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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - A herança


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 17 - A herança


Se antes havia um clima de tensão em Beauxbatons, agora era notório que a escola inteira mergulhara em um luto profundo. Depois do que aconteceu no Ministério da magia francês, ninguém parecia ter razão na vida para se sentir animado, como se um dementador tivesse atacado a todos. O céu se mantinha nublado nos últimos dias, contribuindo para deixar a situação mais fúnebre. Até os Potter, que costumavam pregar peças e fazer brincadeiras, se mostravam comportados e reservados. Muitos eventos foram cancelados, como os jogos de quadribol, por exemplo; Tiago cancelou os treinos da equipe da Noble por tempo indeterminado. Ninguém se opôs.

Apenas Sofia demonstrava algo além de tristeza: havia raiva e certa determinação em seu olhar. Desde que iniciara seu treinamento especial, sob a tutela de Dean Lestrange, a garota tinha aumentado, de forma significativa, seus poderes e habilidades. Por outro lado, Melanie era frequentemente vista aos prantos, sentada sozinha no jardim, olhando para o nada; às vezes preferia ficar no dormitório, passava o dia inteiro na cama, sem ânimo para fazer coisa alguma. Sofia tentava animar a prima, mas sem sucesso. Falava que iria vingar a morte dos tios, porém a garota não fazia nada além de derramar lágrimas silenciosamente.

Rick levou adiante o plano de juntar um grupo de alunos para treinar defesa contra as artes das trevas. Por muitas vezes, eles se reuniam na sala secreta, cuja entrada ficava atrás de um espelho. Algumas vezes, as reuniões eram supervisionadas por ninguém mais, ninguém menos que a diretora de Beauxbatons, Lana Marie Malfoy, o que deixava os alunos apreensivos, mesmo com a diretora dizendo que se mantivessem calmos, relaxados e concentrados. O humor da diretora melhorou consideravelmente quando ela percebeu que os alunos treinavam com bastante empenho. Bella Lemaitre estava surpresa ao notar que havia evoluído e muito nos últimos tempos. Sempre que possível, a garota praticava feitiços e azarações.

Quando a sexta-feira chegou, Melanie se levantou bem cedo e foi ao Salão Principal. Havia poucas pessoas ali, o que fez a garota se sentir mais à vontade. Seguiu para a mesa da Perséverer e, quando se sentou, um prato com macarrão, bife e batatas fritas brotou do nada à sua frente. A garota olhava para o prato sem entusiasmo, quando Rafael Dragoni entrou no Salão e se dirigiu a ela:

– Bom dia, Melanie! – ele disse fazendo um pequeno aceno.

– Ah, oi Rafael... – ela respondeu distraída.

– Eu vim trazer um recado da Professora Malfoy... – ele começou.

– Minha tia? – ela o interrompeu.

– Sim, ela mesma. – ele respondeu sorrindo. – Ela me pediu para te avisar que quer conversar com você.

– Hum, certo. Obrigada. – ela respondeu olhando para o prato. Ela comeu um pouco, mas logo decidiu ir ao escritório da diretora. Saiu do Salão e seguiu pelos corredores, que agora estavam mais movimentados. Depois de passar por um grupo de alunos do terceiro ano, ela entrou em um corredor vazio, quando parou de repente, se sentindo estranha. Achou que estava sendo seguida. Virou-se rapidamente com a varinha na mão, uma expressão decidida no rosto. Mas o corredor em que estava permanecia vazio. Ela pensou “Acho que estou ficando paranoica, só pode!” e guardou a varinha no bolso das vestes, prosseguindo em direção à sala da diretora.

Quando chegou ao destino, bateu suavemente na porta.

– Entre! – falou a diretora, dentro da sala.

– Oi, tia! Queria falar comigo? – perguntou Melanie, entrando lentamente na sala.

– Sim, – a diretora tinha uma expressão séria – temos um assunto para resolver, sente-se! – ela disse indicando a cadeira à sua frente. A garota sentou na cadeira, esperando pelo o que a diretora tinha a dizer. – A herança deixada por seus pais.

– Ah, isso... – Melanie não conseguiu disfarçar o desinteresse.

Sim. – continuou a diretora – Seus pais lhe deixaram uma grande fortuna, que deve ser administrada da forma correta. Como você ainda é menor, eu serei sua tutora. Se você não se opõe...

– Não me oponho! – a garota confirmou com veemência, pensando que não andava com a cabeça boa para resolver as coisas.

– Sendo assim, você e eu sairemos hoje à noite, para resolver essa questão e assinar alguns documentos...

– Eu preciso ir também? – Melanie perguntou sem esconder a falta de interesse em sair.

– Precisa sim – respondeu a diretora, com uma expressão mais branda. – Você precisa assinar alguns papéis. Mas não se preocupe, eu cuidarei de tudo. Não tem com o que se preocupar.

– Certo, tia. A que horas nós vamos? – a garota perguntou já se levantando da cadeira.

– Partiremos às 7 da noite. – informou a diretora.

– Hum-hum. Então, até mais tarde. – disse a garota, se virando para ir embora.

– Tem mais uma coisa. Você está pálida e sua aparência não está nada boa. – a diretora falou severamente. – Não está se alimentando direito. Eu entendo o que você está sentindo, afinal ele era o meu irmão... Mas você tem que se cuidar. Procure se alimentar melhor, certo? Tenha um bom dia.

Melanie se despediu de sua tia e seguiu em direção aos jardins. Ficou sentada em um banco, pensando nos pais e na conversa que tivera com a diretora. Foi surpreendida pela chegada de Sofia:

– Sabia que ia te encontrar aqui!

– Parece que vou ter que procurar outro lugar... – Melanie falou com um pequeno sorriso. A aparição da prima tinha animado a garota um pouco. Sofia fez uma careta e continuou:

– Eu perguntei ao Dragoni se ele tinha visto você e ele me contou que você estava na sala da mamãe. Alguma coisa grave?

Melanie contou para Sofia os detalhes da conversa com a diretora. As duas ficaram conversando sobre assuntos variados até a hora do almoço, quando sentiram fome e foram para o Salão Principal.

Quando a noite veio, todos estavam exaustos e a maioria dos alunos se retirou para os dormitórios mais cedo que o normal. Tiago, porém, não demonstrava sinal algum de cansaço. Olhava para os jardins da escola pela janela do dormitório da Noble, entediado. Viu quando Melanie e a diretora Lana passaram caminhando pelos jardins. Observou elas cruzarem os portões e viu a garota segurar o braço esquerdo da tia. Em seguida, as duas desapareceram com um movimento de capa da diretora.

Passado algum tempo, ele achou que aquela seria uma noite muito tranquila, até que a viu de novo; a raposa branca que vira no dia dos testes de quadribol cruzava os jardins rapidamente. Tiago correu para fora do dormitório, passou pela sala comunal, vazia naquele momento, e seguiu pelos corredores desertos. Mas antes de chegar a uma passagem secreta que o levaria para fora da escola, no segundo andar, ele notou que não estava sozinho. Clarisse Beacourt, a severa monitora da Perséverer, estava em sua ronda rotineira pelos corredores. Tiago se escondeu atrás de uma armadura de cavaleiro e esperou que a monitora passasse. Depois que viu a sombra dela desaparecer no corredor anterior, ele correu para passagem e saiu diretamente nos jardins.

Uma vez que estava no jardim, ele novamente se transformou no cervo marrom com grandes chifres e saiu na direção em que tinha avistado a tal raposa que despertava sua curiosidade. Sua mente estava a mil. “Naquela noite você escapou, mas hoje eu pego você!” pensou. Mas de repente ele parou. Uma pessoa de baixa estatura e trajando vestes negras corria rapidamente em direção aos portões. Por um minuto eles se encararam, mas Tiago não conseguiu reconhecer quem era; a pessoa tinha o rosto encoberto por um capuz. Ele não sentiu medo, porque sabia que ninguém podia reconhecê-lo naquela forma. A tal pessoa continuou seu caminho e quando alcançou os portões, desapareceu da mesma forma que fizeram Melanie e a diretora Lana. Percebendo que não poderia fazer nada a respeito disso, por enquanto, ele recomeçou sua busca, seguindo o rastro da raposa.



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