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História A Princesa e o Cavaleiro - Encontro em Atenas.


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Disclaimer: Saint Seiya e todos os seus personagens pertencem à Masami Kurumada, e as Editoras Licenciadas.
Há muito desejava escrever um fic romântico com o Saga de Gêmeos, e a inspiração veio quando eu assistia ao divertido O Diário da Princesa 2 (recomendo), e fazer um self intersecção...eu precisava me dar esse presente...

Esse "universo" onde a história está inserida faz parte do 'universo' onde ocorre a história do fic AURORA. Não faz parte do outro em que ocorrem minhas outras fics...(meio complicado, não é? É uma história independente...) Para saber mais de certos detalhes...leiam Aurora.

Moltóvia, fatos históricos e pessoas envolvidas são puramente ficção. Os personagens de Saint Seiya pertencem a Massami Kurumada. Os originais a mim.

Capítulo 1 - Encontro em Atenas.


Kóscia, capital do Reino de Moltóvia...

—No Norte da Europa Ocidental existe um o reino formado por várias ilhas e uma pequena extensão de terra. Este é Moltóvia, um reino com leis e tradições, tão antigas que...

—Que devem ser protegidos por seu rei ou rainha e blá, blá, blá e blá... -a jovem de cabelos ruivos presos em um coque, e um caríssimo vestido branco, interrompe o discurso do velho nobre, com uma expressão tediosa em seus olhos castanhos, achando a paisagem fora da janela e a neve que começava a cair, mais interessante. -Sei de tudo isso, Sir.

—Princesa! -o idoso a chama, fazendo-a encarar não somente eles, mas todo o Conselho dos Lordes e da Rainha mãe, sua avó. -Majestade, por favor, me ajude!

—Acalme-se sir Elmeric! -pediu a matriarca, rainha Alexandra, uma senhora que apesar de se aproximar dos setenta anos, ainda mantinha uma aparência bela e saudável, ela olhou com ternura a única neta. -Minha querida, ouça-me... Moltóvia ainda corre o risco de um golpe de estado pelas mãos de meu primo, é importante que preste bem atenção no que os lordes lhe dirão.

—O seu vigésimo primeiro aniversário está próximo... -recomeçou sir Elmeric. -E a vossa alteza é a próxima na linha de sucessão ao trono real!

—Isso eu já sei! -a princesa teve um péssimo pressentimento.

—Princesa Juliane Alexandra Catarina Elizabeth Marie de Dellacroiax...

—Precisava dizer meu nome completo? -ela fez uma careta.

—A senhorita tem que se casar até às vésperas de seu aniversário ou perderá o direito ao trono! -completou o nobre.

—QUÊ?! -ela não acreditava nisso. -Enlouqueceu? Todos enlouqueceram? Onde está escrito isso?

—Bem aqui. -o lorde mostrou o antigo manuscrito, que foi arrancado de suas mãos pela princesa. –Alteza! Cuidado!

—Isso é mais velho que o Castelo de Belmadorf! -a princesa pegou o pergaminho que quase se desintegrou em suas mãos. -Isso é loucura! Vocês querem que eu me case com um completo estranho em um mês? Sabem que estamos no século XXI, não sabem?

—Acalme-se querida. -pedia a rainha. –Vamos lhe dar a chance de escolher. Mostre os slides.

—Slides?

—Sim...de todos os príncipes e nobres disponíveis na Europa e no mundo. -explicou a rainha. -Uma princesa tem que se casar com alguém de sangue azul. Mostre o primeiro...o Sheik de Arujestão!

Aparece a foto de um homem de mais de cinquenta anos, gordo e mal acabado.

—Nem em mil anos! -replicou a princesa.

—O próximo...o príncipe de Estuânia.

Aparece a imagem de um menino de uns nove anos.

—É alguma piada?

—Essa foto é antiga...ele está mais velho agora. -falou um dos lordes.

—Quantos anos agora? -perguntou a princesa.

—Quinze.

—Próximo! -pediu a princesa.

A rainha mostra a foto da família real de Asgard, a princesa Juliane fica exultante com o que vê.

—Por favor...por favor... me digam que o pretendente é aquele loiro alto de cabelos compridos, siiiiiimmmmmm!

—Na verdade...aquele é o capitão da guarda real, Siegfried... -um dos nobres se manifestou para o desânimo da alteza real.- O pretendente é meu parente distante...aquele jovem ruivo, sir Alberich...

—Que nome ridículo! -retrucou a princesa. -E ele tem cara de quem morde a fronha!

—Julianne! -repreendeu a rainha.

—Isso que dá enviar a princesa para estudar nos Estados Unidos! -cochichou um dos nobres a outro.

—Isso... isso é ridículo! -a jovem levantou-se indignada. -Vocês querem que eu escolha entre homens que eu nunca vi ou tenha qualquer intimidade...Não estamos mais no século XVIII! Eu mesma gostaria de escolher meu pretendente, obrigada!

—E o que sugere? -a rainha perguntou. -Você está correta em se revoltar dessa maneira. Não é certo querermos impor algo tão importante em sua vida, como um casamento. Então, eu a ouvirei e acatarei sua opinião.

—Seja ela qual for?

—Milordes...retirem-se por favor. -com o comando da rainha, todos os lordes retiram-se do Salão dos Nobre, deixando-as a sós. -Desde a morte prematura de seus pais, prometi que faria de tudo para fazê-la feliz, minha cara.

—Eu sei, vovó.

—E irei cumprir essa promessa, mas uma princesa carrega o fardo de não poder viver única e exclusivamente para si própria...o bem estar de seu reino e de seu povo vem em primeiro lugar. Moltóvia não nos pertence, nós pertencemos a ela, e para o bem dessa gente, que há apenas dez anos desfruta de paz, depois da tentativa de um golpe de estado, você precisa se casar e garantir assim que a Dinastia dos Dellacroiax continue.

—Eu sei... -ela suspirou desanimada. -Vovó...posso ao menos ter alguns dias para me decidir?

—Sim...aproveite que irá passar alguns dias viajando para refletir sobre isso. Aonde irá?

—Escolhi as Ilhas Gregas e Atenas. –explicou. –Rever uma amiga do colégio que mora lá com a família. Lembra de Irinna Konstantinnidou?

—Ah, aquela adorável mocinha! Perfeito! -a rainha se ergue. -Providenciarei tudo de que precisa.

A princesa faz uma reverência se despedindo da rainha mãe. Depois ela vai até o terraço do Castelo de Belmadorf, de onde tem uma visão privilegiada da capital de Moltóvia há trezentos anos, Kóscia. As construções que ainda lembravam o século dezoito, as pessoas simples que viviam entre as tradições e a modernidade.

Com tristeza, percebeu que não tinha muitas opções a não ser se casar com um nobre qualquer e sem amor, apenas por política. Mas se isso acontecesse, pelo menos iria garantir que sua estadia na Grécia se tornasse inesquecível!

 

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Santuário...dois dias depois...

 Saga de Gêmeos olhava mais uma vez o contínuo vai e vêm dos servos, que terminavam os últimos retoques para receberem o Cavaleiro Camus de Aquário e sua esposa Aurora, que retornariam em pouco tempo de sua lua de mel, na casa especialmente preparada para o casal. Um presente de Atena, que também estava muito feliz por eles.

Lembrou-se dos sofrimentos que eles haviam passado antes de conseguirem vencer a deusa Afrodite e assim viverem o amor que os unia. Sentiu uma pontada de inveja pela sorte que Kamus possuía em encontrar uma mulher que o amasse ... talvez estivesse solitário demais.

Estava a caminho das Doze Casas quando um servo apareceu e entregou-lhe uma mensagem de Atena, pedindo que a encontrasse em sua mansão na cidade. Intrigado com isso, resolveu atender logo o desejo da deusa e uma hora depois, estava chegando ao seu destino.

O mordomo de Saori, um rabugento Tatsumi o levou até os jardins onde Saori Kido estava descansando tomando um chá, acompanhada por Shion e Seiya. Ao ver o Cavaleiro de Gêmeos, ela sorriu.

—Obrigada por ter vindo, Saga. Sente-se, por favor. Aceita um chá? -ofereceu Atena.

—Obrigado. Por que me chamou até aqui, senhorita? Algum problema? -indagou, pedindo mentalmente que mais nenhum deus enlouquecido queira começar uma guerra. Já bastava os problemas recentes causados pelo egoísmo da deusa Afrodite.

—Não. E o chamei aqui por assuntos mais divertidos. -ela começou. -Fui convidada para uma festa em um dos hotéis de luxo da família Konstantinnidou, uma das famílias mais ricas e poderosas da Grécia. É uma recepção para a princesa real de Moltóvia, cujas famílias são amigas.

—E? Qual é a relevância disso para o Santuário?

—Se prepara. -avisou Seiya e Shion acabou rindo.

—Acho que vocês três ficarão muito bem de smokings. -ela comentou.

—Hã?

—Gostaria que me acompanhassem.

—A uma festa? -ele completou e depois olhou para o Mestre do Santuário.

—Seiya irá de acompanhante de Atena, eu insisti que fossemos juntos. -explicou Shion. -Afinal, é nosso dever como Cavaleiros zelarmos pela segurança de Atena. Ter dois cavaleiros de ouro próximos seria o ideal, não concorda?

—Sim, mas...

—No começo isso me aborreceu. -continuou Atena. -Mas pensei...o que há de mal nisso? É uma festa! Todos os Cavaleiros deveriam ir, mas eles estão viajando em treinamento ou descansando...e você insiste em trabalhar demais...

—Atena... -Saga a interrompeu. –Agradeço a gentileza em me convidar, mas... É meu dever proteger o Santuário e você, não tenho tempo para festas e...

—Saga, eu insisto! -Atena levantou a mão pedindo que ele a ouvisse. -Saga, não quero que continue se martirizando pelo o que houve no passado. Sei que tem se dedicado até a exaustão às suas funções como Cavaleiro de Ouro como se isso fosse um tipo de expiação...mas eu não quero isso! Quero que esqueça o passado e tente viver a sua vida da melhor forma possível.

—Sim, senhorita Atena. -ele abaixou o olhar, não era fácil carregar o fardo de ter cometido tantos crimes. –Mas insisto. O que uma festa ajudaria?

—Comida e bebida de graça? –Seiya falou e sorriu diante do olhar dos três. –Não me olhem assim. A maioria dos grã-finos vão por esse motivo mesmo!

—Virá comigo? -ela insistiu.

—É uma ordem?

—É um pedido!

—Sim, irei. –respondeu vencido e Atena sorriu.

 

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—Por que deixei a vovó cuidar de tudo? -a princesa exclamou em voz alta, olhando de maneira enfadonha as limusines e carros caros e importados que estacionavam em frente ao caríssimo hotel para a recepção. -Eu queria descrição!

—Mas é uma princesa! Uma viagem dessas não ficaria escondida das colunas sociais, não acha? -falou Faith, sua acompanhante, a jovem duquesa de Sorby. Tinham a mesma idade, mas Faith tinha os cabelos castanhos escuros, olhos azuis e 12 quilos a mais do que deveria, era bonita e bem humorada, com uma risada que chamava a atenção. -Lady Juliane Alexandra Catarina Elizabeth Marie de Dellacroiax, a princesa herdeira de Moltóvia, visitando as Ilhas Gregas. O que a bela herdeira estaria fazendo? Apenas uma visita de férias ou haveriam interesses político?

—Férias... Eu às vezes não queria ser nada além de uma mulher bem comum. -suspirou. -Você sabia que tenho um diploma de História e outro de Ciência Política e nunca trabalhei? Queria ser escritora ou jornalista.

—Mas...uma princesa não precisa trabalhar? -falou como se estivesse escandalizada, e depois piscou. -E você não deveria pensar em dar aulas, trabalhar em algum jornal! Se fosse para ganhar dinheiro, deveria ser como modelo!

Juliane riu e depois voltou a olhar pela janela e deu uma última olhada no espelho e para o belíssimo longo negro que usava. Que caia discretamente por seu corpo, o rosto bem maquiado, o cabelo impecavelmente escovado e solto, e para completar, usava um conjunto de colar e brincos de esmeraldas.

Faith também estava bem trajada para a ocasião, com um longo azul e brilhantes, sempre acompanhava Julianne e era a sua melhor amiga e confidente.

—Eu queria mesmo é ficar até o amanhecer na cidade. -a princesa disse, sorrindo. –Andar descalça na praia...

—E de preferência com um belo príncipe! -suspirou Faith com ar apaixonado.

—Não...só com alguém... -murmurou olhando a janela.

Batidas na porta e um dos seus guardas costas aparecem.

—Vamos agora, Alteza? -perguntou.

—Sim. Já estou indo. -o homem se retirou e ela se vira pra Faith. -Depois da apresentação, voltarei para cá e me trocarei.

—Tão cedo?

—Já leu O Príncipe e o Mendigo?

—Sim. -Faith parecia não ter entendido.

—Às vezes...queria ser como o príncipe desse conto...que trocou de lugar com outra pessoa. -falou com tristeza.

 

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—Onde está Saga? -Saori indagou mais uma vez olhando a multidão.

—Ele virá, Saori. -respondeu Seiya. -Não se preocupe. Aliás, você está muito bonita assim! Deveria usar vermelho de vez em quando.

Atena corou ante o comentário de Seiya, que também estava elegante com o smoking e nada lembrava o garoto brincalhão que era.

—Estão anunciando alguém. -comentou Shion.

—Atenção, dignos convidados. -falou o anfitrião, um senhor obeso de meia idade.  -Apresento-lhe sua Alteza Real de Moltóvia, a princesa Juliane de Dellacroiax! E a duquesa de Sorby, lady Faith Southerton.

A princesa foi recebida com palmas e logo foi cumprimentada por várias pessoas entre milionários, políticos e alguns membros da realeza. A princesa no entanto, só desejava que a noite acabasse logo para pôr em prática seus planos.

Ficou durante duas horas andando entre os convidados, conversando com eles, cedendo uma dança a um ou outro dignitário. Depois deu uma desculpa sobre estar com uma forte enxaqueca e pediu licença para retirar-se. Em seu quarto dispensou os seguranças, alegando que iria dormir e Faith a ajudou a trocar de roupas.

—Isso não vai dar certo, milady. -avisou a amiga. –Estaremos com problemas se descobrirem! Eu estarei com problemas!

—Vai sim. E você, retorne a festa e aja como se estivesse tudo normal. Antes do café da manhã estarei aqui. –disse-lhe amarrando os longos cabelos e um rabo de cavalo e colocando um par de óculos. –Melhor do que com as lentes de contato?

—Prefiro você de lentes... –suspirou. –O que estou dizendo? Prefiro você quieta em seu quarto!

—Vou me divertir como uma pessoa comum, Faith. Me deseje sorte! –e foi saindo.

 

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O cavaleiro de Gêmeos ainda se encontrava do lado de fora do hotel, vendo a movimentação que o evento estava provocando. Havia chegado atrasado por querer.

Não estava muito animado a entrar, e se misturar a pessoas fúteis, e nem conhecer uma princesinha mimada de algum país escondido do Norte da Europa. Tomou a decisão de esperar um pouco mais, que mais pessoas fossem embora. Entraria, falaria um oi para Atena e depois iria embora na primeira desculpa.

Ela não estaria sozinha e desprotegida tendo Pégasus e Shion ao seu lado. E não havia sinais da presença hostil de nenhum cosmo inimigo, o que significaria que não precisaria ficar ali a noite toda.

É...faria isso.

Algum tempo depois, ao notar que algumas pessoas saiam, decidiu entrar, indo por uma trilha entre os jardins que o levariam até o Salão principal. De repente, notou algo suspeito, um vulto que passou correndo por entre as árvores. Decidiu investigar.

 

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Deveria ser fácil. Ela imaginava. Esgueirar-se pelos jardins, ocultar-se da segurança por entre os arbustos, escalar a parede do grande muro usando as heras como apoio, era uma maneira única de sair do hotel e conhecer a cidade de Atenas.

Não parecia assim tão difícil.

Quantas vezes fizera isso quando criança? Várias. Brincar com os filhos dos criados e nobres, subindo em árvores e muros. Fugir do hotel onde estava hospedada, e da recepção preparada para homenageá-la não era maneira de uma princesa se comportar, mas isso nunca foram problemas ou empecilho para ela. E o muro do hotel não era maior do que a muralha que cercava Belmadorf!

Estava quase alcançando seu objetivo, já podia ver ao longe as luzes da cidade e o barulho das ruas, quando ia dar um último impulso, seu pé escorregou...

 

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Foi com surpresa que Saga descobriu que o tal vulto que considerava perigoso para a segurança de Atena, ou um penetra, era uma garota. E mais surpreso ainda ao notar que ela queria sair do hotel e não entrar, pulando o grande muro que cercava o luxuoso edifício.

Então, ele a viu escorregar, perder o apoio e começar a instintos falaram mais alto e com facilidade, a amparou em seus braços. Percebeu o olhar assustado, mais por estar nos braços de um estranho do que pela quase queda. O cavaleiro tratou de tentar acalmá-la.

—Fique calma. Não vou machucar você. -pediu.

Ela não se debateu. Sua expressão de medo dissipou-se depressa e, ela o olhava com curiosidade. Saga notou que era uma jovem bastante bonita, cabelos ruivos, olhos castanhos enormes e expressivos, belos. Por um momento, ficou ciente demais do contato macio daquele corpo e do delicioso perfume que ela usava, sentiu o próprio coração disparar.

—O que faz aqui? -soltou-a, e voltando a assumir seu auto controle.

—Tentando sair. -ela respondeu com naturalidade. -Pular o muro e ir pra fora.

Saga arregalou os olhos, se ela fosse uma ladra, era bem fria para agir daquela maneira com ele. Afinal, ele poderia ser um oficial da segurança do hotel.

—Se quer sair, por que não usa a saída como todo mundo? -ele perguntou, reparando nas roupas que ela usava. Nada demais, uma calça jeans, camisete branca, jaqueta e um par de tênis. Não era uma convidada, estava óbvio. -Ou a saída dos empregados?

—Está cheio de gente. Não quero que me vejam.

—Por que?

—Porque sim! Alguém já lhe disse que você faz perguntas demais? -ela o inquiriu, imaginando que nem em suas fantasia, havia imaginado que houvesse alguém tão lindo quanto aquele homem diante dela.

Um total desconhecido.

Deveria sentir medo por estar ali com ele sozinha, e quem não garantia que ele não a denunciaria? Mas estranhamente, sentia-se segura perto dele. Algo em seu olhar demonstrava que era uma boa pessoa, meio triste, mas que era um bom homem.

—Já me disseram que sim. Mas “porque sim” não é resposta. -ele respondeu. -Quem é você?

Ela hesitou, depois desviou o assunto.

—Um cavalheiro iria se apresentar primeiro.

—Saga...me chamo Saga Tasoulli. -respondeu sério. -E você?

—Você acreditaria se eu dissesse que sou uma princesa fujona que quer sair e conhecer a cidade?

—Diria que lê romances demais. -começou a achar aquela jovem interessante demais. -Como se chama?

—Eu... -como dizer quem era? Era uma princesa que estava fugindo de sua guarda particular para ir passear pela cidade a sua maneira. Se contasse sua real identidade, ele talvez a levasse até o seu capitão da guarda, Plavov, que dobraria a segurança e ela jamais teria sossego. Olhou ao redor rapidamente e viu algo que chamou sua atenção. Uma estátua da deusa Ártemis Caçadora. -Diana ...Diana Hunter. -respondeu, usando o nome romano da deusa.

—Diana Hunter? –ele ficou pensativo. -Um belo nome. O que faz realmente aqui, senhorita Hunter?

—E você? O que faz aqui? É da segurança do hotel?

—Me responda primeiro, senhorita Hunter.

—Me chame de Diana. Só estou evitando que uma pessoa no saguão de festas  me visse. –não estava longe da verdade, queria evitar Plavov, disse com naturalidade, se dirigindo ao muro. -Estou indo.

—Um ex namorado? –a viu se afastar rápido. -Espere...Diana. –

—Oi? -ela virou-se para ele.

—Por que não usou a saída dos fundos? Se queria evitar que essa pessoa a visse, Já que quem está no salão não tem acesso a ela.

—É mais emocionante assim! -respondeu começando a subir o muro, usando as heras que o cobriam como apoio. –Agora me vou! Nunca estive em Atenas a passeio, sempre a... trabalho... e dizem que é linda!

—É mesmo? Não conhece a cidade? -Saga sentiu vontade de saber mais sobre ela. -Cresci perto daqui.

—Jura? -ela olhou para trás e não o viu.

—Eu posso acompanhá-la, Diana? -a voz dele vinha de cima do muro.

A princesa olhou para ela espantada, chegando a escorregar novamente com o susto, mas a mão forte de Saga a segurou, impedindo que ela viesse a cair. Sem grande esforço, ele a puxou para cima e ficaram sentados sobre o muro.

—Tem dois de você? -a garota perguntou sorrindo. Um belo sorriso.

—Pode-se dizer que sim. -respondeu com outro sorriso. -Quer conhecer a cidade? Eu lhe mostro os pontos mais lindos de Atenas e suas mediações.

Ela gostou da oferta, e voltou a exibir um belo sorriso. Afinal, conhecer uma bela cidade como Atenas ao lado de um homem tão lindo quanto fascinante, era algo que não acontecia com frequência. Aliás, nunca havia acontecido algo assim com ela antes.

Seria afinal, seu último período de relativa liberdade antes de voltar para seu reino e se casar com um homem que desconhecia completamente, que não saberia se era mais velho ou mais jovem que ela. Apenas para manter as relações políticas e a paz em Moltóvia. Talvez devesse realmente aproveitar o máximo que pudesse de suas férias nesse país.

—Sim, eu adoraria conhecer a cidade com você. -e lhe deu a mão.

Saltaram do muro, rumo a cidade...mas foram visto por mais alguém, de uma janela.

 

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Em outro ponto da cidade, um grupo de homens se reunia. São criminosos, mercenários, os melhores em seu ramo escuso de negócios.

—Eis quem o nosso contratante quer que raptemos. -um deles mostra a foto da princesa Juliane de Moltóvia.

—O pagamento? -um deles perguntou.

—Metade do meio bilhão já está em nossas contas. -respondeu. -A outra metade quando nos a levarmos até ele.

Risos e comentários aprovando o plano foram ouvidos, um dos homens, ricamente trajado e sentado em um canto se pronuncia.

—Senhores...devo avisá-los que meu senhor quer a jovem intacta. É essencial aos planos dele que a princesa, o símbolo vivo de Moltóvia seja entregue a ele, para que seja executada diante dos olhares de seu povo amado e os rebeldes devem ser acusados desse horrível crime. Assim, com o caos, o choque e a guerra civil tomando conta de meu país, será necessário que um novo líder, de pulso forte, se erga. -o homem retira uma adaga e a finca no retrato da princesa sobre a mesa. -E esse líder é o meu nobre senhor. Ela deve morrer, mas só em solo Moltoviano e diante de todos...mas quem se colocar diante de vocês, pode ser eliminado.

—Sim. -disseram todos ao mesmo tempo.

—Tudo o que o cliente quiser. –disse outro rindo e os demais acompanharam.

—Senhor! -um homem entrou na sala. -Nosso espião no hotel avisou que a princesa não se encontrava em seu quarto quando entrou. Ele a viu saindo do mesmo na companhia de um homem desconhecido.

—Perfeito! -exclamou o contratante. -Achei que teriam que confrontar Plavov e seus homens, mas agora com ela a solta pela cidade, raptá-la será mais fácil. Tragam-na...eu os esperarei com meu senhor em Moltóvia.

—Sim, senhor. -o líder concordou, sorrindo ao observar melhor a foto.

 

Continua...



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