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História A Porta dos Tempos - Bree


Escrita por: QueenBree , Magnolya e Maegyr

Capítulo 3 - Bree


Fanfic / Fanfiction A Porta dos Tempos - Bree

   A presença de homens na vida de Bree sempre foi algo irrelevante e isso era visto claramente quando sua espada riscava o ar em busca da carne de Ethon. O gigantesco abutre, filho de Tifão ordenada por Júpiter para comer o fígado de Prometeu havia se rebelado e fugido do monte Cáucaso e partido contra o mundo em uma serie incontrolada de ataques e fúrias. O motivo pelo qual o abutre decidia atacar a embarcação das Amazonas era desconhecido, porém sua presença era motivo de alvoroço no convés.

   A tempestade em alto mar fazia as ondas se erguerem em alturas enormes, capazes de se equivalerem ao mastro principal do navio. Não fossem as filhas de Netuno que acompanhavam Bree em sua jornada pelo mar, o navio já teria afundado á dias, pois a fúria dos céus e dos mares contava com semanas de duração.  O barco entrava em cursos perigosos e a timoneira perdia seu curso, não tendo força o suficiente para ousar revogar a embarcação perante o mar, levando o grupo de guerreiras para a encosta de baias rochosas e envoltas de muita névoa. Ao relance dos olhos soturnos e opacos pela chuva e pela neblina, Bree pode ver um grupo de sereias na baia mais próxima e nem mesmo as filhas do próprio mar ousavam se aproximar, ainda mais quando ouviram o agudo piar do abutre que mais uma vez caia dos céus com suas oito garras semelhantes a pilos, pronto para perfurar o convés e a carne das Amazonas. Desta vez foi Irina, a filha de Marte, quem deteve a criatura com um par enorme de martelos de guerra. Em um movimento surpreendente e brutal a filha do deus da guerra cravou ambos os martelos no dorso lateral de Ethon e lançou a criatura para a encosta mais próxima. Bree abriu um enorme sorriso com a conquista da irmã Amazona, mas como Princesa e comandante do grupo ela não poderia obstruir e deixar passar um oportunidade desta. Usando dos dotes como filha de Vênus no manejo do chicote, a Princesa das Amazonas largou sua espada e lançou o couro na direção de Ethon, enlaçando a garganta do abutre. Antes que sua força excepcional pudesse tomar forma o abutre se ergueu e se recuperou do golpe de Irina, abrindo um voo estreito pela encosta da montanha em que o navio se encontrava e levando a filha de Vênus junto á ele. Suas irmãs estavam ocupadas demais lutando contra o próprio mar para notarem de direto o levantar de Bree. Apesar de estar sozinha ela ainda defendia o título como guerreira e logo pensou em algo para fazer. Próxima da encosta da montanha a jovem Amazona equilibrou os pés nas rochas e passou a correr, sustentada pelo chicote e sendo guiada por Ethon como um esporte aquático. Quando a ave estava próxima do topo da montanha, tilintando o último pico rochoso para que pudesse pendurar Bree pelo chicote e por fim se livrar dela, a garota encontrou apoio em uma rocha saliente que se erguia na montanha e prendeu as botas ali mesmo, retendo sua força olímpica nas pernas e nos braços. Com um só puxão e com o chicote enrolado na garganta do abutre ela o trouxe para baixo, arremessando seu corpo na direção da montanha oposta, fazendo a criatura cortar os céus em uma brutalidade imensa e espatifar seu corpo na encosta rochosa.

   Apesar do plano bem sucedido, Bree infelizmente foi junto da criatura e sem ter onde se apoiar ela caiu próxima da montanha. Por alguma força mestra que ela teve certeza ter vindo de uma de suas irmãs, seu corpo caiu contra as ondas do mar e não na montanha evitando que ela encontrasse a morte nas rochas. Mesmo assim seu corpo havia caído no mar tempestuoso e logo foi engolido por uma série de ondas sem ao menos ter chance de se recuperar. A cada minuto o mar a jogava mais e mais para baixo, envolta pelas correntezas involuntárias que o oceano provocava devido os ventos, até que seu corpo se afastou da encosta das rochas. Apesar da tempestade na superfície ela ainda tinha uma visão nítida do fundo do mar e podia ver claramente o quanto se afastava das montanhas até que entrou em uma zona azulada mais ampla e límpida, não fosse uma mancha castanha que pousava diante de seus olhos ela juraria ser o mar mais azul que já havia visto. Para sua surpresa a mancha castanha era muito maior do que apenas um monte de terra flutuante e plaino demais para ser a encosta de alguma montanha. Seus temores se concretizaram quando seu oxigênio estava chegando ao fim e da mancha castanha um risco se abriu, dando a visão de um enorme olho vermelho e preto, ornamentado como um amontoado de rabiscos furiosos. Em sua defesa, Bree tentou nadar para a superfície mas quando fizera isto a criatura em sua frente também a seguiu, revelando um corpo gigantesco que criou uma explosão de água superior ás ondas e a correnteza do fundo do mar. Bree foi lançada para cima em vários metros sobre a água e quando voltou a cair estava sobre uma superfície marrom, desenhada por orbes douradas e extremamente lisa. Quando seus olhos se voltaram para trás e pode ver claramente a fonte de onde estava ela deu de cara com o lendário Kraken.

   Suas irmãs estavam ocupadas demais tentando evitar que o barco explodisse na encosta, completamente encurralados pelas gigantescas ondas e nem se deram conta da montanha que havia crescido logo atrás delas, mesmo que o monstro estivesse oculto levianamente pela névoa da tempestade. Bree estufou o peito e zuniu de sua garganta um grito que rompia a tempestade, passava pelo som da chuva e do navio, ganhando uma altura gigantesca devido suas aptidões como filha de Vênus: -KRAKEN! – finalmente tendo o sucesso que queria, suas irmãs foram tomadas pelo soar de sua voz e se voltaram contra o lado oposto do convés e se depararam com o enorme monstro. No meio da tempestade Bree pode ver Irina e Mérope, a filha de Febo, ambas sustentando as desmaiadas Barbra e Viktoria, filhas de Netuno. As demais meninas se juntaram com as irmãs Amazonas e zelaram por Bree, e a princesa sabia exatamente o que estavam fazendo. As Amazonas no convés começaram a cantar em nome de suas patronas: Juno, Minerva e Diana, devotando suas honrarias para as deusas da batalha. Em desespero a filha de Vênus saltou no mar buscando salvar e ajudar suas irmãs, desesperada e sem ter outras intenções. Em um ciclo anormal e caótico Bree estava novamente em cima do Kraken como se ela não estivesse nem ao menos pulado no mar. Ao longe, próximo das montanhas, ela ouviu o grito medonho de Ethon e seu bater de asas cortar o som da tempestade. Ao norte, na direção do litoral de Nova York, ela viu um brilho cruzar o horizonte como uma explosão. E, na sua frente, ela viu o tentáculo gigante de Kraken cortar a poupa do navio das Amazonas e declinar a embarcação pela lateral e começar a afundá-la. As irmãs continuavam a cantar e preferiam se manter firme do que chorar pela morte agora iniciada e Bree ficou perplexa com os acontecimentos, parecia ter voltado no passado alguns minutos antes, e o pior: parecia que a catástrofe do Titanic havia voltado, agora se concentrando no navio das Amazonas.

   Consumida pelo ódio e pela dúvida ela ergueu sua espada que, milagrosamente estava em sua mão onde minutos antes estava seu chicote, e cravou a lâmina presenteada por Juno na pele do monstro marinho. A pequena espada em comparação do tamanho do monstro não deveria surtir efeito na criatura, porém um urro de dor pavoroso foi ouvido abaixo de seus pés. Com um solavanco brutal a Amazona foi jogada para cima novamente e antes de cair seu corpo foi capturado em pleno ar por Ethon, o abutre não dilacerou sua carne por incrível que pareça, mas a levou pelos ares para o norte, para Nova York. Bree sabia que Nova York agora era o centro do mundo e sabia para onde o abutre iria. Sua vida era ir ao monte Cáucaso, mas agora em Nova York, ela seria levada ao topo do maior prédio do Upper East Side: sua antiga casa, onde teria o fígado devorado.



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