Eram poucas, mas limpei as lagrimas saindo dos olhos de Luna.
Matteo: Luna, não me assusta mais do que já estou.
Luna: N-Não foi nada, Matteo.
Luna se levantou do sofá limpando as lagrimas e foi para ao pé da sua secretaria, eu me levantei e fui para ao pé dela. Aproximei-me dela, e nossos corpos ficaram quase colados. Luna abaixou a cabeça, talvez para eu não a ver naquele estado, mas eu pus meu dedo indicador no seu queixo, e levantei sua cabeça, fazendo nós dois ficar-mos cara-a-cara. Limpei suas lagrimas suavemente, e depositei um beijo na sua testa.
Eu e Luna voltamos a nos encarar.
Matteo: Sabe que pode confiar em mim, certo?
Luna: Matteo, eu sei que posso. Mas, é algo bem difícil de falar mesmo.
Matteo: Te compreendo mesmo muito bem, Luna. E não te vou obrigar a dizer nada…sei como é difícil de falar de coisas que não nos trazem sorrisos. Portanto…assim que você se sentir preparada. Pode desabafar comigo.
Luna: Obrigada, Matteo.
Luna me abraçou, e eu correspondi instantaneamente, coisa que não costuma acontecer com as outras pessoas. Mas, sinto que com ela…é tudo diferente.
Luna tinha seus braços em volta me meu pescoço, e eu minhas mãos em sua cintura.
Nunca gostei de abraços, alias, a 2 anos atrás tive aversão a toques. Ninguém podia me tocar ou sequer tentar, com o tempo isso foi passando, mas nunca gostei de abraços, dar carinhos ou alguma coisa que envolve-se proximidade e carinho. Mas sinceramente…podia passar 24 horas por dia abraçando e fazendo carinhos na Luna, que não me ia importar. Muito pelo contrario.
Nós nos separamos do abraço, e nos olhamos fixamente. Nenhum de nós dizia nada, mas Luna soltou uma risada, o que me deixou bastante confuso.
Matteo: Porque ris? – Perguntei confuso
Luna: Agora, você que parece meu psicólogo. – Disse sorrindo
Matteo: Isso significa que agora seremos, o psicólogo e a sua paciente? – Disse brincando
Luna: Não. Vamos sempre ser a psicóloga e o seu paciente. – Disse sorrindo e me olhando nos olhos
Nós estavamos nos olhando bem no fundo dos olhos, e isso foi a melhor sensação que alguma fez senti. E tornou-se ainda melhor quando me perdi naqueles olhos verdes. Fiquei literalmente hipnotizado.
O momento estava excelente, e depois de longos minutos apenas nos olhando, tive o impulso de ir aproximando meu rosto ao dela. Mas fomos interrompidos com alguém a bater na porta.
Eu e Luna acordamos daquele transe, e rapidamente afastamos nossas caras. Ela retirou minhas mãos da sua cintura, e ela seus braços do meu pescoço.
Luna: V-Vou ver quem é.
Matteo: Ok.
Me encostei na secretaria dela.
Luna foi até a porta, e quando abriu, vi…Cande.
Luna: Olá, Candelaria.
Cande: Olá doutora Luna. Olá Matteo.
Cande me olhou e me cumprimentou, eu apenas dei um sorriso forçado e revirei os olhos.
Luna: Que foi?
Cande: É só que, já a 7 minutos que deviam ter terminado a consulta.
Luna: Ah! Ok. Sendo assim o Matteo, sai já.
Me desencostei da secretaria e fui até ao pé de Luna.
Matteo: Bem, tchau, Luna.
Luna: Tchau, Matteo.
Nós nos despedimos com um beijo na bochecha, e depois eu sai do seu gabinete sem dirigir a palavra a Cande, mas assim que sai, me virei e encarei Luna.
Matteo: O plano do parque de diversões ainda está de pé?
Luna: Óbvio.
Matteo: Então te vou buscar as 15:00, pode ser?
Luna: Claro. – Disse sorrindo
Matteo: Ok, boa. Então…tchau.
Luna: Tchau.
Eu e Luna sorrimos um para o outro, e acho que ficaríamos naquele transe durante muito tempo, mas Cande fez o favor de fechar a porta, ou seja, a Luna ficou fora da minha visão.
Cande veio até mim sorrindo, eu simplesmente a ignorei e sai do prédio.
Quando entrei no carro, voltei a me lembrar de tudo o que aconteceu na consulta. E a única coisa que fui capaz de fazer, foi sorrir cada vez mais. Sem dúvidas…Luna me fazia muito bem.
Sábado, 15:15:
Eu e Luna já estavamos no parque.
Aquele parque de diversões era gigante, e tinha montes de coisas. Coisas altas, baixas, grandes, pequenas, tinha de tudo mesmo.
Matteo: A qual vamos primeiro?
Luna: Uhmmm… - Ela fingiu pensar. – E se primeiro fossemos a roda gigante?
Matteo: Ok. Aceito.
Luna deu aquele lindo e típico sorriso dela, e foi inevitável não retribuir com um igual.
Fomos para a roda gigante, a fila estava um pouco grande, mas eu e Luna nos divertimos falando e brincando.
***
A roda gigante foi muito divertida. Conseguimos ver grande parte da cidade, e a certa altura Luna ficou com vertigens, mas eu a acalmei.
Luna: Agora escolha você. Aonde vamos? – Ela perguntou quando estavamos saindo da roda gigante
Matteo: E que tal…? – Olhei o parque e pensei. – Os carrinhos de choque?
Luna: Vamos nessa, Balsano.
***
Eu e Luna decidimos ficar em carrinhos diferentes e fazermos uma disputa entre nós. Ver quem batia mais vezes no outro.
A verdade é que ignoramos por completo todos os outros que estavam ao redor, eu chocava com Luna e ela comigo, ignoramos por completo os outros.
***
Luna: Eu te ganhei, Matteo.
Matteo: Quê? Devo ter-te batido umas 28 vezes.
Luna: E eu devo ter-te batido umas 35.
Matteo: Parece que você me ganhou. – Disse brincando
Luna começou a solar risadas, e pousar sua cabeça em meu ombro por momentos.
Quando ela retirou sua cabeça dessa posição, eu a olhei sorrindo, mas esse sorriso desapareceu bem rápido, porque comecei a ter a sensação de estar sendo observado.
Discretamente, olhei para os lados para ver se via alguém me olhando, mas nada. Fiz o mesmo olhando para trás e nada.
Provavelmente são só coisas da minha cabeça mesmo. Tou imaginando coisas.
Luna: Tudo bem, Matteo?
Matteo: Sim, claro.
Luna: Ok. Bem…agora sou a escolher.
Ela olhou para todos os brinquedos do parque, e acabou por escolher aquele que eu não queria.
Luna: Montanha-Russa.
Matteo: Não.
Luna: Porquê? – Disse rindo
Matteo: Não se ria. Não gosto de montanhas-russas.
Luna: Mas vai começar a gostar.
Luna me puxou pela mão, mas eu prendi meus pés ao chão, e fiz força para permanecer no mesmo sitio.
Luna tentou me puxar mas não conseguiu. Quando ela desistiu, veio até ao pé de mim e disse:
Luna: Porque não quer ir a montanha-russa?
Matteo: (Suspiro) Com 8 anos fui a uma montanha-russa com os meus pais…e…fiquei tonto e enjoado. Quando entramos no carro…e-eu vomitei. – Disse envergonhado
Luna começou a rir, e por muito que eu quisesse fazer cara séria, não consegui. O riso dela é contagioso, e acabei por rir junto com ela.
Luna: Prometo que você não vai vomitar.
Matteo: Promete?
Luna: Você não confia na sua psicóloga?
Dei uma risada, e Luna me puxou para a montanha-russa.
A fila tava gigante, e meu nervosismo estava aumentado só de lembrar de quando eu tinha 8 anos e decidi ir experimentar a montanha-russa.
***
Durante a “viagem” eu estava com um pouco de medo mesmo, mas Luna me deu a mão e disse:
Luna: Estou aqui com você, ta? Você agora vai criar uma recordação boa.
Nós dois sorrimos um para o outro. Eu estava mesmo me derretendo com aquele lindo sorriso. Não sei muito bem explicar ou dizer o que é…mas Luna, tem um efeito mágico sobre mim.
Luna: Só não vomita em mim, ta? – Disse brincando
Por incrível que pareça aquelas palavras conseguiram me acalmar. E o que me acalmou mais ainda foi o riso de Luna, que acabou por me fazer rir também.
***
Eu e Luna acabamos de sair da montanha-russa. E nem foi assim tão mau. Na verdade, foi bem bom mesmo.
Naquela descida gigante, Luna teve a ideia de começar a cantar “Closer”, e eu acabei por acompanha-la. E numa descida gigante e um tanto assustadora, que eu pensava que ia gritar e talvez vomitar, acabei por cantar “Closer” e rir. Tudo isso, de mãos dadas com ela.
Matteo: Nossa! – Disse saindo da montanha-russa com Luna
Luna: Foi uma viagem bem agitada.
Nós dois demos uma risada.
Luna: Gostou?
Matteo: Não. Na verdade…amei.
Luna: Isso significa que consegui transformar a montanha-russa numa boa recordação?
Matteo: Significa.
Luna: Mais um ponto pra psicóloga. – Disse brincando
Nós voltamos a rir, é incrível como ela me consegue por feliz tão facilmente.
***
Durante o caminho para casa, voltei a sentir aquela mesma sensação. Senti que alguém nos estava seguindo. Olhei milhares de vezes para o espelho retrovisor, e nada. Mas continuava sentindo aquela sensação.
***
Estacionei o carro em frente a casa de Luna. Ela me olhou, e eu a olhei também.
Matteo: Obrigada por este dia. Foi um dos melhores da minha vida.
Luna: Exagerado.
Matteo: É verdade. A verdade…é que você me faz bem, Luna.
Luna: Você também me faz bem, Matteo. – Disse sorrindo
Nós nos olhamos fixamente, e por momentos esqueci do resto do mundo.
Luna: Também me diverti muito.
Sorri, e ela me deu um beijo na bochecha.
Luna: Boa noite. E tchau. Pode me ligar se quiser marcar consulta.
Matteo: Ok, assim o farei.
Luna e eu voltamos a sorrir um para o outro. Ela saiu do carro e foi embora.
Fiquei a olhando enquanto ela entrava em casa. É incrível a sensação de como me senti fluido quando estou com ela.
***
Quando estava indo para casa, senti que alguém estava me observando e que estava sendo seguido. Mas quando ia ver se tinha alguém…mas via nada.
Estacionei o carro, e fui até a minha casa entrando para os lados. Quando entrei me senti mesmo muito cansando, fui tomar banho, lavar os dentes, vestir o pijama, e logo a seguir fui-me deitar. E uma coisa que não me passou ao lado, foi o facto de pensar em Luna a cada segundo. Não sei porquê, mas aquela morena de lindos olhos verdes não sai da minha cabeça. Mas sinceramente…eu não me importo. Porque estou a amar pensar nela.
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