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História A Princesa Perdida - 15 anos depois


Escrita por: Clarexa

Capítulo 2 - 15 anos depois


Juliette foi sequestrada por seu meio-irmão, Klaus, quando era apenas um bebê no dia em que viera ao mundo. Ela herdara os olhos castanho claro do pai, a pele morena e o pequeno rosto em forma de coração de sua mãe, no entanto, seus cabelos se tornaram negros como carvão.

Faltava quase três meses para o aniversário da princesa, Klaus estava no bosque,caçando. Os dois moravam num barracão localizado num clareira da floresta de Tiham; Ele nunca contara a ela o verdadeiro motivo para morarem sem os pais. "Eles estão a viajar pelo mundo, creio que estejam na Estólia" - Ele sempre dizia - Toda noite, cavalos selvagens pastavam nos arredores da clareira. Coisa que Juliette observava abismada e encantada. A tempos Klaus a ensinava a amansar alguns deles, até que, certa noite, ela se aproximou de um deles, este era um cavalo castanho claro, ele deu um coice nela com a cabeça, ela voou alto e caiu em cima dele, que começou a galopar.

– Está a salvo, criança. - Juliette se assustou, achou que batera forte com a cabeça na queda, pois como poderia um cavalo falar? Passado a vertigem da queda ela se acalmou e perguntou:

– Como é seu nome? - Ela perguntou, assustada e gaguejante.

– Yrtan, senhorita. E como se chama, pobre menina?

– Laika. - Este era o nome que Klaus fez a garota achar que tinha. - Aonde está me levando?

– Creio que não saiba da verdade.

– Como assim? Que verdade?

– Aquele rapaz com quem vive mentiu para você.

– Quem, o Ophraim?

– O nome dele não é Ophraim! É Klaus de Trevan.

– Klaus de Trevan? - ela balbuciou.

– Ele é filho da rainha Márie.

– Mas se ele se chama Klaus, então qual é meu nome?

– Não sei dizer, senhorita.

– Mas me diga, aonde está me levando?

– Até o reino de Caríde.

– É longe?

– Não, senhorita, mas levará a noite toda, deite-se e que tenha uma boa noite de sono.

– Obrigada, Yrtan.

– Disponha, senhorita. Pela manhã, tentarei obter alimentos para você, tenho alguns amigos que adorariam te ajudar.

O sol estava fazendo seus olhos arderem, quando ela se ajeitou em cima do cavalo, ela viu que estavam se aproximando de um reino.

– Bom dia, senhorita. Falta pouco pelo que pode ver.

– Obrigada por me trazer até aqui. - ela sussurrou no ouvido dele.

Conforme eles se aproximaram, perceberam que o reino não parecia ser animado nem feliz, e que o povo vivia na pobreza. Quando eles adentraram, Yrtan permaneceu calado, isso deixou Juliette com medo, mas os dois seguiram caminho calmamente, nisso, ao chegarem numa barraca, ela não sabia ao certo, mas poderia julgar que o cavalo estava sorrindo.

– Aqui é seguro. - Ele disse.

– Tem certeza?

– Eu tenho amigos aqui, não se preocupe. - Ele se aproximou de uma porta de madeira. - Lizen! - Ele chamou. Uma menina de mais ou menos da idade de Juliette o atendeu, ela o abraçou assim que a porta se abrira.

– Yrtan! - Ela exclamou, sorrindo. - Que saudade, menino. Por onde andou?

– Andei acompanhando esta menina.

– E como é o seu nome? - Perguntou Lizen.

– Meu nome é Laika.

– Prazer. Meu nome é Lizen. Entre, por favor. Yrtan provavelmente irá pastar ali nos fundos.

As duas entraram num cômodo pequeno, havia uma bacia com água que servia como um lavabo. E o forno a lenha ainda estava com a brasa a queimar. Lizen tirou alguns pães dali, os colocou num prato e deu a Juliette junto com uma xícara de chá de camomila.

– Obrigada. - Juliette agradeceu.

– São pães de queijo. Meu pai é o padeiro do reino.

– São muito bons. - Disse Juliette, com a boca cheia. Lizen riu. - Sabe onde fica o reino de Trevan?

– Fica no sul da Estólia. É muito chão até lá e você ainda tem que passar pelo deserto de Somera. O reino mais próximo daqui é o de Kalífe. Fica a alguns quilômetros, mas dá pra sair daqui agora e chegar lá em uma hora.

– Obrigada Lizen, poderia me dar mais alguns pães para eu comer durante a viagem?

– Sim. - Eu lhe dei minha bolsa transpassada, onde ela colocou uns 15 pães de queijo e duas garrafas térmicas, uma para o chá mate e outra para a água.

– Muito obrigada mesmo, não sabe como me ajudou.

– Imagina. - Ela sorriu. - Eu é quem agradeço. - Ela foi até um jarro de barro no alto de uma estante e de lá tirou uma quantia em dinheiro. - Tome, você precisa.

– Obrigada Lizen.

A aquela altura Yrtan já tinha estava satisfeito o suficiente de pastar e estava esperando Juliette na porta. Ela aprontou o cavalo para a viagem, se despediu de Lizen e seguiu viagem para o próximo reino.

Já estava escurecendo quando avistaram Kalífe. Ela estava muito cansada e exausta, quase dormindo sob o cavalo. Ele sentiu pena dela e não se deu ao trabalho de acorda-la até pararem na porta de um albergue.

– Senhorita...

– O que foi?

– Chegamos, entre aqui para descasar, amanhã eu venho te encontrar.

– Obrigada. - Disse ela, bocejando. Ela desceu do cavalo com a bolsa, entrou no albergue, pagou para passar a noite, entrou no quarto e pôde jurar que em questão de segundos, quando se deitou que ela acabou dormindo. Acordou na manhã seguinte e comeu os pães e bebeu o chá que Lizen fizera a gentileza de lhe dar no dia anterior.

Ao sair, agradeceu aos donos pela hospedagem e se fora, novamente cavalgando no garanhão.


 

Os dois adentraram uma floresta densa e espinhenta, que estava machucando e causando sangramentos leves em Yrtan, que para proteger a menina, andava abaixado.

– Acho que deve se cobrir com o cobertor para não se machucar entre os espinhos.

– Obrigada. – Agradeceu Juliette, sorrindo. Fazendo logo em seguida o que o cavalo lhe pedira. Ela se cobriu com um tecido grande e longo que chamavam de feltro. Ela suspirou quando uma brisa gelada bateu em seu rosto. Apesar de ser de dia, a floresta densa fazia aparentar ser de noite, como se cinco minutos adentrando-a tivessem sido na verdade um dia inteiro.

De repente, quando já haviam adentrado por pelo menos meia hora, Yrtan levantou a cabeça de súbito, mexendo o focinho e as orelhas como se sentisse uma presença a certa distância.

– O que foi? – Juliette sussurrou em seu ouvido.

– Abaixe-se menina, acho que não estamos sozinhos. – Juliette o fez, nesse momento, uma flecha acertou uma árvore onde, há dois segundos a menina estava na frente. Yrtan começou a correr com todas as suas forças, ela se agarrou ao pescoço dele até que ela ouviu um estrondo e desmaiou.

Ao recobrar a consciência, Juliette estava numa espécie de cela pequena toda murada com pedras. Seus braços e pernas estavam enfaixados. Ela ouviu o ranger de uma porta se abrir, nisso engoliu em seco e viu alguns homens de armadura aparecerem, o último que entrara era um garoto de cabelos tão louros que passava a impressão de serem cinza, branco como papel e musculoso, ela se apavorou ao perceber que era Klaus.

– Laika! – Ele a abraçou. – Por que fugiu de casa?

– Mentiroso! – Ela lutava para que ele a largasse. Lhe feriu um soco no rosto, acertando o queixo dele, que surpreendentemente estava a dar uma gostosa gargalhada.

– Por que disso irmãzinha?

– Você mentiu para mim esse tempo todo, Klaus!

– Vejo que aquele traidor do seu amigo equino lhe contou uma parte da verdade.

Juliette sentiu os olhos se encherem de lágrimas ao pensar no que poderia ter acontecido a Yrtan.

– Voc... Você o matou?

Um dos homens de Klaus mostrou o cavalo, ou melhor, a cabeça do cavalo. Juliette gritou de horror ao ver uma haste de metal entrando pelo queixo e saindo pelo crânio do animal.

– Acho que isso responde a sua pergunta. – Disse ele, sorrindo de forma fria.

– NÃO! – Juliette berrou, incrédula quanto ao que acabara de ver. – Klaus, eu entendo que queira me manter presa aqui, mas porque o matou?

– Não sou tolo, irmãzinha. Você poderia muito bem fugir novamente.

– Onde estou?

– No meu castelo. – Ele enfatizou “meu”. – Mais precisamente, numa das celas do calabouço.

– E pretende me trancafiar aqui até que eu adoeça e morra?

– Não é o que eu quero, mas você teria de colaborar.

– E por que eu deveria colaborar sendo que você mesmo não o faz?

– Por que aí eu te conto o que aconteceu com seus pais. – Os pelos da nuca de Juliette se eriçaram, um arrepio correu por todo o seu corpo.

– Não disse você em outra ocasião que eles estavam viajando?

– Sim, eu disse. Mas não estão fora. Eles estão no castelo deles, em Haram.

– Qual é o meu nome verdadeiro, se não é Laikaterina? – Laika era o diminutivo de seu “nome”

– Juliette Marguerita Collosera Laikaterina Henriqueta Honoria Gabriela Santa Isabel Annabelle Kestrel Ikham de Haram.

– Espera aí, eu já ouvi falar em um desses nomes... Ikham. É o nome de uma ninfa, a líder das ninfas.

– Sabia que no meu reino existem sereias? – Disse Klaus, sorrindo.

– Tá brincando? – Exclamou Juliette, rindo. Ela já estava mais calma a aquela altura.

– Não, não estou. Minha futura esposa É uma sereia.

– Tá dizendo que meus sobrinhos serão peixinhos?

– Acho que estou. O nome dela é Laikaterina.

– Por isso me fez pensar que este era o meu nome? Como uma forma de homenagear uma pessoa que ama?

– Sim, por que não? Além do mais, para chegar até aqui, você não tem de passar apenas pelo deserto, você também passa pelo mar Gter,ou será que nem isto as pessoas lhe contaram?

– Não.

– Laikaterina pode te ajudar a voltar para casa. Mas antes, você degustará dos alimentos que meu reino tens a oferecer.

– Ainda tem notícias de nossa mãe?

– Não. Mas acho que ela vai gostar de vê-la.

– Venha. – Ele lhe estendeu a mão. Ela pegou ao mesmo tempo em que ele a conduziu aos jardins do castelo, onde havia uma mulher: alta, morena, ruiva, olhos azuis como as profundezas do oceano, lá estava a futura rainha de Trevan: Laikaterina. Estava contemplando as rosas vermelhas no canteiro. Ela tinha um sorriso simpático.

– Olá. – Disse ela, cumprimentando Juliette. - Esta é sua irmã, querido?

– Sim Laik.

– Sou Laikaterina, mas pode me chamar de Laika, Katerina ou como preferir.

– Prazer, sou Juliette.

– Como Klaus deve ter lhe contado, eu sou uma sereia. – Juliette assentiu. – Gostaria de conhecer as profundezas do mar Gter? Klaus disse que gostaria de rever sua família novamente.

– Sim, eu quero muito.

– Talvez queira visitar meu palácio de corais.

Juliette sorriu.

– Mas como eu poderia respirar embaixo d’água?

– Sereias podem dar esse dom á quem elas confiarem.

– Então... Se você quiser, eu poderei respirar embaixo d’água?

– Sim, porque já tem esse dom. Se quiser, posso até deixar você ter uma cauda.

– O quê? – Exclamou Juliette, surpresa.

– É muito simples, você pensa numa cor e a cauda surgirá naquela cor.

– Então, se eu pensar em vermelho, a cauda pode surgir na cor vermelha.

– Basicamente isso.

– Então, eu posso ir agora?

Klaus e Laikaterina sorriram.

– Passe por aquela fresta. – Disse Laikaterina, apontando para um buraco próximo do canteiro de flores. - Ela vai em direção ao oceano.


Notas Finais


Oq acharam?


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