pernas abraçadas, enquanto encarava a cama onde foi a minha primeira vez com a Lucy.

Eu queria tanto que a Lisanna tivesse vindo hoje, pelo menos teria alguém com quem conversar. Ela ficou doente no pior dia possível. Se bem que, até que foi bom ela ter faltado. Se ela tivesse escutado o que a Lucy me disse, provavelmente a Lucy não estaria mais neste mundo.

"O que eu posso fazer? Não tenho mais nada há fazer... Eu queria poder nunca mais voltar nesta escola, mas não tem como. O que eu posso fazer?"

No meio dos meus pensamentos, eu tirei do meu bolso o cartão que receberá no dia anterior. Peguei meu celular e disquei o número e esperei ser atendido. 

- Alô? Aqui é Aila Rebekka, a diva das divas... Em que posso ajudar? - ela disse do outro lado da linha.

- Aila? Sou eu... O Natsu! - falei entristecido. 

- Natsu! - ela exclamou e pude ouvir alguma coisa cair perto dela - E então? Por que você me ligou assim tão de repente? - ela perguntou se fazendo de desentendida.

- Você sabe muito bem o porquê! Eu aceito a sua proposta... Eu aceito ser modelo da sua agência! - falei determinado. 

- Wonderful! - ela disse, e apesar de não poder vê-la, sabia que estava sorrindo largamente.

É... Acho que minha vida vai mudar a partir de agora...

Continua ....