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História A Poderosa Jauregui (G!p) - Capítulo 19


Escrita por: Lhoria

Notas do Autor


Gente desculpa a demora.. estou bem ocupada esses dias masss eu juro que vou tentar postar o mais rápido possível.. ahh gente vocês sabe fazer capa pra história?.. pq eu sou uma negação rs.. prometo postar mais

Capítulo 20 - Capítulo 19


CAPÍTULO 19 - PODER....AMOR....UNIÃO

 

CamilaPOV 

 

Imagino que meu subconsciente tenha agido como um despertador para o meu corpo. Somente isso poderia ter me feito acordar às cinco da manhã a tempo de ver Lauren se arrumar para sair. Isso era raro ultimamente. Tinha sono demais e muitas vezes eu só acordava quando Lauren estava de volta. 

 

Não me lembro a que horas fui dormir. Mas estava tão cansada que apaguei enquanto Lauren acariciava meus cabelos. Ultimamente vínhamos conversando muito à noite e isso me agradava bastante. A cada novo dia, mais encantada eu ficava por Lauren. E agora vendo-a se vestir eu finalmente admitia que tinha tirado a sorte grande. Lauren tinha muitos defeitos, eu sei. Mas as qualidades que descobria nela superavam esses defeitos, então eu podia dizer de boca cheia: Lauren era uma mulher perfeita. E seria minha em poucas horas. Hoje... dia do nosso casamento. 

 

Eu nem fazia idéia de como seria realmente. A decoração de festa, igreja... nada. Clara e Alice não me deixaram ver. Mas algumas mudanças eram perceptíveis, como por exemplo, a segurança da casa. Lauren parecia ter triplicado os seus homens. E entre eles, havia mulheres como “guarda-costas”. Uma delas, Leah, ficava na minha cola. Revirei os olhos ao lembrar-me das palavras dela sempre que eu dava um passo: “A senhora Jauregui mandou ficar de olho para que não fizesse nenhuma estripulia.” 

 

Eu até entendia a preocupação de Lauren. Somente por isso não reclamei. Ela andava bem mais preocupada desde que descobrimos que vamos ter gêmeos. 

 

Fechei meus olhos novamente, lembrando-me com prazer daquele dia. Lauren mais uma vez chorou em meus braços. Beijou-me com ardor, com amor. No final, com a voz naturalmente rouca e ainda um pouco mais pelo choro, Lauren falou em meu ouvido. 

 

“- Odeio quando você faz isso comigo.” 

 

Eu apenas a abracei mais forte. Não iria fazer piadinhas do momento lindo que ela me permitiu presenciar. Eram momentos raros e pra mim, intensos. Abri os olhos novamente ao ouvir sua voz. 

 

- Não deveria estar dormindo? 

 

- Bom dia. Acordei assim, de repente. 

 

Ela veio até mim, sentou-se na beirada da cama. 

 

- Bom dia. Está sentindo alguma coisa pra acordar assim? Tem dormido tanto. 

 

- Não. Talvez seja ansiedade. 

 

- Ansiedade em se unir a uma rabugenta? 

 

Perguntou enquanto me aceitava em seus braços. 

 

- Você não é rabugenta. É mandona, autoritária e meio cavala às vezes. Mas... tem qualidades que superam isso. 

 

- E você tem todas as qualidades que uma mulher deseja possuir. 

 

Lauren falava e roçava o queixo no meu pescoço, causando ondas de arrepio em meu corpo. Meus mamilos ficaram rígidos imediatamente. 

 

- Lauren... 

 

- Hei... não era para atiçar você. 

 

Ela riu, mas deslizou a mão pelo meu rosto. 

 

- É a única mulher que conheço que consegue acordar linda, fantástica... ainda mais depois de uma noite mal dormida. 

 

Lauren conseguia elevar meu ego ao grau máximo. Isso nem era muito bom. Eu poderia ficar mal acostumada e não era todo dia que ela estava um doce de pessoa. 

 

- Não tive uma noite mal dormida. Apenas dormi pouco. 

 

- Pois deveria dormir mais um pouco. Pelo que conheço da minha mãe e da Alice... terá um dia atribulado pela frente. 

 

Deu um beijo rápido em meus lábios e se levantou. 

 

- Tenho que ir agora. 

 

- Vai sair? Mas hoje é nosso casamento, Lauren. 

 

- E acha que o mundo deve parar por causa disso? 

 

Ai... um beijo e uma patada. Essa era a minha Lauren. 

 

- O mundo não, mas você bem que poderia parar. Sei lá... se acontece alguma coisa... 

 

Lauren voltou-se novamente pegando-me em seus braços. 

 

- Não se preocupe. Tomarei cuidado. Eu volto inteira pra você. 

 

- Promete? 

 

Surgiu um rascunho de sorriso em seu rosto que imediatamente desapareceu. 

 

- Prometo. E você promete que vai ficar bem? Longe de confusões? 

 

Bufei. 

 

- Claro. Com aquele armário que você colocou em minha cola. Mas eu preferia que você estivesse aqui. 

 

Fiz manha. Coisa de criança birrenta, eu sei. Mas eu queria Lauren por perto. 

 

- Não iria adiantar, Camila. Minha mãe já avisou que não chegarei perto de você hoje. 

 

- Mas só de estar por perto fico mais tranqüila. 

 

- Você não era assim tão medrosa. 

 

- Não era. Antes de saber que havia dois que precisavam de mim e de uma papa. 

 

Seus olhos brilharam, e como vinha fazendo muito nesses últimos dias, Lauren levou as mãos ao meu ventre, acariciando-o. Entretanto dessa vez ela me surpreendeu ao abaixar-se e deixar seus lábios tocarem minha barriga. 

 

Um sensação indescritível tomou conta do meu corpo, da minha alma. Acariciei os cabelos dela enquanto seu rosto permanecia contra meu ventre. Depois abraçou-me novamente. 

 

- Está tudo bem? 

 

- Eles estão bem, Lauren. 

 

Ela revirou os olhos e suspirou pesadamente. 

 

- E você, Camz? Não estou preocupado apenas com os bebês. 

 

- Estou ótima. E estarei melhor em algumas horas. 

 

Outro beijo. Dessa vez a língua quente e macia invadiu minha boca e entrelaçou-se na minha. Mas antes que eu tivesse tempo de aproveitar esse momento, Lauren se afastou. 

 

- Descanse. Eu volto logo. 

 

Eu não entendi realmente por que eu chorei assim que a porta se fechou. Aliás... eu sei. Porque ela nem ao menos tinha ido e eu já sentia falta dela. Quem diria, hein, Dona Camila? Aquela topetuda que entrou por essa porta disposta a enfrentar A Toda Poderosa. 

 

Comecei a imaginar o que seria de mim se Lauren não tivesse se interessado. Sim, porque eu fiquei louca por ela desde a primeira vez que a vi. Se ela tivesse me colocado pra fora a ponta pés, hoje eu estaria por aí, sofrendo? Ou teria encontrado algum jeito de ser feliz? 

 

Balancei a cabeça com raiva de mim mesma. 

 

- Sua idiota... hoje é seu casamento. Pare com essas frescuras. 

 

Preparava-me para levantar quando Alice entrou saltitante no quarto. Trazia uma bandeja de café da manhã que colocou sobre a cama. 

 

- Bom dia... 

 

- Bom dia, Alice. Mas o que significa isso? 

 

- Lauren pediu que trouxesse pra você. Disse que é melhor não fazer grandes esforços... já bastam os da noite. 

 

Meu rosto ficou em chamas. 

 

- Maldita filha da puta. 

 

- Maldita filha da puta gostosa que você ama. 

 

- É. 

 

Nós duas gargalhamos. 

 

- Sente-se aqui então. Nossa... Alice. Por que acorda tão cedo? 

 

Ela deu de ombros. 

 

- Costume. Agora deixe de conversa mole e tome esse café. Clara já está vindo pra cá. Teremos um dia atribulado. 

 

- Ah, meu Deus. O que quer dizer com isso, exatamente? 

 

- Daqui a pouco chegam as massagistas, cabeleireiras, manicures... 

 

- Vai trazer esse monte de mulher pra cá? 

 

Alice riu, debochada. 

 

- Não sei quem é mais ciumenta. Você ou a Lauren. 

 

- Por quê? 

 

- Ah... francamente, Mila. Acha que Lauren iria me deixar viva se eu deixasse algum homem tocar em um fio de cabelo seu? 

 

- Ela falou alguma coisa? 

 

- Quer que repita as palavras dela? Até decorei: “Eu proíbo você ou quem quer que seja a permitir que outro homem se aproxime de Camila. Nem mesmo o padre.” 

 

Minha boca se abriu, em assombro. 

 

- Ela não disse isso! 

 

- Acha que estou inventando? Posso trazer algum homem aqui e iremos testar a fúria de Lauren Jauregui. 

 

- Melhor não. Deixa quieto. 

 

- Isso mesmo. Você está grávida e ela não faria nada contra você. Faria contra a pobre coitada da sua madrinha de casamento. 

 

 

 

Eu escolhi Alice para ser minha madrinha. Como eu não tinha amigas resolvi chamar Norman, minha médica. Depois pensei na besteira. Eu ficaria ofuscada pela beleza dela. 

 

Mas depois pensei em algo mais importante: Harry. Apesar de tudo era a única pessoa da minha família. E nem sequer estaria presente no dia mais feliz da minha vida. Pensei em desafiar Lauren e convidá-lo. Mas Lauren já tinha sido generosa demais com ela. Eu não poderia abusar tanto. 

 

Bom... cada um tem o fim que merece. Harry traçou seu próprio destino. Resolvi que seria egoísta. Iria pensar em mim. Em ser feliz com Lauren e com nossos filhos. 

 

- Tome logo esse café. Iremos começar a nossa luta. 

 

- Ainn... 

 

- Deixe esses gemidos pra sua lua de mel. 

 

- Nada disso. Antes da cerimônia ainda dá tempo para... 

 

- Lauren não chegará perto de você, Mila. Pelo menos até a hora do casamento. 

 

- É verdade mesmo? Eu não irei vê-la mais? 

 

- Não. 

 

Murchei na hora. Era impossível ficar sem ver Lauren mesmo que por poucos minutos. 

 

- Ah, desfaça essa cara. As horas passarão voando, vai ver. 

 

Deixei-me levar por Alice. Já que eu não veria Lauren, pelo menos iria me distrair. 

 

Clara chegou logo em seguida. E depois dela uma quantidade exagerada de mulheres. Loiras, morenas, ruivas, negras. Passei de mão em mão. Me senti um copo de botequim, que todo mundo pega. 

 

- Vai ficar ainda mais deslumbrante do que já é, Mila. 

 

- Perto das minhas madrinhas? Duvido. 

 

- Não se menospreze, Mila. Arrebatou o coração da Toda Poderosa e ainda se acha pouca coisa? 

 

- Queria vê-la. E se... e se ela se atrasar ou ... 

 

- Ela não irá se atrasar, Mila. Ela já está em casa. Está por aí, pelos jardins talvez. 

 

- Não... 

 

- Como não? 

 

- Ela vai ficar circulando por aí com esse bando de mulher aqui, Clara? Eu preciso ir falar com ela. 

 

Tentei me levantar da poltrona onde estava deitada enquanto Alice massageava meu rosto. 

 

- Nada disso. Quieta aí. 

 

- Alice...mas... 

 

- Deixa de ser ciumenta e insegura, mulher. Pelo amor de Deus. Lauren está aflita, louca pra ver você. 

 

Olhei nos olhos de Clara procurando ver se ela brincava comigo. Ela estava bem séria. Então era verdade. 

 

- Jura? 

 

- Claro. Só Deus sabe o trabalho que Mike teve para impedi-la de entrar aqui. Sabe o que o atrevida me disse? 

 

Neguei, balançando a cabeça. 

 

- Que não era pra gente inventar nenhuma palhaçada com você. Você já é linda e não precisa de nenhum artifício. 

 

Meus pelos se arrepiaram todos. Precisava vê-lo. Eu necessitava urgentemente de um abraço dela. Levantei-me antes que Alice pudesse me impedir. Mas nem cheguei à porta e Clara me cercava. 

 

- Pára com isso, Mila. Mas que porra! 

 

- Alice! 

 

- Desculpe-me, Clara. Mas Mila não se controla. 

 

- Mila, querida. Lauren estará linda te esperando. Portanto... paciência. Ela não vai fugir. 

 

- Não consigo ficar longe dela. 

 

- Ai... vício horroroso. 

 

Resignei-me. Não ia ter saída mesmo. Senti milhares de mãos em mim ao mesmo tempo. Massagem no rosto, no corpo, trabalhando em minhas unhas, cabelos. Tudo isso aliado aos bebês na barriga levou-me ao sono. 

 

- Mila? 

 

Abri meus olhos com dificuldade e encontrei Alice. 

 

- Nossa... dormiu tanto. Fiquei preocupada. 

 

- Não dormi muito na noite passada, só isso. 

 

- Acho melhor fazer um lanche leve, Mila. Não pode ficar sem se alimentar e já está na hora de começar a se arrumar. 

 

- Que horas são? 

 

- Quase cinco da tarde. 

 

- Deus do céu... o que você colocou no meu café da manhã? 

 

- Não seja ridícula. Como você disse, dormiu muito pouco. Estava recuperando o sono. 

 

Percebi que estava faminta. Aceitei o lanche que Clara levou e em segundos devorei tudo. 

 

- E Lauren? 

 

- Está lá embaixo com Mike e Veronica. Carrancuda como sempre. 

 

- Por quê? 

 

- Como por quê? Porque quer ver você. 

 

- Então deixe que ela me veja. 

 

- Não, Mila. Agora levante-se. Vai tomar um longo banho e começaremos a vesti-la. 

 

Elas não perdiam tempo. A banheira já estava cheia, borbulhante, cheia de sais e pétalas de rosa. Eu gemi de prazer ao entrar na água morna. Minutos depois senti as mãos de Alice massageando meu corpo novamente. 

 

- Eu sei me lavar, Alice. 

 

- Cala a boca e aproveite. 

 

Calei-me. Vinte minutos mais tarde eu saía envolta em um roupão felpudo. Meu vestido já estava sobre a cama juntamente com a lingerie. 

 

Antes do vestido... mais cremes pelo corpo. 

 

Vesti a lingerie e meia calça. Esme ajudou-me com os sapatos. Por fim, Alice deslizou o vestido tomara que caia e com longa cauda pelo meu corpo. Em seguida uma das moças, Betina, subiu em uma cadeira e começou a trabalhar em meu cabelo. 

 

- Não é melhor eu me sentar, Alice? 

 

- Claro que não. Amassar o vestido? Que horror. 

 

Betina era rápida. Em poucos minutos meus cabelos estavam perfeitamente arrumados. 

 

- Vou me arrumar, Mila. Já volto. 

 

- Fique à vontade, Clara. 

 

- Lauren vai enlouquecer, Mila. Está linda. 

 

- Não está nada exagerado? Ela não irá gostar. 

 

- Claro que não. Pode confiar em mim. Venha ver. 

 

Alice segurou em minha mão e levou-me ao amplo closet. Parei em frente ao espelho e meus olhos se arregalaram. Não que eu me considerasse feia, mas a imagem que eu via ali era de uma modelo profissional. Daquelas que a gente imagina que é linda desde sempre, sem fazer esforço. 

 

- Pelo brilho dos seus olhos, vejo que aprovou. 

 

- Obrigada, Alice. Ficou perfeito. 

 

- Está linda, realmente. 

 

Clara já estava de volta. Abracei as duas. 

 

- Amo vocês, sabiam? 

 

- Nós também, Mila. E aquela mulher maravilha que te espera na igreja também. 

 

- Lauren já foi? 

 

- Sim. E agora só falta você. E a Alice, é claro. 

 

- Cinco minutos e estou pronta. 

 

Alice disparou porta afora. Fiquei sozinha com Clara que segurou minha mão. 

 

- Obrigada, querida. Jamais vi minha filha feliz como vejo agora. Embora ela saiba ocultar isso muito bem. 

 

- Eu a amo, Clara. 

 

- Eu sei, meu bem. 

 

Pouco depois Alice voltava acompanhada por Mike. 

 

- Onde está minha nora preferida? Nossa... 

 

Ele arregalou os olhos assim que me viu. Beijou meu rosto. 

 

- Espero que o coração do minha filha seja forte. 

 

Eu ri. 

 

- É de aço, Maki. 

 

- Será? Em se tratando de você. 

 

- Chegou a hora, Mila. Respire fundo... 

 

Maki estendeu a mão. Eu entraria de braços dados com ele. Deu um tapa de leve em minhas mãos enquanto descíamos até os jardins. A limusine branca de Lauren estava parada nos aguardando. Fomos eu, Alice, Clara e Maki. Os outros já estavam na igreja. 

 

Eu ainda ficava encantada com o luxo do seu interior. Mas Lauren preferia o volvo, nem sei por que. Mas isso não foi suficiente para me distrair dessa vez. Meu nervosismo voltou com força total. Em poucos minutos estaria definitivamente casada com Lauren. Eu sempre acreditei que sonhos não pudessem se tornar realidade. Agora vi como me enganei. 

 

Assim que a porta da limusine foi erguida meu corpo voltou a tremer, dessa vez visivelmente. 

 

- Mila, calma. Nem tente fugir agora. 

 

Nem mesmo a brincadeira de Clara me acalmou. Seria apenas pelo casamento em si? Ou seria pela noiva? 

 

Alice e Esme desceram e foram logo entrando para a igreja. Eu deveria ter imaginado que seria a igreja mais luxuosa da cidade. Nem esse conhecimento eu pude ter anteriormente. Todos os detalhes da cerimônia, festa e lua de mel foram feitos em segredo. 

 

Maki estendeu a mão para mim. Peguei sem pestanejar ou iria cair. Preparei-me para seguir quando Maki me fez parar. 

 

- Mila... 

 

- Sim? 

 

- Quero que saiba que sou muito grato a você... por dar tanto amor ao minha filha. Por aturar seu jeito mandão, rude, grosseira... 

 

- Ela tem seus momentos, Maki. 

 

- Eu sei. Acho que ela aprendeu comigo a ser durão. Mas confesso que ela é ainda mais que eu. E você rapidamente conseguiu destruir as barreiras dela. Posso afirmar categoricamente que eu nunca vi Lauren tão feliz, embora ela tente esconder isso. 

 

Minha garganta estava embargada, mas mesmo assim eu ainda consegui conversar um pouco com Maki. 

 

- Eu a amo, Maki. Os momentos em que ela consegue demonstrar carinho superam qualquer grosseria que tenha feito comigo. 

 

Ele sorriu e me ofereceu o braço. 

 

- Agora vamos. Ela ficou feito um leão enjaulado o dia todo. 

 

Caminhei de braços dados com Maki até a porta da igreja. Mal tive tempo de prestar atenção à decoração e a música começou a tocar. O som ecoou pela igreja e minhas pernas bambearam. Sinceramente, se Maki não me segurasse eu teria desabado. 

 

- Meu pai do céu... quem escolheu essa música? 

 

Carlisle riu baixinho. 

 

- Alice. Disse que combina com ela. Forte e poderosa. 

 

E como combinava. Foquei meu olhar nela que andava de um lado a outro quando a música começou. Parou olhando em minha direção. O corredor até o altar era extenso o que me impedia de ver suas feições. Mas eu percebia perfeitamente seu magnetismo. O terno escuro em contraste com os cabelos e a pele clara era de enlouquecer. 

 

Eu precisava vê-la, tocá-la. De repente minhas pernas não me obedeciam mais. Dei dois ou três passos apressados quando Maki me freou. 

 

- Calma. Ela não vai fugir. Está prestes a avançar nela, Mila. 

 

- Preciso estar perto Dela, Maki. 

 

- Eu sei. Mas não é assim que uma noiva recatada deve agir, hã? 

 

- Tudo bem. Vou me controlar. 

 

Foi quase impossível. À medida que me aproximava e a música continuava a tocar eu ia confirmando o que Alice pensou. A música me remetia a Lauren. Forte, vigorosa, poderosa. 

 

A dois passos dela seu olhar queimou minha pele. Estavam intensos e gloriosos. 

 

Parei em frente a ela que pegou minha mão que Maki oferecia e beijou. E depois, pela primeira vez eu o vi sorrir abertamente, seus dentes perfeitamente brancos reluzindo, demonstrando sua felicidade. 

 

Seguimos até o altar, sem desviar nosso olhar. Eu me perdia nela, e ela estava perdida em mim também. Lauren não se encaixava em nenhum papel de princesa que já tenha ouvido falar. Mas decididamente era como se eu estivesse vivenciando um conto de fadas. A forma como Lauren olhava para mim, dizia-me que teríamos sim o nosso felizes para sempre. 

 

Lauren POV 

 

Quantas emoções uma mulher poderia sentir e ainda assim permanecer com sua fachada rude e grosseira? Eu digo fachada, porque tantas vezes Minha Camila me desarmou de forma tão sutil que cheguei a ter certeza que eu não era o bruta arrogante que tentava mostrar. Ou então eu só conseguia ter sentimentos bons com quem fazia o mesmo comigo. Porque definitivamente era isso o que ela fazia comigo. Como se não bastasse a felicidade por me descobrir papa, ainda seria papa de gêmeos. Merda. Que poder ela tinha de me fazer chorar duas vezes em tão pouco tempo? 

 

Eu já quase conseguia visualizar uma garotinha com a aparência da mãe, topetuda feito ela. 

 

Sorri feito uma idiota. Eu agüentaria esperar durante nove meses? Ou melhor... eu ainda estaria viva pra isso? Essa mulher ia me matar aos poucos. 

 

Não há nada no mundo que se compare a tê-la em meus braços, seja fazendo amor ou apenas conversando, como vínhamos fazendo muito nos últimos dias. Seu cheiro me inebriava e me deixava louca. Sem contar sua voz doce, suave dizendo que me ama. 

 

Eu sabia que ela gostaria de ouvir isso também. E embora eu a ame com loucura, eu simplesmente não consigo dizer tais palavras. Seria me mostrar frágil, entregue, o que era absolutamente ridículo. Minha fraqueza diante dela deixava isso mais do que claro. Era mais do que evidente que eu estava literalmente a seus pés. 

 

Estava ficando dependente demais da presença dela, o que me irritava profundamente. Mas nada me irritava mais do que ficar longe dela. Alice me obrigou a isso. Justo no dia do nosso casamento. Eu não acreditava nessas besteiras que dá azar. Tendo Camz ao meu lado eu podia tudo. Nessas horas sim, eu me sentia Poderosa. 

 

Andei feito uma fera pelos jardins, saí e fui ver um carregamento, mas nada disso me fazia desligar de seu rosto, de seu cheiro, de tudo. 

 

Nessa hora eu quis mesmo ser Poderosa e avançar o tempo, transformando horas em apenas segundos. 

 

Mas felizmente a hora chegou. Estava em um quarto bem afastado do meu, segundo ordens da general nanica infeliz. Vontade de dar umas boas palmadas nela assim como fiz com Camila. Se bem que com Camz eu fiz de golpe, só para colocar as mãos na bunda deliciosa. 

 

- Filha? 

 

- Oi, mãe. 

 

- Estava tão distraído aí. Nem me viu entrar. 

 

- Pensando na vida. 

 

- Mais especificamente na Mila, não é? 

 

Não contive um sorriso. 

 

- Sim. 

 

Minha mãe se aproximou e me abraçou. 

 

- Estou tão feliz, Lauren. Ver você se entregar a um sentimento sempre foi meu maior sonho. 

 

- Acho que me entreguei até demais. 

 

- Nunca é demais, Lauren. 

 

- Eu sei. Foi modo de me expressar. Modo de dizer que a amo com loucura e quase fico maluca quando sou obrigado a ficar longe dela. 

 

Ela entendeu minha indireta e sorriu. 

 

- Ela está linda, Lauren. 

 

- Ela sempre foi linda, mãe. Já viu alguém acordar pela manhã como se tivesse acabado de sair de uma sessão fotográfica? Eu vejo toda manhã. 

 

- Ah... meu Deus, Lauren. Sempre quis que se apaixonasse, mas nunca imaginei que veria realmente esse dia e que esse sentimento fosse tão intenso. 

 

- Culpa dela, mãe. a Camz tirou toda minha sanidade, se é que um dia eu tive. 

 

- E você já disse isso a ela, Lauren? Que a ama? 

 

- Em termos. 

 

- Em termos significa que você não disse: “Camila eu te amo”. 

 

- Mãe... isso são apenas palavras. Palavras o vento leva. O que importa é o que eu sinto. E tenho certeza que ela sabe disso muito bem. 

 

- Mas é sempre bom ouvir um “eu te amo” de alguém que amamos, Lauren. 

 

- Eu... não sei se consigo, mãe. 

 

- Venha cá. 

 

Sentei-me na cama e minha mãe me abraçou com seus braços curtos que quase não me envolviam. Exatamente como fazia quando eu era criança. 

 

- Você sempre foi o mais turrona de todos os meus filhos. Mas mesmo sob essa casca eu sempre percebi que você é a mais intensa de todos. Você odeia com intensidade e ama da mesma forma. Não poderia ser diferente com Camila. E felizmente ela tocou você de maneira tão especial que você não consegue mais esconder o que você é: uma mulher apaixonada. Não se esconda, Lauren. Não tenha medo de se mostrar frágil. Dê à sua mulher o prazer de ouvir de você que a ama. 

 

Fechei meus olhos ainda embalado pelos braços da minha mãe. Isso seria mesmo tão necessário? Eu demonstrava isso todo dia. Eu não acreditava mesmo que Camila não percebesse isso. 

 

- Quando eu estiver preparada... sei lá. Simplesmente não sai, mãe. 

 

- Sabe o que parece? Que você tem medo de assustá-la ao dizer que a ama. 

 

Pensei nas palavras da minha mãe. No fundo era isso mesmo. Medo de dizer a ela que a amava... e que isso a fizesse desaparecer de vez da minha vida. Que motivos ela teria pra isso? Não sei. Talvez fosse apenas loucura da mente de uma mulher perdidamente apaixonada. 

 

- Vamos? Seu pai já foi buscá-la. Irá entrar com ela na igreja. 

 

- Por quê? Ela poderia entrar sozinha. 

 

- Lauren Jauregui Morgado! Não vá me dizer que está com ciúmes do seu pai. 

 

- Claro que não. Quer dizer... talvez só um pouco. Ou demais. Mãe... eu não suporto nenhum outro homem perto dela. Ela é minha. 

 

- Ninguém ousaria tirá-la de você, sua ciumenta possessiva de uma figa. Vamos... está na hora de torná-la sua definitivamente. Embora já o seja desde sempre. 

 

Sorri. Imbecil de merda. Ficou mole depressa demais, hein, Lauren? 

 

*** 

 

Um dia eu iria matar um. Da mesma forma como estavam me matando de desespero. Deus do céu onde Camila estava que não chegava? Quem foi o estúpido que inventou essa palhaçada que a noiva tem que se atrasar? Por Deus... ela estava atrasada há meses... desde quando entrou por aquela porra da minha porta, me enfrentando. Já era pra ter sido minha ali. E agora demorava esse tempo todo para se unir a mim definitivamente? Olhei para a porta da igreja e revirei meus olhos. Como não olhei isso antes? Olha só a extensão desse corredor! Até que ela atravessasse aquilo tudo? Aposto que Alice escolheu uma música bem lenta, para Camila entrar bem devagar, me matando aos poucos. 

 

Suplício... por que mesmo que inventei essa loucura de me casar dessa forma? Não deveria ter simplesmente ido a um cartório e fim de papo? Não. Não poderia ser assim, seu quadrúpede. Primeiro porque Camila merece isso. E segundo... bem... todo mundo precisa saber que ela é minha dona. Dona dos meus sonhos, dona das minhas vontades e desejos, dona da minha completa falta de juízo, dona... 

 

Alguém me segure, pelo amor de Deus... o que era aquilo parado à porta da igreja? 

 

Eu que andava de um lado a outro no altar, parei, admirando o que eu nem conseguia ver direito, mas já sabia ser a visão do paraíso... ou algo bem melhor que isso. Quando soou os primeiros acordes da música meu pé tomou vida própria e deu um passo a frente. Meu coração batia tão acelerado que se a música parasse todos ouviriam. Merda... por que ela não vinha logo? Automaticamente meu pé deu outro passo, mas uma mão forte me segurou. 

 

- Vai pagar o mico de ir buscar a noiva, maninha?

 

- Vou pagar o mico de quebrar a sua cara se não soltar a porra do meu braço. Cara... por que elas demoram tanto? 

 

Vero deu um tapinha em meu ombro. 

 

- Pra rir da nossa cara de otária mais tarde, meu caro. 

 

- Que cara de otária? 

 

- Essa que você está agora, infeliz. 

 

Eu não estava com cara de otária. Eu era na verdade um completa imbecil. Eu não sabia se conseguiria me segurar ao lado dela. À medida que se aproximava, minha boca se abria e quase me curvei diante de sua exuberância. Cristo... o que fiz de bom nessa vida para merecer essa mulher? Não via mais ninguém a minha frente, embora uma coisinha me incomodasse ao vê-la de braços dados com meu pai. 

 

Entretanto quando ele me entregou sua mão eu senti o vento soprar em outra direção, mostrando-me que o que eu queria para minha vida inteira estava bem diante de mim. Beijei sua mão e não consegui segurar meu sorriso de felicidade. 

 

Segui com ela até o altar sem conseguir desgrudar meu olhar do dela. Não consegui encontrar uma só palavra que resumisse sua beleza nesse momento. Estava completamente perdida em seu olhar. 

 

O padre esperou até que a minha música preferida acabasse e começou o falatório de sempre. Só percebi que falei alto quando algumas pessoas, inclusive Camila, começaram a rir. 

 

- Não dá pra pular essa parte e ir para os finalmente? 

 

- O amor transborda em seu olhar, filha. Entendo sua ânsia em contrair matrimônio, mas uma vez que já estamos aqui, vamos seguir o ritual. 

 

Olhei pra frente e vi Dinah e Veronica se contorcendo de rir. Vagabundas. Acertaria com eles depois. Voltei meu olhar pra Camila que ainda me encarava... e sorria. Será que ela era meio avoada ou fazia aquilo de propósito? Ela não sabia que eu simplesmente idolatrava aquele sorriso dela? Saco... ainda não tinha chegado aquela parte do “Pode beijar a noiva”? Se bem que não seria uma boa idéia. Com aquele vestido... estava me deixando maluca. 

 

Quando finalmente o padre anunciou o juramento, Camila sorriu novamente e passou a língua nos lábios. Eu acompanhei o trajeto quase em transe. 

 

- Lauren? Quer repetir o juramento comigo? 

 

- Não. 

 

Todo mundo me olhou assustado, inclusive Camila. 

 

Eu queria dizer tanta coisa a ela. Coisas piegas e melosas, mas que eram verdadeiras. E eu nem sabia como fazer isso, eu somente sentia. As palavras gritavam pra mim que precisavam sair... colocar pra fora de alguma forma que eu a amava. 

 

- Permita-me dizer o que sinto como juramento, padre? 

 

- Sim, filha. 

 

Segurei as mãos de Camila e percebi que a idiota aqui tremia. Busquei seus olhos que já estavam marejados antes mesmo que eu começasse a falar. 

 

“Camila, eu quero pertencer a você, quero ser sua companheira, sua amiga, sua amante, na dor e na alegria, na aflição e no ânimo, nas derrotas e nas vitórias, nas trevas e na luz. Para isto, estou disposta a colocar minha experiência de vida ao seu alcance. Quero dar-lhe coragem quando você desanimar, dar-lhe esperança quando você estiver descrente, quero ser sua força e escudo como me compete como mulher e mostrar-lhe o caminho sempre que a estrada da vida lhe causar embaraço. Camila, quero fazê-la feliz, muito feliz, todos os dias da nossa vida. Por isto, confirmo meu sentimento por você, diante de Deus e dos nossos amigos.” 

 

Capturei uma lágrima fugitiva com meu polegar. E depois outra lágrima se juntou à primeira. 

 

- Camila? Gostaria de fazer seu próprio juramento? 

 

Ela me olhou, o rosto agora banhado em lágrimas. 

 

- Sim... padre. 

 

Não... ela não ia fazer isso comigo. Como assim, ficou louca? Ia me fazer chorar na frente dessa multidão? Força, Lauren. Você não é um Maria mole. 

 

"Lauren, eu quero ser sempre sua. Quero viver com você na dor e na alegria, nos momentos fáceis e difíceis. Quero entendê-la cada dia melhor, quero amá-la cada dia mais, quero dar-lhe ânimo, carinho e força no caminho. Quero ser a mãe de seus filhos. A amiga de todas as horas, a companheira de jornada, a esposa fiel. Não quero que seu amor pare em mim, mas que eu seja apoio para seu amor a Deus e aos outros. Lauren, quero fazer você feliz, muito feliz, todos os dias da minha vida. Por isto, confirmo meu amor por você, diante de Deus e dos amigos." 

 

Fiquei estático, segurando suas mãos... e segurando a porra de uma lágrima maldita e traiçoeira que deslizou pelo meu rosto antes que eu pudesse impedir. Senti seus dedos deslizarem pelo meu rosto exatamente como fiz com ela. 

 

Trocamos nossas alianças sem que eu ao menos me desse conta. Até que finalmente ouvi as palavras de salvação: “Pode beijar a noiva, filha.” 

 

Não esperei duas vezes. Segurei o rosto dela em minhas mãos e busquei sua boca de forma quase voraz. Precisava matar a vontade que estava dela desde cedo. Seus braços envolveram minha cintura enquanto aprofundava o beijo, investindo minha língua contra a sua. Somente me separei dela quando Camila suspirou em busca de fôlego. 

 

Finalmente casados. Esposa e esposa. Prisão... e perpétua de preferência. 

 

Caminhei de braços dados com Camila pelo extenso corredor. Agora isso nem me importava mais. Ela já ao meu lado mesmo. 

 

Do lado de fora fomos cercados pela multidão e pelos fotógrafos, é claro. Mas eu tinha pressa. 

 

- Uma foto apenas, senhora Jauregui. 

 

Mas Alice já tinha tudo dentro dos conformes. Alguns pouquíssimos fotógrafos teriam acesso ao clube privado onde seria a recepção. Era pra lá que nos dirigíamos assim que entramos na limusine. Apenas Camila e eu. 

 

Mal fechamos a porta e puxei seu corpo colocando-a sobre meu colo, mesmo com a cauda enorme do vestido. 

 

- Está tão linda, Camz. 

 

- Ia dizer o mesmo sobre você. 

 

Colei minha boca na dela. Eu parecia um morta de fome, que precisava urgentemente ser saciada para que não morresse de vez. A cada pedaço, cada parte dela que eu conseguia ter pra mim, mais aumentava minha necessidade dela. 

 

Ainda beijando sua boca, deslizei minha mão pelo seu colo baixando o decote do vestido e expondo os seios perfeitos. 

 

- Lauren... não... 

 

- Senti sua falta o dia todo. Preciso ao menos tocar você. 

 

Seu gemido de prazer me atiçou ainda mais e acabei colando minha boca em seu seio, sugando-o com desejo. 

 

- Lauren... 

 

Camz agarrou meus cabelos, forçando-me a olhá-la. 

 

- Estou feliz demais. Eu amo você... 

 

- Como pode fazer isso comigo, hã? Fazer-me chorar feito um bezerrão na frente de todo mundo? 

 

- Eu não fiz nada, Lauren. 

 

- Foi mais forte que eu... a... intensidade dos meus sentimentos. 

 

- Eu sei. Sei exatamente do que está falando, Lauren. Sei que você me ama, embora bem menos que eu a você. 

 

- Você não sabe de nada, Camila. 

 

- Então me mostre seus sentimentos de novo... e de novo. 

 

- E sempre. 

 

Abracei-a com força. 

 

- Camz, tem idéia de onde se meteu? 

 

- Como assim? 

 

- É pra sempre agora. Não irei permitir nunca, jamais, que você saia da minha vida. Mesmo que um dia você não me ame mais... o que eu sinto vale por nós dois. Não irei viver sem você. Aliás... 

 

Toquei seu ventre. 

 

- Sem vocês. 

 

- Acha que será tão fácil se ver livre de mim, senhora Juaregui? Serei seu carma... 

 

- Você já é senhora Jauregui. 

 

Ela sorriu e se apossou da minha boca. 

 

Era muito mais que um carma. Era meu vício... meu porto seguro. Uma garotinha, praticamente. Uma garotinha que me fez descobrir o amor. Meu amor por ela, que hoje, era bem maior que eu mesmo.

 

 



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