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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - O erro de Haakonsson


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 53 - O erro de Haakonsson


Sofia achou, por um momento, que não tinha escutado direito, que fosse efeito do cansaço, do nervosismo. Teriam bebido muita cerveja amanteigada? Talvez. Depois, quando Melanie repetiu que iria para o Japão, se negou a acreditar que era sério – aquilo tinha que ser brincadeira. Mas havia determinação no olhar da garota, o que fez Sofia encarar a verdade: Melanie estava realmente decidida a partir. Ela tentou argumentar, quis convencê-la de que era uma atitude muito radical; nada que ela disse surtiu efeito. Restou, apenas, esperar que Melanie mudasse de ideia, assim que se acalmasse. Mesmo estando preocupada com uma "remota possibilidade" de transferência da prima, Sofia adormeceu quase que instantaneamente, quando se lançou debaixo dos lençóis, devido ao cansaço e ao dia cheio que tivera.


Ela acordou tarde no dia seguinte. Olhou para a cama ao lado e não achou Melanie. Vendo que a prima tinha levantado mais cedo, Sofia torceu para que ela tivesse ido conversar com Miguel, para se reconciliarem. Quando chegou à sala comunal, viu a porta se abrir e Melanie entrar, com uma expressão satisfeita no rosto. Trazia alguns pergaminhos nas mãos.

– Ah, oi, So – ela cumprimentou ao notar a prima, parada ao pé da escada que levava ao dormitório.

– Oi... Você parece... Feliz? – Sofia perguntou, analisando as feições da outra.

– Não sei – Melanie respondeu vagamente. – Contente, eu diria.

– Então... – Sofia estava apreensiva – Você e o Miguel fizeram as pazes?

– Não fale desse garoto perto de mim! – Melanie vociferou, impaciente.

– Então, qual é o motivo dessa alegria? E que pergaminhos são esses? – Sofia inquiriu, confusa, olhando para as mãos da prima.

– São os documentos de transferência – Melanie informou. – Partirei hoje mesmo para Mahoutokoro.

– Maho... Mas tu nem sabe falar japonês! – Sofia exclamou, revoltada.

– Hum, isso não é problema – Melanie contrapôs. – Conheço uns feitiços que podem resolver esse pequeno obstáculo.

– Mas... Mas e a equipe? – Sofia questionou, nervosa – Vai nos abandonar?

– Não estou interessada em jogar na mesma equipe que um traidor – Melanie deu de ombros. – Além disso, há outros jogadores bons aqui, você poderá me substituir sem problemas.

Sofia tentou, de todas as formas, fazer a prima mudar de ideia, porém Melanie estava irredutível. As duas discutiram por alguns minutos, até que Melanie subiu para o dormitório, dizendo que precisava arrumar as coisas para a viagem. Sofia se recusou a aceitar a decisão de Melanie, pois acreditava que ainda havia uma última esperança. A loira caminhou apressada até a sala da diretora; somente Lana Malfoy poderia fazer algo para impedir essa transferência, ela pensou.

Ela não perdeu tempo e assim que recebeu a autorização para entrar, abriu o jogo.

– A senhora tem que impedir essa besteira que a Mel tá fazendo!

Lana Malfoy olhou para a filha e falou:

– Eu conversei com a sua prima e com Boneventura, ouvi os dois, analisei o caso... Melanie está determinada a partir. Não há nada que eu possa fazer.

– Mas a senhora tem que impedir essa loucura – Sofia protestou, mas calou-se quando Lana fez um gesto pedindo silêncio.

– Melanie está decidida a ir embora. Eu fiz tudo o que era possível para mantê-la aqui, mas ela não quer. Temos que respeitar a escolha dela.


Sofia se sentia infeliz. Ela saiu da diretoria e foi para o quinto andar, se trancando na sala convocatória. Ao entrar, a garota viu uma sala iluminada por velas espalhadas pelo chão e, mais ao fundo, uma cama confortável. Ela se arrastou até a cama e deitou-se, afundando a cabeça no travesseiro macio. Aquele era o lugar que ela precisava naquele instante, longe de tudo e de todos.


Melanie procurou pela prima, antes de partir, mas não conseguiu achá-la. Nem Rick, nem Scorpius, nem Alvo e nenhum outro aluno sabia onde a garota se escondera. Entendeu que Sofia estava chateada com a partida dela e desistiu de tentar encontrá-la. Ao entardecer, Scorpius, Alvo, Lana, Pietro e Melody estavam nos portões da escola para se despedirem. Pietro e Melody perguntaram, pela décima quarta vez, se ela tinha certeza de que queria ir. Melanie não titubeou ao responder que precisava.

"Assim que puder, eu escrevo para vocês!", ela disse ao entrar na grande carruagem puxada por enormes cavalos alados. Com um solavanco, a carruagem levantou voo. Eles a observaram, subindo cada vez mais, até sumir no horizonte. Miguel, assim como Sofia, não quis ver a partida de Melanie e passou o domingo inteiro no dormitório dos rapazes.


Tiago Severo recebeu alta e saiu da Ala hospitalar, acompanhado por Liliana, Michael, Luke, Snow, Elizabeth, Oliver e Hanna. Eles encontraram os alunos de Hogwarts no Salão Principal.

– E aí, Sev, como está? – Tiago Sirius perguntou, animado.

– Estou bem – o garoto de óculos respondeu. – Ainda dói um pouco quando eu faço movimentos bruscos, mas a Srta. Nouveaux disse que isso passa logo.

– Cara, aquele garoto te acertou com um belo balaço – Hugo Weasley comentou, displicente. – O pior é que você perdeu o seu recorde...

– Basicamente, eu não perdi o meu recorde – Tiago Severo explicou. – Como eu "tive que me retirar mais cedo", a Noble perdeu sem a minha presença em campo. Se eu não tivesse vacilado, teria capturado o pomo, certamente...

– Ou não – rebateu Rose Weasley. – Pelo o que eu ouvi, a filha da diretora também é uma apanhadora talentosa e tinha tanta chance de capturar o pomo quanto você. Estatisticamente falando...

– As estatísticas depõem a meu favor – Tiago replicou, divertido. – Os números falam por mim.

Rose abriu a boca para retrucar, mas sem argumentos, decidiu ficar calada. Tiago Sirius fez um gesto de aprovação para o xará.

– E agora, como fica a situação dos times? – Alvo perguntou.

– No nosso caso – Michael respondeu primeiro – temos ganhar da Sage e da Noble, nos próximos jogos, e torcer para a Sage ganhar da Perséverer. Missão complicada, essa...

– A gente – Tiago Severo começou – não pode perder para a Justé e tem que torcer para a Perséverer derrapar contra a Sage.

– Hum, depender de resultados de outras partidas nunca é bom – Teddy Lupin ressaltou.

– É, mas vamos fazer o que for melhor para conseguir – Tiago e Michael falaram ao mesmo tempo.

– E o Dragoni? – Oliver questionou, de repente – O que pretendem fazer, caso algum de vocês volte a enfrentá-lo?

– Se o Dragoni der mole, eu vou ficar feliz em acertar uma boa azaração na cara dele! – Liliana exclamou, furiosa.

– Absolutamente, não vamos fazer nada contra o Dragoni – o irmão a repreendeu.

Todos olharam para ele, então o garoto continuou:

– O que tivermos para resolver, o faremos dentro de campo e – ele frisou – jogando limpo, como os Potter sempre fizeram.

– Ok, ok – Liliana falou, contrariada – mas tem o Clube de duelos. E eu não vou pegar tão leve com ele, como você fez!

Tiago Severo olhou para a irmã, dando de ombros.

– Bom, eu tenho que resolver umas coisas, encontro com vocês depois – ele disse, se despedindo dos amigos.

"Sei muito bem o que você quer resolver. Você vai atrás da raposinha...", Liliana pensou, ao ver o irmão cruzar as portas do Salão.


O início de março trouxe uma perspectiva diferente do que se imaginava. Os alunos estavam empolgados com a proximidade de mais um confronto: Sage e Justé se enfrentariam no primeiro sábado do mês. Entretanto, a equipe que mais treinou nesse período de tempo foi o time da Perséverer. Sofia e Miguel mergulharam de cabeça nos treinos, tentando diminuir a tristeza que a partida de Melanie lhes trouxe. Além disso, a equipe precisou reforçar o entrosamento, já que havia um novo membro: João Ferreira, um garoto português e grande amigo de Miguel, do sétimo ano, foi a opção da loira para substituir a prima.

Este fato não permitiu que o quadribol fosse o único assunto na escola. Quando o resto dos estudantes soube a razão da inesperada substituição, os corredores rapidamente se encheram com os mais variados comentários. No entanto, alguns dos alunos que estavam na festa do último sábado, contaram a plenos pulmões o pouco que tinham visto e as pessoas começaram a formular suas próprias teorias, o que não ajudou muito a melhorar o ânimo de Sofia e Miguel.


A semana se passou num piscar de olhos. Na quinta, nuvens carregadas esconderam o sol que brilhara tanto nos últimos meses. Chovia desde a madrugada e parecia que o tempo não ia melhorar tão cedo. Na véspera do jogo, Michael comentou sem muita esperança, olhando o céu pela janela do dormitório:

– Eu espero que faça sol amanhã ou vai ser mais complicado ainda...


Para infelicidade dos alunos, a chuva não deu trégua naquela tarde. Cogitaram adiar a partida, por causa do aguaceiro, porém Lana achou que não havia necessidade disso.

Antes de descer para o campo, Rick foi conversar com Sofia. A garota estava na sala que ficava atrás do espelho. Ele ficou surpreso ao saber da partida de Melanie e tentou passar todo o tempo livre que tinha com a namorada. Sabia que a prima era muito importante para a garota e quis dar todo o apoio que ela precisava.

– Hum, eu vou indo, o jogo já está para começar – ele avisou.

– Ah, certo. Boa sorte.

– Assim que a partida terminar, eu volto para cá – o garoto disse.

– Eh... Por quê? – a loira encarou o namorado, confusa – Se vocês ganharem, você tem que ir para a festa...

– Meu lugar é ao seu lado. A não ser que não queira.

– Eu quero – ela falou, abrindo um sorriso, o que aumentou o ânimo do rapaz.

Ele se despediu dela com um beijo e saiu, rumo aos vestiários.


– Senhoras e senhores, recebam as boas vindas de março! – exclamou o locutor da partida – Há um bom tempo que não vemos tanta água assim, hein?! Mas como estão as torcidas hoje?! Quero ouvir a torcida da Sage!

Os estudantes daquela Casa gritaram e aplaudiram, fazendo uma grande festa.

– Bem animada, essa turma aí – o locutor comentou, divertido. – E o pessoal da Justé está aí?!

Novamente ouviram-se gritos e aplausos, vindos do outro lado. Os torcedores estavam bem agitados, entoando os nomes dos jogadores.

– É, a torcida da Justé não fez por menos... – o locutor constatou, entusiasmado. – Porém é meu dever informar que somente uma das torcidas seguirá cantando e isso vai depender do que nossos heróis fizerem dentro de campo!

As torcidas gritavam os nomes das Casas.

– Vamos chamá-los! – o locutor avisou – Primeiro, o time liderado por Joseph Beacourt! Sangster, Haakonsson, Lestrange, Sarcostin, Beatow e Marcheski!

A torcida da Sage fez uma barulheira ensurdecedora.

– Isso aí! Agora vem a equipe do capitão Michael Potter! – o narrador continuou – Lane, Shaw, Fantoni, Smith, Souza e Mager!

Um grande alvoroço foi ouvido no lado da Justé.

Os capitães se cumprimentaram, como sempre. O apito soou e a partida começou. Foi um jogo realmente complicado. As grossas gotas de chuva que caíam nos óculos dos jogadores atrapalhava muito a visão e não era raro ver um jogador tomar a goles do companheiro de time, pensando ser alguém da outra equipe. Vez ou outra, um batedor se enganava e acertava um dos companheiros.

– Minha nossa, eles estão mais perdidos que cego em tiroteio! – o locutor não parecia tão empolgado agora – E Fantoni acerta um balaço em Souza outra vez! Souza deixa a goles cair, mas Potter a apanhou e segue em direção ao gol de Sangster e... Grande defesa de Sangster! Agora é Beatow que parte em direção ao gol de Lane...


O jogo permaneceu dessa forma por certo tempo. A Sage vencia pelo placar de cento e noventa a cento e sessenta, quando Joseph Beacourt viu algo brilhante perto do chão, contornando as bases dos aros defendidos por Snow Hot. John Smith percebeu o movimento do apanhador adversário e iniciou uma perseguição.

Joseph tinha uma grande vantagem em relação a John e se continuasse nesse ritmo, iria capturar o pomo e encerrar aquela partida enfadonha, dando a vitória para sua equipe. Mas ele não conseguiu. Morten Haakonsson, com os óculos encharcados, se confundiu e achando que era John que estava prestes a capturar o pomo, acertou um balaço em Joseph. A torcida da Sage berrou, revoltada. Morten ia comemorar, mas ao escutar o locutor narrando o que ele acabara de fazer, murchou. John capturou o pomo.

– Acabou! – bradou o locutor – Smith apanha o pomo de ouro e a Justé vence a Sage por trezentos e dez a cento e noventa! Que má sorte, Haakonsson!

Não houve tempo para comemorações, nem berros de triunfo ou lamentos. As torcidas correram de volta ao palácio, onde estava quente e seco, enquanto os jogadores iam se secar nos vestiários. Assim como o locutor dissera antes, somente uma torcida iria festejar naquela noite e, por um lance de sorte (ou má sorte, vocês que decidem), seria a torcida da Justé.






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