História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - A partida dos Herdeiros

Os dois se encararam por um tempo, em silêncio, até que ela falou:

– Você tá brincando, não é? Potter, esse não é o momento para fazer suas brincadeiras! Vá procurar outra coisa para fazer e me deixe organizar minhas coisas!

Katherine se virou, levantou a varinha e falou:

– "Accio malão!" – um malão de couro marrom com detalhes dourados veio voando de dentro de um guarda-roupas e pousou na frente dela.

– Mas não é nenhuma brincadeira, senhora! – Tiago exclamou, o ar risonho e brincalhão que sempre carregava havia sumido. Sua postura agora era séria – Eu estou falando sério! Eu sei que vocês são capazes de realizar esse pedido! – ele disse observando Katherine levantar a varinha novamente. Os objetos do escritório começaram a flutuar para dentro do malão.

– Vamos supor que não seja brincadeira, que você esteja falando sério... – Katherine começou.

– Mas eu estou! – o garoto exclamou exasperado.

– Vamos supor, Potter! – Ela falou séria. Ele ficou calado. – Supor que haja a possibilidade disso ser feito. Por que faríamos isso?

– Porque se vocês ajudarem a deter Tom Riddle antes de sua primeira ascensão, sua missão seria mais fácil, sem os Comensais e tudo mais...

Katherine pareceu interessada e ele continuou:

– Muitas vidas seriam salvas, incluindo os meus antepassados, e Miguel não teria tanta força como tem agora e...

– E? – ela perguntou parecendo intrigada.

– E Harry não teria a vida difícil que teve. Teria uma vida diferente, outra vida. O que a senhora acha?

Katherine pareceu pensar por um instante e então respondeu – Uma parte do que você disse faz sentido. Miguel é um bruxo muito poderoso, mas sem a ajuda dos Comensais, ficaria realmente mais fácil... Mas por outro lado, as dificuldades nos tornam fortes, Potter. Harry Potter não teria sido quem foi se a vida dele tivesse sido mais fácil. Porém, – O garoto olhou esperançoso para a jovem bruxa – eu vou ver o que posso fazer sobre isso. Mas não prometo nada...

– Muito obrigado, senhora! – ele disse, o ar risonho e brincalhão dele tinha voltado.

– Ah, Dean deve estar no Saguão, me esperando. – ela disse fechando o malão e abrindo a porta. Tiago olhou em volta, o escritório agora estava vazio. Eles saíram da sala, ela trancou a porta e se despediu do garoto – Bom, eu já vou indo. Até mais, Potter.

– Vou ficar torcendo para que tudo dê certo. Até. – Tiago falou e Katherine o deixou lá, parado no corredor, e seguiu em direção ao Saguão de Entrada.

Ao chegar lá, ela encontrou Dean e a professora Malfoy parados, próximos às portas abertas do Saguão. Ao vê-la, Dean falou impaciente:

– Katherine, finalmente! Pensei que tivesse desistido e que eu fosse viajar sozinho...

– Ora, Dean! Sem drama! – ela exclamou impaciente também. – E eu nem demorei tanto!

– Boa noite, professores! – Clarisse Beacourt e Rick Lestrange desciam as escadas e se aproximavam deles.

– Boa noite! – a diretora e os professores responderam.

– Eu preciso perguntar uma coisa! – Clarisse disse corando.

– Pode perguntar. O que você deseja saber, minha jovem? – a diretora perguntou para a monitora.

– Vocês viram Clermont por aí? – Clarisse indagou – É que hoje nós duas faríamos a ronda, mas ela simplesmente sumiu. Tive que pedir ao Rick para me ajudar.

– Desculpe, mas não a vimos. – informou a diretora calmamente.

– Clermont deve ter apenas se atrasado. É provável que ela apareça andando distraída pelos corredores. – Dean falou com uma expressão de desdém.

– Bem, era só isso mesmo. – Clarisse falou. – Nós voltaremos para a ronda. Boa noite, senhores.

– Boa noite! – responderam a diretora e os professores. Os monitores subiram as escadas e desapareceram ao seguir pelos corredores.

– Bem, devemos nos apressar! – Dean falou se virando para as portas abertas.

Eles saíram para o exterior e descendo os degraus da entrada do Palácio de Beauxbatton, avançaram silenciosamente pelos jardins da escola, as grandes portas do Saguão de Entrada se fechando às suas costas. Eles caminharam em silêncio por um tempo, até que Katherine se manifestou:

– Professora Malfoy, estive conversando com o Tiago Severo e ele me fez um pedido.

– Um pedido de Potter? Deve ser algo absurdo... – Dean comentou, sarcástico.

– E o que foi que ele te pediu? – a diretora perguntou enquanto eles continuavam caminhando pelos jardins e se aproximando cada vez mais dos portões da escola.

– Que a gente ajudasse a deter Tom Riddle, antes da primeira ascensão dele. – respondeu Katherine.

– Tinha que ser algo sem noção, mas o que se pode esperar, vindo dos Potter? – Dean se intrometeu novamente. – Uma família brilhante, porém mandaram a parte desmiolada para Beauxbatton! A pior ideia que já ouvi! Ele espera que enfrentemos o bruxo que nomeou a si mesmo como Lorde das Trevas? – ele olhou para a diretora, como se esperasse que ela concordasse com ele.

– Ele disse que se nós ajudarmos a deter Voldemort antes, – Katherine tornou – Miguel não terá seus famosos aliados e ficará mais fácil derrotá-lo.

– Eu acho – a professora Malfoy começou lentamente – que isso pode dar certo... – Dean olhou incrédulo para a diretora. – Vocês são bruxos poderosos e inteligentes, sei que conseguem fazer isso também e seria uma coisa boa se Miguel não tivesse a ajuda dos Comensais.

Eles chegaram aos portões da escola. A diretora fez um aceno com a varinha e os portões se abriram. Ela voltou a falar:

– Contamos com vocês para salvar o mundo. E não se esqueçam, os dois devem segurar o vira-tempo quando forem usá-lo. Mais uma vez, boa sorte.

Dean e Katherine ultrapassaram os portões e a diretora os fechou com mais um aceno da varinha. Ele ergueu o braço esquerdo em direção à ruiva e ela segurou firme, acenando com a mão livre para a professora Malfoy. Assim que os dois seguraram seus malões, começaram a rodopiar e desapareceram na escura noite sem luar.