POV MATTEO
Assim que cheguei a casa, fui até ao jardim, e fiquei olhando a piscina. Sentia que aquela piscina, aquela casa e a riqueza que tenho não me pertencem. Como eu disse sou rico, minha família tem muito dinheiro, mas as coisas nem sempre foram assim. Contaram-me que antigamente membros da minha família tiveram de se envolver com a mafia para ganhar dinheiro, com isso o dinheiro cresceu, e segredos surgiram. Hoje em dia, já ninguém da minha família se envolve com a mafia, o meu pai sempre me disse que estava tudo resolvido com eles, e que eles não nos iam fazer mal, ou alguma coisa parecida. E eu realmente espero que isso seja verdade, porque não me apetece ter de aguentar a mafia, já me bastam estes estúpidos segredos.
Enfim…cansado de todo este drama, fui me deitar, eu estava bem cansado.
4:30 Da Manhã, Casa Do Matteo:
Eu estava dormindo, mas não em um sonho profundo, alias eu não consigo dormir profundamente, desde que virei meio louco meu sonho tem virado muito leve. Então as 4:30 da manhã acordei com o barulho de um copo caindo e se quebrando, rapidamente acordei. Acendi a luz na mesa de cabeceira, e peguei a faca que tinha escondida numa das gavetas da minha secretaria. Sim, eu tenho uma faca na secretaria. Qual o problema?
Peguei a faca, e fui atentamente até a cozinha, pois pareceu que o barulho vinha de lá. Assim que cheguei, me deparei com um copo quebrado no chão, e a gaveta com os copos aberta.
Percebi que ali havia qualquer coisa, então, me pus em alerta máximo, super atento. Revistei a casa toda, sem deixar um único canto por ver, e não encontrei nada. E para concluir vi se todas as portas e janelas estavam fechadas, e estavam.
Assim que acabei a minha investigação me sentei no sofá, e não consegui evitar me marterizar.
Matteo: Que burro, Matteo! Você acha que alguém vai entrar entrar em sua casa, e quebrar um copo? Nossa estou completamente louco! Louco e insano! São as únicas palavras que me descrevem! Matteo, você tem de parar de viajar, estou ficando louco, completamente louco.
A verdade é que eu realmente achava aquilo.
Matteo: Como pude pensar que alguém ia envadir a minha casa a meio da noite só para me quebrar a porcaria de um copo? Além disso, as portas e janelas estão todas fechadas, e não tem ninguém em nenhum canto da casa.
Comecei a me irritar comigo mesmo, e com o impulso e raiva do momento acabei por espetar a faca no sofá. Mas nem liguei, liguei a televisão e fiquei assistindo uma coisa qualquer.
Sei que não vou conseguir voltar a dormir. Sempre que acordo a meio da noite não consigo voltar a dormir, isso me acontece desde que estes segredos se tornaram parte da minha vida.
Horas Depois:
Já se passaram várias horas, e agora estou na sala de espera, a espera que me chamem para a consulta com a Luna.
Recepcionista: Matteo Balsano?
Matteo: Aqui. – Disse me levantando
Recepcionista: A doutora Luna, esta te esperando. Sabe o caminho?
Matteo: Sei. – Curto e grosso
Recepcionista: O-Ok. – Disse triste
A recepcionista continuou me olhando, e eu simplesmente passei por ela a ignorando por completo. Segui até a porta, e assim que entrei vi Luna sentada naquele sofá lendo um livro. Não consegui evitar, e fiquei com o olhar fixo nela. A verdade é que ela estava mesmo linda.
Eu realmente estava a observando muito fixamente, e por causa disso ela deve se ter sentindo observada, porque levantou a cabeça, e assim que me viu esboçou um grande sorriso.
Luna: Matteo! Olá. Se sente aqui.
Fechei a porta e fui em direção ao sofá para me sentar, e enquanto isso Luna se levantava para por na secretaria o livro que estava lendo.
Me sentei e ela veio logo a seguir.
Luna: Como está?
Matteo: Bem. – Mentiu, enquanto jogava o cabelo para trás – E você?
Luna: Eu estou bem. Mas Matteo, eu sou a Luna Valente, sua psicóloga, e mesmo te conhecendo a pouco tempo, já percebi que você esta mentindo.
Matteo: Q-Quê? N-Não estou.
Luna: Uau…que péssimo mentiroso. – Ela soltou uma risada e eu dei um sorriso. – Me conte. Que passou?
Matteo: Coisas de gente louca.
Luna: Matteo, você não é louco. Você só esta passando por uma fase não muito boa, e sente que tudo esta perdido, mas as coisas não são assim. Portanto me conte, te prometo que se sentirá melhor.
Matteo: (Suspiro) Luna estou cada vez pior.
Luna me olhou intrigada e consegui perceber no seu olhar, que me estava pedindo para eu continuar.
Matteo: Ontem a noite acordei com o barulho de um copo se quebrando. Revistei cada centímetro da casa, e não vi nada. Começo a achar que fui eu que imaginei o barulho.
Luna: Matteo você não é louco por causa disso.
Matteo: Não?
Luna: Não. Você só esta com medo. Esta com medo, e esse medo esta possuindo sua mente. E você esta tão convencido da sua loucura que deixa que esse medo crie coisas que não existem. Mas Matteo, fique sabendo que o medo, não existe. Só existe na sua cabeça. Portanto supere-o, ok?
Matteo: Você acha que é isso?
Luna acenou positivamente com a cabeça.
Matteo: Então você acha que eu não sou louco?
Luna deu um sorriso encantador, e me olhou nos olhos.
Luna: Matteo, você não é louco. Você só tem medo. Mas de que tem medo?
Matteo: Sei lá.
Luna: Se calhar, você tem medo, que alguém o obrigue a falar esses segredos. Acha que pode ser isso?
Matteo: Não sei, Luna. Eu não sei absolutamente nada.
Luna e eu nos olhamos meio que intensamente, e consegui sentir meu coração acelarar juntamente de uma sensação estranha percorrendo todo meu corpo, e deixando um arrepio por onde passava.
Nós continuamos nos olhando, e por algum motivo meu olhar acabou por descer para a sua boca. E nossa, o quanto ela parecia deliciosa. Um desejo apareceu em mim, mas logo desviei os olhos e terminei aquele momento.
Fala sério, Matteo! Agora sei que estou louco! Quem fica tendo esses tipos de pensamentos com a sua psicóloga?
Matteo: Aaaaaaaah….M-Mais alguma c-coisa?
Luna: Já fez o que eu lhe sugeri?
Matteo: O quê?
Luna: Se divertir. Sair com amigos e relaxar o máximo possivel.
Matteo: Me desculpa, Luna. Mas isso nunca vai acontecer. Ouve eu sou a pessoa mais anti-social de todos os tempos. Eu já não devia sair de casa a pelo menos 1 ano, e larguei todos os meus amigos, desde que me tornei nesta pessoa, louca e fria.
Luna: Você não é frio. Você é querido, Matteo.
Senti meu coração pegar fogo, e aquela sensação de arrepio voltou.
Matteo: Eu não sou querido, Luna.
Luna: É sim. Mas você constrói uma barreira e tenta se isolar. Não sei porque faz isso. Você parece ser muito boa pessoa.
Matteo: Deve ser a primeira pessoa que me diz isso.
Luna: Mas é verdade, Matteo. E sabe que mais? Você diz que é anto-social e que não tem amigos. Mas agora tem.
Matteo: Tenho?
Luna: Sim, tem.
Matteo: Interessante, nem eu o conheço.
Luna: Matteo, sou eu! Eu sou sua amiga.
Matteo: Você é minha psicóloga.
Luna: Verdade, sou sua psicóloga. Mas sábado não vou ser.
Matteo: Como assim?
Luna: Te convido, para sábado nós dois irmos dar uma volta por um parque de diversões que conheço e que é super bacana. Tenho certeza que você vai amar. Mas claro, se você aceitar. E lembre-se, aí não seremos psicóloga e paciente, e sim dois amigos. Então, que diz? Aceita meu convite?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.