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História A Princesa e o Cavaleiro - Resgate


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 7 - Resgate


Juliane havia olhado em todos os cantos da cela que ocupava na esperança de encontrar algo que pudesse usar para ajudá-la a fugir ou como uma possível arma. Não havia encontrado nada, até olhar debaixo da cama. Retirou o colchão e depois usando toda a sua força, soltou uma das molas enferrujadas. Com o esforço caiu sentada no chão violentamente, soltando um gritinho.

Apesar da dor que sentia pela queda nada digna de uma princesa, sorriu satisfeita com sua conquista. Havia conseguido uma arma. Ouviu passos pelo corredor e tratou de recolocar o colchão no lugar e sentou-se nele como se nada houvesse ocorrido, escondendo na parte de trás de suas roupas, o gancho feito com a mola.

A porta foi aberta e Andrej entrou, trazendo uma bandeja em uma mão e um vestido na outra. Colocou o vestido verde sobre uma cadeira e a bandeja no criado mudo ao lado da cama.

—Vou trazer o que precisar para a sua toalete. Coma. -ordenou.

—Aquele vestido? -ela perguntou.

—O General quer que o use quando for jantar com ele mais tarde. -disse-lhe com um sorriso malicioso.

—Diga ao General que eu recuso seu convite para o jantar. Para me levar a sua presença teria que ser morta! -avisou mordaz, com a mão atrás do corpo, segurando o gancho.

—Não teste a paciência do General, Alteza. -Andrej colocou a mão sobre o criado mudo e a outra na cintura ao encará-la. -Não iria gostar de vê-lo furioso.

—Ele pode ir para o inferno! -falando assim, acertou a mão de Andrej com a parte pontiaguda do gancho, cravando em sua carne.

Andrej gritou pela dor, baixando sua defesa, tentando arrancar o gancho da mão. A princesa aproveitou a chance e pegou a arma que o capanga carregava na cintura e apontou para a testa do mesmo.

—Plavov me ensinou a usar uma destas. -avisou engatilhando. -Não teste a minha paciência.

 

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Na Torre da Base.

—General! -um soldado apareceu correndo, avisando seu superior. -Temos problemas com sua hóspede.

—Problemas? -Dimitri ergueu uma sobrancelha, seguindo o soldado.

Chegando em um dos corredores da base, avistou a princesa, mantendo Andrej como refém do cano de sua arma. Soldados os cercavam.

—Quero ir embora agora! Ou eu...

—Ou o que? Vai matá-lo?

Dimitri zombou e depois sacou sua arma disparando contra a cabeça de Andrej. O sangue espirrou no rosto de Juliane, que em choque deixou o corpo sem vida escorregar para o chão. O general aproximou-se e calmamente a desarmou, para em seguida desferir com toda raiva um tapa em seu rosto, machucando-o.

—Viu o que me obrigou a fazer? -ele a segurou pelo braço e a jogou para um de seus homens. -Levem –na!

 

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Moltóvia...Kóscia.

Em frente ao Palácio real, dois homens recém chegados avaliam o local, procurando um meio de burlar a segurança e entrar.

—Tem alguma ideia? -Kanon pergunta a Aiolos, que olhava para a multidão.

—Todos estão aflitos por notícias. A rainha deveria aparecer, pois pelo o que entendo um líder tem que demonstrar força diante das adversidades. -comentou.

—O que está supondo?

—Que seu irmão tem razão em desconfiar do tal duque. -começou a andar. -Vamos entrar pelos fundos.

—Isso é clichê. Quer invadir um lugar, entra pelos fundos?

—O que sugere? Vestir nossas armaduras e detonar a entrada do palácio?

—Hum... -ficou pensativo.

—Eu estava brincando! Não leve a sério isso!

—Vamos pela frente. -Kanon observava dois soldados se distanciando, para fumarem. -Eles tem a nossa altura, não?

Quinze minutos depois, Kanon e Aiolos vestidos como soldados da guarda real, após nocautearem os antigos donos dos uniformes e escondê-los nos jardins, entravam pelo portão principal.

Os soldados ali estavam mais preocupados em controlar a multidão de repórteres e curiosos, para prestarem atenção nos dois, e assim entraram sem muitos problemas.

Já dentro do Palácio, Kanon se vangloria de seu plano ter dado certo.

—Não falei que seria fácil? -sorrindo.

—Bem...

—Ei, vocês dois! -um dos soldados os chamou. -Desde quando a guarda real deixa seus soldados usarem um cabelo comprido assim? Parem e se identifiquem!

—Nunca ouviu falar de tesoura? -Aiolos perguntou.

—Não fale do meu cabelo! Eu não falo do seu! E as garotas adoram os meus cabelos! -Kanon se defendeu.

—Parem! -ordenou o soldado, sendo seguido por outros.

—Vamos dar um jeito neles e procurar a rainha! -sugeriu Kanon.

—Bater nos guardas não é a solução! Estamos aqui para ajudar e não criar mais confusão!

—O que sugere? Correr? -perguntou Kanon.

—Correr! -Aiolos na dianteira, para o andar superior do Palácio.

Facilmente despistaram os guardas, entrando em um dos enormes aposentos do Palácio.

—E seria fácil. -Aiolos ironizou.

—Estamos aqui, certo?

—Com a guarda no nosso pé! -bufou o sagitariano e depois ergueu a mão. -Psiu!

—Não faça “psiu” para mim! -Kanon respondeu nervoso.

—Quieto! Estou ouvindo vozes! -sussurrou, escondendo-se atrás de uma cortina enorme, arrastando Kanon com ele.

—Certifique-se que ela não saia do seu quarto, até que tudo termine. -era o duque de Volzemburg que falava com um homem fardado.

—Sim, sua alteza! Mas, e se Plavov quiser...

—Dele cuido depois. No momento ele está destituído de seu poder. -respondeu. -É necessário que todos pensem que a rainha está doente por tudo o que aconteceu!

—Sim!

Os dois cavaleiros observaram o duque afastar-se, e olharam para o soldado de guarda em frente a um dos quartos. Sorriram...aquilo nem teria graça.

A Rainha Alexandra estava indignada pelo tratamento que estava recebendo em seu próprio Palácio. Andava furiosa de um lado para outro do quarto, parou ao ouvir um baque surdo, como alguém caísse. A porta abriu-se e dois rapazes entraram rapidamente, arrastando um terceiro caído.

—Por Deus! O que significa isso? -a rainha perguntou perplexa.

—Hã...um resgate? -Kanon perguntou a Aiolos.

—Viemos ajudá-la.

—E quem são vocês? -a rainha indagou nem um pouco convencida.

—Somos amigos de sua neta. -respondeu Aiolos.

—O que disse? -Alexandra ficou espantada. -Poderia repetir isso, meu jovem?

—Depois. -pediu Aiolos. -Tem um golpe de Estado velado acontecendo aqui.

—Aquele imprestável do Leopold! Se não fosse meu sobrinho em terceiro grau eu o teria expulsado do reino há mais tempo. Deveria ter feito isso! -Alexandra disse furiosa. -Vocês fazem parte de qual agência? CIA? O serviço secreto de Moltóvia?

—Digamos que fazemos parte de uma organização parecida. -Kanon respondeu estendendo a mão para a rainha. -Vamos, Majestade?

—Vamos protegê-la. -assegurou Aiolos. -Temos que levá-La até a imprensa lá fora!

—E eu seria louca de recusar o convite de ficar sob a proteção de dois jovens tão corajosos quanto bonitos! -Alexandra pegou na mão de Kanon. -Amigos de minha neta? Ela soube escolher os amigos. Mas...tem notícias da minha menina?

—Ainda não. -respondeu Kanon. -Mas conhecendo meu irmão...logo teremos boas notícias.

 

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Encolhida em um canto do quarto que era a sua cela, Juliane ficava imaginando seu destino. Com certeza morreria. Mas não lamentava. Se iria ser executada, não daria aos seus carrascos o prazer de vê-la abaixar a cabeça.

Seus pensamentos a levaram para o dia mais feliz da sua vida. Quando compartilhou aquela tarde com Saga. A festa de noivado na vila, o banho de mar...os momentos de amor que tiveram na antiga casa que morou.

Deu um sorriso triste, aquelas lembranças a acompanhariam em seus últimos momentos.

—Só lamento que pense que eu menti para você... -refletia, pensando em Saga. -E não pude dizer o que realmente eu sinto...o que despertou em mim.

Abraçou as pernas, aguardando...era uma questão de tempo.

 

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Em um dos corredores do Palácio.

—Tem guardas ali na frente! -Aiolos avisou, espreitando por um dos corredores.

—Por Deus. São fiéis soldados da Família Real! Por que não posso pedir que nos escoltem até a saída? -perguntou a rainha.

—Psiu! -Kanon pediu e a rainha pensou em protestar, mas calou-se ao ver Leopold conversando com um homem, de roupas brancas.

—E vai parecer ataque cardíaco? -indagou.

—Sim, Alteza! -respondeu o homem de branco.

—É o que preciso. A princesa morta por terroristas rebeldes, a rainha sucumbindo à dor da triste e trágica notícia...e eu aparecendo como salvador, punindo os responsáveis por tanta tristeza! -começou a rir e depois dirigiu-se aos soldados. -Assim que Plavov chegar ao Palácio, escoltem-no até os alojamentos. Ele e seus homens!

—Sim Alteza!

—Aquele miserável... -Alexandra ia sair do esconderijo e dizer umas boas para Leopold, mas Kanon a segura, tampando sua boca.

—Com todo respeito, Majestade. Não é hora para chiliques! -avisou o geminiano.

—Vamos por aqui. -Aiolos indicou outro corredor e entraram em um escritório.

—Este lugar é imenso! -suspirou Kanon.

—Este é o meu gabinete! -avisou a rainha. -Aqui, praticamente governo Moltóvia.

Kanon foi até a janela e chamou Aiolos.

—A imprensa está acampada na entrada do castelo.

—Não sabemos quais soldados são fiéis ao duque ou a rainha. -ponderou Aiolos.

—Dá pra sair pela janela tranquilamente e levá-la até as câmeras!

—Com licença! -a rainha os chamou. -Eu não vou pular uma janela! Estamos no quarto andar!

—Você a carrega. -avisou Aiolos.

—Por que eu?

—Você deu a ideia e é seu irmão que está apaixonado pela neta dela!

—Esperem um pouco! -a rainha colocou as mãos na cintura. -Do que falam? Exijo uma explicação, neste momento!

—Hã...

—Você falou demais! -Kanon disse irritado.

—Depois, sim? -o sagitariano pediu, abrindo a janela. -Vamos?

—Mas é claro que eu não irei...OHHH! -A rainha exclamou, quando sem muita paciência, Kanon a pegou no colo. -Isso é um ultraje! Eu...

As reclamações dela foram interrompidas por seu grito de susto, quando o cavaleiro saltou da janela com ela, chegando ao chão com a leveza de um felino, seguidos por Aiolos.

—Isso é algo que não se vê sempre! -Alexandra comentou, arrumando suas roupas. -Senhores...acompanhar-me-iam até a presença dos repórteres?

—Seria uma honra, Majestade. -Aiolos respondeu.

—Vamos? -Kanon ofereceu seu braço a rainha que aceitou.

—Agora...me diga rapaz. Fale-me desta história sobre o seu irmão e minha neta.

 

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Norte de Kóscia.

Ele havia chegado com a ajuda de homens que secretamente serviam ao Santuário e Atena, até aquela região. Seguiu o caminho indicado pelo deserto de neve e rochas, até a base abandonada da OTAN. Este lugar ocupava um ponto estratégico no auge da Guerra Fria, para os países capitalistas, depois se tornou da OTAN, até ser fechada devido aos cortes de verbas. Agora, era o refúgio de criminosos.

No entanto, observando o movimento de soldados, tanques e armas, nada daquilo o preocupava. E sim em determinar onde ela se encontrava, se estava bem. Imaginava se a sua entrada repentina na base não causaria danos que pudessem atingi-la. Jamais se perdoaria se acaso ela se ferisse em sua investida.

Foi aí que sentiu seu Cosmo. Todos os seres possuíam um...o dela era suave...era ela.

Não iria esperar mais...com passos decididos, usando sua armadura dourada que brilhava devido aos raios do sol daquele final de dia, caminhou decidido até a base.

—Sente-se minha querida. -Dimitri indicou uma cadeira para que ela se sentasse.

—O que quer de mim, agora? -perguntou com desprezo.

—Sua doce companhia durante o jantar mais tarde. -a olhou dos pés à cabeça. -Este vestido realmente ficou muito bem em você. A cor realça seus olhos e a cor de seus cabelos.

—Não me trouxe aqui apenas para me admirar. Fale o que quer!

—Assistir aos noticiários. -ligou a TV. -Seu primo fará um pronunciamento e...

—Vovó! -Juliane espantou-se ao ver quem eram os dois homens ao lado de sua avó. -Eles...

—Que?

A Rainha fazia um pronunciamento, denunciando a tentativa de seu sobrinho, o Duque Leopold de Volzemburg, de usurpar o trono. De atentar contra a sua vida. Assistiram a crescente confusão que o pronunciamento causara, fazendo com que soldados armados invadissem o Palácio atrás dos traidores.

—Aquele idiota estragou tudo! -Dimitri jogou o controle contra a TV furioso. -Era para ter matado essa velha senil há tempos!

—Que pena, não é? -Juliane comentou irônica.

—Nem tudo está perdido, Alteza! Ainda farei a nação chorar pela sua morte! -Dimitri ia sacar sua automática, quando de repente sucessivas explosões aconteciam na base. -Mas que diabos?

—Estamos sob ataque! -uma voz no rádio avisava.

—Quem está atacando? O Exército da Rainha? -Dimitri perguntou, ainda não acreditando que pudessem ter chegado ali tão rápido.

—N-não...é um homem! -o soldado respondeu apavorado.

—O que disse?!

—Que apenas um homem, usando uma armadura...está destruindo tudo!

—Como pode um homem destruir um exército! Idiota! Matem-no! -ordenou o rebelde descontrolado.

—Impossível! Ele não é humano! -a ligação cessou.

—Fale comigo! Câmbio! -furioso, arrancou o comunicador da mesa de comando. Em seguida, foi até a princesa e a pegou pelo braço. -Você vem comigo!

Com um gesto, chamou outros soldados e desceram para a entrada principal da Torre. Quando alcançaram o piso térreo, a porta foi destruída por uma potente explosão, que sucedeu um facho de luz dourada.

Então, todos observaram admirados, outros temerosos de sua vida, o homem de olhos azuis, que brilhavam com fúria. Usando uma armadura dourada entrou no salão como se nada e ninguém pudessem detê-lo, e realmente ali, não havia ninguém que pudesse se opor a ele. Juliane arregalou os olhos, sentiu seu coração falhar uma vez para disparar em seguida de emoção, ao ver quem era.

—Saga... -murmurou, com os olhos rasos d'água.

 

Continua...



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