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História A Perfeita Imperfeição de Existir - Vigésimo Quinto Ato


Escrita por: redrosess

Capítulo 25 - Vigésimo Quinto Ato


Fanfic / Fanfiction A Perfeita Imperfeição de Existir - Vigésimo Quinto Ato

— Sasori, você está aí?

Kankuro bateu na porta insistentemente. Já era de madrugada e ele imaginou que o mestre de bonecos já deveria estar pronto. 

— Kankuro — Sasori imediatamente respondeu à porta.

— Eu mesmo.

— O que você está fazendo aqui?

— Bem, sobre isso... — Kankuro sinalizou os dois shinobi que estavam atrás dele. — Eu queria apresentá-lo a estes dois. Eles vão se juntar à sua guarda ANBU daqui em diante.

Estavam vestidos com longos mantos brancos e cachecóis cáqui, seus cabelos arenosos estavam amarrados nos nós superiores. Sasori os observou o suficiente para perceber que eram gêmeos. Voltou sua atenção para Kankuro. 

— Medidas cautelares, presumo.

Kankuro sorriu imperturbável. 

— Sim. Mas não se preocupe, pois eles não vão ser muito importunos e eu tenho certeza que você teria os percebido mais cedo ou mais tarde, então resolvi apresentá-los de antemão para fazer as introduções necessárias.

Os dois shinobis curvaram-se educadamente antes de pedirem licença. Com uma expressão neutra, Sasori observou-os ir. Kankuro se perguntou como o ruivo se sentia sobre estar sendo vigiado por ninjas especialistas em selamento.

Kankuro sentia-se envergonhado sobre isso, mas ordens eram ordens afinal. Nunca era demais ser cauteloso. Ainda assim, não podia deixar de sentir-se estranho por ter sido ele a alertar Sasori sobre essa mudança. Era como dizer que não confiava em seu mestre. Não que Kankuro realmente confiasse nele de forma plena, mas ainda assim... 

— Então, você tem algo planejado para hoje?

— Por que eu teria algo planejado?

— Isso é um não?

— Sim.

— Bem, a brigada está esperando por você para voltar aos treinamentos. Aposto que Sakura preferiria que você não fizesse esforço físico ainda, mas todo mundo está perguntando sobre você. Então eu queria saber se você não estaria disposto a fazer uma sessão de treinamento. Está à sua vontade.

— Sakura pediu para que eu não me sobrecarregue neste momento — disse ele, com uma pitada de desdém.

Kankuro deu-lhe um olhar que dizia: "E você realmente vai escutá-la?”.

Sasori sorriu maliciosamente.

— Dê-me dois minutos. 

— Sasori-sensei! — Cho chamou quando viu Kankuro entrar na oficina da brigada de marionetes com Sasori a reboque. Ela correu para encontrá-los. — Você está se sentindo bem? Nós ouvimos sobre o que aconteceu — comentou, com o rosto cheio de preocupação.

Kankuro sorriu discretamente para a reação confusa de Sasori.

— Eu estou bem — o ruivo disse secamente.

Cho sorriu timidamente para ele e agitou-se com seu cabelo curto e castanho. Yasude se juntou a eles.

— Ainda bem que você não “morreu”. — ele disse com um sorriso afetado, cruzando os braços.

— Hachi, Ari, venham aqui — Kankuro chamou os outros dois. Quando todos estavam prestando atenção, anunciou: — Como todos vocês provavelmente estão cientes agora, Sasori sofreu de insuficiência cardíaca há vários dias. Sakura foi capaz de reanimá-lo e agora ele possui metade de seu chakra restituído para ajudá-lo a recuperar-se.

— Você tem chakra? — Ari perguntou.

— Ei, talvez agora você possa realmente nos mostrar alguma coisa útil — disse Hachi com ironia.

— Vou tentar não decepcioná-lo.

Hachi e Sasori compartilharam um brilho momentâneo antes que Kankuro decidisse intervir.

— Certo. Nesse caso eu tenho certeza que Sasori vai precisar de algum tempo para descobrir um plano de aula para o futuro. Por que não trabalhamos em nossos bonecos próprios por enquanto?

Gritos de dissidência borbulharam o que não surpreendeu Kankuro. Eles estavam trabalhando sem parar a fim de melhorar suas criações, usando as sugestões de Sasori como uma diretriz. Mas, infelizmente, a emergência médica de Sasori os deixou a labutar sem qualquer avaliação. Estavam ansiosos por algo novo.

— Não — Sasori dirigiu-se a seu autoproclamado protegido. — Hoje vamos fazer algo um pouco diferente.

Ari e Yasude trocaram sorrisos satisfeitos, e Cho irradiou sua excitação. Mesmo Hachi parecia curioso sobre que novas coisas eles poderiam aprender.

— Vamos nos reunir lá fora. Deixem suas marionetes.

Eles atenderam o comando de Sasori sem questionar e correram para encontrá-lo já na área externa. O titeriteiro não gostava de ficar esperando, afinal.

— Então, por que sem títeres hoje? — Ari perguntou quando todos se reuniram fora da oficina.

— A técnica das marionetes não é apenas uma arma poderosa, também é linda de ver — disse Sasori. — Mas cada técnica tem uma fraqueza e é por isso que é importante ter um plano B.

— O quê? — questionou o titiriterista mais jovem, estreitando os olhos para Sasori.

Em vez de responder Sasori lançou algo em Hachi. Atordoado, Kankuro reagiu tarde demais. No instinto Hachi projetou uma kunai para desviar o projétil, mas sua reação atrasada permitiu que o objeto roçasse seu ombro. Kankuro viu Sasori franzir o cenho. Hachi inclinou-se para pegar o objeto ofensivo: uma esfera de madeira não maior do que uma bola de beisebol.

— Esse é o tipo de reação que eu esperaria de um Genin assustado — disse Sasori.

— Mas... — Hachi secou enquanto Sasori bocejava, entediado. — Para o que foi aquilo?

— Agora é a sua vez. Use o que quiser para me atacar.

Uma coleção de murmúrios confusos borbulhava.

— Sasori, isso é realmente uma boa ideia? Eu sei que Sakura tende a reagir exageradamente sobre assuntos médicos, mas faz pouco tempo desde a sua insuficiência cardíaca — disse Kankuro.

— Eu não gosto de ficar esperando — relembrou Sasori, ignorando Kankuro.

Hachi piscou, mas rapidamente se recuperou. — Tudo bem. — Ele estralou os nós dos dedos. — Mas eu não vou facilitar para você, sensei.

Naturalmente Sasori não fez nenhuma reação externa ao comentário de Hachi. Ao invés disso preparou-se para qualquer ataque que o garoto pudesse lançar contra ele. Kankuro sinalizou para que os outros alunos retrocedessem quando Hachi executou os selos para seu jutsu.

— Estilo Terra: Grande Serpente de Rochas! — bateu as mãos na superfície empoeirada enquanto gritava o nome de seu jutsu. 

O chão começou a ressoar antes de se abrir para erguer uma cobra longa e contorcida. A criatura de terra cortou o ar em alta velocidade em direção a Sasori que, simplesmente, ficou ali, parado e calmo.

Quando parecia que a serpente estava muito perto para que Sasori pudesse esquivar-se, as pontas de seus dedos brilharam com chakra crepitante. Os fios esticados de sua mão direita foram ligados à massa de rochas indo direto para ele. Sasori mexeu seu braço direito direcionando-o para frente em um movimento hesitante. Inacreditavelmente a enorme serpente rochosa de Hachi parou bruscamente quando estava a apenas um pé do rosto de Sasori. O silêncio momentâneo era penetrado apenas pelo som de areia e pequenos seixos que desmoronavam nos lados da cobra rochosa.

— Como... Como você fez isso? — Hachi gaguejou.

Sasori riu suavemente e balançou os dedos. A grande cobra então se virou até que estivesse enfrentando Hachi. Um simples movimento do pulso de Sasori faria a criatura atacar seu criador.

— O que você acha que eu quis dizer com um plano B? — Sasori deixou cair a mão e, com ela, a longa massa de pedras e areia, produzindo um barulho alto. Uma nuvem de poeira subiu ao redor, provocando tosse no grupo.

— Você parou a técnica dele com linhas de chakra! — Cho disse.

— É totalmente insano! Mostre-me como fazer isso! — Yasude exclamou.

— Como você conseguiu fazer esse truque? — perguntou Kankuro. — Eu acho que isso exigiria chakra suficiente para substituir o controle perfeito do usuário.

— Sou um mestre da técnica de marionetes — respondeu Sasori como se fosse óbvio.

Ari balançou uma mão na frente do rosto de Hachi, enquanto este ainda parecia um pouco abismado por sua técnica ter sido voltada contra ele tão facilmente.

— A lição de hoje será sobre outros usos para suas linhas de chakra — Sasori anunciou. —Vocês vão aprender como fazer o que acabaram de ver. Irão encontrar um equilíbrio entre impulso e controle de chakra. Eu parei a técnica de Hachi usando meu chakra para substituir o seu. Isso requer um alto grau de precisão.

— Ei, Hachi, use seu jutsu em mim. Eu quero tentar pará-lo com isso — disse Yasude.

Hachi olhou para ele.

— De jeito nenhum.

— Por que não?

— Porque eu provavelmente o mataria.

— Vocês vão começar com bolas de madeira — Sasori disse autoritariamente. — Formem pares. Um parceiro vai jogar e o outro vai tentar parar o ataque com linhas de chakra. Ainda não estão prontos para testes mais elevados, como técnicas que utilizem chakra.

Ninguém tentou discutir. Yasude e Hachi fizeram parceria, como de costume, enquanto Ari e Cho formaram o outro par. Sobrou para Kankuro enfrentar o próprio Sasori.

— Certo, não pegue leve comigo — Kankuro disse, sorrindo.

— Mantenha os olhos abertos e a boca fechada — repreendeu Sasori, tirando outra esfera de madeira da manga.

Kankuro não teve que esperar muito. A bola de madeira foi lançada em direção a ele a uma velocidade alarmante. O moreno chamou suas cordas de chakra para encontrar o objeto. Kankuro nunca tinha sido tão hábil no controle de chakra como Gaara, por exemplo. A técnica de marionetes exigia que ele melhorasse se quisesse dominá-la. Seus filetes cintilantes tocaram a bola voando e diminuíram a sua velocidade. Tarde demais. O objeto parecia quase escorregadio. Era como tentar pegar uma barra de sabonete no chuveiro. Ele impulsionou um pouco mais de chakra em um esforço para obter uma melhor aderência, mas a bola escapou através das linhas e continuou a sua projeção até atingir Kankuro bem na testa.

— Ai!

— Você quase a apanhou. Só precisa de uma melhor aderência.

Kankuro esfregou a testa ainda dolorida. Ele tinha certeza de que um belo inchaço apareceria em breve. 

— É um pouco mais difícil do que eu pensava inicialmente.

— No final você injetou seu chakra muito rápido. Tente novamente.

Assim Kankuro fez. De novo, e de novo, e de novo... Por volta da décima tentativa Kankuro já tinha quatro galos na testa. As outras seis tentativas, no entanto, tinham sido interrompidas com sucesso.

— Eu acho que estou pegando o jeito — Kankuro disse, esfregando um ponto dolorido em seu bíceps esquerdo.

Sasori não estava prestando atenção, entretanto. Kankuro virou se para olhar onde o ruivo espevitava e avistou Hachi e Yasude. Eles estavam alternando os lançamentos, mas não contavam com tanta sorte como Kankuro. Eram capazes de abrandar as esferas, contudo dispunham de problemas para realmente anexar suas cordas nesses objetos. Kankuro desviou o olhar para Ari e Cho.

— Cho — Sasori disse enquanto se aproximava dela.

— Sim? — ela disse claramente pega de surpresa.

— Você está fazendo isso errado. — Ele agarrou a mão direita dela e aplainou-a contra a dele. — Tente de novo, assim.

Sasori sinalizou para Ari jogar a bola novamente. Os dedos de Cho brilharam de azul quando seu chakra se misturou com o de Sasori. Os fios azuis projetaram-se para frente no encontro da bola que espreitava, e pararam-na firmemente dessa vez. Moveram suas mãos de uma só vez e a bola foi voando de volta do jeito que veio. Ari teve sentido suficiente para se esquivar a tempo.

Cho piscou de surpresa antes de se virar para Sasori e sorrir genuinamente.

— Então é assim!

Kankuro abriu um sorriso. Como a única mulher na brigada, Cho era normalmente sóbria e tímida. Ver o olhar dela tão abertamente animado lhe trouxe uma sensação de satisfação.

— Ari — Sasori se dirigiu ao parceiro louro de Cho — Novamente.

Dessa vez Sasori não ajudou Cho e ela não precisou disso. Seus fios de chakra encontraram a bola e artisticamente a capturaram, como uma esfera em uma luva. Ela puxou seu braço para trás e depois o lançou para frente. A bola imitou seus movimentos até ser lançada de volta.

— Você conseguiu! — Ari disse enquanto corria para recuperar o objeto.

O sucesso de Cho estimulou os outros três a intensificar o treino. Não demorou muito para que Ari, Hachi e Yasude pudessem parar as bolas de madeira com aparentemente pouco esforço. Hachi e Yasude já haviam começado a arremessar o instrumento de um lado para o outro em um estranho jogo de captura usando apenas seus fios de chakra.

— O próximo passo é aplicar o conceito a um jutsu — anunciou Sasori. — Kankuro.

— Espere sério? Agora? 

Ele estava um pouco nervoso com a ideia de tentar parar um jutsu. Tinha acabado de descobrir o truque com a bola!

Sasori lançou lhe um olhar condescendente, como se estivesse chateado por Kankuro estar interrogando-o.

— Sim agora.

Bem, merda.

Kankuro posicionou se em frente à Sasori e invocou chakra para a ponta dos dedos. Se ele morresse Sakura provavelmente mataria Sasori em retribuição. Se não ela, então, certamente Gaara e Temari fariam isso. Ele suspirou, permitindo-se lamentar sua situação. Quando se sentiu pronto, assentiu desanimado para Sasori.

— Estilo Fogo: Técnica do Torpedo Flamejante!

Um feixe de chamas disparou em direção a Kankuro com velocidade incrível. Ele agarrou a investida com suas linhas de chakra, assim como tinha feito com a bola. Só que dessa vez, sentiu o chakra de Sasori empurrando a técnica. Para compensar o moreno persuadiu um pouco mais de chakra através de seus fios.

"Só um pouco mais!"

O fogo era intangível, então ele teve que fazer uma conexão com o chakra alimentando o jutsu. Mas isso, é claro, era mais fácil dizer do que fazer. Era como tentar segurar um peixe vivo fora da água.

"Vamos, Kankuro, vamos lá!" Ele se encorajou. Balançou os dedos em uma tentativa de mudar o ângulo e ofegou quando encontrou um ponto sólido onde o impulso do chakra de Sasori era mais fraco.

"Lá!"

Quando finalmente teve um bom aperto no torpedo de fogo acelerado, era quase tarde demais. O jutsu parou a centímetros de seu nariz. Kankuro jurou e pulou para trás, resistindo ao desejo de esfregar seu nariz empolado. 

— Isso foi tão legal, Kankuro!— Yasude incentivou.

Suando, Kankuro lançou as chamas para a areia. Ele enxugou a sobrancelha e respirou fundo.

— Essa técnica realmente foi quente...

— É um pouco diferente quando a coisa que você quer parar é um jutsu — Sasori disse casualmente.

— Sim. Só um pouco — disse Kankuro sarcasticamente.

— Mas agora você sabe o que fazer.

E Kankuro não iria esquecer-se disso tão logo. Nunca imaginou que seria capaz de parar um jutsu usando as linhas de chakra de sua mão.

— Vamos outra vez — pediu Kankuro, ignorando seu nariz dolorido. — E não se segure.

Sasori sorriu e se preparou para lançar outro ataque enquanto os outros membros da brigada de marionetes aplaudiam Kankuro.

Tinha sido um dia longo agravado pela caminhada de volta para sua habitação. A primeira coisa que fez foi pôr-se sob o chuveiro. Ele sempre foi um pouco estranho e isso incluiu higiene pessoal. Claro, tinha sido muito mais fácil ficar limpo como um boneco. Os corpos humanos suavam demais. Ficavam sujos nos lugares mais estranhos.

Ele estava cansado. Era estranho ter seu chakra de volta, mas era um sentimento bem-vindo. Sentiu-se quase normal pela primeira vez em anos. Mesmo com apenas metade de seu chakra, ele conseguiu exigir o máximo de toda a brigada. Deixou um sorriso fraco tomar seus lábios. Tinham feito muito melhor do que ele esperava. Eles estavam melhorando, e Sasori estava orgulhoso, pois suas contribuições estavam dirigindo esse progresso.

Caminhou até sua escrivaninha estéril e sentou-se por hábito. Ele gostava de brincar com as peças de marionetes que Kankuro lhe trazia em seu tempo livre, uma vez que mantinham suas mãos ocupadas. Mas haviam sido levadas e ele ficou sem nada para ocupar seu tempo. Logo Sakura deveria aparecer para verificá-lo, mas não tinha certeza de quando ela estaria chegando.

Sakura...

Era estranho, realmente. Sasori pensou que ficaria mais perturbado com a virada dos acontecimentos. Ele não sabia ao certo o que esperar no outro dia, quando o Kazekage os deixou sozinhos pela primeira vez desde "o incidente". O ruivo pensou que ela iria tentar evitá-lo, ou talvez gritar com ele. Estava realmente surpreso que ela não exigisse um pedido de desculpas por seu comportamento que a tinha feito fugir em lágrimas. Não que ele tivesse se desculpado, de qualquer maneira. Quanto mais cedo ela aprendesse a aceitar as coisas do jeito que eram, melhor seria.

Mas Sasori não soubera o que dizer a ela quando estiveram sozinhos pela última vez. Normalmente, ela era a que levava a conversa, e ele contribuía quando absolutamente necessário, ou para fazê-la se calar. Era estranhamente reconfortante poder depender dela para ter sempre algo para conversar. Sasori sentia-se à vontade ao redor de Sakura. E ela parecia suportar bem o jeito ríspido dele (bem, na maioria das vezes, pelo menos). Talvez estivesse apenas o tolerando até que chegasse o dia em que ele seria executado, e então ela se livraria de tal estorvo.

Ou talvez não...

Parecia que Sakura era inflexível em ficar de pé por suas convicções. Então era difícil de tudo ser uma farsa. Ela não era maliciosa o suficiente para esse tipo de coisa. Mas isso incomodava Sasori. Ninguém havia chegado a apanhá-lo em qualquer tipo de rede emocional desde que ele deixara Suna tantos anos antes. E após voltar a ser humano era como se os sentimentos que ele tinha deixado para trás tivessem o encontrado mais uma vez. No fim, ele escolheu acreditar nela...

Apertou o punho, aquele que tinha agarrado o pulso de Sakura noutro dia. A garota era pequena e esbelta, e seu pulso era ainda menor. Talvez a maioria das jovens kunoichis fossem pequenas como ela, mas sem o mesmo gancho de direita.

A partir do momento que Sasori se inclinou para olhá-la nos olhos, uma parte dele queria acreditar que ela dizia a verdade. Queria confiar em suas palavras, em seu toque, na forma como às vezes sorria para ele quando, provavelmente, esquecia quem ele era. Isso porque ela não tinha mudado de tanto tempo atrás. Ela ainda era a mesma menina, correndo com os punhos voando e estúpidas proclamações de honra. Ela ainda era franca e ferozmente protetora das pessoas que amava. Ela ainda era muito bondosa e convicta. A única coisa que tinha mudado era sua aparência. Ela tinha crescido em termos de beleza. Não era mais aquela garota esquelética com um poder sobre-humano. Ela tornou-se uma mulher. Foi uma mudança que Sasori não se importou em perceber.

Abriu a gaveta da mesa e tirou uma caneta e papel começando a escrever. Outra coisa que não mudou foi a inútil tendência dela a fazer coisas inúteis. Ela não precisava curar as contusões dele. Não precisava guardar os pratos, tampouco se importar com ele. E, no entanto, ela o fazia. Ela o fazia sem questionar, sem pedir. 

Sasori franziu o cenho enquanto sua caneta riscava o papel, soletrando palavras estranhas, com cuidado para não cometer um erro.

— As mulheres estão sempre fazendo coisas inúteis.

Ele passou as seguintes três horas escrevendo furiosamente e verificando o relógio a cada cinco minutos, perguntando-se quando ela iria chegar.



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