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História A pedra de Lazrok - A conferência


Escrita por: LumaRubanov

Notas do Autor


Um capítulo praticamente de diálogos. haha

Capítulo 4 - A conferência


O que foi? O que aconteceu?

— Nada, eu só me assustei.

Ora, se assustando com seu próprio pai. – Ele rir. Sua voz não é do tipo que você classificaria como alguém maligno. Ela o faz parecer um tanto inofensivo. – E foi você quem me ligou. Já estou com saudades. Estou no meu escritório agora. Acredita? Ganhei um escritório durante meu período que ficarei aqui. Não é incrível? A faculdade está do mesmo jeito que estava em minha época de estudante. Ah, as memórias...

— Pai.

Onde está Hadrian? Encontrei algo muito interessante que acho que ele ia se interessar.

— Estou aqui, Sier-Valentin. – Sier-Valentin? Esse é o nome dele?

Sua voz está ficando cada vez mais charmosa, devo dizer. – Gostei dele. Ele é engraçado. – Eu estava caminhando pelo campus e me deparei com uns jovens trabalhando em um projeto. Adivinha o que eles tinham em mãos? Um protótipo da AVENIS 43.

— O que? Não brinca! – Seus olhos brilham e pude entender o que Ayah estava dizendo antes. – Qual extensão?

A Cryos, versão 2.3.

— Nossa! Titânia?

Com peças sobressalentes. – Eles riem juntos, empolgados. Olho para Ayah e noto que não sou o único perdido. Provavelmente é uma conversa nerd que só eles entendem.

— Você tem que conseguir isso para mim!

Já estou arranjando. Sabe que sou um homem popular aqui no campus.

— Pai. – Ayah interrompe a conversa.

Oh! Desculpe, minha filha. Acredito que eu tenha me exaltado. – Ele rir. – O que é?

— Então... Não foi nada não. Só estava com saudade...

Vejo Hadrian dizer telepaticamente “O que você está fazendo?”. Diante desta covardia inesperada, resolvo tomar medidas necessárias: Tusso e coço a garganta.

— Desculpa. – Digo educadamente. Eu sei ser educado.

Quem é esse?

— Ninguém. Foi o Hadrian.

Não foi não. Está tentando esconder alguém? É algum fã meu que queria me conhecer e está com vergonha? Ora, não fique assim. Eu sou muito simpático! – Apenas seguro o riso. Ele parece bem empolgado com a ideia. Ayah aparentemente quer me matar, mas sei Hadrian está do meu lado e irá me proteger... Não. Ele só está do meu lado mesmo. – Vamos fazer uma conferência! Não estou fazendo nada de interessante por agora. Para falar a verdade, estou um tanto entediado. Vamos fazer uma conferência. Vamos!

— Não!

Ora, não seja chata!

Hadrian se aproxima de mim e sussurra: Terceira opção à esquerda. Quando olho para tela vejo que à esquerda há seis tipos de símbolos listados.

— Nem pensem nisso! – Grita Ayah.

Rapidamente escolho a terceira opção. Ayah tentou me impedir, mas eu sou bem mais rápido. Ela me olha com raiva. “Eu vou te matar!” Escuto telepaticamente. Brincadeira. Mas está escrito no rosto dela. Espero que ela não invoque suas chamas brancas nos meus lindos e sedosos cabelos dourados. Mas a pergunta que não quer calar é: Que diabos uma conferência é?

Antes que eu pudesse supor coisas. O pai dela aparece ao nosso lado assustando a todos nós. Ele é alto e, assim como Ayah, ele é branco com azul. Está usando um jaleco branco que aparentemente é maior do que deveria ser. Em seu pescoço há um óculos pendurado. Seus cabelos são curtos formando um topete. Ele é mais jovem do que eu imaginava. Não deve ter muito mais que trinta. Tem uma cara de nerd muito óbvia, diferente de Hadrian. Vejo-o pular dando uma giradinha.

Cá estou eu! Mesmo que ainda seja só uma projeção. Adoro conferências!

Sonho realizado! Mas diferente de uma representação holográfica, parece mesmo que ele está aqui conosco. Isso é muito mais incrível!

O seu amigo é... – Ele olha para mim e fica sem palavras.

— E aê?

O que é essa coisa, aí?

— Ouch! Meus sentimentos foram feridos!

E ele fala!

Ele coloca seus óculos e se aproxima bem da minha barba. Com a mão no queixo, ele a analisa. E então começa a me olhar por inteiro. Encara os pelos do meu braço e os da minha perna. Olha dentro dos meus olhos por um tempo e então observa meus cabelos. Essa com certeza é a situação mais estranha que eu já estive. Depois de se afastar, ele sorri e diz:

Que espécime incrível!

— Ah, cara, que isso? Assim vou ficar constrangido. – Ele rir.

E ainda tem senso de humor! Adorei!

— Obrigado. É um dos meus pontos fortes.

Mas por que você está nu? Aliás, tenho uma pergunta mais importante: todos da sua espécie têm pelos no corpo? Por quê?

— Isso são duas perguntas.

E lá vem o senso de humor! – Ele rir mais uma vez. – Onde vocês o conseguiram?

Estico meu braço para tocá-lo e o meu braço o atravessa. Eu já vi várias vezes esse tipo de cena em filmes, mas atravessar o seu braço por alguém é uma experiência única e indescritível.

— Eu... entrei no seu laboratório.

O que? – Grita ele. Agora ele está bem diferente comparado à alguns minutos atrás. Sua expressão é de raiva e desgosto. Assustador. Não tem pipoca para assistir isso, mas tem salar. Mordo um pedaço. – Você tem ideia do que você fez? Por que diabos você fez uma coisa dessas, Ayah? Meu laboratório é absolutamente proibido! Sabe quanta coisa perigosa tem lá dentro? Estava com vontade de se matar? Não acredito que você fez isso pelas minhas costas! Inacreditável! Sabe o que eu vou fazer com você quando eu chegar aí, Ayah?– Sua voz raivosa é realmente assustadora. Agora entendo porque eles estavam com medo. Mas admito que estou me divertindo com tudo isso. – E como você pôde ajuda-la com isso, Hadrian? Você era para supostamente protege-la de fazer esse tipo de estupidez!

— Hadrian, não tem nada a ver com isso! – Ela retruca o pai. Mordo outro pedaço. – Ele só descobriu hoje, quando veio mais cedo. Ele viu o alienígena e gritou comigo. Depois disse que era melhor te contar a verdade, antes que piorássemos a situação.

— Ela está mentindo. – Diz o honrado, Hadrian. – Menos na última parte. Foi ideia minha falarmos a verdade.

— Na verdade – Intrometo. – Eu fui o primeiro dizer que deveríamos chamar um especialista.

— Eu a ajudei desde o começo.

— Não ajudou não. Só está tentando aliviar a minha culpa.

— Para de tentar aliviar a MINHA culpa! Eu não me importo de assumir as minhas coisas! Não fique me acobertando.

— Cala a boca, idiota!

O pai começa a rir e eles se calam. Confusos, eles o encaram que continua rindo. Esse cara! Eu simplesmente amei esse cara!

Adoro a amizade de vocês! – Ele respira fundo. - Tudo bem. Tudo bem. Já me diverti o suficiente. Eu já sabia de tudo desde o começo. E como foi lá? Bem legal não é mesmo? Eu tenho ótimos projetos lá.

— Eu nem sabia quem você era há um tempo. Mas agora, eu com certeza sou seu fã! Você é incrível! – Digo e rimos juntos.

Ora, muito obrigado!

— Ou, ou, ou! Espera um segundo. O que você quer dizer com “Já sabia de tudo desde o começo”? – Pergunta Hadrian.

Hadrian, às vezes as suas perguntas me fazem duvidar de sua capacidade mental.

— Exatamente! – Alguém que me entende! Apesar de que eu não sabia que ele tinha alguma capacidade mental.

— Cala a boca, pai! Você é um idiota! Eu também quero saber o que você quis dizer com aquilo? Você já sabia que eu planejava invadir seu laboratório?

Mas é claro que eu já sabia! Foi até divertido ver você tentando me enganar.

— Mas eu tomei tanto cuidado. – Ela parece extremamente frustrada. E não importa como eu veja isso, parece aquele momento que o vilão revela que estava a um passo a frente esse tempo todo. Apesar de eles serem pai e filha e se amarem.

Você realmente tomou. Foi muito engenhosa. O seu plano realmente foi muito bem feito. Assim como a escuta de Hadrian. Um ótimo trabalho!

— Mas não foi um plano bom o suficiente!

Ayah, foi um bom plano. Mas creio que você tenha me subestimado. Acredito que esse tenha sido o seu maior erro. Até me senti um pouco ofendido. Você sempre foi muito apaixonada por magia. Quando você era menor, eu fazia alguns truques para você e seus olhos brilhavam. Era a mesma admiração que eu tinha quando tinha a sua idade. Quando eu te explicava pequenas coisas secretamente, no intuito de você se aperfeiçoar até o dia em que você fosse para Naatika, você ficava tão empolgada. E pensou que ia disfarçar que estava interessada? Devo admitir que, por um momento, pensei que estava entrando em sua fase rebelde. Mas eu sempre podia sentir a sua energia se transformando. No dia que você plantou a escuta, tudo ficou muito claro. Você estava planejando entrar em meu laboratório. A escuta foi algo inteligente, mas há uma falha. Eu não preciso de palavras para entrar em meu laboratório.

— Mas então, que palavras foram aquelas?

Um encantamento para destrancar temporariamente. Foi um segundo encantamento que eu coloquei para que você pudesse acessá-lo hoje. Você só poderia usá-lo uma vez. Se vocês olharem para o meu escritório, notarão que a porta já se fechou e vocês não conseguirão abri-la de novo não importa o quanto tentarem. Eu só não consegui dar o encantamento que ilumina o cômodo, sem que vocês percebessem. Mas vocês puderam usar o Ignah, não? Uma pena não terem aproveitado melhor. – Rio.

— Eu acho que eles aproveitaram mais do que deviam.

Ele me encara em silêncio, como se estivesse juntando as peças em sua cabeça, e então arregala os olhos.

Funcionou! Funcionou não funcionou? – Ele rir e pula em comemoração como uma criança. – Vinte e três anos, cinco meses e dezesseis dias de trabalho para chegar ao sucesso! Esse é o melhor dia da minha! – Ele se aproxima de mim. – De onde você veio? Espera, mais importante, como é o lugar de onde você veio? A tecnologia de vocês é avançada? Tenho muito a se perguntar! Com esse avanço da minha pesquisa podemos mudar o nosso mundo para melhor! Minha filha, você sabe o que isso significa? Podemos até evoluir em nossa medicina! Talvez eles tenham compostos que não existem em nosso mundo! E talvez possamos ajudar o mundo de vocês. – Ele sorri para mim. – Talvez temos a cura para alguma doença incurável em seu mundo. Já imaginou que incrível? Duas espécies inteligentes interagindo...

— Você é realmente incrível, devo dizer. – Interrompo. – Mas eu não acho que seja uma boa ideia. Digamos que você interagir com o meu mundo... É possível que ambos saiam prejudicados. Aparentemente o seu mundo é realmente desenvolvido em tecnologia, mas como é a parte moral? Todos buscam a melhoria da sociedade assim como você? Todos buscam apenas o conhecimento? Como é a ambição em seu mundo? O meu mundo é muito pobre moralmente. Os que possuem poder e dinheiro querem ainda mais poder e dinheiro. E para que você pudesse conseguir alguma coisa você teria que recorrer a essas pessoas. Se essas pessoas descobrirem que há algo de valor em seu mundo, isso pode acabar gerando uma guerra. Entende o que eu quero dizer? – Ele fica em silêncio. – Mas pode ser que dê certo. Não sou um oráculo. E também eu não diria que teria sido um sucesso completo. Esse portal que você criou está se abrindo em um lugar complicado em meu mundo. Você teria que mudar isso. E a sua filha quase morreu também.

O QUE?

— Não foi bem assim. – Diz ela.

— Foi assim sim. Depois que Ayah leu as palavras, aquela coisa quase sugou toda a energia dela. Quando ela caiu no chão, achei que ela tinha. Foi um susto muito grande. Acho que você deveria consertar isso também.

Mas e aquilo? Aconteceu?

— Não. – Responde Hadrian e noto que Ayah também está se perguntando o que é aquilo.

Estranho... – Ele fica pensativo, talvez um pouco preocupado.

— Aquilo o que? – Pergunta Ayah.

Eu tinha quase certeza de que vocês não iriam mexer em nada. Por isso permiti. Com relação a isso é uma decepção. Eu queria ter feito o primeiro teste, mas estava atrasado.

— Eu não achei que se eu só lesse acabaria acontecendo alguma coisa. Você falou Ignah agora a pouco e não aconteceu nada.

A ativação do portal claramente foi um erro meu. Mas não muda o fato de você ter lido. Não se pode ler as coisas assim, minha filha. Muitas vezes, pode causar algo catastrófico.

— Foi o que eu disse. É regra não ler coisas estranhas em voz alta.

O espécime está certo.

— Podia ter comentado essa regra enquanto estava me manipulando!

Agora você está chateada por isso! Você tentou me manipular e eu não fiquei chateado com você por isso. Ainda deixei você entrar em meu laboratório!

Ela apenas solta um rosnado de indignação e eu não sei bem se eu posso rir, então eu tento me segurar. Troco olharem com Hadrian, que também está se segurando e tudo fica ainda mais difícil.

Ayah, não seja infantil.

Ela solta outro rosnado de indignação e eu não aguento mais. Começo a gargalhar alto e logo depois escuto Hadrian cuspir e gargalhar também. Ele tenta muito se segurar, mas eu nem faço questão.

— PAREM DE RIR DE MIM!

— Ok, Ok. – Risinhos. – Desculpa. – Risinhos.

— Desculpa, Ayah. – Diz Hadrian se controlando.

— É, mas se você rosnar de novoPFFFF

Voltamos a rir. Ela vai nos matar.

Ayah, concentre-se e diga: Jzukat. – Escuto o pai dizer e tenho um mau pressentimento.

JZUKAT!

Ela profetiza com ódio e minha boca se fecha com força, fazendo me bater os dentes. Sinto uma dor forte e começo a temer pelo meu maravilhoso sorriso. Quando tento abrir minha boca não consigo. Mal consigo mover minha mandíbula e quanto mais eu tento mais me machuco.

Muito bom! Mas tente não gritar tão forte da próxima vez. Eles devem estar sentindo muita dor agora. Sabe, Ayah, magia é algo que você deve tomar muito cuidado. Não deve se utilizar com emoções muito fortes de ódio, raiva. É algo que você deve agir racionalmente. As emoções afetam muito a sua energia, consequentemente afetando também a sua magia. Se você disser Ignah calmamente, – Ele invoca em sua mão a chama branca. – a chama será calma e pacífica. Mas se você disser com raiva essa chama será massiva... Ignah!

O seu tom de voz pareceu mais raivoso e sua expressão mais séria. A pequena chama que estava em sua mão se espalhou a sua volta, deixando o ainda mais assustador. Ele balança a mão à sua frente como se estivesse espantando um mosquito e então o fogo se esvai.

Então tome muito cuidado com suas palavras... Bom, acho que já vou. – Ele repentinamente muda seu humor sério de volta para o cara animado de antes. – Guarde o espécime dentro de casa e quando eu voltar, lido com a situação. Vou tentar voltar mais cedo. Quero fazer muitas perguntas ainda! E nem preciso dizer que ninguém pode saber disso, não é mesmo? Ah! E sua mãe conseguiu! Sempre soube que ela ia conseguir.

— Eu também. A mamãe é incrível! Quando vocês voltarem, vamos sair para comemorar. Ou a gente pode dar uma festa e chamar a família do Hadrian também.

Concordo! Ayah... A sua mãe não sabe que eu deixei você entrar no meu laboratório, e é melhor que permaneça desse jeito. Sabe o que ela faria se descobrisse? Ela nos mataria com certeza! Vou indo. Até mais.

Ele desliga. Se Ayah já estava morrendo de medo do pai, imagina que tipo de demônio deve ser essa mãe que coloca medo nos dois! Sinto minha boca começar a descolar. Este é um feitiço perigoso.

— Este é um feitiço muito bom. – Comenta ela. – Vou usar mais vezes.

— Vou te denunciar para a polícia. – Diz Hadrian.

Abro minha boca e toco em todos nos meus dentes. Estão todos aqui.

— Você nem me deixou perguntar o que era aquela bola de carne. – Comento.

— Bem, aparentemente você irá morar aqui pelos próximos dias. – Diz Ayah ao me ignorar. - Temos que arranjar algumas roupas para você. – Ela encara Hadrian que fecha a cara.

— Não pode ser as do seu pai?

— Não. Minha mãe pode suspeitar.

— Então neste caso, eu quero tomar um banho. Estou todo grudento e sujo. Olha, da para ver o sal na minha barba.

Ela chega bem perto para ver e eu começo a pensar que era melhor eu ter dito braço.

— Então cabelo na cara tem nome? Barba... – Diz absorvendo a informação. - É verdade. Eu consigo ver o sal na sua barba. Que legal. Mas você não vai comer? Você só comeu uma fatia de salar puro.

— Minha fome passou. Depois eu como mais.

— Depois de eu ter tirado tudo do lugar... – Ela guarda as comidas na geladeira, mas deixa os temperos no mesmo lugar. Preguiçosa. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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