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História A protegida - Sala negra


Escrita por: EnmaShoujo

Capítulo 3 - Sala negra


 

Ela passeava pelo vilarejo a cantar uma melodia já conhecida pelos ouvidos de Sentarô.

_ Quando a cereja vai desabrochar? Quando a vila da montanha se abrir. Quando a cerejeira estará pronta? Quando a sorridente menina de sete anos brincar...

Ela cantava e dançava em meio as cabanas que pegavam fogo, os gritos de pessoas sendo carbonizadas era agoniante. Seu olhar estava morto e seu coração não batia mais... Aquela cena era macabra para qualquer um, menos para ele, que estava feliz.

Feliz, sim, muito feliz. Não sentia compaixão das pessoas que queimavam dentro das cabanas em chamas, pois elas havia feito atrocidade maior aquela noite: Elas sacrificaram uma pobre e frágil adolescente.

Ai parecia colocar fogo nas cabanas com o poder de sua mente: Assim que a menina passava, cantando e dançando, a frente de uma cabana, a mesma pegava fogo como num passe de magica.

_ É você mesmo Enma?

Sentarô aproximou-se da menina que ainda cantava e dançava.

_ Quando a cerejeira irá dançar? Quando a cantante menina de sete anos dormir...

Ela continuou a cantar e dançar, como se não enxergasse a presença do menino a sua frente.

_ Enma, que bom que você esta viva! Venha, agora podemos fugir juntos como eu sempre quis! Não há mais ninguém para lhe fazer mal.

O menino sorria de alivio e felicidade, agora não teria mais de se culpar pela morte de Ai, agora eles poderiam ficar juntos... para sempre! Mas algo estava estranho...

_ Quando a cerejeira irá apodrecer?

Ai cantou, mas parou de repente, como se quisesse que Sentarô cantasse a ultima frase da musica que ele mesmo a ensinara, mas o garoto ficou em completo silencio. Algo estava muito errado com Enma...

_ Cante Setarô!

Gritou a menina. Seus olhos, outrora com expressão morta, agora o fitavam com puro ódio. Sentarô sentiu um calafrio percorrer a espinha ao ouvir o tom gélido da voz de Ai.

_ O que...?

_ CANTE AGORA!

A menina gritou outra vez.

_ Quando a menina de sete anos voltar da morte...

O menino cantou, derramando algumas lagrimas. Enma Ai sorriu ao ouvi-lo cantar, mas logo seu sorriso foi substituído por lagrimas vermelhas como sangue. A adolescente olhou todo a cenário de caos a sua volta e depois se voltou para o menino parado a sua frente.

_ Sentarô... por que? Por que me abandonou? Por que foi o primeiro a me matar?

O menino não conseguia para de chorar e soluçar. Então Ai continuou.

_ Sentarô... Eles mataram o meu corpo, mas você condenou minha alma... e agora eu só consigo te odiar!

As lagrimas de Enma sessaram. A menina voltou a sorrir, porém, desta vez, sorria de modo ameaçador.

_ Sentarô...

A menino olhou-a. A dor de vê-la com o olhar, outrora tão vivo, morto e triste dilacerou seu coração.

_ Enma...

Ele tentou se aproximar, mas ela o segurou pelo pescoço, erguendo-o até onde podia. A expressão fria em sua face o assustava. A visão de Sentarô começou a ficar turva e o menino não conseguia respirar. Enma apertava cada vez mais sua garganta enquanto sorria ao ver sua dor.

_ Quer saber... como é a morte?

Acordou assustado, aqueles sonhos estavam ficando cada vez mais aterrorizantes. Olhou em volta, estava em seu quarto, deitado em seu futon, mas como fora parar lá? Lembrava de estar lutando contra um Oni quando a imagem daquela garota apareceu a sua frente...

Tsuiyu entrou no quarto. Ela segurava uma bacia de agua e colocou a mesma sobre o assoalho. Em seguida, molhou um pano e colocou-o sobre a testa de Ichimoku.

_ Nunca o vi tão distraído em uma batalha.

Disse Tsuiyu começando a enfaixar a ferida no braço de Ichimoku.

_ Ahm? Como eu me feri? O que aconteceu?

_ Bom, você parecia estar hipnotizado! Eu gritei para que você fugisse antes que o Oni te atacasse, mas você ficou parado, olhando para o nada.

_ Tem certeza que eu estava olhando para o nada?

Ichimoku tinha certeza de ter visto aquela garota no meio da batalha.

_ Ichimoku, o que esta acontecendo? A vários dias que você esta com olheiras enormes e profundas e anda muito distraído nas batalhas.

A mulher perguntou com expressão preocupada. Tsuiyu era uma boa mulher, era quase uma irmã para Ichimoku.

_ Eu não sei...

Suspirou pesadamente. Realmente não entendia o que estava acontecendo, esses pesadelos pareciam sugar sua energia!

_Bom, por causa do incidente, tive de chamar reforços da "Instituição" para conter o Oni e você foi chamado para comparecer a "Sala Negra".

_ A "Sala Negra"?

Ichimoku ergueu uma das sobrancelhas. A "Instituição" era uma sociedade secreta que protegia o Japão de Youkais perigosos, mas Ren nunca entendeu por que ser uma instituição secreta se eles protegiam a população japonesa. Apesar de sua família ter sido uma dos primeiras a exterminar youkais e trabalhado para a instituição por gerações, ele nunca soube muito coisa sobre ela. A "Sala Negra", como era chamada, era uma sala onde os guerreiros eram chamados para serem dispensados ou para receber missões "especiais".

_ Você acha que vou ser dispensado só por isso?

Perguntou Ichimoku.

_ Eu não sei, talvez se fosse a primeira vez eles deixassem passar, mas você era um dos melhores guerreiros e agora quase foi morto por um Youkai de periculosidade baixa.

O homem suspirou ao ouvir as palavras de preocupação de Tsuiyu. Levantou-se e caminhou, porém parou ao ouvir a mulher lhe chamar.

_ Aonde vai?

_ Você a "Instituição", tenho que saber logo o que querem comigo na "Sala Negra".

_ Boa sorte.

Tsuiyu suspirou. Parecia nervosa.

_ O que você tem Tsuiyu?

_ Não é nada, só não quero que seja dispensado, não me imagino sem meu parceiro de missões.

Ren sorriu.

_ Pode deixar, não serei dispensado, eu prometo.

***

Ao chegar a "Sala Negra", Ichimoku ficou apreensivo. Nunca estivera lá dentro e nunca tivera vontade de estar. Estava todo escuro, mas de repente uma luz fraca foi ligada. A luz era tênue e fraca, parecia que isso era proposital para que não se visse muita coisa na sala.

_ Ichimoku Ren Sentarô

Ouviu uma voz masculina chamar-lhe e logo depois apareceu um homem velho. Seus olhos permaneceram ocultos pelas sombras. Ele vestia uma tradicional yukata com um haori de mangas longas e um lenço vermelho ao redor do pescoço.

_ Sim, sou eu.

_ Meu nome é Wanyuudo

_ Eu vou ser dispensado?

_ Não, mas sua hora chegou.

Wanyuudo sorriu.

_ Minha hora?

_Sim, a missão que sua família carrega de geração a geração.

Apesar de já saber que não iria ser dispensado, Ren continuava apreensivo, sentia que calafrios em sua espinha. Era como se ele já soubesse que estava para ser incumbido a fazer algo perigoso.

_ Missão? Que missão?

Ichimuko estranho. Não lembrava de ter visto seus pais ou algum parente, só lembrava de viver na instituição e ser treinado, assim como Tsuiyu. A única coisa que tinha de sua família era a espada que carregava consigo.

_ Sua família, a muitas gerações, impede que um mal terrível caia sobre o Japão.

_ Que mal terrível é esse?

O coração de Ren batia cada vez mais forte e sua respiração cada vez mais pesada.

_ É a Jigoku Shoujo.

_ Jigoku Shoujo?

Imagens da menina de seus sonhos apareceram em sua mente. Sua respiração ficou ainda mais descompassada. Algo em sua mente o implorava para não aceitar a missão... mas por que? Por que sentia que aquela vontade de sair correndo daquela sala? Por que sentia que aquele homem não era confiável.


Notas Finais


Minna-san, comentem, onegai


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