História A Psicopata - Era tudo flores.

Faltam três horas para que meu horário de trabalho acabe e eu já não aguento mais examinar nenhuma amostra de sangue hoje. ‘Tá, eu amo ser técnica de análises clínicas e além de que, hoje estou no setor que eu mais amo, mas é que hoje eu tenho coisas muito interessantes para fazer, como por exemplo, assistir Sexta feira 13 pela décima quinta vez, não que eu ame esse filme, o fato é que a preguiça de tirar o DVD de dentro do home theater é maior, então eu deito, aperto o play e assisto até pegar no sono. Mas já que ainda falta tanto tempo para que meu turno acabe, infelizmente, vamos trabalhar! Né?

Olhei pro relógio e céus! Já são 19:30h! Como é que eu me esqueço da hora de ir embora! Meia hora onde eu já deveria estar longe daqui e eu realmente não havia percebido... Acho que estive muito entretida examinando minha última amostra, que no caso não e bem de um paciente, mas sim do meu chefe, e claro que eu não estava examinado as hemácias, Neutrófilos, Basófilos, etc. Eu estava procurando ouro mesmo! O velho tem tanto, mais tanto dinheiro, que deve cagar moedas de 1 real... ‘Tá, deixarei isso para lá, outro dia continuo a busca ao tesouro, agora eu preciso ir embora, to cansada e preciso de um banho bem demorado.

Peguei minha bolsa e sai do laboratório, despedindo-me de alguns colegas que conversavam no corredor e continuei andando. Parei para tomar água, eu estava com bastante sede, mas só percebi o quanto quando já havia tomado quase toda a água da minha garrafinha, matei a sede e continuei a caminhar no corredor, mas fui parada novamente.

- Nathy! Natasha Collins. - Olho para trás a procura da dona daquela voz, e avisto-a... Eu realmente estou cansada, espero que não me venha com perguntas de toda aquela merda de novo, porque hoje estou sem paciência.

- Ah... Você Lillian... - O que ela quer desta vez - O que deseja?

- Gostaria de falar com você em um lugar mais privado. - Que saco! Que desculpa eu dou agora.

- Ahn... Hoje estou muito ocupada, quem sabe amanhã?

-Tudo bem. Aliás, você está bem?

- Aham.

- Soube que está de “namorado” novo. - Disse enfatizando a palavra namorado.

- Sim, estou. - Menti, mas e daí? Foda-se se estou namorando ou não, será que isso importa? - Mas como você sabe? Eu não disse isso pra quase ninguém.

- Ouvi alguns boatos por ai.

- Hum... Entendi, mas preciso ir agora, tchau... Lillian.

- Tchau, parece que sua noite hoje vai ser muito boa.

- Também acho. - Menti mais uma vez, como havia dito antes, foda-se.

- Okay então, nos vemos em breve... Natasha Collins.

Virei e segui meu caminho... Aqui fora está um vento gelado e está mais escuro do que o normal, vou em direção ao meu carro SUV de cor vermelho sangue que a propósito é minha cor favorita. Olho para trás, pois sinto uma sensação estranha e um calafrio corre minha espinha, mas continuo a andar, olho novamente para trás e observei poucas pessoas na rua, mas o que me chamou atenção foi um homem, ou seria uma mulher, não sei ao certo mas ele estava parado olhando para mim, mal se via seus olhos, pois aquele chapéu estranho impedia minha visão, e aquele casado preto que cobria seu corpo por completo não me ajudava a identificar o sexo da pessoa.

Virei-me e abri meu carro, entrei parando rapidamente para olhar mais uma vez para trás, mas o indivíduo que estava ali há alguns minutos atrás havia sumido.

- Deve ser só coisa da minha cabeça. - Disse não tendo certeza de minha próprias palavras. Dei partida, mas algo me dizia que o caminho não seria o da minha casa.

                              ****

Lillian Jones era ex companheira de Natasha. Há cerca de três meses, seu relacionamento com a técnica chegou ao fim, mas Lillian nunca aceitou o termino de seu relacionamento e sempre questionou a Natasha o porquê do fim da relação, que no começo parecia ir muito bem, mas Natasha sempre dava desculpas, nunca estava afim de falar sobre o assunto, ou fugia de Lillian como se ela fosse a própria morte.

Desde então, Lillian passou a odiar sua ex, sempre estava pensando num jeito de fazer com que Natasha se sentisse inútil ou se sentisse culpada por colocar um fim em tudo. Fez de tudo e mais um pouco, mas Natasha parecia não se importar, Lillian tentou suicídio e ela ao menos fora visitá-la no hospital, várias vezes se jogou na frente do carro da mesma, mesmo que por puro drama, mas ela simplesmente chamava os seguranças e quando eles resolviam a situação dava partida e ia embora, mas Lillian não havia desistido de sua amada e faria de tudo para tê-la de volta, e quando se diz “tudo” é “tudo” mesmo.