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História A Perfeita Imperfeição de Existir - Quadragésimo Primeiro Ato


Escrita por: redrosess

Capítulo 41 - Quadragésimo Primeiro Ato


Fanfic / Fanfiction A Perfeita Imperfeição de Existir - Quadragésimo Primeiro Ato

Trinta e quatro horas e vinte e dois minutos tinham se passado desde que Sakura havia dormido pela última vez. Era engraçado como o tempo parecia correr mais rápido quando ela estava acordada, mesmo que o sono geralmente desse a ilusão de tornar instantâneo o passar das horas. Talvez fosse porque ela tinha estado trabalhando quase sem parar, pausando apenas em alguns breves momentos para admirar com horror seu amigo Naruto se atirando com tudo em uma batalha impossível para qualquer outra pessoa. Não havia tempo para dormir quando o mundo estava literalmente entrando em colapso como uma estrela moribunda.

E, finalmente, quando toda a esperança parecia perdida, seu milagreiro colega de equipe controlou o seu demônio interior e virou a mesa contra o inimigo. Quando Naruto voltou vitorioso a Konoha, os mortos foram revividos e  ele foi, merecidamente, saudado como um herói.

Sakura nem sabia se deveria dar um soco no rosto dele (por ter assumido um risco tão inconveniente como lutar contra o Akatsuki que tinha matado Jiraiya) ou se o sufocava com um abraço (por suportar o peso de Konoha e todas as suas dúvidas, medos e esperanças de salvação). Ela terminou fazendo os dois, e Sai se juntou a eles rebocando um Kakashi rejuvenescido. Foi incrível para Sakura como ela podia sentir uma alegria tão pura e sem adulteração quando o seu porto seguro estava arruinado. Durou alguns segundos o momento particular de felicidade entre os amigos antes da multidão de Konoha, inexplicavelmente grata, bombardear Naruto com suas lágrimas, palavras de louvor e proclamações de gratidão. Sakura sentiu-se mais em paz do que ela havia conseguido desde que Sasuke havia desertado a vila.

Como sempre, esse momento precioso de alegria chegou rapidamente ao fim. Tsunade estava em coma devido ao esgotamento extremo do seu chakra depois de ter salvado mais da metade da população de Konoha do Shinra Tensei de Pein. Shizune se recusou a deixar o leito de sua mestra, e a própria Sakura partiu somente depois que a morena insistiu que os feridos precisavam dela mais do que Tsunade. Sakura era a melhor ninja médica na aldeia depois das duas mulheres mais velhas, então ela engoliu seus sentimentos pessoais e assumiu a liderança ao ver os feridos de Konoha.

Konoha estava totalmente destruída. Os únicos sinais restantes do que costumava ser uma grande Vila Oculta eram trechos consideráveis ​​dos grandes muros perimetrais e alguns edifícios periféricos que estavam fora do alcance da poderosa onda de choque de Pein. Parecia que alguma divindade onipotente havia invocado as forças do cosmos e as lançado contra a aldeia uma vez orgulhosa, deixando apenas uma cratera fumegante para trás. Sakura pensou que era bem apropriado considerando um dos líderes da Akatsuki, que se dizia um deus que iria pôr fim a guerras e trazer a paz ao mundo. Causou-lhe náuseas saber que o homem que atacou sua casa havia sido moldado pelo mundo dos ninjas e, mais especificamente, pelas ofensivas da própria vila de Konoha durante a última guerra. Um verdadeiro efeito bumerangue. Pensando na explicação de Naruto sobre a conversa dele com o Akatsuki pouco antes da morte do último, Sakura podia sentir uma certa simpatia pela maneira como ele havia acabado. Não justificou as ações de Pein, mas ela poderia, pelo menos, entender seu raciocínio em algum nível. Ele era o clássico herói trágico. Talvez o fato de ele reviver aqueles que ele havia matado fez com que essa perspectiva fosse mais fácil para Sakura assimilar.

Agora, depois de estender ao extremo seus limites em prol de ser útil no hospital, Sakura decidiu tomar um suplemento e separar  algumas horas para dormir antes de voltar ao trabalho.

Ela não conseguia deixar de pensar no quão incrível fora que apenas dois membros da Akatsuki tivessem conseguido jogar ao chão, literalmente, a aldeia Shinobi mais poderosa do mundo. Mesmo um deles tendo seis corpos e o lendário Rinnegan, tratava-se de uma exibição desumana de poder.  Simpatia de lado, Sakura ficou aliviada de que Pein estivesse morto, embora sua tranquilidade provavelmente fosse durar bem pouco, pois, se Sasori não estivesse mentindo, o líder da Akatsuki ainda estava de pé (e seu poder deveria ser ainda mais colossal do que o de Pein).

Sasori…

Sakura não havia pensado muito nele durante a turbulência, mas agora que ela estava caminhando até um vestiário feminino improvisado, sua mente voltou a vagar até ele. O que mais Sasori sabia que não tinha contado a ela? Será que ele tinha conhecimento de que esse tipo de ataque estava chegando? Essa possibilidade deixou Sakura seriamente querendo machucá-lo se fosse o caso. Mas, novamente, era improvável. Estar em coma por três anos colocou-o totalmente fora de contato com os acontecimentos no mundo shinobi, então as chances de que ele soubesse de antemão sobre o ataque de Pein a Konoha eram mínimas. Sasori podia não se importar com os outros, mas Sakura não queria acreditar que ele teria deixado ela voltar para Konoha sabendo que esse tipo de acolhimento a aguardava. Se uma coisa ela sabia sobre Sasori era que ele carregava um enorme egoísmo quanto às coisas que lhe eram importantes.

Mas ainda assim... Se esse era o tipo de poder que um subordinado da Akatsuki possuía, o que mais essa organização estava guardando? E se a possibilidade de Madara chegasse a se confirmar, qual seria o limite do seu poder? E quanto a seus planos de colecionar as bestas de cauda? Ainda havia tantas incógnitas, e Sakura teve que deslizar as mãos sobre os cabelos com mais força do que era realmente necessário, pois pensava se Sasori sabia ou não mais detalhadamente sobre essas questões. Ela se perguntou o que ele pensaria quando soubesse sobre esse ataque maciço. Ele a consideraria como morta? Seria uma conclusão lógica para começar, ela supôs.

Chegar tão perto da morte a fez repensar sua situação com ele. Todas as questões de lado, ela não podia imaginar um mundo sem ele. Mais do que nunca, ficou claro que sua vida poderia acabar em um piscar de olhos, mas onde isso a deixaria? Ela ficaria bem deixando o mundo para trás sem arrependimentos?

Não, não assim.

Mas, tanto quanto Sakura queria voltar para Suna para vê-lo depois de seu encontro mais recente com a morte, ela sabia que era mais necessária em Konoha. Com Tsunade incapacitada, Sakura não tinha ideia do que aconteceria.

Pareceu ter se passado um minuto desde que ela havia se instalado em um pequeno leito de hospital nos aposentos femininos arrumados às pressas quando alguém a agitou, tentando acordá-la. Embora normalmente tivesse um leve sono, Sakura demorou um tempo para recuperar os rumos e abrir os olhos verdes para ver quem estava perturbando seu tão merecido momento de paz. Tratava-se de ninja usando uma máscara de porcelana pintada com tinta vermelha e um uniforme preto e branco.

— O que está acontecendo? — ela perguntou, arrancando o sono de seus olhos.

O ANBU inclinou-se educadamente e respondeu: "Sakura Haruno, sua presença é imediatamente necessária na tenda do Conselho dos Anciãos".

Sakura franziu a testa, agora um pouco mais acordada, apesar da severa privação de sono.

— Por que os anciãos gostariam de me ver?

— Eu devo apenas escoltá-la até lá. Me siga.

O ANBU virou-se e caminhou até a entrada do dormitório improvisado, não dando a Sakura mais espaço para questionar a bizarra convocação. A garota simplesmente não conseguia pensar em por que o Conselho dos Anciãos gostaria da presença dela! Ela só os conhecia de forma periférica e em uma configuração estritamente profissional. Deveria ser algo a ver com Tsunade, pensou. Sim, deveria ser isso.

Seja qual fosse o motivo, porém, Sakura não teve mais tempo para pensar quando o ANBU olhou para ela, esperando. Suspirando, Sakura deixou o leito e perambulou junto com o shinobi mascarado. O sono teria que esperar.

                           [ ... ]

— Sakura Haruno, certo?

Sakura franziu a testa para o velho de pé diante dela. Danzou Shimura era um indivíduo misterioso, ela sabia, mas ele também era uma figura muito importante no sistema político da aldeia. Como terceiro membro do Conselho dos Anciãos, a sabedoria e liderança de Danzou eram bem respeitadas em Konoha, ou o que restava dela.

Ainda assim, algo parecia fora do lugar. Sakura estava na tenda do Conselho dos Anciãos, mas nem Koharu nem Homura estavam lá. Além de Danzou, a única pessoa ali era Sai, que, apesar de sua postura rígida, significava algum conforto para Sakura. A garota chamou a atenção de Sai, cujo rosto mesmo assim permaneceu neutro.

— Sim, senhor — Sakura respondeu.

Danzou inclinou-se em uma bengala, para se apoiar, mas Sakura mal percebeu a aparência decrépita do ancião cujo ar intimidador ofuscava sua aparente fragilidade física. O único olho visível de Danzou a examinava do jeito que um colecionador examina a mais nova adição à sua série.

— Como Tsunade está indo? — ele perguntou de modo conversacional.

Sakura ficou um pouco surpresa com essa pergunta, mas se sentiu um pouco mais à vontade com esse tópico.

— Pelo que sei, ela ainda está inconsciente. Shizune está com ela supervisionando sua saúde, então eu imagino que ela seja melhor informada sobre o progresso da Hokage.

Danzou sorriu ironicamente para ela. A ação serviu para enrugar as ataduras escondendo seu olho direito.

— É claro. E eu quero agradecer sua diligência ao ver nossos feridos.

— É meu dever e eu estou feliz em fazê-lo. Estou satisfeita de dizer que o dano não foi tão grave quanto poderia ter sido se o inimigo não tivesse revivido os que ele matou.

Danzou apenas a observou com um olhar pesado, como se estivesse digerindo suas palavras lentamente.

— Sim, acho que é verdade.

Sakura tentava não desviar o olhar, mas por dentro estava um pouco confusa. Por que ele a chamou aqui? Havia algum tipo de emergência?

— Eu entendo que você seja uma ninja médica muito talentosa, treinada pela própria Tsunade — disse Danzou, casualmente. — Eu imagino que você se encarregue regularmente de questões médicas complicadas.

Sakura imediatamente sentiu seus pensamentos se dirigirem para Sasori.

— Eu sei que você esteve em Suna treinando os ninjas médicos de lá — Danzou prosseguiu — Eu só posso imaginar que Tsunade tenha uma grande fé em suas habilidades para lhe atribuir uma missão politicamente sensível.

Sakura franziu a testa. Ele não sabia sobre sua missão para trazer Sasori de volta à vida? Pois deveria,  assumindo que Tsunade teria informado pelo menos o Conselho dos Anciãos a respeito desse tão delicado assunto. Poderia não ser o caso?

— Sim, senhor — disse ela. — As coisas progrediram sem problemas, mesmo em tão pouco tempo. Suna tem muito talento bruto.

— Eu tenho certeza que sim — Danzou respondeu — Eu serei franco, Sakura. Tenho uma situação médica na qual eu gostaria de sua opinião. É um problema grave que eu não posso permitir interferir em minha nova posição.

"Hã?"

— Nova posição, senhor?

— Sim, fui recentemente nomeado candidato a ser O Sexto Hokage. — Sakura olhou para o velho. — É claro que, com Tsunade fora de ação, não podemos sentar-nos enquanto nossos inimigos se posicionam para tirar proveito de nosso estado enfraquecido. É necessário manter um papel firme de liderança nestes tempos difíceis.

Sakura fechou a boca para engolir seco, completamente sem palavras. Ela não conhecia muito sobre política como Temari ou Shikamaru, mas sabia que os novos candidatos ao cargo de Hokage não eram nomeados por capricho. Isso só acontecia se houvesse razões adequadas para acreditar que o Hokage em exercício seria incapaz de retomar seu papel. Esse pensamento não se sentou bem com Sakura.

— Danzou-sama — disse ela, tentando manter sua voz firme —, Tsunade-sama está simplesmente incapacitada por ora. Ela não vai morrer pelo esgotamento de chakra. Shizune está cuidando dela pessoalmente enquanto falamos.

— Eu só quero o que é melhor para esta aldeia, e agora o que é melhor é uma mão forte ao volante. Não há como dizer quanto tempo levará Tsunade para se recuperar, mas não podemos permitir que essa situação persista por mais tempo. Atitudes mais determinantes precisam ser tomadas desde já.

Sakura realmente não achava que o argumento de Danzou era errado; pelo contrário, fazia muito sentido. Mas se ela olhasse pela perspectiva de que Tsunade estava sendo descartada tão facilmente…

— Em qualquer caso, como você disse, Tsunade está obtendo o melhor cuidado que temos. Tenho certeza que ela vai ficar bem. Mas como eu estava dizendo — Danzou continuou —, eu quero sua ajuda com um certo problema médico que tenho.

Sakura olhou para ele de forma suspeita.

— E qual é o problema?

Em vez de respondê-la imediatamente, Danzo acenou com a cabeça para Sai, que foi até a entrada da tenda e falou através da aba de abertura para o guarda da ANBU que estava os vigiando. Depois de um momento, Sai voltou e assentiu com a cabeça para Danzou. Sakura sentiu um arrepio frio arrasar sua coluna vertebral. Ela confiaria sua vida a Sai, mas algo estava muito estranho com toda essa provação.

— Vou chegar ao ponto — disse Danzou, que lentamente se aproximou de Sakura até que eles estivessem a apenas alguns metros de distância um do outro.

Então Danzou puxou o braço direito para fora de uma espécie de tipoia e passou a desenrolar um amontoado de ataduras que o cobriam.

E então a visão que cumprimentou Sakura fez com que ela quisesse se virar e correr para tão longe quanto pudesse conseguir. A pele do braço de Danzou era desumanamente pálida e com veias azuis proeminentes. Mas esses não eram os detalhes mais bizarros. O que realmente enojou e assustou Sakura foi o inacreditável conjunto de olhos espalhados pelo braço de Danzou. Sakura sentiu o impulso irresistível de vomitar enquanto olhava para aqueles belos olhos vermelhos (Sharingans), todos olhando para ela como crianças curiosas. Alguns se moviam para lá e para cá, como se estivessem tentando ver seus arredores. Porém, todos pareciam vagos, como se fossem cegos em relação ao mundo.

Sakura ergueu uma mão à sua boca e deu um passo para trás.

— Oh Deus — ela sibilou.

Danzou não pareceu afetado pela reação dela.

— Muitos anos atrás, pedi a Orochimaru que me usasse como uma cobaia. Em troca, ele me deu a oportunidade de alcançar o desejado Sharingan, como você pode ver.

"Eu vou vomitar…"

— Claro, qualquer "não-Uchiha" que use o Sharingan experimentará um enorme gasto de chakra, bem como acontece com seu antigo professor,  Kakashi Hatake. Para contornar isso, Orochimaru infundiu células do nosso Primeiro Hokage para aumentar a potência do meu chakra. Combinado com a carne de um Uchiha, este braço tem o poder de negar os efeitos colaterais nocivos do Sharingan.

Sakura olhou para a dúzia de olhos carmesim piscando de volta para ela.

— Eu... Isto é...

Danzou ignorou o alarme da garota e prosseguiu:

— Mesmo que eu tenha adquirido a carne de um verdadeiro Uchiha para hospedar esses Sharingans, não é suficiente. Mesmo com as células de Hashirama Senju no meu corpo, eu não posso controlar este poder corretamente. Se eu não fizer algo, as células de Senju vão dominar-me e não vou mais controlar meu chakra.

Sakura afastou o olhar dos muitos olhos transplantados e mirou de volta em Danzou.

— Isso é uma abominação — ela sussurrou. — Como...? Por que você fez isso?

— Por Konoha — disse Danzou. —Tudo o que eu faço é por causa desta aldeia. Como Hokage, estarei em melhor posição para proteger Konoha. E eu preciso de sua perícia médica para me ajudar nesse esforço.

Sakura deu um passo para trás. Não importava o que Danzo tinha dito sobre querer proteger Konoha, o estômago dela lhe falou que essa não era a maneira de fazê-lo.

— Como você conseguiu todos esses Sharingans? Os Uchiha foram massacrados anos atrás, então o único caminho para você obtê-los teria sido… Oh Deus… Você assassinou pessoas inocentes por poder…!

Com uma expressão fria nos olhos, Danzou observou-a.

— Eu fiz o que era necessário. Os Uchiha se foram agora, mas o poder deles continua. Basta disso. Eu quero que você examine este braço e reverta os efeitos do chakra estranho. Se eu não colocar isso sob controle, serei consumido.

Sakura sacudiu a cabeça, de repente muito assustada. Se o próximo protetor de Konoha tinha sido capaz de transformar a si próprio em semelhante aberração, então que futuro restaria à aldeia? Se este homem se tornasse o próximo Hokage, Konoha não precisaria da Akatsuki para ser apagada de vez.

— Eu... eu não sei se posso fazer qualquer coisa — Sakura disse, gaguejando.

— Você é a melhor ninja médica que temos disponível neste exato momento. Eu preferiria procurar Kabuto Yakushi, mas ele está fora do meu alcance agora, então você terá que me servir por enquanto. Agora comece.

Sakura de repente sentiu dois pares de mãos agarrando-a (ANBU) e a empurrando para frente, em direção ao braço mutante de Danzou. Pânico tomou conta dela enquanto procurava pela figura de Sai. No entanto, ele simplesmente olhava para um ponto sem importância na parede oposta.

Isso não podia estar acontecendo!

— Você não pode fazer isso! — protestou Sakura. — Quando Tsunade-sama acordar, ela vai querer ouvir sobre como você obteve esses olhos.

— Tsunade não vai acordar — disse Danzou. — Eu sou o Hokage agora, e você está sob minha autoridade.

Sakura de repente sentiu seu pico de medo. A maneira como ele falou fez sua frase parecer mais uma ameaça do que uma suposição.

— Você tem muita simpatia pelos Uchiha — continuou Danzou. — Você esteve em uma equipe com Sasuke Uchiha, correto? Deixe-me dizer-lhe algo interessante sobre ele…

— Deixe Sasuke fora disso! — disse Sakura, mas Danzou não pareceu nem um pouco perturbado pela descortesia por parte dela.

— Acabei de receber uma carta do líder de Kumogakure. Parece que seu antigo companheiro de equipe se juntou à Akatsuki e atacou o Jinchuuriki do Hachibi. Isso é um ato de guerra, e o Raikage nos responsabiliza pelas ações de nossos ninjas desertores. Você é uma garota inteligente, tenho certeza de que pode entender o que isso significa.

Sakura não podia respirar. Sasuke estava vivo... Mas ele tinha se juntado à Akatsuki…?! Ele tinha os ajudado a adquirir outra besta de caudas? Isso não poderia ser verdade.

— Você está mentindo.

— Infelizmente, não — disse Danzou. — Agora temos um criminoso internacional sob nossa responsabilidade e vamos limpar essa sujeira. Eu emiti um mandado para que Sasuke Uchiha seja morto sem qualquer espera, com a esperança de que isso venha a baixar a poeira e acalmar os ânimos de Kumogakure por enquanto.

Sakura estava agora mortificada. Descobrir que Sasuke estava vivo era um enorme alívio, mas saber que ele agora estava alinhado com os maiores antagonistas do mundo ninja (depois do que havia se passado com Itachi) era inacreditável. E pior, Danzou havia emitido um mandado para que Sasuke fosse assassinado. Sakura sentiu uma enorme vontade de quebrar algo.

— Você não pode fazer isso. Sasuke pode ser o último Uchiha. Deve haver algum tipo de explicação lógica para o que aconteceu.

— E há. Como todos os Uchiha, Sasuke busca egoisticamente o poder à custa dos outros. Ele não vai desistir até que esteja satisfeito, e é por isso que ele deve ser parado. Sasuke nunca ficará satisfeito.

Sakura não podia acreditar em seus ouvidos.

— Naruto nunca cumprirá essa ordem.

— Ah, o Jinchuuriki da Kyuubi, seu outro companheiro de equipe. Previ isso também, é por isso que o estou deixando em Konoha, confinado e sob vigilância absoluta. Nós não queremos que Sasuke ou qualquer outro Akatsuki venha e capture nosso monstro também, não é mesmo?

Sakura sentia como se alguém estivesse martelando sua cabeça. Estava difícil processar tudo isso. Sasuke estava marcado para morrer, Naruto estava de alguma forma preso e Sai simplesmente estava ali, sem fazer nada para ajudá-la. Ela olhou na direção do amigo, mas ele seguia lhe mostrando apenas uma expressão neutra ilegível. Isso a enfureceu.

— E você vai ficar parado?! —Sakura gritou com todo o ar de seus pulmões. — Você sabe o que Kakashi-sensei diz sobre pessoas que traem seus amigos!

Mas Sai era a imagem perfeita da indiferença. Para não parecer uma estátua, ele falou, mecanicamente: "Eu sirvo Danzou-sama como membro da ANBU Raiz. Minha lealdade é para ele e para Konoha".

Lágrimas surgiram nos olhos de Sakura enquanto ela lutava para não permitir que essa desprezível reviravolta dos acontecimentos a ganhasse.

— Agora, se não houver mais problemas, comecemos — falou Danzou.

Sakura não sabia como lidar com essa situação. Ela não podia fugir quando sabia tanto, e Danzou era agora o Hokage, então era dever de todos na aldeia a realização do que ele ordenasse. Contudo, o que ele estava querendo parecia muito errado. Sakura estava convencida de que o novo Hokage não era uma boa pessoa, apesar das suas supostas intenções de proteger Konoha. 

Sakura tinha ouvido várias vezes que os fins justificam os meios, mas nesse caso, ela não pensava que os meios de Danzou levariam a um resultado positivo para Konoha.

Sakura estava encurralada.



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