História A preciosa história de uma vida perdida - Tristeza, tristeza e um pouco mais.

Meu pai e meu irmão ficaram encarregados do velório e do enterro. Eu procuro me manter forte e junto à Beatrice, que chorava sem parar. Não aguento, tanta tristeza está fazendo mal ao meu corpo de todas as formas. Me afasto de Beatrice apenas para vomitar e chorar por um tempo no banheiro. Saio tentando disfarçar o rosto inchado para consolar minha irmã. Ficamos sentadas no sofá abraçadas entre choros e idas ao banheiro até 4 da manhã. Nessa hora meu irmão chega dizendo que veio buscar a gente para o enterro. Caio no chão chorando novamente e Beatrice me abraça ainda no chão, para minha surpresa Benjamin se junta conosco. Levantamos juntos; eu já tinha desistido de enxugar as lágrimas. No carro Beatrice avisa Mallu e algumas amigas da tragédia. Eu fico encarregada de ligar para todos os parentes. Chegando no velório só estávamos nós três. Benjamin disse que nosso pai foi tomar um banho... algo muito insensível da parte dele. Nos sentamos em volta do pequeno caixão fechado de madeira vermelha. Abraço aquela grande caixa de fósforos fria pensando que nunca mais poderei acariciar o rosto dela ou dizer que a amo e que sinto muito por não ter estado presente. Um peso enorme cai sobre minhas costas e saio da sala do Velório Municipal. Caminho até uma banca e compro cigarros. Fumo tossindo, no segundo parecia muito mais fácil e no terceiro já consegui reduzir as tossidas para três. Agora que paro pra pensar que sou de menor...