Calum`s POV
São 7 e meia da manhã e acordo com o alarme de Bianca. Estou totalmente pelado, e sorrio ao me lembrar da noite de ontem. Mas Bianca não está ali, está provavelmente tomando um banho, pois oiço água a correr na sua casinha. Visto me rapidamente antes que a sua mãe ou Michael apareçam, quando Bianca sai da casa de banho descalça mas vestida, com umas jeans verde tropa rasgadas (como sempre) e um top justo de cabas preto com uma caveira branca no centro. O seu cabelo está molhado já com algumas das suas ondas naturais. Mas Bianca está triste e chateada ao mesmo tempo, e logo percebo o porquê.
- Acho que vou precisar das lentes de contacto que me compras te.
- Infelizmente também acho que é melhor. Toma experimenta – Dou lhe a pequena caixa que me custou uma fortuna, e passo a minha mão no seu rosto.
- Obrigada…
Bianca vai ao encontro do seu pequeno espelho redondo poisado na sua mesa de cabeceira, e com a sua mão esquerda abre um dos seus olhos. Com a outra, cuidadosamente pega numa das frágeis lentes castanhas, e coloca no seu olho direito. Agora um olho está como dantes, e o outro ainda vermelho como sangue. Bianca faz o mesmo com o esquerdo, quando ouvimos alguém batendo á porta.
- Bianca! Anda tomar o pequeno almoço! – Bianca olha para mim com um ar de assustada, possivelmente porque eu estou aqui com ela.
De repente, ela agarra a minha mão, e juro por tudo que em menos de 1 segundo estávamos lá fora no seu jardim. Bianca simplesmente me puxou com ela, e atirou nos da sua varanda para o jardim num piscar de olhos.
- Tens o teu telemóvel?
- Sim… mas Bianca o que raio é que acabou de acontecer?
Bianca nem diz nada, faz me entrar no meu carro e por o pé no acelerador. Estou sem entender como é que ela fez aquilo só para fugir de sua mãe. Mas aproveito que ela está meia feliz, e não questiono.
- Bianca estás descalça não reparas te? – rio fazendo ela se rir também.
- Oh deixa lá.
- Como assim deixa lá? Não vais descalça para a escola pois não? É que não tomas te o pequeno almoço, e nem sequer trousses te a tua mochila. Anda vamos mas é a minha casa assim aproveito e tomo um banho.
- E os teus pais?
- O meu pai está em viagem e a minha mãe de certeza que já saiu.
Bianca`s POV
Chegamos a casa do Calum, quando sinto uma fome terrível. Mas não de comida, e sim de algo doce e forte. Olho á minha volta enquanto Calum toma banho, quando sinto um cheiro incrivelmente delicioso. Exatamente o cheiro que me faz querer me alimentar da criatura de onde ele vem. E finalmente me deparo com… o gato do Calum!?
- Não Bianca controla te! – digo para mim mesma.
Mas não aguento. Esta fome consome me, e preciso de acabar com ela. Nem dou tempo ao gato de fugir, e em menos de 3 segundos ele se desmancha em sangue. E literalmente, eu saboreio. Olho para o pobre do animal estendido no chão, e não contenho as lágrimas. O que é que eu fui fazer? Antes que Calum apareça, agarro no gato agora morto com marcas de dentadas em todo o seu corpo e aproveito a velocidade com que eu acordara hoje e escavo um pequeno buraco no jardim das traseiras da casa, onde coloco o gato.
- Desculpa, eu não queria…
Volto para a cozinha onde eu me alimentara e rapidamente limpo os restos de sangue com algum alcohol que eu havia encontrado. O meu top está completamente ensopado, por isso tiro o e meto bem no fundo do caixote do lixo. No Segundo a seguir, Calum desce as escadas com um par de sapatilhas nike, uma sweatshirt XL, e uma mochila preta.
- Espero que te sirvam… Espera porque tiras te a camisola que tinhas vestida? – Calum faz um sorriso maroto olhando para o meu corpo, mas nervosa, logo digo:
- Hum… Eu estava a comer um iogurte e sujei me toda, por isso pus ali dentro na máquina de lavar, espero que não te importes.
- Ah então veste esta camisola aqui. – Calum aproxima se de mim – mas só se me deres um beijinho…
Beijamos nos mas esqueço me do sabor a sangue que a minha boca teria.
- Escusas de te explicar Bianca… eu vi tudo. E eu percebo que não consigas controlar. A tua sorte é que aquele gato não era meu, era duma amiga chique da minha mãe que lhe pediu para ele cá ficar enquanto ela ia á Roménia. E hoje á hora de almoço preciso de te explicar finalmente o porquê de estares a passar por isto. Vamos?
[...]
Despeço me de Calum á porta do corredor da escola, e cada um vai para a sua aula. Entro na sala já bastante atrasada, e parece que os olhos de toda a gente, mesmo da professora param em mim. Tomara... Todos conhecem as sweatshirts, os sapatos e as mochilas que Calum Hood usa não é?
Finalmente chega o intervalo do almoço, e vou logo ao encontro de Calum super curiosa com o que ele tem para me dizer acerca do meu “estado”.
- Bianca vem comigo para o carro para estarmos mais á vontade.
Calum abraça me de lado, e enquanto caminhamos em direção ao seu Porsche, reparo que ele segura um envelope de papel. Entramos no carro, e a primeira coisa que Calum faz é tirar uns papéis de dentro do tal envelope.
- Então o que me querias dizer?
- Antes e tudo quero que saibas que vou estar sempre aqui para ti independente do que acontecer – Calum diz isto com um fraco sorriso meio consolador
- Ai Calum fala duma vez caramba
- Antes tenho de te fazer duas perguntas. Primeiro, é caso para eu estar preocupado de não termos usado camisinha ontem á noite?
- Não, não é caso para estares preocupado. É impossível eu engravidar se é isso que queres saber. Mas o que é isso tem a haver?
- Tem tudo a haver Bi... É impossível engravidares, porque desde que estas coisas estranhas te começaram a acontecer, aqueles dias mensais que as raparigas têm não te vieram... estou certo?
- Espera aí como é que tu sabes isso? Calum! Explica me duma vez que merda é esta...
- Agora a segunda pergunta, – eu bufo – Há quantos dias é que não comes comida normal?
- Dois dias... não é assim há tanto tempo. Também não tenho tido apetite sabes?...
- Bianca lê isto. – Calum entrega me um papel que me choca ao lê lo. – Há registos de que na tua família há onze gerações atrás, quando as pessoas ainda acreditavam em criaturas fictícias, uma rapariga exatamente com a tua idade foi queimada viva por aparentar ser uma bruxa de dentes afiados e olhos vermelhos que matava pessoas pelo seu sangue. – Calum parecia já saber tudo aquilo de cor.
- Mas o que é que eu tenho a haver com isto?... Não me vais dizer que sou uma bruxa pois não!? Por favor!
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