História À Primeira Vista - Fomos pegos pela Paixão

- Dr. Jones? O que faz aqui? – perguntei.

- Quer conversar? Fiquei preocupado com você e com Henry depois do que houve no restaurante. – ele parecia sincero.

O olhei e talvez eu quisesse conversar. Na verdade, era disso que eu precisava.

- Claro, entre! – eu disse lhe dando passagem.

Ele entrou e observou cada canto da decoração. O sofá cinza claro, o móvel amarelo gema, a parede branca, quadros coloridos que Henry fez na escola, flores e fotografias.

- Por favor, sente-se Dr. Jones!

- Killian. Me chame de Killian.

Eu o olhei sorrindo envergonhada. Ele ficava mais lindo ainda quando dizia o próprio nome.

- Quer alguma coisa? Água, suco?

- Não, obrigado. Eu só vim saber se está bem!

Ele sabia. Eu não estava nada bem. Havia terminado um relacionamento e tentei acalmar meu filho em uma só noite. Torci para a lágrima que estava em meu olho não caísse, mas era tarde demais. Eu já estava chorando. Me encolhi no sofá e senti seus braços ao meu redor e aconcheguei-me ali. Era bom, seguro e com um toque de baunilha.

- Emma? – pude perceber a preocupação em sua voz.

- Eu sabia que ele faria isso com a gente. Sabia que ele faria com que nos separasse de vez e nem fui eu que o mandei embora. Ele passou totalmente dos limites a ponto do próprio filho o expulsar de casa. Estou me sentindo um lixo.

Ele passava a mão pelo braço me confortando. Parecia que naquele abraço, eu não precisaria mais me preocupar com nada no mundo.

- Ei, não fica assim. Se depender de mim, irei te proteger sempre, Emma!

Me aconcheguei mais ao seu abraço quando escutamos alguém.

- Mamãe? Dr. Jones?

Levantei assustada e corri para perto de meu filho que acabara de acordar.

- O que foi, meu anjo? Pesadelos?

- Não, dessa vez foi um sonho incrível. E parece que ele se realizou! – ele dizia sorrindo e olhando de mim para Killian.

- Ah é? E o que sonhou?

- Que você se casava com o Dr. Jones!

Que sonho era esse que Henry acabara de me contar? Eu casada? Com Killian? Meu Deus.

- Não, filho. O Killian é meu ... amigo? – perguntei olhando para Kilian.

- Não pareciam amigos ali no sofá, mamãe! – Henry dizia rindo.

Nós três rimos. Ficamos conversando até que Henry deu sinal de sonolência novamente. Killian logo percebeu.

- Ei campeão, já está com sono? Achei que aguentasse ficar acordado até a hora de eu ir embora!

Henry com os olhos quase se deixando vencer pelo sono sorriu e o abraçou. Ali, adormeceu. Nesse tempo, fui até o quarto do meu filho para ajeitar sua cama novamente e quando volto, vejo a cena mais linda. Henry nunca havia dormido no colo de alguém, só comigo. Percebi que ele realmente gostava de Killian.

- Ele dormiu mesmo? – perguntei sussurrando.

- Sim. Ele foi me dar uma abraço de boa noite e aqui ficou. – ele disse.

Fiquei meio sem jeito, mas pedi educadamente.

- Poderia leva-lo até seu quarto?

- Claro, é o mínimo que posso fazer!

Ele levou Henry até seu quarto e o colocou na cama. Coloquei o cobertor e beijei sua testa. Killian me esperava na porta, quando levantei para sair do quarto de meu filho. Ele sorria.

- Que foi?

- Não sabia que você era uma mãe tão...?

- Nova? Responsável? – completei.

- Talentosa, amorosa, companheira. Sua sintonia e ligação com Henry é incrível!

Ele pensava tudo aquilo...de mim? Ninguém nunca havia me dito nada parecido na vida. Eu estava totalmente sorridente e lisonjeada.

- Obrigada. Ele precisa de mim já que o pai...você sabe! – eu disse.

Olhei em seu rosto e estava sereno, calmo e com um brilho no olhar. O que aquilo significava? O que ele queria? O que fazer? Ficar? Correr? Nada vinha a minha cabeça. Eu só conseguia ficar parada enquanto o olhava.

- Bem, vou ter que realizar o sonho dele? – ele perguntou.

- Como?

- Aceitaria jantar comigo amanhã à noite?

- Ah, você está querendo começar o sonho dele, né? Se é para a felicidade dele, fico lisonjeada pelo convite!

É. Agora não tem volta. Aceitei o convite. Eu ia jantar com Killian Jones. Ele disse que queria realizar o sonho de Henry. Casamento? Calma Emma, uma coisa de cada vez. É só um jantar!  

- Amanhã passo aqui às 20h. Tudo bem?

- Ficarei esperando.

- Bem, eu não queria, mas tenho que ir. Nos vemos amanhã?

- Claro! Boa madrugada, Killian!

Ele apenas sorriu e saiu. Eu não tinha percebido, mas eu ainda sorria enquanto arrumava minha cama. Naquela noite, fui dormir como nunca havia dormido antes. No dia seguinte, eu ia jantar com meu chefe, com meu amigo, com meu... nada. Só esperava que nada de ruim acontecesse.

No dia seguinte...

Chuva. Sério? Logo hoje? Que legal. Deixei Henry na casa de minha vizinha, Regina. Ela era de confiança, pois crescemos juntas. Ela tinha um filho, Roland, uns dois anos mais novo que Henry e ele gostava de ir lá para brincar.

- Claro que ele pode ficar aqui, Emma. Não tem problema. E daqui a pouco, Robin chegará do trabalho e poderá brincar com os dois. Pode ir tranquila!

- Obrigada, Regina! – agrade e voltei para casa para começar a me arrumar.

Tomei banho e lavei meus longos fios louros. Os sequei bem e coloquei vários bobs para deixa-lo cacheado nas pontas. Optei por um vestido vermelho um pouco acima do joelho e um sapato preto que combinada com o sobretudo. Fiz uma maquiagem básica, já que o vestido já chamava muita atenção.

Ouvi a campainha tocar. Eu estava me arrumando e eu sabia que era ele. Corri para o banheiro para tirar os bobs do cabelo e ao mesmo tempo gritei:

- ESTÁ ABERTA!

Ouvi passos e então, a voz que eu bem conhecia.

- Emma?

- ESPERA NA SALA! ESTOU TERMINANDO!

Soltei meus cabelos. Os cachos nas pontas pendiam na altura da cintura. Me olhei umas quinze vezes no espelho antes de aceitar que eu estava pronta. Fui para o meu quarto, peguei minha bolsa, meu sobretudo, coloquei meus brincos e caminhei até a sala.

- Bom, vamos? – perguntei.

Ele pousou seus olhos em mim. De cima a baixo, seus olhos corriam por todo meu corpo até chegar em meus olhos. Parecia que eu era um cisne de vidro, pois ele me olhava com delicadeza, ternura. Paixão.

- Você está linda, Emma!

Eu sorri porque foi impossível não o fazer com tal elogio.

- Bom, vamos! Senão perderemos o nosso jantar!

Sorrimos e fomos em direção ao Outback SteakHouse. Sim, fomos em um lugar simples e que pudéssemos nos divertir. Até acho que exagerei na roupa. Quando chegamos, a moça da recepção nos encaminhou para uma mesa de duas pessoas. Fizemos o nosso pedido e o garçom logo nos trouxe a costela com molho barbecue e a famosa cebola empanada.

- E então, o que achou do local? Simples demais? – ele me perguntou.

- Não, Killian. Eu adoro vir aqui. Acertou em cheio. – eu disse sorrindo.

Peguei um pedaço da costela e comecei a comer. Quando fui pegar um pouco da cebola, encontrei os olhos de Killian olhando diretamente nos meus fixamente.

- O que foi?

- Não sei. Só estou feliz por estar aqui, nesse lugar legal, com uma parceira incrível que nunca pensei que fosse achar nesse mundo. Estou apaixonado por você! – ele disse.

- O que? – o que ele acabara de dizer, fez com que todo o meu corpo travasse e mesmo que eu queria, eu não conseguia me mexer.

- Nossos encontros não foram por acaso, Emma. Voce ser minha secretária, eu aparecer na lanchonete naquele dia mesmo não sendo a minha intenção, a gente ontem a noite conversando e rindo com um garotinho que já me conquistou de uma forma repentina e hoje, em que estou aqui olhando para a mulher mais linda que já vi na vida. E eu estou apaixonado por você!

Pude sentir lágrimas escorrendo por meu rosto. Ele estava apaixonado por mim. Quando terminei meu relacionamento com Neal, eu jamais pensaria que seria feliz novamente e a felicidade estava ali esse tempo todo. Depois de um tempo, pagamos a conta e fomos passear pela Times Square.

Eu ainda pensava nas palavras lindas que ele me disse e as lagrimas continuavam a cair e o sorriso ainda estavam no meu rosto. Ele me parou e me olhou. Sua feição era de dúvida.

- Emma? O que foi? Falei o que não devia? Estamos indo rápido demais? Você não gosta de mim? – ele parecia desesperado.

Eu só conseguia olhar em seus olhos, em seu rosto. Ele desde o primeiro dia me olhou de uma forma que o Neal nunca me olhara, ele sempre sorriu da forma mais amável possível, e agora ele estava ali, na minha frente. Ele me amava. Não consegui me controlar e colei meus lábios nos seus. Senti sua língua com vontade em minha boca e permiti que ela tocasse cada canto da minha boca. Foi um beijo calmo, longo, apaixonado, na Times Square. Quer momento mais perfeito que esse?

Ele me olhou saindo do beijo com aquela cara de que não entendia mas que estava gostando. Sorrimos e vi no relógio que já tinha passado da meia noite.

- Precisamos. Voltar! – eu disse entre beijos.

- Por mais que eu não queira que você vá embora, eu levo você em casa! – disse ele me beijando mais uma vez.

Ele me deixou na porta do meu prédio. Ele me beijou mais uma vez. Eu não queria sair daqueles lábios que me deixaram louca e com mais vontade de ficar ali. Lhe dei um ultimo beijo e saí do carro.

- Até amanhã, Killian! – eu disse sorrindo.

- Nos vemos pela manhã?

- Estarei vestida de secretária, tá? – sorri.

- Mal posso esperar! – ele sorriu e o carro desapareceu na esquina.

Entrei no elevador e meus pensamentos ainda estavam Killian e em como nossa noite foi incrível. Abri a porta de meu apartamento e dei de cara com uma figura. Seu rosto ensanguentado, suas olheiras com olhares de noites mal dormidas e cheio de raiva.

- Oi Emma! - sua voz grossa me fez tremer.

Arregalei meus olhos. Era ele.

- Neal?