História A Patricinha e o Tímido - (CANCELADA) - Capítulo 9: Uma Visita Inesperada

Lucy On

Ai, eu não acredito que vou ter que fazer trabalho com aquela albina azeda. Ai que raiva. Ela me irrita e muito. Não sei porque. Só de pensar nela perto do meu rosado, ou ela dando comida pro Natsu na boca dele já me deixa irritada. Aquela cena dos dois na nossa sala me deixou irada da vida.

Mas, eu não tenho escolha. Se eu não fizer este trabalho com a albina, vou ficar com nota vermelha. E, se eu ficar com nota vermelha, meu Papi vai tomar de mim os meus bebês. Isso não pode acontecer.

Mas, mais importante que isso. Tenho que conversar com o Natsu. Desde o intervalo quando nós discutimos, ele não dirigiu mais nenhuma palavra à mim. E isso está me incomodando.

Eu sei que magoei ele por sempre tratar ele como meu brinquedinho, mas eu não consigo evitar. Eu sou assim... E o Natsu é mais romântico. Essas coisas que nós fazemos devem ser vergonhosas pra ele.

Bem, melhor eu falar com ele antes dele ir embora. Eu fui até a mesa do Natsu, que estava arrumando seu material dentro da mochila pra ir embora.

- Natsu, podemos conversar? – perguntei.

- Não dá. Se eu não sair agora, vou perder o horário de entrar no trabalho. – ele disse de forma fria e sem me olhar.

- Não se preocupa. Eu te levo de carro depois. – falei e ele me encarou seriamente por algum tempo, até que, enfim, suspirar pesadamente.

- Tudo bem... – ele falou desviando o olhar – Mas tem que ser rápido.

- Ótimo. – exclamei contente – Me desculpa. – falei o encarando nos olhos e ele me olhou confuso.

- Desculpa? Desculpa pelo o que? – ele perguntou ainda espantado. Nossa, será que é tão estranho me ver pedindo desculpas?

- Desculpa por te tratar como se fosse apenas um brinquedinho. Me desculpa se eu magoei os seus sentimentos. – falei sorrindo – Eu sei que você é bem romântico e que toda essa perversão que eu faço em você deve te irritar.

- B-Bem, as suas perversões não me incomodam tanto... – ele disse corado – Tudo bem Lucy, eu aceito as suas desculpas. – ele sorriu, e nossa, que sorriso lindo.

- Que bom. – exclamei contente – E, como outro pedido de desculpa, eu vou te dar isso. – falei e lhe entreguei um bombom.

- Um bombom? – ele exclamou com os olhos brilhando. Acho que acertei na minha escolha. Ele deve amar chocolate. Depois de um tempo fascinando o bombom, Natsu me encarou desconfiado – Como vou saber que ele não está com veneno?

- Você acha que eu tentaria te envenenar? – gritei ofendida – Esse bombom eu pedi pra Randy, minha best, me trazer aqui na escola pra te dar. Por sua causa, estou devendo mais um favor a ela. – falei emburrada – Ele não está envenenado.

- D-Desculpa... É que eu pensei que ele estivesse batizado pra você abusar de mim depois... – ele disse envergonhado.

"Nossa! Que boa idéia! Eu bem que podia fazer isso com o Natsu..." pensei.

- Tudo bem. Eu te desculpo se me der um beijo. – falei apontando para os meus lábios.

Eu esperava que o Natsu fosse corar fortemente e começar a gaguejar, mas não. Ele fez complemente ao contrário. Em vez de ficar todo tímido, ele me beijou!

Eu não acredito nisso. O Natsu me beijou. E nem ao menos criticou a minha escolha. Foi um beijo calmo, apenas um selinho. Acho que ele ainda não sabe dar aqueles beijos que eu dou nele. Assim que nos separamos, nos encaramos nos olhos.

Ele estava com o rosto levemente ruborizado e eu com uma expressão surpresa.

- E então? Estou perdoado? – ele perguntou com um sorriso e uma voz manhosa. E, nossa, eu tive a leve expressão que ele falou de forma maliciosa.

- Sim. Está perdoado. – falei sorrindo – Aqui está o seu bombom.

Assim que entreguei o chocolate ao Natsu, ele já abriu a embalagem para poder comer.

- Já vai comer? – perguntei.

- Sim. Depois não dá tempo de comer no trabalho e pode estragar também. – ele disse enquanto começava a comer.

Eu não sei o que me deu, mas, eu comecei a corar levemente ao ver o Natsu comendo o bombom. Parecia que ele comia em câmera lenta. Ele comia com todo o cuidado do mundo segurando o bombom com ambas as mãos. E, ele parecia estar comendo de alguma forma sedutora, pois eu estava achando muito atraente aquela cena.

Quando terminou de comer, ele sorriu pra mim, e eu desvie o olhar envergonhada por imaginar perversões com o Natsu.

- Natsu, o canto da sua boca está suja... – falei apontando pra ele.

- Hm? – ele me encarou confuso e passou a língua pelo seus lábios até retirar a pequena porção de chocolate que tinha na sua boca – Obrigado por me avisar Lucy.

Ele sorriu pra mim, mas eu não consegui o encarar. Aquela lambida que ele deu no final foi sexy demais.

- Lucy? Tudo bem? – ele perguntou confuso enquanto me encarava.

- S-Sim! Estou ótima! – exclamei forçando um sorriso – Vamos logo. Eu ainda tenho que te levar pro seu trabalho, lembra? – falei mudando de assunto.

- Oh! É verdade. Vamos logo... – ele disse e saiu da sala.

Eu fui logo atrás dele. E, enquanto andávamos em direção a saída, eu ficava o encarando por trás. Na verdade, eu estava secando a bunda do Natsu. Não sei porque, mas não consigo parar de pensar em besteiras. Tudo que o Natsu faz parece ser sexy. Ele comendo o chocolate, ele lambendo os lábios, ele andando de costas pra mim...

Tudo nele é extremamente sexy pra mim! "Será que estou sendo muito pervertida? Eu não sou assim... Esse Natsu tá me deixando mais pervertida do que nunca!" pensei "A minha vontade agora era jogar o Natsu no sofá da nossa sala escondida e transar loucamente com ele. Mas... Acho que ele ficaria envergonhado se eu fizesse isso. Melhor ir com calma com esse meu little boy."

Eu levei o Natsu até o emprego dele. E, claro o caminho inteiro, eu aproveitava e dava umas espiadas no corpo do Natsu sem ele perceber. Enquanto dirigia o carro, eu encarava pelo canto dos olhos suas feições, seu porte. Nossa, sou muito pervertida.

Depois que eu deixei ele no trabalho, eu fui pra casa. Assim que cheguei, comi o almoço que a Virgo preparou pra mim e fui deitar na minha cama. Mas, de repente, a campainha tocou, e eu tive que ir atender, pois a Virgo teve que ir no dentista hoje por causa do seu dente doendo.

Eu caminhei lentamente até a sala. Não gosto de ser incomodada enquanto estou deitada na cama fazendo o nada. Mas, pra minha surpresa, ou infelicidade, assim que abri a porta, me encontrei com a albina azeda.

- O que faz aqui? Como descobriu onde eu moro? – perguntei chocada.

- Primeiro. Eu perguntei na diretoria onde você mora e eles me deram o seu endereço. Segundo... Eu vim aqui pra nós fazermos o nosso trabalho – a albina chamada Lisanna disse.

Só agora eu percebi. Ela está com seu material escolar nas mãos.

- Pra que fazer o trabalho hoje? Ele é só para o mês que vem. – falei o óbvio.

- Quanto mais cedo fizermos o trabalho, mais cedo não vou precisar te ver! – ela disse sorrindo.

Eu estava prestes a responder ela, mas até que é verdade. Quando mais cedo terminarmos essa droga de trabalho, mais cedo vou me livrar dessa coisa branca.

- Tudo bem, entra aí. – falei dando passagem pra ela entrar.

Assim que entrou, ela encarou todo o apartamento com muito cuidado, prestando atenção em todos os detalhes. Ele deve ser bem metida.

- Sua casa é linda! – ela exclamou sorrindo pra mim.

Eu me surpreendi com isso. Não esperava que ela fosse dizer uma coisa dessas. Ela pode até estar mentindo, mas pelo olhar dela posso perceber que está dizendo a verdade.

Nós subimos para o meu quarto e ficamos a tarde toda fazendo o trabalho. Quero dizer, ela fez... Eu não fiz quase nada, apenas fiquei assistindo ela fazer tudo. Ela disse que não se importava de fazer tudo, mas mesmo assim, eu ajudei um pouco.

Essa tal de Lisanna parece ser igual o Natsu. Ela é muito estudiosa. Ela fez o trabalho inteiro com uma concentração incrível. Assim que terminou, ela me encarou.

- Pronto. Terminamos! Ou melhor dizendo, eu terminei! – ela disse sorrindo convencida.

- Hunf! – falei emburrada e fazendo biquinho – Eu ajudei um pouco, tá bom?

- Não se preocupa boba, eu vou colocar o seu nome. – Lisanna disse sorrindo e depois me encarou seriamente.

- What's wrong?  – perguntei.

- Quais as suas intenções com o Natsu? – ela perguntou me encarando nos olhos.

- Do jeito que você fala, parece até a mãe dele. – debochei.

- Não, eu sou muito mais que uma mãe pra ele. – ela sorriu provocativa.

- O que quer dizer com isso? – perguntei estreitando os olhos.

- Não se preocupa. Eu não tenho nada com o Natsu. Eu o considero apenas como um irmão. – Lisanna disse dando de ombros – Mas, ele parece gostar muito de você. Por isso quero saber suas intenções com ele. O Natsu é muito romântico, não sei se percebeu...

- Sim, eu já percebi sim.

- Ele ficou anos esperando a garota da vida dele voltar... Mas, nunca a reencontrou! – Lisanna disse me chamando a atenção - Ele sempre me dizia que fez uma promessa a essa garota, e que seu primeiro beijo seria com esta mesma menina. Mas, ele nunca se encontrou com essa garota. Eu até cheguei a pensar que era tudo uma desilusão amorosa dele. Mas, não... – falou tristemente – Ele sempre falou dessa garota com tanto amor, com tanta emoção. E, eu passei a ficar imaginando como ela seria e torcendo pra ela se reencontrar com o Natsu.

- Quem é essa garota? – perguntei com meu ciúmes já começando a proliferar.

- Eu não sei. O Natsu nunca me disse o nome dela... – ela falou emburrada por não saber – Eu só sei que ela foi amiga de infância dele. Mas, agora, ele está com você, e está muito feliz ao seu lado. Por isso, eu te peço Lucy... Não magoe o Natsu. Ele já sofreu demais no passado... – falou desviando o olhar de forma triste.

- Você parece conhecer o Natsu muito bem...

- É claro que sim. Eu sou a melhor amiga dele! Eu sei de todo o sofrimento que ele já passou e que ainda está passando... – Lisanna disse e se levantou pegando suas coisas – Bem, eu vou indo nessa. Até mais Lucy. E, mais uma vez... Não magoe o Natsu.

- Eu nunca vou fazer isso! – afirmei e a albina sorriu.

Eu acompanhei a leite azedo até a porta e depois que ela foi embora, eu me joguei na minha cama de novo e fiquei pensativa.

"Quem é essa garota da qual a Lisanna falou? Será que o Natsu ainda gosta dela? Eu tenho que descobrir logo quem ela é, senão eu corro o risco de perder o meu little boy pra sempre." pensei desesperada.

Natsu On

O dia passou calmamente. Apesar da minha discussão com a Lucy e volta da Lisanna, o dia passou bem mais calmo que os outros.

Assim que sai do trabalho, fui direto pra casa. Eu só queria chegar logo em casa e tomar um belo banho e comer. Mas, isso não aconteceu.

Quando cheguei em cada, me encontrei com a Erza na sala de estar conversando com a Mavis.

- Eu pensei em nós fazermos o nosso trabalho de uma vez... – ela disse desviando o olhar.

Eu apenas confirmei com a cabeça aceitando a visita dela na minha casa. "Assim é melhor. Se nós fizermos o trabalho agora, não vou precisar ficar me encontrando com ela de novo."

Depois que eu tomei um banho, todos nós jantamos juntos. Mavis insistiu e Erza acabou jantando aqui em casa. Apenas meu irmão Zeref que não estava aqui. Ele só chega de noite do trabalho dele.

Assim que terminamos de comer, eu e Erza fomos para o meu quarto e começamos a fazer o nosso trabalho. Como nós dois éramos muito inteligentes, terminamos o trabalho em menos de uma hora. Fiquei feliz com isso.

Quando eu tinha acabado de guardar o meu material escolar e Erza estava pronta pra ir embora, ela decidiu falar.

- Natsu, podemos conversar? – ela perguntou encarando o chão.

- Sobre o que exatamente você quer conversar? – respondi com uma pergunta ficando de costas pra ruiva.

- Sobre o que aconteceu no passado. Eu e o resto do pessoal estamos muito arrependidos pelo o que fizemos com você. ─ ela disse – Por favor, nos perdoe...

Erza estava praticamente mendigando pelo meu perdão. Eu não tenho ódio deles pelo o que me fizeram, mas, não consigo olhar na cara de nenhum deles.

- V-Vá... Vá embora, Erza... – foi tudo que eu consegui dizer.

Erza não disse nada, apenas se levantou e foi embora sem dizer mais nenhuma palavra. Assim que ela saiu do meu quarto, eu suspirei pesadamente e me joguei na cama.

Enquanto estava deitado, tentando dormir, várias imagens do que aconteceu no passado vieram a minha mente. Odeio relembrar isso...

- Natsu... – Mavis abriu uma pequena brecha na porta pra falar comigo – Você tem visita. – ela sorriu.

Eu estranhei e me levantei de primeira pra ir ver quem havia me procurado. "Que estranho... Eu nunca tenho visitas. Será que é a Lucy?" pensava enquanto me dirigia até a sala de estar.

Assim que cruzei o corretor e cheguei na sala, não consegui conter o enorme sorriso que se formou no meu rosto.

- Olá Natsu. Há quanto tempo, não?

- Tio Jude! – exclamei sorridente.

Continua ....