- Amo você - os dois deixaram escapar ao mesmo tempo.
Era impossível não dizer essas palavras, mas elas tornaram a coisa toda extremamente desconfortável, como ver os seus avós se beijando.
- Também amo vocês. Vou ligar todo domingo.
Os alojamento não tinham telefone, mas os meus pais solicitaram que eu ficasse em um quarto perto de um dos cinco telefone púbicos do colégio.
Eles me abraçaram de novo, minha mãe e depois meu pai, e então terminou. Pela janela dos fundos, vi o carro deles sair pela rua sinuosa do campus. Talvez eu devesse ter ficado triste e sensibilizado, mas naquele momento eu só pensava em tomar um ar. Peguei uma cadeira e me sentei do lado de fora, à sombra do longo beiral, esperando uma brisa que nunca chegava. O ar ali estava tão parado e opressivo quando no quarto. Fiquei observando o meu novo lar: seis construções de um andar só, cada uma com dezesseis quartos, organizado em forma de hexágono ao redor de um grande círculo de gramais. Parecia um motel antigo muito grande. Por todos os lados garotos e garotas se abraçavam, sorriam e caminhavam juntos. Eu tinha a vaga esperança de que alguém visse falar comigo. Até imaginei como seria a conversa:
"Oi você é novo aqui?"
"Sou, sim... vim da Flórida."
"Que legal! Então está acostumado com o calor."
"Eu não estaria acostumado com esse calor nem se viesse do Hades", eu brincaria. E causaria uma boa primeirá impressão. Ah, ele é engraçado. Aquele Tae e uma figura.
Isso não aconteceu, é claro. As coisas nunca aconteciam do modo como eu as imaginavam.
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