História A pequena Porta. - O n e S h o t

O tic-toc do relógio nunca apareceu tão assustador como naquela noite, eu sentia ansiedade, mas não sabia o por que. Olhava freneticamente para todos os lados, mas sem resultado. Estava prestes a cair no sono profundo que tinha. Mas pude ouvir como uma porta se abrir, o barulho irritante que fazia em contato com o chão ,me irrita até hoje. Me levantei quase em um pulo, confirmando com um beliscão em mim mesma que aquilo não era um pesadelo. Olhei mais uma vez a pequena porta aberta em minha frente. Poucos metros nos separavam e minha curiosidade aguçava, e eu não deixaria as coisas assim.
Juntei todos os travesseiros para cobrir meu lugar na cama, e os tapei não deixando nenhum canto de fora. Meus 1,54 na época nunca foram tão úteis. Passei sem problemas pela porta pequena.
Fechei meus olhos temendo o pior, mas ao abri-los e observar o corredor, eu notei a beleza que tinha. O corredor largo, que era iluminado por diversas lâmpadas ao longo dele, o enorme tapete cor vinho que cobria todo o chão ,que aparecia ser madeira, flores espalhadas pelo chão e algumas em vasos na mesa, o chão rangendo a cada passo que dava, resultando no eco que tomava o corredor, ele não aparecia ter fim. Já estava cansada e meu sono estava voltando. A alguns metros a frente minha, havia uma ofuscante luz vermelha. Me forcei a caminhar mais um pouco. Já não me importava, meus pensamentos foram levados para longe por causa daquela viciante luz. Segui em frente, sem olhar aonde pisava.
A luz a cada passo que dava, continuava a perder a força e a cor. Quando estava perto de chegar, percebi algo aparecido como uma arvore. Caminhei por mais um tempo, saindo daquele corredor.
As diversas arvores ou as diversas cores dominaram aquele lugar por completo, a cada lado que olhava era um novo tipo de coisa . Caminhei desviando de cada tronco que via em minha frente, procurando qualquer tipo de vida naquele lugar. Estava vazio de certa maneira, por fim estava perdido e sozinho. Me deitei pela grama seca e relaxei por um minuto. – Des que entrei pela pequena porta, encontrei um corredor com beleza única, encontrei um lugar lindo porem sem ninguém e agora estou deitando nesse mundo. Engraçado, fosse como um mundo paralelo. 
Estava de olhos fechados, batimentos do coração lento, a brisa batia em meu rosto e meu corpo estava esticado pela grama. Senti a presença de alguém ao meu lado e abri os olhos rapidamente me sentando na grama.

- Você se perdeu? Ei menina. – O garoto alto e com cabelos lilás se agachou do meu lado. Fiquei imóvel de primeira, mas senti um
conforto ao ver seu sorriso.

- Q-quem é voce? – Gaguejei, e seu olhar mudou.

- Garry. E você? – Disse, soltando um lindo sorriso seguido do aperto de mão que me deu.

- Ib, 9 anos, Su – Meu coração acelerou. Soltei palavras sem pensar, meu nervosismo na hora aumentou. O mais alto soltou um riso abafada e colocou sua mão em minha boca pedindo silêncio.

- Calme. Vamos começar por onde? Hm. – pensou um pouco o mais alto e disse:

- Voce sempre vem aqui?
Ri, de sua tentativa de assunto e ele sem entender gargalhou junto.
Sua roupa desgastada e furada em algumas parte, me deixou um tanto curiosa. Mas não ousei perguntar, nem toquei no assunto, em momento algum senti medo ou hesitação de falar. Falava livremente qualquer assunto que ele tocava, de tal maneira ele me deixava empolgada em continuar a falar e falar. Suas poucas palavras no meio da conversa me fazia rir como nunca. O tempo não aparecia passar, e a tarde naquele mundo ia aos poucos se mostrando. Me lembro exatamente como ele falou antes da hora de mim voltar para meu quarto.

- Estarei lhe esperando, Ib. – ele se abaixou e beijou as costas da minha mão, fazendo me corar.

- Ate até amanha. -Me virei ainda corada, virei meu rosto olhando Garry sorrir e abanar para mim.
Soltei uma risada ao ver o mais alto quase cair e abanei para o mesmo que sorriu lindamente como sempre.

Passei pelo corredor enorme novamente, relembrando cada detalhe o tapete cor vinho, as flores diversas e as lâmpadas que agora iluminavam um cor avermelhada. Ao enxergar a pequena porta e minha cama pela fresta dela. Olhei para trás e corri voltando para meu quarto.
A janela aberta mostrava o lindo dia ensolarado que estava, o céu azul e as arvores de cerejeira que coloriam a cena. Era deslumbrante.  Um pouco depois ouvi batidas na porta, minha mãe logo apareceu, surpresa, por estar já acordada. E Me lembrou da aula que tinha.
Me preparei rapidamente e segui a minha rotina diária de sempre.
O professor seguia dando aula, mas meus pensamentos continuavam naquele mundo, Em garry e aquela pequena porta. Fiquei avoada a aula inteira. O resto do dia passou rápido e eu estava ficando cada vez mais ansiosa, esperando a noite chegar para ver Garry novamente.
Engoli o café quando cheguei e me tranquei no quarto. Exatos 00:00 no relógio e o som da porta ecoou no quarto, fazendo-me sorrir e correr ate ela.
Passei sem problemas por ela. Só que dessa vez corria. Atentamente para a luz vermelha mais a minha frente. E quando cheguei.
O mais alto, esperando sentado na grama, a frente da porta. Sorriu. E eu caminhei ate ele esperando- o falar.

- Bem vinda de volta, ib. – abriu os braços me chamando para mais perto.
Por um impulso, não proposital, Me deitei em seus braços e o mesmo corou mas me abraçou puxando para mais perto de si.