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História A Perfeita Imperfeição de Existir - Vigésimo Terceiro Ato


Escrita por: redrosess

Notas do Autor


Pessoal, realmente não tenho palavras para agradecer a todos que estão me dando suporte para continuar esta fanfic. Sinceramente, sem vocês nada disso valeria a pena.😊

Quero também deixar todo o meu reconhecimento para com a ENORME ajuda que a minha querida amiga Del-Rey está dando-me. Gente, ela é a grande responsável por TODAS as imagens usadas nesta história.

Del-Rey, este capítulo é dedicado a você :)

Capítulo 23 - Vigésimo Terceiro Ato


Fanfic / Fanfiction A Perfeita Imperfeição de Existir - Vigésimo Terceiro Ato

Durante dois dias, Sakura tinha se dedicado em uma tentativa de recuperar-se de seu confronto com Sasori (e reavaliar sua sanidade). Ela não tinha chegado a lugar nenhum, é claro. Quebrava a cabeça para analisar os detalhes de sua situação. Ele a chamara de mentirosa e isso doía. Uma parte de Sakura estava exultante por ele ter dito o nome dela; mas uma parte mais cínica da garota avisava-lhe que tal detalhe provavelmente não tinha passado de um deslize que não significava nada. O que teria acontecido se ela não tivesse corrido dele tal como fez? Esperar algum tipo de conversa de coração para coração era definitivamente um pensamento ilusório, se não estúpido, ela supôs. Era mais do que provável que Sasori tivesse expressado seu desprezo pela fraqueza dela.

Mas não podia mudar o modo como se sentia. Kankuro tinha razão: ela se importava com Sasori. Definitivamente, via-o como uma pessoa real, não apenas um prisioneiro, um paciente ou um velho inimigo. Como isso tinha acontecido, ela não sabia responder. Não conseguia destacar o exato momento em que houve essa mudança em seu coração, embora pudesse lembrar distintamente das vezes em que se sentira cautelosa e até mesmo nervosa à medida que ia se acostumando com a intrigante faceta humana de Sasori. Em algum momento entre o passado e o presente, Sakura começou a vê-lo com uma luz ligeiramente diferente. E quando ele fora vítima daquela crise cardíaca, ela sentira uma necessidade avassaladora de ajudá-lo, algo que merecia uma explicação muito mais ampla do que seu altruísmo, bem como seu papel como médica destacada e profissional.

Mas Sasori esteve tão zangado logo depois que acordara. Ele se ressentia com Sakura, isso estava claro, mas ela não conseguia entender por quê. O que era tão ruim sobre viver um pouco mais? Sabia que ele desprezava ser humano, pois significava que era mortal e sujeito às dores e dificuldades de doenças, do envelhecimento e da morte. Sasori era adepto de perfeição, beleza e constância, e nenhum desses atributos, na cabeça dele, se encaixariam em um humano.

Sakura não conseguia captar a imagem de um Sasori jovem e sorridente. Aquele menino e o monstro que uma vez enfrentara pareciam duas pessoas muito diferentes. O monstro era algo morto, frio, insensível... mas o menino parecia feliz e cheio de vida.

Mas e quanto ao homem que ela estava cuidando nesse momento... quem era ele? Quem era esse atual Sasori? Não era mais o monstro sem alma, tampouco o menino inocente. Sakura não sabia quem ele era definitivamente.

Ela não sabia de mais nada além de uma coisa: queria vê-lo sorrir como o menino na foto. Ela queria ver isso mais do que tudo. Talvez devesse dar tempo para que as coisas acontecessem naturalmente, o que, ela admitiu, muito provavelmente não sucederia.

O grande fato era que a garota de Konoha estava com um grande problema após descobrir seu afeto para com o renegado ninja da Areia. O que ela deveria fazer? Como Sasori reagiria a ela? E aquela que era a mais mistificadora de suas dúvidas: em que nível ela se preocupava com ele?

Sakura estava evitando-o. Enfurecida como estava, a rosada também encontrava-se muito envergonhada de encará-lo. Ela podia se esconder atrás de desculpas se quisesse. Poderia dizer que estava exausta demais e não ir vê-lo, afinal ele estava fora de perigo imediato, e a ajuda do hospital de Suna era mais do que capaz. Contudo, não poderia fugir por tempo demais.

Felizmente, na tarde do segundo dia após o incidente com Sasori, Kankuro finalmente bateu na porta de Sakura e forçou-a a sair do esconderijo. Contou para a médica sobre sua preocupação com os braceletes que suprimiam o chakra de Sasori, e sua ansiedade serviu para distraí-la de seus problemas pessoais. A saúde de Sasori era obviamente uma preocupação mais urgente do que o drama emocional de Sakura. Os dois decidiram que bastava. Tinham que convencer Gaara a se mover a respeito disso ou, então, Sasori provavelmente morreria. O Kazekage parecia ser o maior obstáculo entre a sanidade mental dela, a recuperação de Sasori e a determinação de Kankuro.

— Gaara, você deve ouvir a voz da razão — Sakura disse, seu tom muito sério.

O Kazekage não dormia bem há um tempo, e Sakura sentiu-se mal por ele, mas esse era um tema demasiado importante para adiar mais. Kankuro estava ao lado da rosada, enquanto Temari encontrava-se à esquerda de Gaara. Ambos os lados enfrentavam o calor da controvérsia. Sakura sabia que um argumento plausível, baseado na evidência concreta, determinaria o vencedor. Ela tinha se decidido a isso. De forma nenhuma voltaria atrás dessa vez.

— Pensem no que estão me pedindo. — Gaara deslocou seu olhar entre seu irmão e a médica. — Pensem sobre as consequências de suas ações propostas e como elas afetarão todos nesta aldeia. Ele é perigoso, e eu realmente não preciso repetir isso.

— Durante todo esse tempo, Sasori esteve calmo e complacente com sua situação. A vera, não nos deu nenhuma razão para pensar que ele tentará escapar ou reagir violentamente — disse Kankuro, sem perder o ritmo. — Por todos os direitos e razões, ele merece o menor consolo.

— A única coisa que Sasori Akasuna merece é sua cabeça em um lúcio — disse Temari.

Não ajudou que Temari tivesse decidido tomar o lado de Gaara nisto, mas Sakura não iria permitir que esse fato a dissuasse.

— Gaara, esses braceletes de supressão de chakra foram uma causa indireta da parada cardíaca. Sasori não tem chakra, o que está diretamente inibindo sua recuperação. Originalmente pensei que ele, uma vez que tivesse sido removido da tortura e do interrogatório, começaria a recuperar a sua saúde. Mas isso não está acontecendo da forma mais eficiente.

Gaara estudou cuidadosamente a kunoichi de Konoha.

— O que quer dizer com "causa indireta"?

— Ele desenvolveu uma arritmia comum, conhecida como fibrilação atrial. Pessoas desenvolvem tal doença por muitas razões, mas estou quase certa de que os braceletes têm algo a ver com isso. Quando Sasori estava se recuperando, eu fiz varreduras cuidadosas em seu organismo, através das quais localizei vestígios do chakra estranho que preservou seu corpo humano durante os últimos anos.

— Eu suponho que você removeu esse chakra do organismo dele — falou Gaara.

— Claro.

— Bom. Então não haverá mais risco de que isso aconteça de novo; assim sendo, os braceletes ficam.

Kankuro franziu o cenho, mas Sakura levantou a mão para cortá-lo antes que ele pudesse dizer qualquer coisa prejudicial.

— Eu ainda não terminei — disse ela. — Como já expliquei antes, o chakra estrangeiro é capaz de retardar os processos biológicos. Os vestígios se concentraram nos átrios de Sasori e ao redor deles, fazendo com que funcionassem de forma desregulada. Desse modo, os ventrículos ficaram sobrecompensados ​​e agitados. Essa foi a causa da arritmia. Como eu usei o meu chakra para acalmar os ventrículos, eu estava inadvertidamente colocando pressão extra no coração de Sasori. Estou realmente surpresa por seu coração não ter falhado mais cedo.

— Isso ainda não me dá uma boa razão para remover os braceletes.

Sakura apertou a ponta do nariz na tentativa de acalmar-se.

— Há duas razões: primeiro, se Sasori tivesse acesso ao seu chakra, teria reagido hostilmente ao chakra estranho e o eliminado melhor do que eu jamais faria. Não teria havido arritmia e, consequentemente, nenhuma parada cardíaca. Fechando completamente seu chakra, seu corpo é incapaz de curar-se, tornando-o muito mais suscetível a feridas e doenças. Um resfriado simples poderia causar-lhe uma pneumonia, um corte pequeno poderia ser facilmente infectado. Em suma, sem chakra para acelerar a produção de anticorpos, o cenário para Sasori é muito pouco animador.

— Enquanto você estiver por perto para monitorar a saúde dele, não vejo motivo para preocupações

Sakura estava no fim de sua paciência. Gaara não tinha entendido?

— Sakura não é uma milagreira, irmãozinho. Não é justo estabelecer expectativas impossíveis — intrometeu-se Kankuro.

— Sakura é uma ninja médica muito capaz, Kankuro — respondeu Temari por seu irmão caçula. — Talvez uma das melhores do mundo.

— Vocês dois vão se calar e por um segundo ouvir o que ela está dizendo? — Os olhos de Sakura se arregalaram, e Temari pareceu igualmente surpresa. Kankuro estava lívido nesse ponto e olhava furiosamente para seus irmãos. — Vocês estão colocando um fardo injusto sobre ela. Gaara, se você não remover os braceletes, irá tornar impossível para Sakura fazer o seu trabalho. Basicamente é a mesma coisa que matar Sasori e por a culpa nela!

— Não é a mesma coisa... — começou Temari.

— É exatamente a mesma coisa! — Kankuro bateu as palmas das mãos na grande mesa de Gaara, para enfatizar seu ponto. — Você está agindo como uma criança. Uma criança evita sua responsabilidade ou culpa os outros por seus erros, mas um Kazekage não!

Gaara piscou repetidamente e se recostou em sua cadeira. Sakura nunca pensou que veria o dia em que Kankuro iria repreender seu infame irmão. Ela se sentiu um pouco estranha, e os outros irmãos da Areia definitivamente compartilhavam seu sentimento.

— Gaara — disse Kankuro um pouco mais gentilmente —, ele está prestando um grande serviço a esta aldeia ao treinar a brigada de marionetes quando muito bem poderia ter recusado. Só está cooperando desde que foi removido da prisão. E o mais importante, a melhor médica ao redor diz que ele provavelmente morrerá sem acesso ao seu chakra.

Os punhos de Temari estavam apertados e sua mandíbula se ajustou, mas ela se afrouxou e a raiva desapareceu de seus olhos. Os olhos de Gaara, por outro lado, estavam fechados enquanto os esfregava.

— Ele é meu inimigo tanto quanto o seu, contudo, você sabe tão bem como eu que, por enquanto, ele é mais valioso vivo do que morto — insistiu Kankuro.

Finalmente, Gaara encontrou o olhar de seu irmão, e Sakura notou que ele parecia muito mais tênue.

— Como pode ter certeza de que Sasori não vai tentar escapar ou recorrer à violência?

Kankuro deixou um pequeno sorriso tocar em seus lábios.

— Não tenho certeza, ninguém tem. — Ele estendeu a mão e pôs no ombro de Gaara. — Mas eu o conheço muito melhor do que você. Sei um pouco sobre como ele pensa. O treinamento com a brigada é importante para ele, então não desistirá disso até que esteja satisfeito.

Gaara sentou-se na cadeira e caiu, perdendo cinco centímetros de sua altura. Estava muito cansado.

— Tudo bem — ele sussurrou. — Vou consentir em devolver algo de seu chakra.

— Tem certeza disso? — Temari dirigiu-se a seu irmão mais novo.

— Sakura está certa, ele vai ter uma recaída se não fizermos nada. Neste exato momento, não tem serventia para nós se estiver morto. Enquanto Kazekage, eu vou ser aquele a suportar essa carga se algo der errado. — Gaara esfregou a testa. — E confio no julgamento de Kankuro. Falando nisso, Temari...

— Sim?

— Eu quero puxe o arquivo de Sasori. Pegue-me tudo o que temos sobre sua história dentro e fora de Suna. Quero saber tudo o que ele é capaz com chakra. Também reúna os melhores especialistas em selamento que você poder encontrar e junte-os à guarda ANBU de Sasori. Se algo der errado, e eu não estiver por perto, quero ele incapacitado o mais rápido possível.

— Irmãozinho... o ninjutsu de Sasori gira completamente em torno de marionetes, assim, enquanto não tiver bonecos, ele não será uma grande ameaça. E mesmo que seja, ele será tão bom quanto o boneco que estiver usando, e eu realmente não acho que agora ele tenha grandes armas à sua mercê.

Gaara fixou olhos rígidos em Sakura em Kankuro.

— Ele vai estar recuperando sua saúde plena, e com isso virá aumento de resistência e musculatura. Nós já sabemos que ele é muito bom em taijutsu, além disso seus arquivos indicam que ele tem habilidades notáveis ​​em genjutsu. Marionetes podem ser sua especialidade, mas um Shinobi classe S não seria como tal se não aprimorasse suas habilidades em várias áreas. Ele também é humano agora, então suas técnicas e estilo de luta podem ser muito diferentes do que você ou Sakura experimentaram no passado. Finalmente, vocês realmente não pensam que um ninja do calibre de Sasori Akasuna está limitado pelo tipo de boneco que usa, pensam?

— Há também o fato de que Sasori vai treinar com a brigada de marionetes. Ele poderia facilmente roubar uma arma ou tomar um refém — acrescentou Temari.

Kankuro cruzou os braços defensivamente e deu à sua irmã um olhar que dizia "traidora". Gaara interveio antes que as coisas pudessem esquentar.

— É por isso que vou acrescentar ao menos dois especialistas em selamento à guarda pessoal dele. E Kankuro, tenho certeza que você e Sakura vão se lembrar de manter um olho nele durante seus respectivos deveres.

Foi um aviso bastante óbvio, mas Sakura assentiu e pisou no pé de Kankuro antes que ele dissesse algo que pudesse se arrepender.

— É claro, Gaara — disse o mais velho.

— Só mais uma coisa: liberarei apenas metade de seu chakra. Acho que não há nenhuma razão para ele ter acesso ao total.

O primeiro instinto de Sakura foi protestar. Com apenas metade de seu chakra utilizável, levaria o dobro do tempo para Sasori se recuperar do que se tivesse todo o seu chakra. No entanto, ter acesso a cinquenta por cento de seu chakra era melhor do que não ter acesso a nada. Contanto que ela tivesse o cuidado de monitorar seu progresso e estimular a cura sempre que possível, ele deveria ficar bem. Ela também não tinha certeza de como se sentia sobre a perspectiva de um Sasori totalmente recuperado, pronto para a batalha. A última vez que ela o encarou desse jeito, poderia ter morrido.

— Isso não deverá ser um problema — disse Sakura.

Ela pisou no pé de Kankuro novamente, o que lhe valeu um grito de dor e um olhar de descontentamento. Logo o moreno concordou com a cabeça.

— Bom. Então, estando todos nós acordados, vou liberar o chakra de Sasori Akasuna.

Sakura deveria ter ficado mais entusiasmada com isso. Com Sasori recebendo metade de seu chakra de volta, ela poderia descansar um pouco mais sossegada sabendo que sua cura começaria a fazer algum progresso real; mas a grande verdade era que ela estava quase temendo a ideia de vê-lo novamente depois do que tinha acontecido. Infelizmente, Gaara estabeleceu um ritmo acelerado para que ela não pudesse ficar muito para trás.

— Suponho que ele tem cooperado com seus tratamentos? — Gaara disse sem olhar para ela.

— Ele não é o paciente mais entusiasmado, mas não se encolhe com a ideia de ser tratado.

— Se alguma coisa mudar uma vez que ele tiver seu chakra de volta, informe-me imediatamente. Nós não sabemos o que ele vai fazer quando souber que pode usar ninjutsu.

Sakura achou que isso era um aviso justo, mas ela não queria acreditar que Sasori de repente tentaria contra sua vida enquanto ela estivesse tentando curá-lo. Parecia algo baixo demais para ele. Mas, novamente, ele ainda era perigoso e muito esperto. E mesmo que tivesse admitido a si mesma que se importava com ele, não havia notado nenhuma indicação de que ele correspondera a seus sentimentos. Por tudo o que sabia, ele estava deitado à espera do momento oportuno para atacar e fugir. No pior cenário possível, ele poderia até tentar tirar proveito das emoções dela.

Sem dúvidas havia muitas incógnitas, e o tudo que Sakura sabia era que ela tinha um lugar para Sasori em seu coração. O fato de que ele deveria ser seu inimigo não mudou o modo como ela se sentia. A única parte que importava era enfrentar seus sentimentos com a cabeça erguida. Sakura já sabia muito bem como era se importar com um traidor. Sabia que seria inútil lutar contra esses sentimentos. No entanto, eram apenas sentimentos. Não era como se ela fosse encorajar qualquer tentativa de escapar por parte de Sasori. Ela deveria ser livre para conceder seu favor a quem ela quisesse, certo?


Notas Finais


Gente, obrigada de novo a todos que chegaram até aqui. Em breve teremos mais! Beijos 😘


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