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História A pedra de Lazrok - Comida alienígena


Escrita por: LumaRubanov

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 3 - Comida alienígena


Saímos do escritório e me deparei com uma sala de jantar. Entre o meu mundo e o deles, não há muita diferença quando se trata da arquitetura das casas. E por causa disso consigo dizer que estou dentro de uma mansão. O teto é bem alto e o cômodo é bem espaçoso. A quantidade de branco nessa casa chega a incomodar. Assim como as paredes, o chão também é branco. Maravilhosamente encerado. Pergunto-me se é por causa da cor da pele deles? Então a casa daquele lá, seria vermelha? O interior da casa te dá uma sensação de frio por causa do branco e suas partes de metal. No meio da sala de jantar, há uma mesa redonda de vidro com um designer moderno. Olhando para o lado há a cozinha, também em estilo moderna. Muito bonita e bem arrumada.

Olhando para o outro lado, vejo uma parede de vidro que nos permite ver o lado de fora, onde se encontra um lindo gramado verde com os irrigadores ligados, fazendo a água brilhar a luz do sol. Definitivamente uma casa de gente rica. Aparentemente, água também é fonte de vida nesse mundo.

 Ayah abre a geladeira e parece estudar o que tem dentro. Sua geladeira de gente rica é enorme, com duas portas, que se abrem pelo meio, em cima e o freezer embaixo. Toda de metal. Hadrian se senta ao balcão que divide a cozinha da sala de jantar e decido fazer o mesmo.

Olhando a cozinha mais de perto, noto que ela tem uma quantidade absurda de utensílios. Alguns eu conheço, outros eu não consigo nem imaginar para que sirva. No centro da cozinha há um lugar, onde ficam o cooktop, os temperos e alguns utensílios que se usa mais para cozinhar. Tem uma pia pequena também. Talvez sirva apenas para lavar os alimentos, algo do gênero. Ricos têm sempre essas coisas. Eles não podem simplesmente ter uma pia para tudo. Tem que ter uma pia para isso, outra para aquilo. Com tanto dinheiro, para que economizar pias, né? No Balcão do fundo, há mais duas pias maiores. Uma junta da outra. Essas provavelmente são para as louças. No balcão do lado, há outra... Mentira. Mas seria engraçado se tivesse mais uma para lavar as mãos.

No balcão do lado esquerdo, não há muita coisa. Há alguns utensílios desconhecidos, uma bandeja com duas pilhas de xícaras diferentes e alguns copos. Mas a maior parte é de espaço livre. Mais ao canto, há um liquidificador e algo semelhante a uma torradeira, mas não tenho certeza se é uma. Entre os balcões à esquerda, há um fogão enorme e muito bonito. Nunca tinha visto um fogão tão bonito. Ao lado dele, há mais potes de temperos e maquinas pequenas que desconheço.

— Como sabemos se a nossa comida não vai te envenenar? – Pergunta Ayah.

— Não sabemos. Se eu morrer, vocês entregam meu corpo para o seu pai fazer pesquisas. – Ela ri.

— Não estava preocupado com a sua vida há alguns minutos?

— Estava. Mas já desisti já.

— Que rápido. – Comenta Hadrian.

— O que aconteceu com você? – Pergunta Ayah, enquanto tira da geladeira potes com conteúdo duvidável. Não sei bem o que esperar e começo a repensar a minha decisão comer comida alienígena.

— Vocês são melhores amigos há quanto tempo? – Fujo.

— Fugindo, né?

— Desde sempre. – Responde Hadrian. Noto que ele não quer insistir quanto ao assunto “minha vida lamentável” e sinto-me agradecido. – Nossas famílias são amigas.

— E qual a idade de vocês? Eu tenho vinte e quatro.

— Eu tenho dezoito e ela tem dezesseis.

— Imaginei. Esse tempo todo e vocês ainda não estão namorando? - Ayah começa a rir e vejo a cara de susto do Hadrian. Acho que esse assunto é tabu para ele.

— Por que a gente estaria namorando? – Pergunta ela indo mais para o fundo da cozinha. Toco o ombro de Hadrian.

Lamento, meu caro friendzone.

Ele tira minha mão e ela volta com alguns potes de temperos. Postos ao balcão, temos muitos potes com alimentos não identificados, temperos não identificados e pão – Eu acho, não tenho certeza de nada nesse mundo.

— Aqui tem tudo que dá para se colocar num sanduíche.

Ela abre os potes. São cinco no total. Os dois primeiros tem um cheiro doce. O primeiro contém fatias de algo que lembra presunto. Mas, diferindo na cor, esse é azul. O segundo tem um molho avermelhado, com pequenos pontinhos laranja e amarelo.

Os outros três potes têm um cheiro quase impossível de se descrever. Não é parecido com nada que eu tenha cheirado em todos meus vinte e quatro anos de vida. Um contém algumas bolinhas do tamanho de bolas de gude, numa cor verde bem escura. Dentro do próximo, tem fatias de queijo. Eu sei que não é queijo, mas parece demais, só que com cheiro de gente morta. O último parece um pote cheio de semente de gergelim. O cheiro mais intrigante parece vir dessas sementes. Pego o pote e chego perto para cheirar e sinto meu sistema respiratório queimar, quase como se eu tivesse cheirado amônia. Afasto o pote, meus olhos lacrimejam e começo a tossir.

— Você está bem? O que houve? – Diz Ayah como se eu estivesse morrendo. E estou mesmo.

— Eu definitivamente não vou comer isso! – Digo com dificuldade de respirar. Meu peito dói. Ela pega o pote e cheira como se nem conseguisse sentir o cheiro direito.

— Acho que seu nariz é sensível, por que eu quase não sinto o cheiro. – Tusso mais um pouco e começo a me sentir melhor aos poucos. – Isso aqui é semente de Raák. Isso é queijo. – Por mais que ela confirme que aquilo é queijo, eu ainda não estou convencido.

— Tem cheiro de gente morta. – Comento. Ela chega o pote bem perto do nariz para sentir o cheiro e já fico enjoado só de ver. Vejo-a rir.

— Para mim tem cheiro de queijo. Isso aqui é linto. – Ela aponta para as bolas de gude. – É um tipo de pimenta. Eu prefiro comer ela pura, mas há pessoas que gostam de misturá-la com outras comidas.

— Eu gosto de pimentas.

— Quem não gosta de pimenta? Isso é molho de garnica e isso é salar. – Ela aponta para o presunto azul. – E isso é pão. – Ela mostra o pacote de pão.

— Acho que vou experimentar tudo e ver no que dá. Menos aquela semente de Raák ali. Aquilo é venenoso. E aquele outro que tem cheiro de gente morta também.

— Mas é tão bom. E como você sabe o cheiro de gente morta?

— Eu já vi uma pessoa morta.

— Quem?

— Minha tia.

— Nossa! Como foi isso? – Encaro-a por um tempo para ver se ela entende o que está perguntando, mas acho que ela não vai se tocar.

— Bem... Em um dia lindo e ensolarado, quando eu tinha treze anos, eu viajei para o interior para visitar a família da minha mãe. Eu fiquei na casa da minha vó e durante esse período ela falou: “Vai lá visitar a sua tia. Ela está tão sozinha lá depois que o Manuel morreu. Tadinha.” Manuel era o gato da minha tia. Então eu fui. A pé mesmo. Ela morava perto. Quando eu cheguei lá, eu senti um cheiro horrível vindo da cozinha. Minha tia estava morta há três dias, foi o que eu o legista disse.

— Ela morreu como? – Ela não parece estar sentindo nenhum pouco de empatia. Sua expressão é indiferente. Está só curiosa.

— Ela se matou.

— Como?

— Ayah. – Hadrian a repreende.

— Desculpa. Acho que exagerei.

— Tudo bem. Nós nem éramos próximos nem nada.

Na verdade, eu gostava de visita-la. Comigo ela sempre foi muito gentil e fazia sobremesas maravilhosas. Não nos falávamos muito, mas sempre houve aquele sentimento de gostar da presença um do outro.

— Não importa. – Diz Hadrian. Ele é bem mais empático que ela. – Ayah às vezes é muito sangue frio.

— Desculpa.

— Você ficar perguntando essas coisas para ele, não vai fazer com que ele fique se lembrando do momento? Quando as pessoas fazem isso com você, você detesta. – Ela fica em silêncio. Por um momento começo a sentir que isso é culpa minha.

— Desculpa. Vou pensar melhor da próxima vez.

— Ótimo! Vamos deixar isso para lá. Eu estou morrendo de vontade de experimentar comida alienígena. Principalmente essa coisa azul aí, que parece muito perigosa. – Vejo Ayah rir. Hadrian com a mesma cara séria.

Ela me oferece um garfo e tenta esconder o sorriso malicioso. Certamente está se divertindo com essa experiência.

Espeto o presunto azul salar e levanto a fatia no ar. Analiso e hesito. Tem realmente um cheiro doce muito gostoso. Desajeitadamente, mordo um pedaço. É muito bom. Se fosse para comparar com alguma coisa, eu diria que o gosto é muito semelhante ao de jujuba. Parece que você misturou vários sabores e criou um único. Acho que isso é o que chamam de tutti-fruit.

— E então? – Ayah me olha curiosa.

— Você é tão bonitinha. – Mordo mais um pedaço e vejo sua expressão de surpresa. Será que elogios são coisas raras nesse mundo? Ou ela foi pega pelo meu charme? – É muito bom isso aqui. Tem no meu mundo também, mas com um formato diferente. Vocês colocam isso num sanduíche?

— Sim. Mas eu também como puro.

— No meu mundo seria estranho colocar algo assim no sanduíche. – Imagina um sanduíche de jujuba. – Próximo agora.

Ela coloca um prato pequeno à minha frente. Ele é redondo, simples, sem nenhum tipo de designer diferente que os pratos de gente rica costumam ter. A cor já dá para adivinhar, né? Roxo.

Mentira. É branco mesmo.

Coloco o tal salar no entediante prato branco e levo o garfo até o pote com o molho. O molho não parece se muito ralo, então acredito que dá para se pegar com um garfo sem que ele caia pelos espaços entre os dentes. Mas me surpreendo ainda mais com o que realmente acontece. Quando eu mergulho o garfo e o levanto, vejo que o molho forma uma bolha em cima do garfo. Sinto-me em um daqueles filmes de formiga, quando a formiga pega uma bolha de água nas mãos. Observo de perto e ainda não consigo entender a física do negócio... Se bem que eu não entendo a física de quase nada.

O cheiro é agradável. Não é tão forte quanto os outros, mas dá para sentir. É doce, mas não me lembra nada. Coloco aquela bolha estranha na boca. No começo é até gostoso e suave, mas depois você morde aquelas bolinhas, fica tão doce e forte que chega dói engolir. E deixa  um gosto forte na boca.

— Esse eu não gostei muito. Muito forte.

— Eu também não gosto muito, mas o Hadrian adora.

— Para mim, ele não é tão forte.

Apenas rio. Ele tem um perfil muito machão.

Só restou a pimenta linto. Minha primeira experiência com pimenta foi aos meus cinco anos de idade. Lá estava eu, inocente, com fome. Avistei uma porção de batatas fritas. Parecia que eu era um drogado vendo aquela pedra de crack que ele tanto gosta. Com os olhos brilhantes, aproximei-me daquela maravilha dos deuses, procurando pela maior. Eu fazia muito isso. Não pode ser uma batata. Tem que ser A batata. Quando estava para comê-la, bati o olho num potinho com um conteúdo vermelho. Pensei: Ketchup! Enfiei A batata naquele pote de ketchup e fiz questão de lambuzar bastante para ficar bem divino e então enfiei na boca. Era pimenta malagueta, em sua mais pura forma. Só lembro que eu chorei muito na época, mas hoje, quando me recordo, dou boas risadas. Pode me chamar de masoquista, mas, depois de aquele dia, eu comecei a sempre querer comer pimenta.

Espero que esse linto não seja muito forte, já que vou comer puro. Coloco meu garfo no prato e levo meus dedos em posição de pinça em direção ao pote com as bolas verdes e pego uma. Ela lembra-me bastante aqueles chicletes que você compra em máquinas com uma moeda – Aqueles que tinham um recheio gostoso de nada – Não consigo sentir nenhum cheiro específico. Depois de respirar fundo, coloco-o inteiro na boca. Mordo sem hesitar e noto que não é duro como eu imaginava. É um tanto macio ao morder. Não sinto ardor de pimenta. Muito pelo contrário. Sinto um frescor muito bom. Um tipo de frescor diferente de menta ou hortelã. Consigo sentir ficar levemente adocicado. Assopro. – Se você é uma pessoa que come balinha de menta sem assoprar. Você não é completo. Não é feliz. –Vejo uma fumaça sair da minha boca.

— Que coisa legal é essa? Com certeza esse é o meu favorito! – Ayah ri. – A pimenta do meu mundo é completamente diferente disso. Quando você come, ela arde que parece até queimar.

— E vocês comem algo assim? Que coisa mais masoquista. Qual o problema com o seu mundo?

— Tem mais problemas do que você imagina. Outra coisa que eu não colocaria num sanduiche. Eu preciso levar muitos desses para o meu mundo!

Chego à conclusão que pimenta é algo ótimo em qualquer mundo independente de como ela seja. Vejo Ayah me encarar sorridente. Isso tudo, com certeza, está sendo, para ela, uma experiência maravilhosa. Não é a toa que é filha de um cientista maluco. Ela pega um e coloca na boca também. Ela é um tipo de pessoa que é naturalmente sensual. Entendo porque Hadrian se apaixonou. Ela está quase fisgando meu coração também. Ela continua me encarando. Linda. Sorrindo. Então ela assopra a fumaça no meu rosto.

Fisgar é pouco. Ela pegou uma flecha e cravou no meu peito com as duas mãos e ainda deu uma girada para ir bem fundo. Brincadeira. Mas me atingiu... Mas não me atingiu tanto quanto o pensamento de Hadrian me mandar de volta para o meu mundo aos tapas.

Acendo meu cigarro invisível e sopro a fumaça em direção ao nada, com uma face pensativa. Ela só tem dezesseis, Niklaus. Uma alienígena de dezesseis anos. Que doença é essa?

 Pergunto-me se eles fumam nesse mundo.

— O que foi isso? Fazendo pose de mafioso com seu cigarro invisível? – Pergunta respondida.

Apesar de ela se tornar uma goma de mascar, aos poucos dá para notar que ela vai se dissolvendo.

— Se você ler as anotações do seu pai, você não acha que conseguiria me mandar de volta? – Volto à missão principal. Vejo fumaça sair pelo nariz dela, mas contenho o riso. Finalmente toquei num assunto sério. Não posso rir.

Até parece.

Começo a rir em um “pfff” e ela me encara.

— Saiu fumaça pelo seu nariz. Ficou muito engraçado.

— Está saindo do seu também, idiota!

Só consigo pensar em uma coisa...

Pego uma e enfio na boca de Hadrian a força. Ele morde e grita:

— O que há de errado com você?

E então sai uma rajada de fumaça pelas suas narinas. Começo a gargalhar. Igualzinho um cartoon com raiva! Vermelho e soltando fumaça pelo nariz. Eu sou um gênio! Minha risada começa a contagiar Ayah fazendo-a sorrir. O ataque vai diminuindo aos poucos e então consigo explicar.

— No meu mundo, quando você desenha alguém com raiva, você o desenha vermelho soltando fumaça pelo nariz. – Seguro o riso. – Ele ficou igualzinho.

— Quantos anos você tem? Cinco? – Diz Hadrian estressadinho.

— Ah, cara! Para de ser tão rabugento.

— Na verdade, vocês dois são muito parecidos.

— Parecido onde? – Diz Hadrian, sentindo-se ofendido.

— Ele está calado e sério assim, porque está se sentindo ameaçado pela sua presença. Ele é tímido. – Vejo ele seriamente cogitando a ideia de agredi-la. – Mas depois de um tempo ele vai se soltando e começa a fazer piadinhas também.

— Sério? Inacreditável.

— Não é inacreditável. Eu sempre acho muito mais divertido passar meu tempo com o Hadrian, do que com qualquer outra pessoa.

Eu vou fazer esses dois ficarem juntos! Serei o Hitch desses dois. Não haverá friendzone enquanto eu estiver por perto!

Quando penso na amizade deles, acabo pensando em coisas que não devia. Meu humor foi estragado. Aproveitando:

— Então, perguntando de novo, você acha que consegue? Se ler as anotações do seu pai.

— Não dá. Os cientistas usam a linguagem de Naatika. Eu não entendo as anotações dele.

— E os livros no escritório? Não tem nenhum que pode ajudar?

— Nunca consegui achar um. Maior parte deles é na língua de Naatika e os que não são, não têm nada de interessante. Alguns são apenas histórias, outros livros chatos com assuntos da escola.

— O que faremos então?

— Quer tentar minha ideia de tentar ler as palavras ao contrário?

— Muito perigoso. – Diz Hadrian. – Só de você ler aquelas palavras, aquela coisa sugou toda a sua energia. Imagina se você ficar brincando sem saber o que está fazendo? Foi um milagre nada ter acontecido. Não acho que isso seja uma ideia boa de maneira alguma.

— Bem, concordo com ele. – Comento.

— Ayah, vamos chamar o seu pai.

— De jeito nenhum!

— Não temos mais opções. Prefiro que você o chame, a nós fazermos mais besteira e piorar tudo.

— Para você é fácil! Não é para você que ele vai olhar com cara de decepção! – Alguém trás a pipoca!

— Você acha que não? Ele sempre me viu como o responsável. Aquele que tem que te proteger e te conscientizar para não fazer besteira. Eu fiz foi te ajudar! Eu tenho boa parte da culpa também. Sem a escuta que eu construí – Ele construiu uma escuta? – você nunca ia conseguir o encantamento para entrar lá. Não fique achando que é só você que está com problemas aqui. – Ela fica calada.

— Desculpa ter te arrastado para isso...

— Tudo bem. Foi uma escolha minha. Estamos juntos nessa. Vamos chamar o seu pai.

— Acho bom, vocês convencerem ele a não me dissecar. – Ayah rir.

— Ele não vai te dissecar não. Eu estava brincando. Dissecar é algo tão medieval.

— Ótimo.

Ficamos em silêncio. Um olhando para o outro. O linto em minha boca está quase desaparecendo e a fumaça parou de sair.

— Vai ligar ou não? – Diz Hadrian quebrando o silêncio.

— Calma, eu estou me preparando psicologicamente!

— Quer que eu ligue?

— Não! Eu faço.

Ela fica parada lá em silêncio.

— Quer que eu faça? – Pergunto.

— Tudo bem. Vou ligar.

Ela desliza dois dedos da mão direita no balcão como se desenhasse um símbolo. Então aparece uma tela com uma lista. Quem diria que o balcão é touch screen. Se a ligação for holográfica, vai ser um sonho realizado. Ela move a lista até chegar a um nome: Número do papai. Olho para Ayah. Não sabia que ela era tão filhinha do papai assim.

— Só para você saber, foi meu pai que escreveu isso...

Começo então a questionar a personalidade do pai dela. Acredito que ele não seja tão gênio do mal assim. Mas se bem que existem muitos mafiosos que amam a filhinha. Quando ela ia com o dedo indicador para efetuar a ligação, Hadrian a para.

— Não seria melhor a gente pensar no que dizer primeiro?

— Verdade...

— Não. Acho melhor a gente ligar logo. Vamos improvisar!

Aperto o nome e aparece um aviso de que está chamando. Ok. Admito que eu queria mesmo era ver eles se ferrarem. Desculpa, mas não posso fazer nada contra essa minha natureza.

— Por que você fez isso? – Diz Ayah em pânico.

— O que a gente vai dizer? – Diz Hadrian em pânico.

Eu só consigo rir mentalmente.

— Vamos contar para ele como as coisas aconteceram.

— A gente fala logo de cara que existe um alienígena na cozinha.

— Ai minha nossa, ele vai enlouquecer! Estamos ferrados.

Olá! – Eles gritam e eu tento segurar minha gargalhada. 


Notas Finais


Niklaus é um retardado... Mas eu ainda gosto dele.


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