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História A promessa dos 30 - Reencontro Proposital?


Escrita por: thali05

Capítulo 1 - Reencontro Proposital?


Fanfic / Fanfiction A promessa dos 30 - Reencontro Proposital?

Dulce, Outubro, 2016. 

Confirmado: Christopher Uckermann e Natalia Tellez rompem relação, falta de tempo é apontada como motivo por ambos.

O coração de Dulce gelou ao ler essa notícia estampada em um prestigiado site de notícias do México. Havia acabado de acordar ainda sonolenta depois de um show incrível em um evento de rádio que havia esgotado todos os ingressos, nunca houve melhor momento na  carreira e vida pessoal, sentia-se plenamente realizada em ambos. Até se deparar com essa manchete estampada na tela do computador considerava-se uma mulher livre de qualquer sentimento amoroso por um homem, estava em paz consigo mesma há muito tempo. No entanto, saber que ele estava solteiro apenas poucas semanas antes de completar 30 anos era uma notícia cruel, ainda mais para se receber pela manhã de estômago e mente vazios.

Eles terminaram. Depois de esfregarem durante tanto tempo sua felicidade perfeita de casal americano na cara de todas as traumadas, depois de envolverem Dulce em tantas indiretas nas redes sociais eles simplesmente terminaram.

A curiosidade foi maior que a razão e mesmo sabendo que isso ia atormentá-la profundamente abriu e leu a matéria completa. Há muito tempo não lia nada a respeito de Christopher. Logo de cara uma imensa foto dele apareceu, o coração dela deu um salto e precisou fechar os olhos durante uns segundos e respirar fundo. Ele havia raspado a cabeça, aquele emaranhado de fios que sempre emolduraram seu rosto não estavam mais onde deviam estar. Ainda assim estava lindo. A notícia era superficial e qualquer um que tivesse a mínima capacidade interpretativa veria que o motivo que ele alegava era mentira. Falta de tempo? Não mesmo. Algo se remexeu dentro dela naquele instante, uma sensação de que o haviam magoado, sabia bem como era isso ela mesma já havia estado nessa posição, de quem o magoara. Cogitou fazer alguns telefonemas, sabia que se ligasse para Christian ele seria o primeiro a colocar lenha na fogueira e mesmo sendo amigo íntimo de Natalia acabaria por revelar o verdadeiro motivo, mas sabia ainda que assim que desligasse o amigo iria ligar para Christopher e contar cada palavra que ela lhe dissera. Era melhor ficar quieta e esperar que o universo se encarregasse de tudo. Dentro do seu coração sabia que não importavam as circunstâncias, de alguma forma o destino sempre ligaria os dois. Só não sabia como ele reagiria a essa próxima ligação, esse era seu maior tormento: ficar esperando como Christopher reagiria a próxima manobra do destino.

Por ora, Dulce precisava apenas de um café bem forte antes de fazer as malas para uma viagem aos Estados Unidos onde o próximo trabalho a aguardava. Mesmo que tenha significado perder o grande amor de sua vida, ela não conseguia se arrepender das escolhas que fizera em nome da carreira, seu trabalho, seus fãs, eram as melhores coisas que tinha na vida, nunca se arrependeria disso nem por um segundo, nem sabendo que seu coração nunca estaria completo sem ele.

-

Christopher, Setembro, 2008.

- O que vamos fazer agora? - Christopher perguntou ainda na cama, com as penas enroscadas nas de Dulce, em pouco tempo começariam a maratona de sempre, fama, entrevistas, fãs enlouquecidos, mentiras deslavadas. Por um lado, ambos sentiam-se finalmente livres para seguirem seus sonhos. Os anos de RBD foram os mais intensos de suas vidas, viveram momentos inesquecíveis mas também custou-lhes muito sofrimento. Nunca poderiam ser eles mesmos enquanto estivessem atrelados a imagem da banda.

- Dar um jeito de levantar e sair desse hotel sem que ninguém saiba as barbaridades que fizemos durante a noite - Ela respondeu dando uma risada gostosa ao final, ele sabia dentro de si que nada importava depois daquela risada, ela poderia fazer dele o que bem entendesse se fizesse isso enquanto sorria.

- Você sabe que não estou falando disso - ele sentou-se na cama assumindo um ar sério e preocupado, desde que a decisão de por fim a banda havia sido tomada, Christopher se pegava fazendo essa pergunta para si mesmo constantemente - O que será de nós depois ... depois do fim?

- Não vai ser o fim  - ela respondeu sentando-se também e abraçando-o de lado - Não pra nós Chris, nunca pra nós, me ouviu? - Christopher abaixou a cabeça e suspirou - Ei, você me ouviu? Vamos dar um jeito no que quer que o destino nos reserve, nós temos feito isso a tanto tempo já.

Ele sabia que ela estava aterrorizada também, a conhecia como a palma de sua mão. Era uma mulher forte, decidida mas também muito sensível. Dulce nunca iria se dar por vencida, nunca entregaria os pontos, mas ele sabia que por trás daqueles olhos havia medo, dúvida e tristeza. O fim da banda vinha como um doce suspiro, algo que todos estavam precisando, poderia ser o começo de algo lindo pessoal e profissionalmente mas sabia que também poderia ser o fim dessas relações que estabeleceram ao longo dos anos. Limitou-se apenas a abraçá-la com toda a força que encontrou. Dariam um jeito, ela tinha razão, sempre faziam isso, restava apenas saber até quando conseguiriam suportar toda a pressão que os aguardava, até quando conseguiriam nadar contra a inevitável corrente?

-

Christopher, Outubro, 2016

- É um evento perfeito pra alavancar sua imagem, pra esquecerem do cara que teve um relacionamento público e fracassou - disse seu empresário enfaticamente pela terceira vez durante aquela reunião. Christopher sentado de frente para ele conseguia sentir a tensão emanando do empresário, sabia o quanto seria importante virar o jogo em um momento tão decisivo da carreira.

- Detalhes -respondeu soltando o ar que nem se dera conta de estar prendendo - Quero detalhes sobre esse evento.

- Basicamente vai ser uma premiação de figuras famosas importantes para o México, vão homenagear cantores, apresentadores, figuras políticas e homenagear pessoas importantes tipo Bolaños e Frida Kahlo e blá blá blá - disse revirando os olhos - O importante meu caro, é que vão estar muitas pessoas famosas, aproveitando o momento pra se promover.

Era impossível não associar, a mera menção a Frida Kahlo deixou Christopher mais ereto, alerta enquanto um tremor suave percorria seu corpo. Ela estaria lá, isso era inegável, quaisquer outras palavras que saíram da boca de seu empresário pareceram perder completamente o sentido depois dessa constatação.

- Eu não vou - Christopher respondeu enfático, interrompendo o raciocínio do amigo.

- Você ouviu o que eu disse? - retrucou incrédulo - A imprensa internacional vai fazer a cobertura desse evento.

- Não me importa

- Importaria se soubesse o que as pessoas tem falado de você recentemente. Francamente Ucker, eu sei que não tenho o direito de me meter na sua vida pessoal mas isso está ficando patético de se ver, vai apenas deixar os outros acharem que aquela mulherzinha te fez de gato e sapato e depois pulou fora? Ela está levando sua reputação pro buraco, e não venha me culpar pela falta de trabalhos importantes nos últimos tempos quando você é o primeiro a não se importar com essa carreira.

- Tudo bem, eu vou - Christopher respondeu cabisbaixo, se fosse realmente sincero consigo mesmo diria que nada do que foi dito representava o real motivo pelo qual iria a esse evento, sabia com a mais pura convicção que iria pelos motivos errados, iria por querer um confronto, iria porque há muito tempo guardava essa vontade de dizer tudo o que queria para Dulce, restava apenas saber se ao olhar fundo nos olhos dela teria a coragem necessária para fazer com que o jorro de palavras saísse de sua boca.

E restava ainda saber se ela lembrava da promessa ...

Esperava no fundo de seu coração que não.

-

Dulce María, Outubro, 2016

- Como você se sente sendo convidada de honra nesse evento Dulce? - perguntou um dos repórteres no tapete vermelho. Dulce sempre sentia-se intimidada nesses eventos, sempre que podia recusava educadamente o convite mas, nesse caso, seria impossível não comparecer, já que Frida era uma das principais homenageadas.

- É uma honra muito grande poder fazer parte de um evento tão bonito como esse que celebra toda a riqueza cultural do nosso país, me sinto muito feliz - respondeu forçando um sorriso.

- Dulce, Dulce aqui - os repórteres se amontoavam ao seu redor procurando sua atenção - Dulce, como você se sente sendo Christopher também um dos convidados especiais da noite? - Dulce demorou um segundo mais do que o necessário para compreender o que havia sido dito pelo jornalista, só se deu conta realmente do que significava quando constatou suas mãos suadas e seu corpo enrijecido a pequena menção do nome dele.

Seria possível seu coração parar e você ainda continuar de pé?

Respirando?

Sorrindo?

Tudo de repente pareceu uma grande câmera lenta, os repórteres começaram a fazer uma enxurrada de perguntas mas Dulce pareceu não conseguir compreender sequer uma palavra dita por eles.

- Como disse? - Dulce conseguir enfim articular para o repórter em questão.

- Christopher Uckermann - repetiu - Tem passado por maus bocados e foi uma surpresa pra todos ele ter aceitado esse convite tão de última hora. Como você se sente compartilhando a noite com um ex companheiro de banda?

- É ... - Dulce perdeu a capacidade de articular palavras que até poucos minutos parecia tão natural a ela depois de anos de experiência em eventos - É sempre muito bom compartilhar momentos com todos meus companheiros do RBD - disse limpando a garganta e sorrindo.

- Vocês tem se falado?

- A verdade é que ... - eleme odeia profundamente - Cada qual tem seus próprios projetos atualmente toda a correria as vezes nos impedem de mantermos contato mas tenho muito carinho por eles - disse dando um passo para o lado, indicando que aquela entrevista estava encerrada.

- Mas - o mesmo jornalista insistiu com um tom de voz mais alto que os demais seria impossível ignorar suas perguntas - O aniversário de Christopher se aproxima, algum desejo especial para um velho amigo prestes a completar 30 anos?

- Toda felicidade do mundo é o que desejo pra ele sempre - respondeu sentindo que seus olhos começavam a se encher de lágrimas, nunca uma entrevista a desconcertara tanto. 

- Perguntas encerradas pessoal - interveio Iliana percebendo o desconforto da amiga e logo segurando-a para guiá-la pelo caminho correto, fora dos olhares curiosos que não entenderam sua brusca mudança de comportamento - O que foi aquilo? - perguntou após atravessarem as cortinas e se encaminharem aos bastidores.

- Eu não faço ideia - respondeu Dulce levando as mãos ao rosto para evitar que uma lágrima escorresse  e acabasse por despertar todo sentimento guardado por anos.

-

Christopher, Outubro, 2016

- Nunca é bom quando algum ex rebelde está no mesmo recinto que você, isso distrai a atenção de toda a imprensa, mas vai ser impossível chegar ao fim dessa noite sem encontrar com ela, então que seja uma mísera foto no Instagram e não uma capa de revista sensacionalista, certo? - disse Mauro a Christopher assim que saíram do tapete vermelho.

- Primeiro cara, eu odeio quando você fala ex rebelde - disse Christopher bufando - Segundo, deixa que eu me resolvo com essa situação.

- Essa situação? Christopher eu já te falei que nessa noite ...

- Tudo deve ser extremamente planejado, eu sei - disse interrompendo o amigo - Mas eu sei o que eu faço, confia em mim. Agora vamos achar nossos lugares.

Christopher e Mauro se encaminharam a plateia absolutamente lotada de pessoas famosas e/ou influentes não só no México mas também nos Estados Unidos. Havia realmente subestimado a importância desse evento, embora soubesse que Mauro não mentiria sobre algo sério realmente não pensou nem por um momento em sua carreira ao aceitar o convite. Enquanto passava pela fileira afim de chegar até seu assento, Christopher percorreu todo salão a princípio convencendo-se de que estava analisando as pessoas presentes e, em seguida, constatando o real motivo de não conseguir fixar o olhar em nada.

Somente se deu conta disso quando seus olhos a encontraram, parada ao lado do palco conversando com Iliana. O movimento que fazia para sentar-se foi interrompido no momento em que a viu, seu corpo enrijeceu e Christopher sentiu-se prender o ar por 30 segundos sem ao menos se dar conta disso. Ela estava em um vestido preto, absolutamente decotado e cheio de brilho, o cabelo que já não era nem vermelho nem castanho mas de um tom loiro suave caía solto pelos ombros em cachos perfeitamente esculpidos. Mas onde seus olhos se fixaram de verdade não foi no decote, no cabelo ou na silhueta esbelta que ela sempre teve. Seus olhos não desgrudaram nem por um segundo dos lábios que diziam palavras apressadas enquanto de tempos em tempos fazia uma pausa para umedecê-los novamente. Christopher lembrou-se nesse momento do gosto que tinha esses mesmos lábios, do cheio que saía daquele cabelo e dominava todo o ambiente e da maciez da pele nua de Dulce junto ao seu corpo. Terminou de sentar-se enquanto a observava mais um pouco, se permitiu ficar assim até que se tornasse insuportável vê-la sem poder fazer nada, então abaixou a cabeça respirou fundo e obrigou seu cérebro a se lembrar do porque estava aqui hoje, do porque não podia, nem por um segundo, estar com essa mulher outra vez. Lembrou-se do sofrimento na mesma medida em que poucos segundos atrás lembrou-se do prazer e isso foi suficiente para que recobrasse a capacidade de estar inteiro, nesse evento, com ela, sem que quisesse tomá-la nos braços outra vez.

Era o que ele achava pelo menos.



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