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História A profecia - Pesadelos


Escrita por: Kmuzumaki

Notas do Autor


Heeeeey! Adivinhem quem está de volta!? Faz muito tempo, né? Peço desculpa (isso caso alguém notou que eu sumi), não vou gastar muito tempo dando explicações, vamos direto ao capítulo! Espero que gostem e boa leitura!

Dica: entre aspas e parênteses, é o passado

Capítulo 38 - Pesadelos


Floresta         

Sasuke não tirava os olhos de Sakura. Ela dormia encolhida apoiada numa árvore e Naruto estava ao seu lado, fazendo um leve carinho na cabeleira rosada – carinho que na opinião de Sasuke não era nada necessário. Ela tremia e apesar de ser uma noite fria, não era esse o motivo de sua tremedeira, a Senju apertava os olhos, soltando de tempos em tempos gemidos e palavras desconexas que demonstravam sofrimento. O Uchiha estava ponderando havia muitos minutos acordá-la sem saber se devia fazê-lo, quando finalmente tomou sua decisão e fez menção de se levantar e ir até ela, Naruto se pronunciou.

- Ela tem pesadelos – O loiro disse como se lesse seus pensamentos – Não sei quando começou, mas desde que a conheço nunca a vi dormindo uma noite inteira sem acordar gritando. Até diria que essa é uma boa noite comparada às outras.

- Por que? – Sasuke se viu perguntando, quase como que preocupado com a resposta – Com o que ela sonha?

Naruto encolheu os ombros.

- Não faço ideia. Ela nunca disse e eu acho melhor não perguntar.

Os dois voltaram a ficar em silêncio e Sasuke desviou o olhar para a fogueira.

- Não me interesso em saber o que a Sakura fez vindo de outra pessoa – Disse frio - Quando ela quiser me contar, eu vou estar aqui.

A mulher ruiva riu como se ele tivesse dito uma grande piada. Ele sentiu o sangue ferver em suas veias, quem aquela bruxa achava que era para falar de Sakura!?

- Ah, Sasukezinho... você é uma graça, sabia? – Ela aproximou o rosto do seu, Sasuke se manteve imóvel mas fechou as mãos em punho – Humanos são tão tolos... Acha que ela vai te contar algo? Que ela confia em você? Sakura não é aquela criança que você conheceu. Acha que serão amigos? – Nessa hora Sasuke mordeu a língua. Não, não a queria como amiga. A queria como mulher, como esposa, como mãe de seus filhos - Pois escute bem: - Ela segurou seu rosto e colou os lábios em seu ouvido - Você é só uma peça no jogo dela. E ela é uma marionete no meu espetáculo. Então, Uchiha Sasuke, vou te contar a verdade sobre Haruno Sakura”.

O Uchiha balançou a cabeça, tentando tirar aquilo de seus pensamentos, a mulher tinha dito Haruno, não Senju, o que aquilo significava? Voltou a encarar Sakura dormindo. Seu rosto iluminado pela luz da fogueira adquiria uma coloração dourada e a fazia parecer brilhar, o cabelo rosa tão incomum e marcante emoldurava seu rosto fino, alguns fios caindo sobre os olhos e a bochecha escondiam parte do seu rosto, os lábios estavam levemente abertos e o cenho levemente franzido. Aquela Sakura não poderia ter feito tudo o que aquela mulher disse que tinha feito. Não, não tinha. Não sua Sakura.

- Naruto – Sua voz saiu grave – Pode ir dormir, eu fico de olho na Sakura.

O loiro assentiu e lançou-lhe um olhar que significava que se qualquer coisa acontecesse com Sakura, devia acordá-lo, e levantou indo para outro canto, se arrumando perto de uma árvore. Sasuke percebeu que ele estava realmente cansado quando ele nem protestou e poucos minutos depois só se ouvia Naruto roncando, aquele dobe. Olhou para Sakura que tremia e suava, decidiu se aproximar dela agachando na frente da rosada, observando as feições delicadas transformadas em uma expressão de dor.

- ... eu não... quero – Sakura murmurou, a cabeça acompanhou sua voz, fazendo o movimento negativo – Não quero... não... não... não quero! – Ela estava ficando mais agitada, mexendo os braços, lutando contra algo invisível – Para... não, não! EU NÃO QUERO!

Ela acordou assustada quando Sasuke pousou a mão em seu ombro. Sakura o olhou com os olhos arregalados e úmidos. Não acreditou na fragilidade e na dor que aquele olhar transbordava, sua rosada parecia tão... perdida. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Sakura jogou-se em seus braços, derrubando ambos no chão. Sem saber o que fazer, Sasuke apenas a aceitou, envolvendo-a entre suas pernas e a apertando em seus braços, sentindo o peso e o calor do corpo de sua amiga de infância, seria uma sensação até gostosa, se não estivesse tão assustado e surpreso. Permaneceram assim por minutos, em silêncio. Sentia as batidas aceleradas do coração de Sakura normalizando a velocidade aos poucos e o cheiro estranhamente cítrico dos fios rosas enquanto ela mantinha o rosto afundado em seu peito. Foi a Senju quem se afastou primeiro, tirando lentamente os braços finos – e perigosos, ele acrescentou em mente – de torno do seu pescoço, voltando a encostar suas costas na árvore onde antes ela dormia apoiada. A rosada respirou fundo algumas vezes de olhos fechados, enquanto Sasuke já sentado na frente dela observava todos seus movimentos.

- Desculpa – A mulher quebrou o silêncio, abrindo os olhos, mas sem fitar o moreno – Eu... desculpa.

Depois de mais um curto silêncio, Sasuke se pronunciou.

- O que você sonhou?

- Nada – Ela se encolheu um pouco, dobrando os joelhos como se quisesse formar uma barreira entre ela e Sasuke.

- Como nada, Sakura? Naruto me disse que você sempre tem pesadelos. Por quê?

Ela fechou o rosto numa expressão de dor que quase o fez se arrepender de sua pergunta.

- Não é nada, Sasuke. Vai dormir, eu fico de vigia agora.

O moreno sentiu a raiva na garganta implorando para ser colocada pra fora. Queria confrontar Sakura com tudo que aquela bruxa ruiva havia dito sobre ela. Queria que ela lhe contasse sua história, contasse quem era de verdade. Queria ouvir seus segredos e seus medos, conhecer suas verdades e mentiras. Queria cuidar de Sakura. Mas precisava entender o que estava acontecendo antes de voltar a fazer parte da vida dela, antes que pudesse confiar plenamente nela.

- Você já pensou que contar isso pra alguém pode ser melhor? – O moreno disse.

Ela estreitou os olhos em sua direção e o Uchiha sustentou seu olhar. Eram belos olhos verdes, mas vazios. Sasuke pensou por um segundo ter visto um pingo de hesitação, então antes que confirmasse, a dureza voltou aos olhos antes tão familiares a si.

- E quem é você pra me falar sobre isso, Uchiha? Ninguém nunca soube nada de você – Ela retrucou. Sempre afiada, ele pensou.

Ele não disse mais nada, apenas segurou a firmeza dos olhos verdes nos seus inexpressivos. O fogo que refletia no olhar verde parecia queimar, mas seus olhos negros e frios não se deixavam derreter como qualquer outra pessoa deixaria. Esse jogo durou por lentos minutos silenciosos, até Sakura mais uma vez fechar os olhos e respirar fundo.

- Eu... eu não quero que elas me machuquem, Sasuke – A rosada disse quando ele já estava começando a achar que ela estava dormindo e tendo pesadelos novamente – Eu não quero esquecer de novo. Eu quero sentir, eu quero viver... eu quero a Sakura de volta. Aquela Sakura sonhadora, feliz, que você conheceu. Eu lembro dela às vezes e eu sinto muita saudade – Ela abriu os olhos e um par de lágrimas escorreu por eles - Por favor, Sasuke, não me deixa esquecer. Não deixa elas me pegarem, não deixa eu ir embora e... não vá embora. Eu me esqueci como é... eu... eu quero sentir de novo

O moreno arregalou os olhos ouvindo atentamente cada palavra. Esquecer? Ir embora? Ele ir embora? Ela fazia ideia de como ela a havia procurado? Fazia ideia de que ele nunca tinha parado de procurá-la desde que ela partira? De como ele tentara preencher o buraco que ela deixara com dinheiro, poder e até mesmo mulheres, sem nunca esquecer o par de olhos esmeraldas que o haviam ensinado o que era amor ainda na infância?

Como era uma criança na época em que Sakura fora embora, Sasuke não aceitara de jeito nenhum a partida da rosada. Passara dias mal-humorado trancado em seu quarto, se recusando a sair de lá até que Sakura voltasse para brincar com ele, nem mesmo sua mãe conseguira tirá-lo do quarto. E foi então que aconteceu. O massacre da família Uchiha. Culpa sua. Talvez se ele não agisse como uma criança mimada e estivesse brincando pela floresta como costumava fazer todos os dias, sem exceção, ele poderia ter visto os inimigos chegando – sempre fora uma criança esperta – e impedido a morte de todas as pessoas que amava. Mas não. E esse sempre foi seu maior arrependimento, sua pior dor. Inimigos tomaram o Palácio Uchiha e Itachi fugiu com Sasuke para longe. Uma criança cuidando de outra.

Cresceram como órfãos, Itachi era o responsável e cuidava pra que nunca faltasse nada à Sasuke. O Uchiha mais novo decidira que seu objetivo era conquistar novamente o Palácio Uchiha e vingar a morte de seus pais. Itachi também queria seu lar de volta, mas ele sempre fora o mais pacífico, não alimentava aquele rancor vingativo como Sasuke. Sem quebrar as tradições da família, os dois Uchihas treinavam o tempo todo, tendo em mente conseguir de volta a honra de seu clã. Cresceram como guerreiros, despertaram o sharingan e voltaram para pegar de volta o que era deles por direito. Foi o segundo massacre dentro daqueles muros. Os dois sozinhos mataram todos, não pouparam ninguém, sem remorsos ou piedade, vingaram seu clã e finalmente as coisas poderiam chegar o mais perto possível de ser como costumavam.

Mas depois do primeiro massacre Sasuke nunca fora o mesmo. Se tornara calado e não falava com ninguém, exceto com seu irmão. Se isolara do mundo, alimentando cada vez mais seu ódio pelos que destruíram sua vida. Crescera como um belo homem, mas sem sentimentos. Treinava com Itachi, mas assim que se enjoava, ia para tavernas e se deitava com mulheres. Cumpria suas obrigações dentro do Palácio Uchiha, mas não passavam disso, obrigações. Só havia uma pessoa que podia trazê-lo de volta, só havia uma que pessoa que podia salvá-lo. Mas essa pessoa o abandonara. Ele nunca mais vira Sakura e nunca conseguira esquecê-la.

Então conhecera Temari. Aquela Sabaku orgulhosa e corajosa, tão prepotente e arrogante quanto ele próprio. E, mais importante e intrigante ainda, vivia à procura de uma tal Senju Sakura. Foi quando voltou a viver, quando sua esperança renasceu e ele passou a procurá-la de volta. Ouviu rumores sobre uma tal Shi, uma linda lutadora que encantava e assustava todos por onde passava. Só podia ser Sakura.

E agora ali estava ele, encarando os olhos verdes com os quais sonhara tantas noites. Ir embora? Jamais.

Sem que percebesse, Sasuke aproximou-se da rosada. Os olhos dela arregalados imploravam por socorro, lágrimas escorriam lentamente deles e o moreno se viu secando-as com os polegares. Apoiou a mão na bochecha macia ao toque, sentindo as lágrimas quentes molharem seu dedo, enquanto a outra mão empurrava com delicadeza uma mecha rosa para trás da orelha de Sakura. Observou-a de perto. E viu a Sakura que conhecera guardada bem no fundo de Shi.

“A garotinha chorava de soluçar alto e Sasuke não sabia o que fazer. Pousou a pequena mão no ombro ossudo de sua amiga e agachou na frente dela.

- Calma, Sakura... – começou sem saber o que dizer – Foi só um corte, já já sara...

Ela levantou a cabeça e o encarou com seus grandes olhos verdes inundados em lágrimas, suas mãozinhas estavam sujas de sangue. O Uchiha ficou sem reação diante de tamanha demonstração de dor, então lembrou-se de algo que sua mãe fazia que sempre ajudava a dor a passar mais rápido.

Se aproximou cauteloso de Sakura e segurou o queixo fino da rosada com sua mão que quase tremia. No instante em que tocou a testa da Haruno com seus lábios frios, o choro cessou. Sakura o fitava de olhos arregalados, mas em silêncio, como se estivesse em transe parecia já ter esquecido a dor de segundos atrás.

- Eu vou te levar lá em casa pra minha mãe fazer um curativo, tá? – Sasuke perguntou e ela assentiu, incapaz de dizer algo.

Ele a ajudou a se levantar e em silêncio os dois foram até o Palácio Uchiha. Sua mãe estava no jardim, cuidando de suas amadas flores, mas assim que viu os dois chegando, tirou as luvas que usava para cuidar da terra e passou discretamente as mãos na barra do vestido levemente sujo de terra. Estranhou vendo-os assim tão quietos.

- Sakura se machucou, mamãe – Sasuke disse pela amiga que continuava em silêncio.

Mikoto a olhou curiosa, um pouco preocupada. Encontrou as pequenas mãos da rosada sujas de sangue e pediu ao filho que buscasse seu kit de primeiros socorros. Sasuke saiu correndo e quando voltou, encontrou Sakura rindo enquanto sua mãe sorria também. Assim que a Senju o viu, suas bochechas ficaram vermelhas e ela abaixou a cabeça envergonhada, sua mãe limitou-se a rir o mais discretamente possível, mas nada passava batido aos olhos do Uchiha mais novo.

- Do que estavam falando? – Ele perguntou direto.

Sakura não parecia nenhum pouco disposta a responder, mas sua mãe falou por ela.

- Sakura estava me contando sobre o garoto pela qual é apaixonada.

Sasuke estreitou os olhos na direção da rosada, incomodado com as palavras de sua mãe. Sakura não correspondeu seu olhar, o ignorando completamente. O moreno só foi capaz de dizer uma coisa.

- Hum.

E sem dizer mais nada, ele virou-se de volta para o Palácio, indo diretamente para seu quarto. A frase de sua mãe se repetiu incontáveis vezes na sua cabeça durante aquele dia”.

- Sasuke – Sakura começou – O que...?

Ele continuava apenas observando-a, nostálgico. Ela queria sentir? Ele a faria sentir.

Assim que seus lábios encostaram na testa de Sakura, o silêncio reinou. Nem mesmo Naruto parecia roncar mais. Só se ouvia a madeira estalando na fogueira. Sasuke sentiu o choque ao encostar na pele quente de Sakura. Não importava o calor que fosse, o moreno sempre estava frio. Abaixou a cabeça e sentiu a respiração quente da rosada em seu rosto, a mão que estava na bochecha escorregou para a nuca dela e a outra segurava uma mecha do cabelo rosa. Depositou um beijo na bochecha esquerda da Haruno e outro na direita e quando a fitou nos olhos identificou surpresa, fragilidade, incerteza e... o que era aquilo? Parecia quase como se quisesse que ele continuasse. Não houve tempo para pensar quando encostou seus lábios nos dela, num simples roçar que eriçou seus pelos da nuca e o fez desejar provar mais dos lábios quentes e macios. Ela suspirou assustada com o breve toque desconhecido e manteve as mãos soltas ao lado do corpo, sem saber o que fazer, sem se reconhecer, mantendo os olhos arregalados. Sasuke se afastou apenas o suficiente para que suas respirações se mesclassem.

- Feche os olhos – Ele pediu, a voz levemente mais rouca que o normal.

Contrariando tudo o que seus instintos diziam, Sakura obedeceu, atônita demais para sequer cogitar questioná-lo. O Uchiha a contemplou por mais alguns segundos, reconhecendo novamente a garotinha sensível e alegre que havia conhecido, e deixou escapar um pequeno sorriso de canto ao pensar que nunca em toda sua vida, ele imaginara ter Senju Sakura o obedecendo por livre e espontânea vontade. Aproximou a mecha que segurava em sua mão de seu nariz e respirou fundo o cheiro cítrico que ele exalava, parecia combinar bem com ela e talvez ele tivesse acabado de descobrir que esse era seu cheiro preferido. Soltou a mecha e desceu o nariz para o pescoço alvo, inalando o cheiro da pele delicada – o que era uma grande ironia, pois delicada seria a última palavra que usaria para Sakura. Ela não abriu os olhos e Sasuke sentiu os pelos dela se arrepiarem, não pôde evitar o sorriso de canto ao perceber que tinha algum efeito sobre ela. Depositou um beijo no pescoço de Sakura, tão leve e sutil quanto o vento, trilhando um caminho suave até o queixo dela, subindo devagar, beijando a pele macia, sentindo ela arrepiar-se sob o leve acariciar que seus dedos faziam na nuca dela. Então ele alcançou os lábios quentes novamente.

Beijou-a com todo o fervor e delicadeza que era capaz de transmitir e Sakura, surpresa com tamanho sentimento direcionado a si, pousou a mão no peito do moreno, com a intenção de afastá-lo, mas foi incapaz disso e sem que se desse conta, suas mãos apertaram com força o tecido da roupa dele e o puxaram mais em direção a si. Ele sorriu levando com os dentes o lábio inferior de Sakura, voltando logo para encontrar novamente os lábios macios. Quando sentiu a língua de Sasuke encostar suavemente em sua boca, a abriu de leve sem perceber e essa foi a brecha para que ele provasse profundamente o sabor da Senju, Futura Uchiha, ele completou em pensamento.

Sakura estava concentrada e completamente imersa na sensação que era se sentir adorada através da forma como Sasuke explorava sua boca. Não sabia bem o que fazer, mas tentava imitá-lo, se achando completamente inexperiente e atrapalhada. Por que estava tão nervosa?

Sasuke abraçou-a com força, sentindo a insegurança que ela exalava, insegurança que ele sentia vontade de dissipar. Como era possível que ela o transformasse de tal maneira somente com sua presença? Tudo que ele lutara por anos para ser, para esquecer, para construir... ela derrubava tudo, absolutamente tudo. Foi ele que suspirou quando suas línguas se encostaram e ela que se assustou quando ouviu algo se mexendo na grama. Empurrou Sasuke por reflexo e olhou na direção de Naruto, que apenas virou para o outro lado, dando as costas para ela e o Uchiha. Ele apoiou as duas mãos na árvore ao lado da cabeça de Sakura e encostou a testa na dela.

Se encararam de perto em silêncio.

- Sasuke... – Ela começou, mas não encontrou nada pra dizer, então virou o rosto para o lado, encarando o braço dele, fazendo suas testas se afastarem.

-  Vai dormir, Senju – Sasuke disse – Ainda é meu turno.

Ele tirou os braços que a cercavam e encostou numa árvore ao lado dela. A rosada suspirou sem saber como agir, aquela não era ela, não era Shi. Quem ela era? Era a Sakura de Sasuke e Itachi, a Saky de Temari e Gaara ou Shi? Quem era ela? Olhou de lado para o Uchiha. Talvez ela pudesse ser algo novo.

- Sasuke... – Ela começou novamente e ele virou para olhá-la – Eu posso... ficar com você?

Sem demonstrar sua surpresa, ele assentiu com a cabeça e a rosada se levantou e foi para perto do moreno, arranjando espaço entre as pernas do mesmo apoiando a cabeça no peito do Uchiha. Ele depositou um casto beijo no topo da cabeleira rosada e ela fechou os olhos. Não houve mais pesadelos pelo resto da madrugada.

 

 

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Templo de Fogo         

Hinata sorriu, pegando Yuki no colo. Fez uma careta engraçada para o bebê que a devolveu um leve sorriso desdentado. Ele era tão lindo! Era Asuma todinho, porém possuía os olhos vermelhos de Kurenai. Era um bebê fácil de fazer sorrir, que quando não estava dormindo, observava tudo com os grandes olhos brilhantes, era um bebê consideravelmente grande, tinha os dedos gordinhos e assim que ela o segurou, os dedinhos procuraram seu cabelo e seguraram firmemente uma mecha dos fios azulados, a outra mão dele pousou no colo dos seus seios. A Hyuuga começou a balançar de leve o corpo, ninando Yuki e não demorou para que ele fechasse os olhinhos. Ela ficou observando-o, apreciando a beleza e a delicadeza de seu afilhado, podia passar dias somente o olhando, sem comer nem dormir, só o admirando. Soltou um sorriso ao imaginar-se mãe.

- Hinata! Eu est... – Neji invadiu o quarto de Yuki, mas calou-se quando o viu dormindo – Eu estava te procurando – Ele disse mais baixo – Vamos começar seu treinamento o mais rápido possível.

A perolada olhou mais uma vez para a criança em seus braços, não queria soltá-lo.

- Eu já encontro você, só me deixe colocar Yuki no berço – Ela respondeu e viu Neji sair do quarto.

Ninou um pouco mais o novo Sarutobi e depois colocou-o delicadamente no berço. Antes de sair do quarto, olhou em volta e sorriu, aquele costumava ser seu quarto quando era bem pequena. Olhou para o velho guarda-roupa de madeira no canto do cômodo e pensou por um segundo em como seria sua vida se seus pais tivessem conseguido se salvar. Logo afastou esse pensamento, lançando mais um olhar à Yuki e saindo finalmente do quarto.

Caminhava pelo templo olhando tudo atentamente. Parecia que faziam anos que estava longe daqueles muros, porém foram só algumas semanas. Ela e Neji haviam chegado no dia anterior, depois de dois dias de viagem sem parar pra descansar, pois Hinata queria chegar o mais rápido possível – no fundo porque achava que Sakura e Naruto podiam ir atrás dela e não queria encontrá-los. Descansaram um dia inteiro, Hinata matou a saudade que sentia de todos e ficou um pouco decepcionada ao saber que Kiba havia saído com aquele tal de Shikamaru há alguns dias atrás. Em compensação, conheceu Yuki e estava completamente encantada por ele, não conseguia se afastar dele, não conseguia desviar o olhar, entrava em transe com cada sorriso banguela que recebia e se pegava sorrindo sem perceber. Quando via Kurenai o amamentando e Asuma observando sua família, só conseguia pensar que queria isso pra si também.

Encontrou Neji perto do bosque e balançou a cabeça. Não era hora pra pensar em ter filhos. Estava na hora de treinar.


Notas Finais


Até o próximo!


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