Rosie´s POV
- Mel... achas que devemos dar lhe uma oportunidade? – pergunto ansiosa a Amélia, enquanto Bianca toma um banho.
- Claro que acho! Ela parece um cachorrinho assustado, tal como nós parecíamos quando nos conhecemos...! Ela deve ter a mesma idade que nós, por isso acho que a devia mos ajudar.
- Tens razão. Assim vamos ser três! Que máximo!! – Eu e Amélia damos guinchos de alegria e de excitamento por termos uma nova inquilina da nossa raça.
Quando eu e Mel encontrámos Bianca no meio da rua completamente atordoada, percebemos logo que ela era uma recém vampira tal como nós. Eu e Amélia conhecemos nos quando tínhamos seis anos, e nessa altura tudo era feliz e perfeito. Isto até sermos atacadas numa feira popular por um vampiro, e desde então tornámos nos nestas criaturas. Tudo aconteceu há cinco anos atrás, eu tinha 12 anos e Amélia 11. A partir daí os nossos pais mandaram nos para um hospital psiquiátrico infantil, de onde 2 anos depois fugimos, e viemos parar aqui, para Lakewood. Ambas arranjámos um part-time para podermos pagar a renda da pequena casa onde vivemos, e entrámos para a escola de ensino médio aqui da vila. Durante estes três anos vivemos as duas neste sitio, onde nos alimentamos dos animais da floresta. Eu e Amélia somos melhores amigas, e adoramos viver assim em liberdade, sem pais e sem pessoas a dizer nos o que precisamos de fazer. Na verdade, eu tenho que ser a mais responsável, tendo em conta que fiz 17 anos há uns meses, e Amélia tem apenas 15.
Bianca sai da casinha assustada, vestindo uma saia e uma camisa de Mel.
- Obrigada por me terem deixado usar o chuveiro... Bom, eu vou indo, obrigada mais uma vez.
- Espera! Tu não vais a lado nenhum, senta te aqui. – Amélia diz sorridente.
- Bianca, deves ter muitas perguntas, mas antes de questionares o que quer que seja, convidamos te desde já para ficares aqui com connosco. O que dizes?
- Sim, sim, sim! – Mel exclama excitada
- Como assim?... Eu não posso abusar assim de vocês. Obrigada na mesma...
- Acredita Bianca, se ficares aqui connosco, não vais estar a abusar de nada!... Até nos vais fazer um favor! Temos mais uma companhia, podemos te levar para a escola connosco, podemos te ajudar a estabilizares a tua vida, e muito mais! – digo, tentando convencê-la a ficar.
- Vá lá Bianca, vais ver que vais adorar ficar!
- Bom... sendo assim, e tendo em conta que não tenho outro lugar para ficar... Eu aceito. Muito obrigada, a sério.
- Já sabes os nossos nomes, mas agora vamos só esclarecer umas coisas. Os teus dentes já não estão salientes e os teus olhos já não estão vermelhos, porque te demos uma espécie de antibiótico exclusivamente para criaturas de outro mundo como nós – Eu e mel damos uma risada – é só um xarope que controla as “hormonas” dos vampiros, fazendo com que a nossa aparência se torne normal.
- Bem, obrigada, isso deu me muito jeito. – Bianca sorri pela primeira vez.
- Para de agradecer Bianca! – Mel dá uma gargalhada - Agora, mais uma coisa. Escusas de nos contar toda a história de como vieste parar aqui a Lakewood, porque eu, Amélia Silva, tenho o poder de ler mentes! – Bianca parece não acreditar, pois solta uma risada, tal como eu, ao ver Mel subir para cima do sofá ao anunciar se.
- Isso quer dizer que sabes tudo da minha vida?
- Bom, só sei quando to o pensas. E á pouco quando chegas te aqui a casa, só pensavas naquele rapaz. Calum não é?
No momento em que Mel disse o nome “Calum”, Bianca não se controla e desfaz se em lágrimas. Dou uma cotovelada a Amélia no sentido de “tens mais cuidado com o que dizes”.
- Desculpa, eu sei que foi difícil deixá-lo assim...
- E vocês como chegaram até aqui? Sem pais, tios ou avós? – Bianca limpa as lágrimas enquanto se recompõe.
- Tudo começou há cinco anos...[à]
[...]
Bianca´s POV
Já vivo com Rosie e Mel há quase 3 meses, e sinceramente, acho que foi a coisa certa ter aceitado ficar com elas. Ambas são muito simpáticas e engraçadas, e mesmo quando me perco em lágrimas a pensar em Calum e na minha família, elas conseguem fazer me rir. Amanhã vou ao meu primeiro dia de escola de ensino médio, o que é um pouco estranho tendo em conta que vou entrar assim a meio do ano letivo. Estou agora a trabalhar como part-time na mesma loja de biscoitos que Rosie e Mel, e já consegui comprar algumas roupas para não ter de usar sempre as de Amélia. Também aprendi a habituar me a alimentar me apenas de sangue de animais selvagens, e já bati o recorde de tempo sem matar um ser humano. No entanto Ashton ainda anda por aí á solta, e um pequeno receio de que ele apareça á minha frente continua a assombrar me.
São 7 da tarde, e o sol está prestes a poisar, por isso vou até a um dos pequenos lagos de Lakewood, e sento me na areia tão fria como o meu corpo, observando a paz á minha volta. Uma lágrima infeliz cai, e outras de seguida não se controlam. Enquanto observo o céu rosado e laranja, penso em como Calum adoraria estar aqui ao meu lado, a observar o pôr do sol. Choro cada vez mais, as lágrimas infinitas tornam a minha visão desfocada. Desfiz me do meu celular antes de vir para Lakewood, para que a policia não me localize, e agora tudo o que me resta que me faça lembrar Calum, é uma foto machucada dentro do bolso do meu casaco. Uma foto onde ele se ri abertamente, ao mesmo tempo que me abraça. Eu quero tocar nos braços fortes e protetores de Calum, eu quero beijar os seus lábios macios e quentes. Mas ele já não está aqui, e a dor no meu peito sufoca me aos poucos. A angustia é horrivelmente dolorosa, e só me apetece acabar com a minha vida. Já tentei ficar sem me alimentar durante muito tempo, e o pior que me acontece é eu perder as forças e a minha aparência ser assustadora. Já tentei espetar facas em mim mesma, mas o pior que me acontece são cicatrizes de curto prazo. Já tentei me afogar, e em vez de morrer, recebi um colar com mais de 300 anos. O que mais posso eu fazer? Devo seguir em frente, e começar uma vida nova?
- Não Bianca, deves ultrapassar essa paixão e tentar ser feliz. Não precisas de te esquecer de tudo e simplesmente começar do zero, podes apenas recomeçar a tua felicidade.
- E nós estaremos aqui para te ajudar. Somos as melhores amigas do mundo, nunca te esqueças!
Rosie e Amélia aparecem do nada, e sentam se ao meu lado observando o pôr do sol. No meio disto tudo, o melhor que me aconteceu foi realmente ter vindo parar a Lakewood e ter conhecido estas duas.
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