História A primeira inscrita - A primeira viagem

  A gente já estava um grande tempo parado no trânsito de São Paulo naquele clima chuvoso que estava, a Flávia estava com a cabeça encostada em meu ombro e meu braço estava por cima dela, minha mãe estava sentada na frente, Alan e Maethe estava do nosso lado sentados não parando de conversar, a baixinha que estava com a cabeça apoiada em mim dormia, eu fazia um carinha nela com minha mão que estava do outro lado, com minha outra mão que estava sem fazer nada eu retiro meu celular e fico mexendo procurando alguma novidade até que finalmente a Van se mexe e saímos daquele trecho.

  Faltava pouco para chegarmos, ela ainda dormia e não vou negar, era bem fofo ela dormindo, eu optei de acorda-la somente quando chegarmos lá, ela estava muito cansada, ela não tinha dormido direito pelo que ela me contou e pelo jeito ela fez meu ombro de travesseiro, eu olho no meu relógio que estava em meu pulso e ia dar 9:00, nosso voo seria de 10:00, o recomendado era chegarmos duas horas antes, mas não reclamei. Após mais alguns longos minutos finalmente chegamos, todo mundo desci e chegou a hora de acorda-la.

  - Flávia - Chamei uma vez, ela se levanta e me olha - Chegamos, pega sua mala - Ela vai na frente para descer e logo em seguida eu desço também, ela estava com uma cara sonolenta, mal conseguia abrir o olho, era muito engraçado.

  Eu, Alan, Maethe e o Felipe que estava um pouco isolado de nós já que ele nem conversava com a gente mais direito, eu segurava uma mala e minha mãe segurava minha outra mala.

  - Deveria ter me acordado um pouco antes - Disse Flávia com sua voz falhando.

  - Eu estava com dó - Falei dando risada.

  - Mesmo assim, olha como minha cara está horrorosa? - Eu olho.

  - E se eu acordasse você antes iria adiantar algo? - Brinquei e ela me olha irritada e eu dou risada - Brincadeira! - Eu passo minha mão direita por ela e depois aperto como um pequeno abraço.

  - Idiota - Falou dando risada. 

  Ficamos ali na fila do Check-In por muito tempo, estava gigante a fila e olha que iriamos de classe A, a Flávia apoiava sua cabeça em meu peitoral, até porque é o limite de onde ela alcança, pois, como disse, ela é bem baixinha. 

  - To com medo - Ela falou.

  - De que? - Perguntei, ela suspira e parecia estar envergonhada.

  - É que... - Ela fica em silêncio.

  - Que... - Incentivei ela a falar.

  - Nunca andei de avião - Eu achava que era algo mais grave para ela não querer falar, mas mesmo assim, entendi o lado dela.

  - Relaxa, é classe A, nada pode acontecer - Tentei fazer ela se sentir segura.

  A fila anda e nós seguimos o ritmo, até que finalmente fizemos o Check-In e depois fomos andando até o portão em que estava escrito no papel, o Aeroporto de São Paulo era muito grande, tinha muitos portões, mas finalmente achamos, embarcamos no portão e nos sentamos esperando a fila do nosso voo abrir. 

  Tinha demorado muito, mas finalmente a fila começou, entramos na fila e esperamos, mostramos nossas passagens e entramos, fomos no túnel até o avião, chegamos lá, procuro a cadeira, acho, coloco minha mala em cima e me sento, já estava quase colocando meu fone de ouvido, até que me viro e vejo a Flávia tentando colocar a mala em cima mas não alcançava, tudo bem que daquele avião, o lugar onde coloca as malas era alto, mas era bem engraçado vê-la nas pontas dos pés tentando colocar, eu me levanto, pego a mala dela e coloco ali em cima e depois a olho, ela fica envergonhada.

  - É difícil fazer isso, né? - Falei ironicamente e em seguida eu dou risada.

  - Idiota - Ela falou, eu sento de novo e ela se senta ao meu lado, em minutos o avião começa a ir devagar até fazer a curva e ficar de frente para fazer a decolagem, eu olho para ela e ela estava tremendo de medo, eu coloco minha mão por cima da dela que estava apoiado no braço da poltrona.

  - Relaxa - Eu a olhei, ela segura minha mão, quando o avião decolou ela apertou minha mãe e doeu muito, o avião subia e quando passava por uma nuvem planava mas quando saia voltava a subir e ela continuava com medo e segurando minha mão com todas suas forças até que o avião fica em uma altura boa e começa a ir reto, ela para de segurar minha mão e eu olho para ela - Não precisava machucar minha mão também né? - Disse com uma expressão de dor.

  - Eu avisei que tinha medo - Falou. Passava o tempo e nós apreciávamos aquela vista de cima onde dava para ver as nuvens e as pequenas casas que era como ficava daquela altura, ela tinha levantado o braço da poltrona e apoia sua cabeça em meu ombro e continua dormindo, eu coloco meu fone de ouvido e logo em seguida caio no sono também...