História A princesa dos mares e o filho das sombras - Passado é passado, mas essa missão me parece bem presente

 Acordei com Nico me chamando e me lembrei que estava no chalé dele.

Nico – Kay, acorda. Falta 2 minutos para o despertador tocar. – falou e eu dei um pulo, levantei correndo e quase meti a cara no chão.

Kay – ai meus deuses, se os meus irmãos me pegarem eu tô frita! – falei indo em direção a porta, mas dei meia volta e fui em direção a ele. Parei na frente dele e dei um beijo em sua bochecha – obrigada por me deixar dormir aqui com você, tchau. – assim que fui a porta pisquei para ele que estava corado. Saí correndo do chalé, em vão já que quando cheguei lá eles estavam de pé.

Percy – onde você estava? – falou curioso. Pronto, Fudeu! O que eu vou dizer?

Kay – eu acordei antes do alarme, não consegui dormir de novo. Então resolvi beber água e dar uma volta. – falei e já sabia o que ia acontecer. Eu me senti muito mal de mentir para eles, ainda mas por que sou uma péssima mentirosa.

Percy – ok, mas eu vou tomar banho primeiro. – falou para minha surpresa. Ele estava normal e Lean estava nem ai para nossa conversa, mas Carla me olhava e sorria maliciosa. Percy foi até o banheiro e Lean voltou a dormir. Carla veio em minha direção (eu estava de pé em frente a porta fechada) e se apoiou no meu ombro direito, ficando bem ao lado do meu ouvido.

Carla – eu sei que estava lá no chalé com o Di Ângelo. – sussurrou bem perto do meu ouvido e eu comecei a ficar nervosa.

Kay – como você... – tentei falar, mas fui interrompida pela Carla.

Carla – você faz muito barulho! – falou sorrindo sarcástica e se segurando para não rir do meu desespero – relaxa, não vou contar para o Percy. Embora eu não faça ideia do que vocês faziam lá dentro...

Kay – Não fizemos nada! Eu... eu estava sem sono, fui até a porta e vi ele na porta do chalé dele. Ele me chamou e eu fui, ficamos ouvindo música até eu adormecer. – falei irritada e me sentei na minha cama, cruzando as pernas e pegando um travesseiro.

Carla – vocês são muito fofos! Qual será o Shipp, Nikay ou Kayco? – falou fazendo um coração com as mãos, eu taquei o travesseiro na cara dela.

Kay – vai tomar no cú! – falei mostrando o dedo do meio para ela. – senhora Grace!

Carla – vaca. – falou jogando o travesseiro de volta. Ela (gorda do jeito que é) pulou encima da minha cama e quase quebrou a mesma.

Kay – arrebenta a cama, obesa! – falei e ela me olhou e fez uma boca tipo assim :O

Carla – toma no cú, Jones! – falou me mostrando o dedo e tacando um travesseiro em mim logo depois. Então do nada Percy saiu do banheiro.

Percy – as senhoritas estão com as bocas bem sujas, viu? – falou e nos duas rimos – então, quem é o próximo?

Eu e Carla nos entre olhamos

Kay&Carla – EUUU! – gritamos e saímos correndo.

Adivinha quem ganhou? EUUUUUUU.

Carla - AH, não vale sua trapaceira! – falou batendo na porta (que eu havia fechado)

Kay -  aceita a derrota, Sra. Grace! – falei segurando o riso. Ela bateu mais forte na porta.

Carla – PUTA, eu vou te matar! Deixa cê sair daí, que vai ver! Eu te mato, Jones! – falou irritada e eu só consegui rir. Fiquei rindo uns 5 minutos até finalmente ir tomar banho.

                                                                        {...}         

Depois de me vestir ia direto ao chalé da Mel, provavelmente ela ainda vai estar se arrumando. Faltava meia hora para o jantar.

Então duas mãos ficaram na frente dos meus olhos, já sei quem é!

Nico – quem é? – falou tentando mudar de voz, mas sem sucesso NENHUM.

Kay – o Travis – falei e ele tirou a mão, me virei para olha-lo. Ele me olhava sarcástico e eu segurei o riso – poxa jurava que era o Travis!

Nico – Palhaça! – falou e eu ri, ele me puxou para o abraço por trás – estava indo aonde?

Kay – ao chalé de Atena, ver Mel. – falei me virando para olha-lo e me perdi novamente nas orbitas negras de seus olhos.

Nico – que tal o campo de morangos? Mel deve estar se arrumando. – falou e eu fingi pensar no assunto.

Kay – só se você me levar de cavalinho! – falei e ele arregalou os olhos.

Nico – mas nem morto! – falou e eu fiz uma cara de cachorrinho que caiu da mudança – mas eu to velho, tô com a coluna toda torta!

Kay – por favor, minha mãe parou de fazer isso quando eu tinha 8 anos e meu pai não ia sair do monte olimpo só para me botar nas costas. Por favorzinhooooo! – falei fazendo beicinho e ele suspirou derrotado.

Nico – só uma volta! – falou e eu comecei a bater palmas e a dizer: ebaaa! Eu subi e ele me levou até o campo de morangos, só que ele chacoalhava de propósito para eu cair. Eu quase cai umas 3 vezes, mas eu me agarrei mais a ele.

Eu estou amando isso, esse clima Zoeira está ótimo para acabar com a tensão que fica antes de uma missão.

Quando chegamos eu peguei vários morangos sorrateiramente, só que na terceira vez um filho de Dionísio que estava encarregado de cuidar deles viu. Ele não parecia estar de bom humor, já que ele começou a gritar e veio correndo em nossa direção, mas ele corria totalmente desengonçado e parecia que ia cair o tempo todo. Eu engoli o morango e pulei nas costas de Nico, e saímos correndo. Nos escondemos (na verdade, Nico me jogou com tudo no chão) em uns arbustos ao lado das escadas da casa grande e vimos o filho de Dionísio passar reto.

Quando ele ficou fora de vista, começamos a rir como loucos.

Quíron – o senhor D. não vai gostar nada de saber que estão perturbando um dos filhos dele. – falou nos surpreendendo e nós dois levantamos num pulo. – Kylie, preciso falar com você.

Kay – tudo bem, tchau Nico. – falei e entrei com Quíron. Eu o segui até o quarto dele. Era um quarto como outro qualquer, porém não tinha cama.

Tinha uma grande TV de 40 polegadas, um tapete marrom bem felpudo no lugar da cama, um armário branco bem grande e uma estante de livros. As paredes estavam na cor azul céu e o chão era de madeira. Ele foi até onde estava o tapete e tirou do lugar revelando uma espécie de alçapão.

Quíron – pode me ajudar a tirar? – falou e eu fui até lá, e puxei a alavanca. Lá tinha uma escada não muito cumprida que levava a uma sala no subsolo.

 Quanto mais descíamos, mas eu podia ver. Era uma Sala enorme com vários porta-retratos nas paredes, retratos de campistas antigos. No fim da sala tinha uma mesa com duas cadeiras e dois armários grandes.

Kay – o que é tudo isso? – perguntei pasma olhando algum quadros. Por exemplo: um deles tinha uma foto de duas meninas, ambas morenas, segurando espadas e se abraçando de lado. Embaixo, na moldura, tinha escrito:

As campistas Bruna (filha de Deméter) e Janete (filha de Hermes), 1974.

Quíron – eu sou um pouco apegado aos campistas, por isso fiz a sala. Para me lembrar de todos. – falou e foi para um dos armários e abriu uma gaveta que tinha na frente escrito: campistas 1997.

Kay – mas, por que me trouxe aqui? – falei indo ficar ao seu lado. Ele tirou da gaveta três porta retratos e me deu um.

Nele tinha uma garota que parecia ter a minha idade, na verdade parecia muito comigo. Ela tinha longos cabelos castanhos que ficavam presos num rabo de cavalo, olhos vermelhos e empunhava uma espada. Ela usava uma camisa laranja que tinha escrito acampamento meio-sangue, um short jeans preto rasgado, uma jaqueta daquelas de colégio com a inicial M preto e branco, um tênis vinho e acessórios bonitos, além de um colar com uma pedra vermelha.

Quíron – reconheci?

Kay – ela parece comigo. É a minha mãe? – falei olhando para ele.

Quíron – a mesma. Como me esquecer de Rebecca Jones, uma das campistas mais memoráveis de todas. Ela e suas amigas eram as mais famosas da época. – ele me entregou outra foto.

Era do mesmo dia, pois minha mãe usava as mesmas roupas. Elas estava acompanhada de 3 garotas: uma loira, uma ruiva e uma morena com o cabelo levemente tingidos de loiro. A Ruiva estava toda vestida de preto e usava um rabo de cavalo. A loira usava uma saia azul e um blazer. A outra usava um short jeans normal e uma jaqueta de couro rosa.

Quíron – essa ruiva é a Meghan, ela era uma filha de Hermes irritada como sua mãe e só vestia preto. A loira é a Sophie, uma filha de Athena que se preocupava muito com beleza. A última é a Louise, ela era filha de Apolo e era a mais zen do grupo. Sua mãe era a líder delas. Lembro bem do dia em que algumas garotas ficaram enchendo o saco da Meghan. Ela foi para brigar com uma delas, porém Rebecca e Louise tentaram impedir. Mas quando uma das garotas falou que a família da Meghan e a da Rebecca ``eram famílias de P.... e que a mãe de becca não valia nada. E também que a família de Meghan era uma família de marginais, pois todos estavam presos´´, Rebecca bateu nela tanto que a menina desmaiou. Resumindo, ela sabia a hora de agir e a hora de ficar no canto dela, era muito inteligente! – falou e me entregou o ultimo quadro, nele estavam todas as meninas. Elas usavam vestidos bem formais e elegantes, como se fossem se formar.

Louise vestia um vestido rosa com um desenho tribal na altura do busto, salto agulha rosa e seu cabelo estava com um coque meio preso atrás que formava uma flor (eu acho). Meghan vestia um vestido preto com zíper no meio (ele parecia com uma daquelas jaquetas sem manga, só que tinha uma saia costurada. Ou seja: vestido), uma bota cano curto e com salto e o cabelo estava solto com tranças formando um desenho. Sophie estava simples, porém bonita! Vestia um vestido bege que deixava os ombros amostra, um salto bege e o cabelo estava solto com uma trança.

Todas estavam lindas, mas sem dúvida minha mãe era a mais linda! Ela usava um vestido vermelho de alcinha com decote em V no busto, saltos vermelhos, duas luva (daquelas que fica com o dedo para fora) preta que tinha um coração no centro, cabelo cacheado solto e uma bandana vermelha no cabelo. Estava linda, do jeitinho dela!

Quíron – esse foi do dia em que elas foram embora do acampamento. Foi o último dia delas juntas já que sua mãe morava em Nova York, Louise morava em Los Angeles, Meghan foi para são Francisco e Sophie morava em Orlando. Soube que ela se mudou para Paris dois anos depois. Ambas tinham 18 e iam para a faculdade. – falou e eu percebi que estava chorando de soluçar, minha mãe nunca me falou de seu passado e saber que ela iria para faculdade e que eu atrapalhei isso foi péssimo.

Kay – Minha... minha mãe me engravidou aos 19, eu não sabia que ela ia para a faculdade. Eu juro, me sinto péssima de ter atrapalhado a vida dela. – falei cabisbaixa e ele segurou nos meus ombros.

Quíron – você não atrapalhou nada, sua mãe me disse que você foi uma das maiores bênçãos da vida dela. Quando vocês estava desmaiada e na enfermaria, sua mãe veio conversar comigo. Ela está linda, com 34 anos e ainda pode destruir corações! Nós matamos a saudade e ela me entregou isso. – falou me entregando uma caixa que mais parecia um baú, e que tinha desenhos de rosas.

Kay – o que é isso? – falei e ele me entregou uma chave muito linda. No topo ela tinha uma rosa vermelha (falsa) e duas folhas falsas. Ela era de ferro e da rosa saia uma corrente que seguia até os dois dentes da chave. Era muito linda.

Quíron – sua mãe sabia que você sempre quis saber mais do passado dela, mas ela não tinha coragem de te contar. Por isso ela me pediu que te desse o diário dela. Ela escrevia tudo o que sentia desde os 12 anos. Ela pediu que lhe entregasse, como presente de aniversário adiantado. – falou e eu me lembrei de que faltavam 5 dias para o meu aniversário. Eu abri a caixa e lá estava um caderno azul escuro com desenhos de pequenas flores. Ele era bem bonito!

Kay – muito obrigada. – falei o abraçando com força, percebi que ele ficou sem jeito.

Quíron – de nada, mas vamos tomar café logo. – falou e eu assenti saindo da sala secreta com a caixa e a chave.

Saímos do quarto e eu fui por minha caixa na mala. Quando cheguei no chalé, pus a caixa dentro da mala, fechei e sai. Corre para o pavilhão e encontrei todos. Quíron fazia um anuncio e eu de fininho me sentei na minha mesa.

Lean – onde estava? Nico falou que Quíron te chamou, mas já faz 5 minutos que ele está aqui. – sussurrou.

Quíron – é preciso honra, coragem e força para ir a uma luta e... – bla, bla, bla. Isso ta muito chato!

Kay – estava guardando uma coisa na mala. – sussurrei de volta para ele.

Carla – esses discurso tá um tédio! Aff, que breguice! – falou e enfiou a cara na mesa.

Kay – concordo totalmente, senhora Grace. – falei e ela mesmo com a cara na mesa, me mostrou o dedo do meio.

Quíron – e então depois de perder uma perna Brian disse: se isso é ser Herói, me sinto orgulhoso de... – e (finalmente) ele foi interrompido pelo senhor D.

Senhor D. – vamos logo Quíron, passa pro final! – falou já impaciente e bebeu mais um gole de sua Diet Coke.

Quíron – ok. Bom, um brinde aos nossos campistas. Pela coragem de irem a essa missão e pelo triunfo futuro que trarão. Um brinde! – falou e todos brindamos e enfim tomamos café.

{30 minutos depois}

E lá estávamos nos, os 10 semideuses escolhidos nos despedindo. A primeira pessoa a abraçar foi Carla, minha irmã pateta.

Carla – vou sentir tanto a sua falta, Jones. – falou me abraçando com força.

Kay – eu também, se cuida. Não se faça de difícil para o Jason, dê logo o que ele quer. – sussurrei a última parte e ela me deu um soco no braço, mas estava com os olhos marejados.

Carla – cala a boca, Jones. – falou e nos duas rimos. Depois fui falar com Percy, que estava a ponto de chorar.

Percy – poxa, foi tão rápido. Não tem nem duas semanas aqui e já tá recebendo uma missão. – falou e eu apenas o abracei. Ele me ergue do chão e me chacoalha. – vou sentir tanto sua falta tampinha.

Kay – se cuida, cabeça de Alga. – falei e ele riu. Ele me pôs no chão e eu fui falar com Lean.

Kay – vê se não arruma confusão, peralta. – falei o abraçando, ele retribuiu.

Lean – vou tentar. – falou e eu ri. Agora Annabeth.

Kay – Anna, Anna. Se valoriza, ponha vestidos curto, se exiba para o meu irmão e cuide bem dele Por mim. Até mais – terminei a frase e a abracei.

Anna – pode deixar – falou e quando nos soltamos do abraço, ela abraçou meu irmão de lado. Que fofos!

Nico – bom, temos que ir. Tchau gente. – falou e fomos para onde Argos estava esperando.

Travis – pronto, vambora galera? – falou para entrarmos na Van.

Rafa –chega bateu um medo agora. – falou segurando a barriga.

Helena – Jura? Depois de toda a despedida e de todo lenga lenga, você resolve assumir que ta com medo e quer desistir agora?. – falou pondo as duas mãos na cintura e gesticulando como a Rafa.

Rafa – não disse que vou desistir, só que estou nervosa! – falou meio brava olhando Helena, que estava com o braço de Pedro envolta do ombro. Será que enfim se acertaram?

Max – beleza, mas quem vai aonde? – perguntou abrindo a porta e apontando para 14 cadeiras. Na frente, ao lado do motorista, tinham duas cadeiras. Tinham mais três fileiras com 4 cadeiras cada.

Kay – na frente com o motorista podem ir a Mel e o Max; Na segunda fileira o Travis e a Duda, a Rafa e o Lucas; na terceira a Helena e o Pedro, e na última eu e Nico. Ok? – falei e todos assentiram. Como a última fileira só tinha nós dois, eu podia me espreguiçar e esticar a vontade.

Assim que todos puseram as malas no bagageiro e sentaram, Argos deu a partida. Ele tinha muitos olhos em todas as partes do corpo.

Na frente Mel e Max conversavam animadamente sobre o futuro deles, O Travis e a Duda riam de uma piada do Travis, a Rafa+ o Lucas+ Pedro +Helena estavam conversando enquanto Helena e Pedro dividiam o fone de ouvido que pelo que pude ouvir tocava Radioctive – imagine Dragons.

Nico encostou a cabeça na janela e começou a cochilar, e eu deitei a cabeça em suas pernas e pus o fone de ouvido. Botei para tocar a música favorita da minha Mãe, Write on me – Fifth Harmony. Eu pensei em ler o diário dela, mas alguém podia ver e eu quero que seja uma coisa só nossa. Além do mais, passado é passado, mas essa missão me parece bem presente.  Então resolvi ir dormir, pois a viagem seria longa!