História A Psicóloga E O Seu Paciente (Lutteo) - Retratos De Uma Perseguição

No Dia Seguinte:

Hoje de manhã acordei com um pensamento completamente diferente de o da noite passada. A Luna é minha psicóloga! Eu não posso deixar que ela invada meus pensamentos! Não posso! Mas sinceramente esta meio difícil porque ela não sai da minha cabeça. Só gostava de saber porquê. Eu podia estar pensando em qualquer pessoa, mas tem de ser nela. Porquê? Porque tenho de sentir meu coração quase saltando pela boca cada vez que a vejo ou que ela me toca?

Tomei um banho de água gelada, porque estava precisando de refrescar meus pensamentos.

Assim que terminei de tomar banho, e acabei de me vestir, desci para a cozinha. E me espantei ao ver aquele mesmo armário com copos aberto. Rapidamente me lembrei daquela noite em que acordei porque ouvi um copo se partindo, e quando vim a cozinha esse mesmo armário estava aberto.

Estranhei bastante, porque eu nem sequer tinha tocado naquele armário.

Me aproximei dele lentamente, e assim que olhei seu interior vi um molho de fotos. Franzi minha sobrancelha e olhei em volta, peguei as fotos com cuidado e assim que vi a primeira meus olhos simplesmente quase rebentavam de tão esbugalhados que estavam.

As fotos eram da minha saída com Luna. Tinha literalmente todo o passeio, todos os sítios que fomos, todas as coisas que fizemos, a volta para casa, todos os momentos tinham sido retratados por um desconhecido. Desconhecido que entrou em minha casa e deixou as fotos aqui.

Rapidamente me lembrei daquela estranha sensação, lembro-me perfeitamente que me senti observado ontem. Me senti observado durante quase todo o tempo, e quando eu pensava que eram coisas da minha cabeça, afinal, eu estava certo…Alguém me seguiu a mim e a Luna. Alguém nos espiou o dia todo. E alguém sabe onde ambos vivemos…

Rapidamente comecei a stressar, a ideia de que alguém sabe onde a Luna vive e que pode crer fazer-lhe mal, não está sendo aceitada com facilidade na minha mente.

Peguei o celular, e rapidamente liguei para Luna.

LIGAÇÃO ON

Luna: Estou?

Matteo: Luna, onde você está?

Luna: Indo para o trabalho.

Matteo: Tem algum carro te seguindo? – Perguntei preocupado

Luna: Uhm…Não… - Disse estranhando a minha pergunta

Matteo: Certeza?

Luna: Sim…E, porquê essas perguntas?

Matteo: É complicado de explicar. – Fiz uma pausa. – Posso te ver hoje?

Luna: Claro. Mas hoje trabalho até tarde, portanto você vai ter de vir aqui quando eu tiver numa pausa.

Matteo: Ok. E quando é sua pausa?

Luna: 15:00.

Matteo: Ok. Estou aí a essa hora.

Luna: Ok. E você vai ter de me explicar muito bem essa história.

Matteo: Ta.

Luna: Bem, tenho de ir. Tchau, Matteo.

Matteo: Tchau, Luna.

LIGAÇÃO OFF

***

Neste momento já são 15:00 e eu acabei de chegar ao prédio onde Luna trabalha.

Assim que entrei, me sentei num sofá para esperar Luna, e rapidamente, uma ruiva apareceu ao pé de mim.

Cande: Oi, oi.

Matteo: Oi. – Disse seco sem a olhar

Cande: Quer alguma coisa Matteozinho? Tem consulta marcada?

Matteo: Não.

Cande: Então veio aqui só pra me ver?

Matteo: Não. – Levantei a cabeça e a olhei. – Vim fazer uma visita a Luna já que ela está na sua pausa.

Assim que eu falei “Luna” o olhar de Cande já virou homicida, então quando terminei minha frase, seus olhar já estavam quase deitando chamas por conta de tanta raiva.

Luna: Oi. – Disse sem emoção. – Desculpem interromper. – Disse no mesmo tom.

Matteo: Oi Luna, e você não estava a int…

Cande: (Interrompe-o) Esta interrompendo sim.

Luna: Bem, então tchau. A gente depois fala Matteo. – Disse desanimada, e depois foi embora.

Lancei um olhar mortal a Cande antes de sair correndo para apanhar Luna.

Assim que a alcancei peguei sua mão e a virei para mim.

Matteo: Hey, que foi aquilo?

Luna: Bem…Parece que eu estava ali a mais. Afinal, dois é bom, três é demais.

Matteo: No caso, a terceira pessoa é a Cande, porque ela que veio ter comigo e começou a dar em cima de mim para variar. – Disse a ultima parte sarcástico

Luna: Sério?

Matteo: Óbvio Luna. Porque eu haveria de te mentir?

Luna: É, eu sei, desculta, ta?

Matteo: Você não fez nada de errado. – Fiz uma pausa. – Podemos ir para um sitio com menos gente?

Luna: Sim. Me segue.

Luna me guiou até o seu gabinete, nós nos sentamos no sofá, e ela começou:

Luna: Ok, que foi?

Matteo: Hoje de manhã, me levantei, e vi o armário dos copos aberto, fui lá. E vi isto.

Tirei o molho de fotos do meu bolso, e dei a Luna.

Ela começou a ver as fotos com atenção, acho que pela sua expressão facial, ela não estava tão confusa como eu.

Assim que ela terminou, voltou a me olhar, e disse:

Luna: Que tem?

Matteo: Luna…Eu não tirei essas fotos, alguém nos seguiu! Alguém sabe onde vivemos!

Luna: Matteo, não vamos tirar conclusões precipitadas.

Matteo: Não são precipitadas, esta mesmo aí a sua frente a verdade! Alguém teve de tirar e entrar em minha casa para por essas fotos! Eu não fui, e você também não. Quem foi então?

Luna: Matteo, eu não sei. Mas duvido que alguém nos tenha seguido. Porque haveriam de fazer isso?

Matteo: Não sei. Mas, foi alguém.

Luna: Matteo, não é nada de mais. Pensa positivo, ta?

Luna pegou minha mão, e aí eu senti que poderia concordar com tudo o que ela dissesse, mesmo que isso não fizesse sentindo nenhum.

Matteo: Ta, ok.

Luna: Se as coisas “evoluírem” a gente logo vê o que faz. Mas por agora, essas fotos, não significam que alguém nos anda a perseguir.

Matteo: Ta, ok, Luna.

Eu e ela nos olhamos nos olhos, o que fez eu me perder neles com muitíssima facilidade. Nós ficamos nos olhando, e aquela vontade quase incontrolável de a beijar, voltou.

Por minutos, eu quase que ia fazendo isso mesmo, mas depois acordei pra realidade, e não o fiz.

Mesmo assim, permaneci a olhando, isso era algo que eu não consegui me separar. Por muito que eu quisesse, fiquei preso e hipnotizado por aqueles olhos verdes.

Nós continuamos apenas nos olhando, e aquela vontade de a beijar, voltou. E voltou bem forte.

Eu tentei lutar contra, mas não deu. Comecei a me aproximar dela, enquanto fechava meus olhos. Nossas bocas deviam já estar perto, mas alguém abriu a porta, fazendo eu e Luna nos afastar-mos num pulo.

?????: Só vim para dizer que sua pausa acabou, Luna.

Luna: O-Ok.

Luna me olhou.

Luna: Bem, tchau, Matteo. Foi bom conversar com você.

Matteo: Sim, igualmente.

Me levantei dando o meu melhor sorriso para Luna, e tentando não me lembrar do que tinha acabado de acontecer.

Matteo: Bem…Vou andando. Tchau.

Luna: Tchau.

Saí do seu gabinete, e fui rapidamente até meu carro. Parece que toda a vez que estou perto da Luna, fico dominado por algum tipo de desejo. Um desejo quase incontrolável. E eu já nem sei se isso é bom ou mau. Tou meio bipolar em relação a esta sensação, ou sentimento. Não sei bem o que isto é, e não sei se quero descobrir.

POV LUNA

Horas Depois:

Passaram-se algumas horas, e finalmente o meu trabalho terminou.

Já era muito tarde, estava de noite e não tinha quase ninguém na rua.

Comecei andando até minha casa, e durante o caminho me virei várias vezes para trás, pois me senti observada. Quando me virava, não via nada, mas aquela sensação não ia embora.

Comecei a pensar que devia ser apenas algo da minha cabeça, e tratei de ignorar aquilo.

No Dia Seguinte:

Depois do dia de ontem eu realmente esta a precisando de uma folga, pois hoje eu teria o dia livre para fazer nada, já que estou de folga.

Dormi até mais tarde, porque com o trabalho tenho de acordar sempre muito cedo.

Assim que acordei por completo, fui tomar um banho e me vesti.

Desci para a cozinha e me pareceu ver algo em cima da mesa de jantar.

“Deve ser algo da minha cabeça.” Pensei eu, e me aproximei para tirar minhas duvidas.

Assim que o fiz, vi um molho de fotos em cima da mesa.

Engoli seco, e com receio peguei nelas. E me assustei ao ver que as fotos retratavam todo o meu caminho de eu ontem a noite a vir para casa.

Isso significa que…o Matteo estava certo, e que aquela sensação de estar a ser observada…era real?