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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - A carta e o trato


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 54 - A carta e o trato


Como prometido, Rick voltou para junto de Sofia, na sala atrás do espelho.

– Oi, voltei – ele avisou, penetrando pela passagem do espelho.

– Ah, oi – ela olhou para os cabelos do garoto, ainda úmidos – Ainda está chovendo muito, né?

– Demais – o garoto respondeu, dando um beijo na bochecha dela. – Foi um jogo muito difícil...

Rick se sentou no chão e Sofia se deitou sobre algumas almofadas, apoiando a cabeça no colo dele.

– E então, ganharam? – ela perguntou, de repente, brincando com os botões da blusa que usava.

– Que nada – ele negou, enquanto fazia cafuné na garota. – Perdemos.

– Vocês perdem e tu ainda fala isso com essa calma?

– Bom, não havia muito que fazer – ele replicou tranquilamente.

O rapaz contou o que acontecera e como tinha sido o jogo.

– Nossa, espero que o tempo esteja bem melhor, quando for nossa vez – a loira comentou, rindo.

Porém, o sorriso se desfez e a garota voltou a se fechar.

– Te ver assim me deixa muito mal, So – Rick falou, preocupado.

– Não consigo evitar – Sofia retrucou. – A partida da Mel ainda me incomoda muito...

– Você vai ver, a Mel vai se tocar e voltar pra cá – Rick disse, confiante.

– Tomara que você esteja certo... – ela desejou, insegura.


Morten Haakonsson foi o alvo das piadas e brincadeiras dos outros alunos na semana seguinte. O erro que cometera na partida contra a Justé resultou em mais uma derrota e a equipe se complicou no campeonato. Isso irritou profundamente os estudantes da Sage, que passaram a evitar o colega. Somente o pessoal do time e alguns amigos continuaram firmes ao lado dele. Joseph Beacourt, o capitão da equipe, saiu em defesa do garoto e fez um discurso na sala comunal da Sage, na noite da segunda-feira:

– Atenção, pessoal – o ruivo chamou a atenção dos colegas. – Eu gostaria de dizer algumas palavras.

Todos o observavam e ao ver que tinha sua atenção, continuou:

– Quero lhes falar sobre o que aconteceu no último jogo...

Um burburinho se espalhou pela sala. Uns cochichavam, outros falavam abertamente.

– Eu sei que é ruim falar sobre isso – a voz de Beacourt se sobrepôs ao ruído, fazendo-o diminuir. – Mas, infelizmente, é necessário.

Todos os olhos estavam fixos nele.

– Me deixa extremamente triste informar que nossa equipe não tem mais condições de disputar o título de campeão deste ano.

– Graças ao grande Haakonsson! – alguém exclamou, ao fundo. Os murmúrios recomeçaram e preencheram a sala outra vez.

– Isso não é verdade – Joseph falou, sério.

O barulho cessou instantaneamente. Todos olhavam Joseph com espanto.

– Os péssimos resultados que obtivemos não foram frutos de um único lance – ele explicou, impassível. – Eu também tenho parcela de culpa nisso. Subestimei a ousadia de Potter e por isso perdemos o primeiro jogo. Mas é injusto e cruel o que vocês estão fazendo com o nosso colega!

– Ora, Beacourt, você vai defender o cara que te impediu de pegar o pomo?! – um aluno do quinto ano questionou.

– Vou defender um amigo e companheiro de equipe! – Joseph respondeu, incisivo.

Um pesado silêncio caiu sobre eles. Joseph recomeçou:

– Estou certo de que a maioria aqui já jogou quadribol, não?

Os outros estudantes assentiram.

– Mas creio que poucos já enfrentaram a situação que tivemos de enfrentar no sábado passado. Poucos sabem como realmente é jogar naquelas condições.

As pessoas pareceram encolher ao ouvir Joseph falando.

– Nosso amigo cometeu um erro, sim. Mas é um erro que qualquer um de nós, naquela situação, poderia ter cometido. O batedor da Justé acertou o próprio artilheiro umas três vezes, não foi?

"Eu escolhi os melhores: Um bom goleiro, grandes batedores (ninguém rebateu melhor que eles, nos testes!) e – ele olhou para três garotas que estavam perto da lareira – as melhores artilheiras que eu já vi nesta escola!"

Tainá, Anelô e Catarinha ficaram desconcertadas com o elogio.

– Infelizmente, ter o melhor ataque do Campeonato não foi o suficiente – lamentou Joseph. – Estamos fora da disputa.

"Contudo, o Campeonato ainda não acabou. Nos restou a disputa por um terceiro lugar. Nada muito glorioso, mas espero contar com o apoio e a torcida de todos. Isso significa que culpar alguém por um lance de má sorte está fora de questão, entenderam?"

Todos assentiram.

– Ótimo. Vocês têm a minha palavra de que vamos nos esforçar para conseguir esse terceiro lugar!


A manhã de terça-feira trouxe uma novidade para Sofia. Ao acordar, ela encontrou uma carta sobre a mesa de cabeceira. Ela esfregou os olhos, abriu o envelope e começou a ler:


Querida prima


Estou amando o Japão! Aqui, as aulas são somente durante o dia e os uniformes daqui são encantados! Eles mudam de cor, de acordo com o nível de conhecimento da gente. O meu uniforme tá quase dourado, o que significa que eu tô quase formada! E tem uns doces aqui, com uns nomes esquisitos, mas que são uma delícia! Já fiz alguns amigos: tem as gêmeas, Ayame e Ayumi; tem a Sora e o Akira; e tem um garoto lindo, que se chama Yuki. Vi algumas partidas de quadribol aqui e percebi que a gente ainda tem muito para aprender, eles não jogam, eles destroem! Gostaria que você estivesse aqui para ver todas essas coisas legais. Vou aguardar carta sua, contando como estão as coisas por aí, mas não quero saber de certas pessoas, ok? Espero que esteja tudo bem por aí.


Com amor, Mel.


Ela releu a carta e repetiu uma terceira vez. Depois a jogou dentro do malão e foi tomar banho. Assim que terminou de se aprontar, apanhou a carta da prima e a enfiou nos bolsos das vestes, indo para o Salão Principal.

A garota marchou para mesa da Sage, procurando pelo namorado.

– Preciso falar com você – ela falou, exasperada, ao encontrá-lo.

– Eh, tudo bem – Rick concordou, notando a ansiedade da menina.

Eles saíram do Salão e seguiram por alguns corredores. De repente, Sofia parou, quando viraram em um corredor deserto. Puxou a carta do bolso e mostrou para o namorado.

– É uma carta da Mel – a loira disse, inconformada.

– Carta da Mel? – Rick perguntou, olhando o pedaço de pergaminho nas mãos dela – Mas por que você está assim?

– Porque essa é a confirmação dos meus temores! – a garota sussurrou, brandindo o pedaço de pergaminho – A Mel não vai voltar!

– E o que te faz pensar assim? – Rick inquiriu, ainda sem entender – Ela fala isso na carta?

– Praticamente – Sofia confirmou, desgostosa. – Ela está encantada com o Japão! Fazendo mil elogios e tudo mais! Diz até que eles jogam melhor que a gente!

– É sério? – Rick perguntou, incrédulo – Me deixa ver isso aí!

– Toma – ela passou a carta para ele. – Ela ainda diz que fez novos amigos e que tem um tal de Yuki, que achou lindo!

– Quem é Yuki? – uma voz grave questionou, atrás deles.

Sofia sentiu o estômago revirar; sabia de quem era aquela voz... Ela se virou rapidamente, puxando a carta das mãos de Rick e tentando guardá-la no bolso. Rick parecia incapaz de se mover. Era Miguel. Cabelos despenteados e gravata frouxa; as pesadas olheiras indicavam a falta de sono.

– Ah, M-Miguel – Sofia estava trêmula. – Que susto...

– Vocês estavam falando sobre a Mel – o garoto disse, sem cerimônia. – E quem é Yuki?

– Não é ninguém importante – Sofia respondeu ligeiro.

– Esse bilhete que você tá escondendo aí é da Mel, não é? – ele questionou, olhando para o bolso onde a garota guardara a carta – Eu quero ver.

Ele avançou na direção dela, mas Rick bloqueou sua passagem.

– Sai da frente, Lestrange – Miguel vociferou, tentando conter a irritação.

– Nela você não encosta – Rick se manteve firme.

– Parem já, os dois! – a loira berrou.

Os dois garotos olharam para ela, surpresos.

– A carta é da Mel, sim – Sofia assumiu. – Eu vou deixar você ver, mas tem duas condições.

– E quais são? – Miguel perguntou, se acalmando.

– Primeiro, você tem que prometer que vai ficar calmo.

– Eu prometo – Miguel respondeu, impaciente.

– É sério, Miguel! – ela elevou a voz.

– Já disse que prometo!

– Certo. Segundo, vai ter que me contar qual é o lance com a Clermont?

– Clermont? – Rick indagou, olhando de Sofia para Miguel.

Miguel aparentemente analisava a proposta da garota.

– Tudo bem – ele disse, por fim.

Sofia ficou atenta. Ele começou:

– Quando eu queria dominar o mundo, deixei alguém infiltrado aqui, para ter uma forma de saber o que se passava aqui. Essa pessoa era Clermont.

"Nos conhecemos desde antes da escola e ela sempre esteve disposta a me ajudar, não importando o que fosse. Eu sempre pensei que era pela amizade, porém Lucy me fez ver que a garota tem uma paixonite por mim..."

– Você usou a garota para nos espionar? – Sofia semicerrou os olhos.

– Não me orgulho em dizer que me aproveitei dos sentimentos dela para mantê-la espionando – ele continuou.

"Mas a Mel me fez ver que eu estava errado. Me arrependi e voltei pra cá. Quando encontrei com Clermont, pedi desculpas por tê-la colocado em perigo e deixei claro, várias vezes, que aquilo tinha sido um erro e que a Mel é a única na minha vida."

– Pelo visto, ela não desistiu de você – Sofia comentou, avaliando as feições de Miguel.

– Mas eu não quero nada com ela – Miguel se apressou em afirmar. – Só a Mel me importa!

– Então Clermont era sua espiã... – parecia que uma lâmpada se acendera na cabeça de Rick – Isso explica os sumiços repentinos... E ela dizia que estava doente! Imagina o que a Clarisse diria, se soubesse...

– Já posso ler a carta? – Miguel questionou, ainda impaciente.

– Pode – Sofia estendeu o pedaço de pergaminho para o garoto. – Mas lembre-se do que prometeu...

Miguel apanhou a carta e leu. Quando terminou, estava indignado.

– Eu tenho que ir para o Japão agora! – bradou, irritado – Nenhum cara de olho puxado vai roubar a Mel de mim!

– Você não pode ir! – a loira berrou – Vai deixar o time na mão?!

– A Mel é mais importante! – ele replicou, agitado.

– Calma, vamos fazer um trato – a garota propôs. – Você fica e eu escrevo uma carta para ela, explicando tudo que aconteceu. Você me ajuda e eu te ajudo, ok?

– Você vai falar que eu não tive culpa, que foi armação da Clermont?! – Miguel inquiriu, estudando a proposta.

– Exatamente – ela confirmou.

Ele estendeu a mão para a garota. Ela apertou com firmeza.

– Trato feito – ele disse, sorrindo.





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