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História A Princesa e o Cavaleiro - Tormenta


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 6 - Tormenta


Não se lembrava de quanto tempo se passou desde que a deixou naquele restaurante e andou sem destino por aí. Quando Saga se deu conta, já era noite, e estava no centro de Atenas.

Apesar de estar cercado de pessoas, se sentia sozinho.

Ela mentiu...brincou com ele. Foi um idiota...

Passou a mão pelos cabelos em um gesto nervoso, tentando controlar a raiva que sentia. Mas uma voz dizia em sua mente...se ela mentiu, porque os beijos pareciam tão sinceros? Ela se entregou a ele e não havia nenhuma falsidade em seus toques, nos momentos de intimidade que compartilharam.

—Maldita mulher que me confunde a mente! -praguejou.

Deu uma olhada ao redor. Tantos casais em lua de mel, namorados...deu um sorriso triste. Talvez o amor não fosse para ele, talvez não o merecesse devido aos crimes que cometeu.

Parou diante de uma boate bem conhecida. Não hesitou em entrar e tentar esquecer suas mágoas.

 

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Em algum lugar da Europa...nos céus.

Juliane estava indignada. De braços cruzados mantinha uma expressão furiosa em seu rosto, olhando pela janela do avião. Segurava a vontade de chorar pelos homens que foram assassinados. Ela os conhecia há anos.

Ninguém se dignara a lhe dizer o que estava havendo. Quem era o autor deste sequestro. O que fariam com ela. Embora fosse óbvio que sua vida estava por um fio naquele momento.

—Melhor tentar dormir, princesa. Só chegaremos ao nosso destino pela manhã. -avisou um dos sequestradores entrando na cabine.

—Sabe qual é o destino de traidores? Prisão perpétua e trabalhos forçados em Andóvia, isso se não forem fuzilados!

—A história nos conhecerá como os salvadores de nosso amado país. -respondeu o ex-segurança. -Agora, relaxe.

Ele estendeu a mão para afrouxar seu cinto de segurança, mas recebeu um tapa da princesa pelo gesto.

—Não ouse me tocar!

—Ora sua garota mimada! -ele ergue a mão como se fosse esbofeteá-la.

—Andrej! -a voz do piloto o detêm. -O senhor Orloff não gostará de que a princesa seja agredida!

—Orloff? General Mikhail Orloff? -a princesa ficou espantada. -O traidor foi morto na guerra civil. Teve o que mereceu pelos crimes que cometeu. Inclusive matou seu rei e meus pais!

—Não o grande General Mikhail Orloff, mas seu nobre filho, Dimitri Oleg Orloff. -respondeu o segurança sorrindo. -Ah...ele está louco para conhecê-la pessoalmente.

 

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—Quando me disseram que ele estava aqui...não pensei que era sério! -suspirou Kanon olhando ao redor do ambiente de luxúria da boate. -Ele nem gosta deste tipo de antro!

—É mais o seu estilo, não é? -Aiolos provocou.

—É. E...ei! Me chamou de pervertido?

—Foi aqui que os servos o viram entrar? Tem certeza? -disfarçando.

—Não mude de assunto, Sagitário!

—Lá está o Saga. -Aiolos apontou para um canto, onde Saga estava debruçado no balcão, tendo um copo de uísque a sua frente.

—Que ele não esteja bêbado. -pediu Kanon aos céus. -Homem bêbado por causa de mulher é a coisa mais chata do mundo!

—Ei, Saga! -Aiolos bateu de leve no ombro de Saga e sentou-se ao seu lado, Kanon do outro.

—Oi. -respondeu sem ânimo.

—Quer ir pra casa, mano? -Kanon perguntou.

—Não.

—Quantas doses bebeu? -Aiolos perguntou, olhando preocupado para o amigo.

—Nenhuma. -apontou para o copo.

—Que? -Kanon ficou espantado e olhou para o bartender que confirmou com um aceno de cabeça.

—Ele ficou olhando para o copo a noite toda. -cochichou o homem a Kanon. -Recusou duas loiras, uma morena e uma garota de cabelos pink desde que entrou.

—É grave! -suspirou Kanon.

—Por que não vão embora e esqueçam que eu existo? -Saga perguntou, pagando a bebida e se levantando.

—Sabe o que é pior que bêbado, Aiolos? -Kanon perguntou.

—O que?

—Pessoas que têm pena de si mesmos!

Saga estancou ao ouvir aquilo.

—Kanon... -pedia em vão Aiolos.

—Ficam achando que o mundo acabou porque a mulher da vida deles mentiu. Grande Merda! Como se ele fosse o primeiro ou o último homem da Terra a ter uma decepção! Imagine se ele tivesse sido corneado? -continuou falando e enfurecendo Saga. -Ela mentiu, e daí? Escutou os motivos dela? Não! Isso é coisa de homem frouxo!

—Repita isso se for homem, Kanon! -Saga voltou-se furioso na direção do irmão.

—Frouxo!

Saga partiu para cima do irmão e os dois começaram a se socar e a rolar pelo chão, causando uma grande confusão na boate. Levantaram-se e caíram sobre uma mesa, os ocupantes começaram a participar da briga.

Logo, mais e mais pessoas brigavam entre si.

Saga levantou-se encarando o irmão, limpando um filete de sangue de sua boca, Kanon limpava o nariz ensanguentado ferido por Saga, e depois apontou para trás dele.

—Cadeira!

Saga abaixou a tempo de evitar que lhe dessem uma cadeirada na cabeça, e em seguida deu um soco que lançou o agressor longe, ele se virou para Kanon e avisou:

—Atrás de você!

Kanon evitou ser golpeado por dois bêbados com um simples movimento de defesa. Ambos os irmãos se tornaram os alvos de todos os brigões da boate. Ficaram de costas um para o outro e sorriram com cumplicidade.

Aquilo não ia demorar.

Aiolos ainda sentado no balcão do bar observava a briga com desânimo. Um homem ia agredi-lo com uma garrafa, mas foi nocauteado por um golpe que nem sequer enxergou de onde vinha. O Cavaleiro de Sagitário dá um cartão ao bartender.

—A Fundação Graad pagará os prejuízos. Não se preocupe! –suspirou.

Não demorou muito e a confusão instaurada cessou. No chão estavam espalhados dezenas de homens, em sua maioria embriagados e todos nocauteados. As mulheres observavam os gêmeos com fascinação e Aioros tinha vontade de matar os dois.

—Vocês explicarão à Saori a conta dos estragos desta noite! -avisou o sagitariano.

—Tudo bem! -responderam os dois.

—Vamos embora. -suspirou Aiolos.

Do lado de fora da boate, eles analisaram os estragos em suas roupas.

—Eu amava este terno. -suspirou Kanon jogando o terno rasgado no lixo. -Então? Quando vamos atrás da sua princesa?

—Do que está falando, Kanon? Não quero ver aquela mentirosa mais na minha frente!

—Ah, é. Pois é...que terrível mentir sobre si mesma. Não contar quem é realmente, o que faz da vida. Sem ter certeza de que se o cara se aproxima dela por causa do dinheiro e do título de nobreza ou por ter achado ela atraente. Que vida ingrata, não é? -e suspirou. -Viver numa gaiola de ouro não deve ser tão fácil assim!

—Está usando de ironias comigo?

—Eu? Imagina! -fez ar de inocente. -De onde você tirou isso? Afinal, você deve ter sido super sincero com ela e contado sobre sua vida.

—Kanon... –Saga não conseguia responder, sabendo que o irmão dizia a verdade.

—Parem com essa criancice! -diz Aiolos. -Você gosta dela? Vá atrás da garota! Ela me pareceu bem arrependida quando a deixou plantada no restaurante hoje cedo.

—Parecia?

—Até chorou. -disse Kanon.

—Ela estava chorando? -Saga ficou preocupado e depois desconversou. -Ela criou esta situação e...

—Ô dificuldade! -Kanon suspirou. -Ela gosta de você! G-O-S-T-A! Quer que eu desenhe?

—Para alguém que come na minha casa e dorme sob meu teto e de graça, está muito engraçadinho!

—Parem de brigar! -pediu Aiolos interessado em uma vitrine de loja de eletrônicos próxima. –Venham aqui!

—Larga de ser cabeça dura e...

—Cuida da sua vida, seu idiota!

—CALEM AS BOCAS! -Aiolos gritou colocando ordem. -Vejam o noticiário! Está em todos os canais!

Os irmãos começaram a olhar para as diversas televisões ligadas e expostas na loja, e todas tinham a mesma notícia. Uma notícia que gelou o sangue de Saga. A âncora de um canal de notícias internacional falava sobre um sequestro que chocou a Europa e o mundo.

—Esta tarde a Princesa de Moltóvia foi sequestrada enquanto viajava em Férias por Athenas, capital da Grécia... -imagens de Juliane eram mostradas nas telas a medida que a repórter falava. -...os corpos do piloto e copiloto do jato particular da princesa foram encontrados no quarto de hotel que ocupavam pela polícia grega. Um dos seguranças da princesa foi morto pelos terroristas no aeroporto quando ela embarcava de volta para casa. Nosso correspondente em Moltóvia tem mais notícias. Com Você, Nicolos Papadakis diretamente de Kóscia.

A imagem muda para um repórter em frente ao Palácio real em Kóscia, na capital do reino.

—O Porta voz da Família real não se pronunciou ainda sobre o sequestro da Princesa, que chocou todo o país. Desde que a notícia foi vinculada pela imprensa, milhares de cidadãos de Moltóvia se dirigiram ao Palácio para prestar sua solidariedade à Família Real. Flores foram depositadas nos portões e muros do Palácio e a Abadia está repleta de fiéis que oram pelo retorno seguro da herdeira do trono. Rumores afirmam que a rainha Alexandra ao saber do sequestro da neta, precisou ser medicada, embora essa informação tenha sido negada, o médico da família real foi visto entrando no palácio. E... esperem, parece que vai haver um pronunciamento. Sim! Aquele é o Duque Leopold de Volzemburg, primo da princesa. Vamos ouvir.

—Caros cidadãos de Moltóvia e do Mundo. Agradeço as orações e a ajuda oferecida por todos. Saibam que estamos fazendo de tudo para trazer nossa amada princesa sã e salva de volta aos braços de seu povo que a ama. Estamos esperando que os terroristas que a levaram entrem em contato conosco, não temos muitas informações a respeito disso. Mas, eu aviso aos criminosos de ato tão vil e ignóbil que serão punidos se a ferirem! Eu juro! -Leopold faz uma pausa ensaiada. -Devido a essa terrível notícia...nossa amada rainha caiu doente. -as pessoas se pronunciaram chocadas e tristes. -E é com pesar que eu assumo o trono, como regente de Moltóvia na ausência de nossa amada Rainha e sob este manto até o retorno de nossa princesa e...

 

—Este cara é mais falso que nota de treze dólares! -comentou Kanon. -E agora...? Saga?

Saga não estava mais ao lado dos dois cavaleiros, ele corria em direção ao Santuário. Com dificuldade foi alcançado pelo irmão e por Aiolos.

—O que vai fazer?

—Irei atrás dela! -disse apenas.

—Mas aonde? Não sabem aonde ela está! -alertou Kanon. -Aposto que deve ter milhares de pessoas procurando por ela agora! Agências governamentais, Exército...

—Mas não o Santuário.

—Hum...o que pretende?

Saga parou de correr assim que ficou diante da Casa de Áries.

—Esqueceu que o Santuário possui a mais secreta e organizada rede de informações e espiões do mundo? Que há líderes que não fazem nada sem antes consultar o Grande Mestre? -comentou Saga. -Eu a acharei antes do nascer do sol!

—Quer ajuda? -ofereceu-se Aiolos.

—Sim. Vão para Kóscia. Aquele conde não me inspira confiança! -declarou sério.

—Decidido. Dando ordens. Se achando o tal. -Kanon com as mãos na cintura suspirou.

—Vão ajudar ou ficar parados aí?

—É tão bom ter ele de volta. -o ex-marina completou sorrindo.

 

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Em algum lugar no Norte da Europa...Em uma base abandonada da OTAN.

O jato fazia uma manobra e aterrissava. Dimitri estava a uma janela de observação de uma torre, acompanhando com o olhar a aeronave estacionar.

—Tragam a minha convidada até aqui. -ordenou e um soldado acatou imediatamente.

A princesa foi retirada do avião de maneira brusca. Ela puxou o braço da mão do falso segurança com um gesto ríspido e ergueu o queixo, caminhando com altivez atrás dos soldados que a escoltavam.

Olhou discretamente ao redor. Então era aqui que o Exército rebelde se escondeu desde o fim da Guerra Civil? Reconheceu a área onde estava ao ver uma das montanhas próximas, estavam perto da fronteira norte com Moltóvia. Depois da montanha ficava Asgard, que mantinha suas tradições e modo de vida de séculos atrás.

Um leve empurrão indicou que deveria continuar andando. Chegou até a torre de observação e fitou o homem que mantinha um porte arrogante ao ditar ordens a seus homens, parou de falar ao ver a princesa.

—Bem vinda, Alteza. -a cumprimentou com deboche e indicou uma cadeira. -Sente-se, por favor!

—Dimitri Oleg Orloff, eu presumo. -disse a princesa sentando-se na cadeira oferecida. -Parece com seu pai, não apenas fisicamente...

—Aceitarei isso como um elogio.

—Não é um elogio. Seu pai era um criminoso de guerra!

—Os heróis e criminosos são ditados pelos vencedores da guerra. Se meu pai tivesse vencido, ele seria o rei de uma gloriosa Moltóvia!

—Seu pai queria apenas ser mais um ditadorzinho barato! Esqueceu do genocídio que ele promoveu nas nossas fronteiras durante a guerra? Eu não me esqueci!

Dimitri começou a rir e depois segurou Juliane pelo pescoço de maneira ameaçadora. Seu rosto era uma máscara de ódio e ira, e sua mão apertava seu pescoço, machucando-o.

—Logo se arrependerá do que diz. -a solta bruscamente, depois pega um controle remoto de uma TV e observa a mulher que esfregava o pescoço agora marcado e dolorido. -Você é notícia no mundo, alteza. E não é mais nas colunas sociais.

Na TV, notícias de seu sequestro. O pronunciamento de seu primo Leopold e em seguida ele desliga a TV.

—Ah, Leopold me espanta por seu talento para dramas. Vamos nos dar muito bem em nossa sociedade!

—Do que está falando? -perguntou confusa.

—Com sua morte, quem ascenderá ao trono? -Juliane o encara incrédula. -Que dia será amanhã, Andrej?

—Sete de maio, senhor.

—Bem...amanhã pela manhã...em rede internacional de TV, você será executada. -explicou o plano. -Ah, sim...Para o mundo, você foi morta por uma facção terrorista qualquer. Talvez mulçumana, já que todos colocam a culpa de tudo nos árabes hoje em dia. Esse histerismo promovido pelos americanos veio realmente em boa hora.

—O meu povo jamais sucumbirá a este plano! Serão descobertos!

—Talvez...mas você estará morta! -tocou em seu rosto. -Que pena...tão linda! Leve-a ao seus aposentos!

Os soldados a levaram para fora da torre.

—Andrej?

—Sim, General?

—Providencie que ela seja limpa. Mande aquele vestido verde que eu trouxe para a minha convidada. Que mal há em desfrutar da sua companhia logo mais à noite? -deu um sorriso malicioso.

—Sim senhor.

Um homem observava discretamente o General e saiu da sala. Precisava avisar seus superiores.

 

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Horas mais tarde...Santuário.

Saga vestia sua armadura, havia recebido autorização do Santuário para agir, depois que Aiolos explicou a Atena a situação. Mas seu coração estava inquieto. Sentia que Juliane precisava de sua ajuda, queria protegê-la, mas a falta de notícias ou informações o estavam deixando louco.

Ouviu passos e Vassilou entrou na sala, segurando seu elmo nas mãos.

—Aqui, senhor. Pretende usá-lo?

Saga observou o elmo e o devolveu a Vassilou.

—Acho que fico melhor sem ele.

—Realmente, quem o projetou não entendia de designer. -e o colocou sobre o altar onde a armadura ficava.

—Foi Atena quem fez o designer das armaduras, Vassilou! –comentou sorrindo.

Vassilou deu os ombros e pegou uma carta em seu bolso.

—Mestre Saga, um mensageiro do Santuário entregou isso há alguns minutos.

Saga a abriu. Um dos espiões do Santuário havia descoberto onde ela estava.

—Aparentemente, a rede de informações do Santuário possuiu agentes infiltrados em vários grupos terroristas, não? -indagou Vassilou.

—Ares gostava de ter o controle delas. -Saga suspirou e o encarou. -Leu uma mensagem particular dirigida a mim?

—Sim.

—Vassilou!

—Não tem que salvar sua dama? -perguntou o servo, mudando de assunto.

—Sim. -Saga sorriu.

—Mestre Saga...boa sorte!

Saga assentiu com a cabeça, saindo da casa de Gêmeos.

—Estou indo... -murmurou. –Me espere.

 

Continua...



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