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História A Perfeita Imperfeição de Existir - Décimo Sétimo Ato


Escrita por: redrosess

Notas do Autor


Oi pessoal! Aproveitando o clima de festas, trouxe um presentinho para vocês. Espero que gostem!

Capítulo 17 - Décimo Sétimo Ato


Fanfic / Fanfiction A Perfeita Imperfeição de Existir - Décimo Sétimo Ato

Sakura estava dirigindo-se para o terreno da brigada de marionetes. Havia se passado algum tempo desde a última vez que ela tinha visto um treino deles, pois andavam tão ocupados trabalhando em seus protótipos originais que não tinham quase nenhum tempo para treinos envolvendo simulações de batalhas. Apenas vê-los labutar sobre as suas criações na oficina seria muito entediante.  

"Espero que hoje as coisas sejam mais interessantes", pensou.

Quando chegou nos campos de treinamento, Kankuro já estava esperando por ela.

— Ei, olhe, eles terminaram os protótipos — disse ele com entusiasmo.

— Já era hora! — ela exclamou alegremente.

Sakura voltou sua atenção para o seu lado direito, onde Hachi e Yasude travavam uma  batalha improvisada. Com elaborados gesticulações de mãos, controlavam habilidosamente seus bonecos . Entrecerrando os olhos, Sakura conseguiu distinguir as finas linhas de chakra conectadas aos bonecos.

— Eu não achei que eles fossem terminar tão rapidamente — ela comentou. — Pensei que fazer uma marionete original levasse mais tempo.

— Bem, esses são mais como rascunhos. Há um monte de ajustes a serem feitos. E para ser sincero, uma marionete nunca está realmente acabada — disse Kankuro. — Mas esses caras estão se esforçando ao máximo para terminarem seus projetos.  Acho que todos estão realmente motivados a impressionar Sasori — ele sussurrou discretamente.

Sakura observou Sasori, que, com uma carranca no rosto, também estava assistindo a batalha entre Hachi e Yasude.

Perguntou-se o que ele poderia estar pensando sobre o progresso de seus pupilos.

Voltou sua atenção para os titiriteros em guerra. A marionete de Hachi era razoavelmente resistente e equipada com o que pareciam ferrões envenenados ​​em seus braços e cabeça. Por sua vez, o boneco de Yasude apresentava um torso comprido e seis braços, tornando-o parecido com um inseto.

Yasude estava tentando usar os vários braços de sua arma para apanhar o boneco de Hachi, que, por seu turno, esquivava-se graciosamente e revidava com aguilhões muito afiados.

— Onde estão os outros? — Sakura perguntou.

— Eles também terminaram seus protótipos, mas eu acho que podem estar fazendo alguns ajustes finais. Todos queriam acabar hoje mesmo para começarem a praticar a técnica das marionetes.

Mal acabou de falar, e Cho e Ari saíram da oficina e da brigada, ambos carregando suas marionetes. Bem, arrastando seria a melhor definição... Cho, especialmente, parecia desajeitada enquanto lutava para carregar seu grande boneco. Sakura imediatamente correu para ajudá-la.

— Cho, Ari, deixem-me ajudá-los — ela ofereceu. — Eu não tenho super força para nada.

Cho sorriu para a garota mais velha, grata pela ajuda. Ari, no entanto, ignorou-a e passou por ali sem dizer uma palavra. Seu boneco era muito volumoso, e era evidente que ele estava tendo um pouco de dificuldade em caminhar com aquela coisa. Sakura revirou os olhos.

"Homens".

Uma vez que todos se reuniram em um grupo, Sasori olhou minuciosamente os novos bonecos. Parecia que todo mundo estava segurando a respiração, esperando por sua avaliação. Eles tinham terminado mais cedo do que o esperado, mas seria suficiente?

— Eu não esperava que todos terminassem seus protótipos tão rápido. Muito bem — disse ele calmamente.

Todo mundo tentou manter um rosto neutro, mas era óbvio que estavam aliviados ao ouvir que tinham feito algo direito. Eles sabiam o quão impaciente Sasori poderia ser, afinal.

— Entretanto, haverá indubitavelmente falhas importantes em seus projetos originais, e vocês logo perceberão isso. A precipitação conduz frequentemente à negligência.

Sakura suou. Claro, todos deveriam estar esperando esse tipo de reação brusca do mestre de marionetes ruivo.

— Por agora vamos ver o que vocês podem fazer com suas novas marionetes. Então poderemos decidir como melhorar seus projetos — Sasori ordenou.

Uma nova onda de determinação apanhou o pequeno grupo e eles ansiosamente se colocaram em posição, prontos para testar suas primeiras criações. Sasori caminhou em direção a eles para melhor observar seus duelos. Kankuro não fez nenhum movimento para participar.

— Você não vai se juntar a eles? — Sakura perguntou.

— Bem, já há um número par por lá — ele respondeu.

— Oh...

Os dois ficaram em silêncio, e Kankuro assistiu os outros quatro membros da brigada a explodir com suas criações incipientes. Sakura preocupou-se que ele estivesse se sentindo excluído, mas não sabia o que fazer a respeito.

— Como foi lutar com ele?

Sakura piscou, olhando para Kankuro pelo canto do olho. Logo percebeu que o moreno referiu-se a Sasori.

— Você já lutou com ele antes, também — ela disse suavemente.

— Ele desmontou meus bonecos e me envenenou. Não foi uma briga justa — disse ele, sua voz entrelaçada com o menor indício de decepção.

— Você não poderia ter sabido que ele faria isso, e não foi sua culpa, afinal não tínhamos antídotos na mão na época.

— Mas como foi?

Sakura fez uma pausa, pensando.

— Foi como nada que eu havia experimentado até então — disse ela com sinceridade. — É até difícil de descrever... A memória está tão vívida, mas parece uma grande onda de sentimentos.

— É verdade que ele invocou cem marionetes de uma só vez?

— Sim. Foi algo incrível... agora... porque foi realmente aterrorizante na época.

Sakura observou-o atentamente, tomando nota do sinal de melancolia em seus traços. Ela mudou de posição.

— Você acha que tem chances de que Gaara lhe devolva seu chakra para uma luta?

Sakura deveria ter esperado essa pergunta, mas ainda a fazia se sentir desconfortável ouvi-lo dizer isso. E a maneira como ele tentava e não conseguia manter a pontada de esperança fora de sua voz a fez gemer interiormente.

— Eu não sei.

— Eu só acho que é um desperdício, você sabe. Só de pensar no que eu poderia aprender ao lutar com ele a valer, sem ter que me preocupar com a morte. Uma abordagem prática seria muito mais valiosa do que qualquer quantidade de teoria.

Sakura suspirou, olhando para onde Sasori estava conversando com Ari e Cho. Ele estava gesticulando com as mãos, como se tentasse mostrar-lhes uma maneira mais adequada de mover seus dedos para executar melhor um jutsu particular.

— Na verdade, estou um pouco preocupada com aqueles supressores de chakra. Eles o drenam até o ponto de letargia, e também deixam erupções realmente desagradáveis ​​em sua pele.

— Bem, eu acho que você deveria dizer isso a Gaara, então. Se isso é uma preocupação envolvendo​ saúde, eu tenho certeza que...

— Eu realmente não acho que Gaara possa querer fazer algo sobre isso, Kankuro. Dar de volta a Sasori o seu chakra seria como assinar nossos próprios mandados de morte.

— Sakura, — ele se virou para olhá-la, seus olhos rígidos — você tem razão para acreditar que Sasori tentará matar-nos  se tiver a chance? Seja honesta.

Sakura abriu a boca para responder que sim, obviamente Sasori tentaria matá-los sem pensar duas vezes. Mas ela fechou de novo, pensando. Ele tentaria matá-los realmente? A garota lembrou-se da simples disputa entre eles no outro dia. Tecnicamente, ele estava fraco por falta de chakra, e seria tolice supor que não poderia machucá-la seriamente caso estivesse em sua condição regular. Entretanto, ela e Kankuro tinham visitado a casa de Sasori sozinhos várias vezes e nenhuma ameaça fora percebida. Então, tecnicamente, isso poderia ser interpretado como algo bom. Talvez Sasori tivesse tomado a decisão consciente de não ser hostil. Na verdade, a única vez em que ele havia agido de alguma forma hostil em relação a ela tinha sido nos primeiros dias depois de ele ter acordado enquanto ainda estava sendo torturado. Do jeito que as coisas estavam, quase podia dizer que se encontravam em condições decentes.

— Não tenho certeza.

— Ele já tentou alguma coisa?

— Bem, Sasori não parecia muito feliz logo que eu o despertei, e uma vez, enquanto ele ainda estava na prisão, me prendeu ao chão porque eu disse algo que ele não gostou.

— Mas recentemente, como foram os seus exames? Ele continua tentando impedir seu trabalho?

Sakura pareceu pensativa, tentando refletir objetivamente.

— Ele não gosta do fato de que eu estou a mantê-lo vivo, mas nunca tenta impedir meus tratamentos. O pior que ele faz é não dizer se algo está errado com seu corpo, o que é tecnicamente uma forma de impedir o meu trabalho — Kankuro olhou para ela com expectativa, e Sakura suspirou. — Agora, de fato, desde que foi transferido para sua nova casa, ele não me deu qualquer razão para me sentir ameaçada — ela disse relutante.

Kankuro cruzou os braços.

— Eu sei que estou sendo egoísta, e talvez isso esteja totalmente fora de cogitação, mas eu não acho que você entenda o quão incrível seria para mim lutar com ele de verdade. Eu queria que houvesse um jeito.

Sakura estendeu a mão e apertou o braço do seu amigo, em uma tentativa de confortá-lo. Kankuro tinha uma maneira de convencê-la a realizar coisas que ela nunca pensaria em fazer. De certa forma, ele assemelhava-se um pouco a Naruto, que tinha uma habilidade igualmente estranha para fazê-la querer pensar de forma pouco consequente. Talvez eles pudessem falar sobre isso com Gaara, só para tentar... O pior que podia fazer era dizer não, certo? Então, pelo menos ela teria tentado. Sendo honesta consigo mesma, ela estava um pouco perturbada pelos efeitos daqueles supressores de chakra. Apostaria seu pé esquerdo que aquelas pulseiras estavam diretamente inibindo a recuperação de Sasori.

— Vou conversar com Gaara. Não há motivo para não tentar, pelo menos.

— Não, nós vamos conversar com Gaara. Eu não vou ser egoísta de jogá-la sozinha para os lobos — ele disse, parecendo determinado.

Sakura sorriu para ele e disse:

— Sabe, eu realmente não entendo como você é capaz de me convencer a fazer essas coisas. Eu tenho medo que em algum momento isso possa voltar para me assombrar.

— Que absurdo. Você está apenas sendo paranóica.

Sakura deu outra olhada para a brigada de marionetes e Sasori, percebendo agora que todos tinham parado e estavam ouvindo-o dar seus conselhos. Eles pareciam totalmente absorvidos pelo que ele estava dizendo, embora Sakura não pudesse ouvir àquela distância.

— Eu espero que você esteja certo — ela sussurrou.

Sakura realmente gostava de sua missão de treinar os ninjas e pesquisadores médicos de Suna. Realmente, ela gostava. Mesmo que a maioria de seus pupilos possuíssem somente conhecimentos e habilidades medianos em termos de ninjutsu médico, era geralmente recompensador ajudá-los. O único importuno era que em certas ocasiões eles faziam as mesmas perguntas uma e outra vez. E mesmo depois dela explicar o problema, eles geralmente não conseguiam assimilar tudo o que um ninja médico com um nível normal de inteligência deveria ser capaz de tomar para aplicar em novas situações. A kunoichi realmente queria ajudá-los, mas às vezes ela chegava a ter vontade de puxar os próprios cabelos e gritar.

Nesse dia, Sakura estava programada para trabalhar nos laboratórios, ajudando os pesquisadores em antídotos para venenos comuns. Felizmente, os pesquisadores com os quais a rosada trabalharia estavam em um nível bastante avançado. Pelo menos seria mais interessante para ela não ter que passar por cima dos mesmos passos rudimentares. Que bom.

Mas antes que fosse aos laboratórios, Sakura deveria verificar Sasori. Ela bateu na porta, esperando que ele respondesse. Ao longo do tempo, Sakura tinha ficado muito consciente de que Sasori era um homem muito impaciente. Ele nunca foi alguém de arrastar as coisas ou fazer as pessoas esperarem, que era na verdade um bom hábito na maioria dos dias. Mas naquele dia, ele estava tardando a atender a porta. Isso a deixou um pouco preocupada, dada a pontualidade normalmente impecável do ruivo.

— Sasori, você está aí?

"Claro que ele está, idiota. Não é como se ele pudesse sair"

Sakura olhou em volta, perguntando-se se deveria alertar um dos ANBU que ela tinha certeza de que estavam estacionados em algum lugar próximo, fora de vista. Estava prestes a fazer exatamente isso quando de repente a porta se abriu.

— Aí está você. Eu estava preocupada que algo pudesse ter acontecido...

Sakura nunca terminou a frase. E como ela poderia falar quando Sasori, vestido apenas com um par de calças frouxas, estava parado casualmente na porta? O ruivo bocejou, e Sakura engoliu em seco. Obviamente, ela teve a desgraça de acordá-lo. Isso não era justo. Ela não estava preparada para lidar com isso. Como ele se atreveu a ficar na porta sem uma maldita camisa!

— Bom dia, S-Sasori — ela conseguiu dizer.

Sasori olhou-lhe por um momento. Seu silencioso escrutínio não estava ajudando a fazer o rubor desaparecer das bochechas da garota. Para o horror absoluto dela, o ruivo se inclinou até que seus olhares estivessem nivelados, para melhor examiná-la.

— Você parece um pouco febril — disse ele.

"Sakura, pare. Ele é um paciente. E um criminoso. Você não tem permissão para olhar para ele assim. Mesmo que ele seja meio bonito".

Sakura teve que agarrar a borda da entrada para evitar cair em choque. Por dentro, bateu a cabeça contra um muro de concreto, desejosa de parar esses estranhos pensamento. Honestamente, ela passara muito tempo com ele, e já o vira sem camisa antes. Desde quando Sasori ficou bonito? E por que ela teve que perceber isso pela primeira vez naquele segundo?

Havia apenas uma coisa a fazer sobre isso: ignorá-lo, obviamente. Claramente, Sakura tinha comido um lote ruim de panquecas naquela manhã e estava pensando como uma pessoa louca. Estremecendo com seus pensamentos traidores, ela respirou fundo e empurrou-o com força para dentro do pequeno apartamento. Ela parou no meio da sala e se virou para encará-lo, de repente muito irritada.

— Há uma razão para você não usar uma camisa? Eu tenho que lembrá-lo que seu corpo é fraco e muito suscetível à doenças? Se não usar roupas, você vai ficar doente e isso significará mais trabalho para mim — disse ela no que pensava ser o seu melhor tom de" médica decepcionada".

Sasori caminhou casualmente por Sakura e alcançou uma cômoda atrás dela para tirar uma camisa de mangas compridas. Ele se virou para encará-la.

— Estava muito quente para dormir com uma camisa — disse ele neutro.

— Apenas se vista, por favor. Tenho de realizar a sua examinação.

O ex-Akatsuki olhou para Sakura de uma maneira irritantemente curiosa por um momento antes de puxar a camisa. Para a sorte da rosada, ele provavelmente ainda estava muito pouco habituado às emoções humanas para ter percebido que ela estava desconfortável com aquela situação.

— Você dormiu bem? — ela perguntou enquanto se movia para palmar o então (felizmente) vestido peito de Sasori.

Sem resposta. A garota atentou para o rosto do ruivo e o viu olhando para longe. Foi então que ela notou os círculos escuros sob os olhos dele. Ela franziu a testa. Obviamente, ele não tinha dormido bem.

— Alguma coisa manteve  você acordado ontem à noite? — ela perguntou.

— Nada que tenha ameaçado a minha vida.

Ela pensou em insistir no assunto, mas sabia que seria um desperdício de energia. Em vez disso, ela se concentrou em verificar o organismo de Sasori. Ele parecia estar mais vívido do que o normal, apesar de sua falta de sono, e isso era um pouco aliviante para Sakura, uma vez que ela estava preocupada que a sessão de sparring entre eles pudesse ter causado algum dano ao corpo doente Sasori. Agora, nem tudo estava bem, para sua consternação. Notou que a arritmia havia finalmente retornado. Mordendo o lábio, a shinobi médica enviou pulsos de chakra para o coração do paciente, mais uma vez disposta a ajudá-lo a bombear mais profunda e eficientemente para que o sangue atingisse os ventrículos. Após cerca de quinze minutos, o órgão estava bem mais mais calmo do que antes.

— Qual é o problema? — ele perguntou.

Sakura respirou fundo e se obrigou a falar em tom neutro. Já era hora de ela contar-lhe a verdade, principalmente depois de ter chegado à conclusão de que a doença não desapareceria por si só, tampouco de forma rápida. Sakura tinha que começar a pensar em um tratamento mais invasivo, porém estava preocupada com a tensão que isso poderia colocar no corpo frágil do ruivo. Em todo caso, como paciente, Sasori merecia saber o que estava acontecendo consigo, no mínimo.

— Não é uma condição incomum — ela respondeu. — Você parece ter um tipo de arritmia chamada fibrilação atrial, ou FA, para abreviar. Basicamente, isso significa que o seu coração pulsa de forma ineficiente, e o sangue não atinge as câmaras inferiores. Não se preocupe, pois, como se trata de uma irregularidade isolada, essa doença não é exatamente perigosa.

Sasori imediatamente percebeu suas palavras não ditas.

— Mas pode levar a complicações que são perigosas.

— Potencialmente, sim. Mas é meu trabalho certificar-me de que isso não aconteça —  disse ela, sua voz grave.

— Como você pode ter certeza de que eu tenho FA? Talvez seja simplesmente uma falha em sua técnica de regenerar órgãos. Arritmias não são fáceis de diagnosticar.

— Parece que está familiarizado com o assunto — comentou, decidindo ignorar o insulto a suas habilidades médicas.

— Eu inventei a técnica das marionetes humanas, assim, acho que é óbvio que tenho um conhecimento profundo da anatomia humana.

Bem. Sakura poderia ignorar esse comentário particularmente arrogante porque era apenas a verdade simples e honesta; contudo, ela realmente não queria pensar em mumificação forçada tão logo depois de comer o café da manhã. Ainda assim, a ideia de transformar as pessoas em meros bonecos era morbidamente interessante do ponto de vista médico, de fato. Ela lembrou-se de como a marionete Terceiro Kazekage disponibilizava o chakra do finado shinobi, e, assim, Sasori tinha pleno acesso a todas as técnicas envolvendo a temível areia de ferro; mas, mesmo depois de testemunhar aquilo com seus próprios olhos, a rosada ainda não conseguia acreditar que algo dessa natureza fosse possível. Ela fez uma nota mental para revisitar o tópico novamente mais tarde.

— Bem, é verdade que a frequência cardíaca pode mudar facilmente, dependendo de muitas coisas, por exemplo, o coração bate mais rápido para melhor circulação de oxigênio quando seus músculos estão trabalhando mais. As emoções também podem afetar a frequência cardíaca.

— Como assim?

— Extremo​ nervosismo ou ansiedade pode acelerar o ritmo cardíaco, por exemplo.

— Entendo...

Sakura pareceu pensativa por um minuto. A arritmia não era uma ameaça em si mesma, e ela relatou tanto ao Kazekage. Mas por alguma razão, seus instintos estavam dizendo a ela para ser cautelosa. E os instintos de Sakura quase nunca haviam falhado até então. Ela balançou a cabeça.

— Talvez eu apenas esteja sendo paranóica. — Ela se afastou dele para revirar na cozinha. Sasori provavelmente ainda não tinha comido qualquer coisa, e ela não podia tolerar isso sob sua vigília. — Que horas será o seu treinamento hoje? — perguntou, querendo mudar de assunto.

— Não haverá sessão hoje.

— Oh, eu acho que você tem o dia de folga então — disse ela enquanto empurrava uma fatia de pão na pequena torradeira.

— Sim.

Sakura olhou para a torradeira enquanto aquecia a comida. Ela não achava que um pedaço de pão seria um bom café da manhã por si só, mas não tinha muito tempo para perder antes de ter que ir aos laboratórios de pesquisa. Sasori teria que lidar com isso. De repente, a rosada teve uma ideia muito interessante:

— Ei, você gostaria de vir comigo para dar uma aula sobre venenos?

Ele olhou para ela como se a mesma fosse gargalhar a qualquer momento. Sakura encolheu os ombros com indiferença.

— Você não precisa fazer nada, é apenas um par de pesquisadores de laboratório de nível avançado. Nós temos trabalhado em antídotos recentemente, mas os alunos começaram a perguntar sobre os venenos em si. Para ser honesta, eu não tenho tanta experiência misturando venenos como eu tenho neutralizando-os.

Sasori a olhou com aquela expressão ligeiramente condescendente que tinha quando estava prestes a criticar alguém. A torradeira estalou, e ele se aproximou para apanhar a comida. Com uma toalha de papel na mão, ele arrancou a fatia de pão da máquina aquecida enquanto Sakura abria o queijo creme.

— Você realmente acha que os guardas da ANBU concordariam em me deixar trabalhar com venenos? — ele perguntou, seu tom sarcástico.

— Bem, é mais uma aula de teoria. Não haverá nenhuma mistura de venenos — ela fez uma pausa. — Se você não tiver vontade, não precisa vir; agora, como você é um especialista em venenos, penso que poderia ser interessante para todos... e não é como se você tivesse uma agenda cheia hoje, de qualquer forma.

Sasori espalhou silenciosamente um pouco de queijo creme sobre o corte de pão  enquanto Sakura o observava. Ele levou a comida para a boca e deu uma mordida. O pão esmagou-se, e Sakura percebeu que tinha se espalhado um pouco nos lábios do ruivo.

— Tudo Bem.

— Sério? — ela perguntou.

Antes que ele tivesse a chance de responder, Sakura interrompeu:

— Desculpe, eu sei que você não gosta de repetir. Acho que é apenas um hábito pedir confirmação.

Sakura não percebeu que Sasori sorriu-lhe enquanto empurrava um guardanapo na direção dele. Ele aceitou, mas notou que ela não estava mirando-o. Tentativamente, Sasori limpou o excesso de sua boca, seus olhos mel, cuidadosamente treinados, sobre a médica de cabelos rosa.

— Bem, vamos começar. Vou falar com os ANBU — disse ela, desculpando-se para sair.


Notas Finais


Beijocas a todos! Fiquem com Deus!


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