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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - A festa na mansão


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 67 - A festa na mansão


Depois da conversa com a prima, Melanie ficou sabendo que Miguel era inocente e que tudo tinha sido armado por Adeline, que por sua vez, era obcecada pelo garoto. Se os argumentos da outra eram convincentes ou não, o engraçado era que, para uma pessoa que parecia irredutível, ela até que aceitou as explicações muito rápido. No entanto, algo latejava com insistência na parte mais remota de seu subconsciente, fazendo uma súbita desconfiança aflorar.

Melanie insistiu em questionar sobre a razão que levou Sofia a ajudar alguém em quem não tinha tanta confiança. A outra apenas repetiu que não achava justo saber a verdade e não contar. Melanie encarou a prima com os olhos semicerrados e falou que era melhor arranjar outra desculpa, pois essa não convencia nem os alunos do primeiro ano. Jocosa, Sofia reafirmou que sua primeira intenção realmente era impedir uma injustiça. Porém, confessou que sua segunda intenção era desfazer o mal entendido e ajudar os dois a se reconciliarem. Somente assim, a sua prima voltaria para Beauxbatons.

Melanie ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, perguntou quais eram as "coisinhas" que ela precisava saber, mudando estrategicamente de assunto.

Sofia lhe contou que Miguel revelara ter usado Adeline como espiã, durante o tempo em que fora ministro da Magia, para vigiar os passos da família Malfoy e de outros alunos. Melanie perguntou se Lana, sua tia, já sabia desse fato e Sofia respondeu que não tinha ideia, mas que conversaria com a mãe assim que retornasse à França.

No fim, Melanie disse para a prima que iria continuar tratando Miguel com frieza, por algum tempo. Sofia não entendeu qual era a jogada e quando tentou saber o que a garota planejava, a moça só respondeu que ela ia descobrir logo.


No dia seguinte, antes da primeira refeição, Miguel chamou Sofia e quis saber, tentando disfarçar a ansiedade, se ela já tinha falado com Melanie sobre a reconciliação. 

– Já conversamos, sim – ela confirmou, impaciente.

– E então, como foi? O que ela disse?

– Disse que ainda está em dúvida, que precisa de um tempo, para poder assimilar as coisas... – mentiu, lembrando-se do que a prima dissera, sobre trata-lo com frieza.

– Hã, dúvida?! – o garoto ficou um pouco agitado – Você não explicou para ela?! Não tem razão para ter dúvida!

– Olha, eu já fui lá e fiz minha parte – a loira se irritou, cruzando os braços. – Agora seja paciente. Quando ela se sentir bem, ela vem e fala com você, ok?

Miguel bufou, inconformado.

– Vocês gostam de complicar demais as coisas – ele murmurou.

– Ei, sem ofensa, viu! – ela segurou o riso – Você tem mais é que me agradecer, por vir limpar tua barra! E até agora eu não ouvi um mísero "obrigado"!

O rapaz a encarou, zangado. A loira parecia se divertir por vê-lo assim.

– Obrigado... – ele remoeu, de má vontade, como se fosse um ventríloquo muito ruim.

– O que você falou? Eu não escutei direito... – a garota realmente estava amando aquilo.

– Muito obrigado, Srta. Malfoy – ele disse clara e pausadamente, contrariado.

– Hum, de nada – os olhos dela brilhavam maldosamente.

– Vou seguir o seu conselho e ser paciente. Vamos ver no que vai dar – ele vociferou e se virou para sair.

Nesse instante, Rick vinha chegando.

– Dia, So – ele deu um beijo nela. – O que houve com o Boneventura? Por que ele tá com cara de dor de barriga?

– Ah, é só aquele lance dele e da Mel...


Naquele mesmo dia, Melanie e Yuki tiveram uma conversa séria. A garota falou que o achava lindo e cheio de estilo, mas que não poderiam ser mais que amigos e explicou-lhe a situação. Ela estava muito tensa, porém relaxou quando o rapaz disse que compreendia e que não tinha problema.

– Não precisa ficar assim, está tudo bem – ele a abraçou, para tranquilizá-la. – Se o seu coração ainda é dele, vai ser melhor para todos.

A loira sorriu, sentindo-se mais leve.

– Obrigada, por entender – ela o olhou, agradecida. – A garota que ficar com você vai ter muita sorte.

O garoto sorriu fraco.

– Eu não vou mentir, fico um pouco chateado – ele confidenciou, num tom reflexivo. – Afinal, você é uma menina especial.

– Obrigada, Yuki-san – ela corou com o elogio. – Bom, amigos?

Ela abriu os braços.

– Sempre – ele respondeu e os dois se abraçaram novamente.


A vida seguiu normalmente nos dias seguintes, sem maiores novidades.


Na tarde da sexta, Melanie apareceu no Grande Salão com alguns envelopes coloridos nas mãos.

– Que é isso, Merani-chan? – Ayame olhou para os envelopes que a outra trazia.

– Esses são os convites para a minha festa na mansão Malfoy, amanhã – Melanie respondeu, distribuindo os envelopes entre os amigos.

A garota já havia entregado todos os convites, exceto um; ela parou diante de Miguel e estendeu o último convite que restara. O garoto, que estivera distante, ergueu a cabeça e a encarou com a testa franzida, por alguns segundos.

– Eu não pretendo passar a tarde inteira com o braço estendido – ela disparou, com um sorrisinho sarcástico. – Vai pegar ou não?

O garoto pegou o convite, sem falar nada e o guardou no bolso interno das vestes.

– Ok, aí no convite estão as informações essenciais, como o horário, por exemplo – ela começou a explicar para os amigos. – Embora vocês já saibam de todos os detalhes, porque eu só tenho falado nisso, nas últimas semanas...


Depois que os alunos entregaram todos os trabalhos escolares pendentes e que todas as atividades foram encerradas, as férias da escola japonesa de magia finalmente tiveram início.


Na manhã de sábado, Melanie chamou a prima e os amigos para jogar quadribol. O grupo desceu a montanha, montados em vassouras. Não havia campo de quadribol ali; eles jogavam sobrevoando o mar. Seis aros metálicos enfeitiçados flutuavam, três de cada lado, metros acima das ondas fortes.

– Quem vai ser o olheiro da vez? – Akira indagou.

Os alunos de Beauxbatons se entreolharam, confusos.

– O que é um olheiro? – Sofia perguntou para a prima. – É alguma posição que só existe aqui?

– Ah, não – Melanie respondeu, rindo. – Deixa eu te explicar. É que os trouxas têm um base aérea, numa dessas ilhas, e eles costumam passar por aqui de vez em quando, com seus aviões – ela esclareceu. – O olheiro é alguém que fica de fora, só para vigiar e avisar, caso algum trouxa se aproxime, sacou?

Sofia acenou positivamente.

– Bom, vamos fazer um "quatro contra quatro" – Yuki olhou para os amigos.

Todos concordaram. Depois de lançarem sortes entre si, ficou decidido que o primeiro quarteto seria formado por Melanie, Yuki, Akira e um garoto chamado Kento, do sexto ano; o outro quarteto era formado por Sofia, Rick, Miguel e Emi, aluna do sétimo ano. Sora e as gêmeas ficaram na torcida.

– A Sora vai ser a olheira dessa vez – Melanie avisou para os outros.

A partida começou.

Os alunos de Beauxbatons mal conseguiam mover-se. Estavam totalmente perdidos, sem saber o que fazer. Os japoneses se deslocavam com uma velocidade invejável. O time de Melanie marcou cinco pontos em dez minutos.

– Essa marcação tá errada! – Miguel berrou, ensandecido, tentando defender os aros de mais uma investida da equipe adversária. – Sofia, você tá marcando errado!

– Não me dê ordens, Boneventura! – a garota guinchou, irritadiça.

– Mas você não tá marcando direito! – Miguel bradou, furioso.

A discussão dos dois resultou em mais um ponto. Melanie marcou e mandou um beijinho para Miguel, a fim de provocá-lo.

– Muito boa, capitã! – Akira elogiou a jogada de Melanie.

– Ei, vocês dois! – Emi gritou, autoritária – Vão ficar aí discutindo ou vão começar a jogar?!

Depois da bronca de Emi, Miguel e Sofia se concentraram mais no jogo e sua equipe melhorou bastante. Mesmo assim, a derrota foi inevitável: o time de Melanie venceu por quinze pontos de diferença.

– Que história é essa de capitã? – Sofia perguntou, ao desmontar da vassoura, quando retornaram ao palácio de jade.

– Ah, é que eu sou a capitã da equipe de quadribol do sétimo ano – Melanie explicou, também saltando da vassoura.

Quê? Como assim? – o queixo de Sofia estava caído – Mas tem pouco tempo que você veio para cá e...

– Eu comentei que tinha vontade de ser capitã e eles gentilmente me ofereceram o posto – Melanie contou, com um largo sorriso. – Fiquei super contente!

– Merani-chan é uma ótima capitã – Yuki acrescentou, se colocando ao lado dela.

Miguel fervia de ódio por dentro, vendo Yuki tão próximo de Melanie. Fazia um grande esforço para se manter calmo ou pelo menos parecer. Na verdade, sua vontade era lançar uma azaração no japonês.

– Ainda bem que não teve interrupção dos trouxas com aqueles aviões e a gente pôde jogar a manhã inteira na boa – Akira comentou, analítico.

– O jogo fica bem mais divertido sem as interrupções – Sora pontuou, alegre.

– Hum, por falar em diversão, vão se preparando, porque o dia promete! – Melanie exclamou, empolgada.


Os alunos gastaram boa parte da tarde fazendo as malas e se aprontando, para partirem de Mahoutokoro rumo às férias. Em certo momento, Miguel deixou escapar que não tinha vontade de ir à festa na mansão. Sofia ouviu e contou para a prima. Melanie pediu para que Sofia, indiretamente, convencesse o rapaz a comparecer à festa. Depois de uma pequena discussão (o que não era novidade), a loira conseguiu convencê-lo a ir também.

Poucas horas antes do anoitecer, o grupo se reuniu no pé da montanha, para viajarem através de uma chave de portal preparada pelo professor Noguchi.

– Obrigado por ter nos recebido tão gentilmente, Noguchi-sensei! – Rick falou, fazendo uma reverência, sendo acompanhado por Sofia e Miguel.

– Foi uma honra recebê-los e tê-los aqui conosco – o diretor disse, sorrindo. – Espero reencontrá-los, um dia.

– Será um prazer – Sofia afirmou, também sorrindo.

– Mandem lembranças para a professora Malfoy – o velho homem pediu.

– Pode deixar – a garota assentiu.

– Nos vemos quando as aulas recomeçarem, sensei – era a vez de Melanie e dos alunos japoneses se despedirem de seu mestre. – Boas férias para o senhor.

– Para vocês também, aproveitem bastante – o diretor desejou. – Mas estejam sempre atentos – e de repente, a voz dele ficou mais grave e sua expressão mais severa – e de forma alguma se descuidem. Bom, até a volta! – sua expressão voltou a ser branda.

Após se despedirem do diretor, o grupo caminhou até o lugar onde a chave de portal – uma antena de TV velha e quebrada – se encontrava. Eles formaram um círculo em torno do objeto e com uma contagem regressiva, tocaram nele. Novamente a sensação de ser puxado por trás do umbigo, tudo começou a rodopiar e parecia que eles estavam sendo arremessados em todas as direções; Sofia e Melanie se arrependeram de terem comido mais do que deviam no almoço.

Depois de vagarem pela imensidão de cores e sons, eles se viram parados em uma estrada rural, diante de altos portões de ferro trabalhado. Para além dos portões, uma estrada retilínea se estendia. Melanie levantou a mão esquerda, como se estivesse acenando para os portões, e eles se abriram lentamente. O grupo passou pelos portões e começaram a caminhar pela longa estrada ladeada por muros baixos, cobertos por uma sebe cuidadosamente aparada.

Ao longe, se avistava o casarão, iluminado pelos poucos raios de sol. Ainda era manhã nas terras britânicas. Eles viram o jardim da propriedade, tão belo e bem cuidado quanto o de Beauxbatons. Pavões albinos, alvíssimos, passeavam sobre a grama.

– Nossa família sempre gostou de criá-los – Sofia comentou, displicente, vendo que os japoneses olhavam fascinados para os animais. – É como se fosse uma tradição...

Em questão de minutos já estavam no Hall, que tinha paredes repletas de quadros com rostos que os encaravam com curiosidade. O chão de pedra era todo coberto com um tapete vermelho muito bonito.

– Não fizeram muitas alterações na mansão... Uma reforminha aqui, outra ali, mas nada demais – Sofia falou para o namorado, baixinho. – Tudo está quase igual ao que era na época de Draco.

Passando por uma porta, chegaram à sala de visitas.

– Ainda estão rolando os últimos preparativos da festa – Melanie os avisou. – Aproveitem para descansar, porque a noite vai ser longa...

Os convidados foram conduzidos aos quartos de hóspedes, onde ficaram em repouso enquanto aguardavam que a festa começasse.


Eram seis e meia da noite quando os convidados se reuniram outra vez na sala de visitas. Melanie e Sofia levaram os amigos para outro cômodo, um salão amplo e bem decorado. Um grande lustre pendia de forma majestosa do teto, iluminando perfeitamente o ambiente. Havia uma mesa longa, com pratos, tigelas, travessas e bandejas cheias de comida. Tinha comida típica da Grã Bretanha, da França e, claro, não podiam faltar as comidas e guloseimas japonesas.

– A festa vai começar e eu quero que todos se divirtam muito – Melanie anunciou. – Como vocês sabem, essa é uma festinha que eu organizei para reunir os amigos – ela puxou a prima para um abraço lateral – embora nem todos estejam presentes, mas eu tô mega feliz, porque vocês estão aqui comigo.

Os amigos aplaudiram.

– Bom, eu não vou ficar enrolando, vamos começar logo essa festa! – a garota exclamou, sorrindo – E claro, festa sem música não é festa, então...

Ela bateu palmas e uma banda entrou no salão. O guitarrista fez soar o primeiro acorde.

– Aproveitem a festa! – ela disse, começando a dançar ao som da música agitada.


Tudo estava de acordo com o que Melanie tinha planejado. Todos – exceto Miguel – estavam se divertindo, dançando, conversando, comendo e/ou bebendo cerveja amanteigada ou hidromel.

Em dado momento da noite, Melanie deixou o salão e foi para uma sacada, querendo sentir o vento frio da noite. Não demorou para que Sofia aparecesse e ocupasse um lugar ao lado dela.

– Achei que você estivesse animada com a festa – Sofia comentou, olhando para os pavões no jardim.

– E estou – a outra respondeu.

– Aquilo que você falou foi sobre o Scorpius, não é? – Sofia inquiriu.

– Gostaria que ele estivesse aqui, com a gente – Melanie disse, pensativa. – Não só ele, mas os nossos amigos de Beauxbatons também.

– Até os Potter? – Sofia brincou.

– Até eles – Melanie entrou na brincadeira.

Houve um momento de silêncio, antes que Sofia voltasse a se manifestar:

– Eu vou voltar para a festa, chamar o Ri e mostrar umas partes da mansão para ele.

– Olha, você se comporte, garota! – Melanie falou, rindo.

– Eu não vou fazer nada demais! – Sofia retorquiu, se fazendo de inocente.

– Eu te conheço, Sofia Malfoy... Me faz um favor? – Melanie pediu.

– Qual?

– Diz para o Miguel que eu quero falar com ele.

Sofia hesitou um pouco, antes de responder.

– Tudo bem – e voltou para o salão, deixando a outra na sacada.


Sofia encontrou Miguel sentado a um canto do salão, observando a banda tocar e bebendo hidromel, notavelmente entediado.

– A Mel quer falar com você – ela sussurrou para ele.

– É sério? – o garoto a olhou, num misto de surpresa e desconfiança.

– Por que você acha que eu ia inventar? – a loira ficou impaciente.

Ela indicou o caminho que ele deveria tomar para encontrar a prima e o garoto saiu à procura da outra loira.

Logo em seguida, ela arrastou Rick para um rápido passeio pela mansão. Depois de uns beijinhos em um corredor escuro, a garota falou:

– Tem uma coisa que eu quero te mostrar – e puxou o namorado pelo braço, através dos corredores.

Os dois chegaram a um corredor muito, muito estreito, que ficava por trás de uma tapeçaria. Rick teve que se espremer para poder passar por ele. No fim desse corredor ficava uma pequena sala, que parecia ser um escritório. Sofia se dirigiu a uma lareira e murmurou alguma coisa. A lareira sumiu, revelando uma cavidade oculta.

Dentro da cavidade estavam muitos objetos de aparência esquisita e até perturbadora. Os olhos dela tinham um brilho diferente ao mirar aqueles objetos.

– O que são essas coisas, So? – Rick indagou, perplexo.

– São artefatos das trevas – a garota respondeu, olhando fixamente para as peças. – Pertenceram aos nossos antepassados.

– E por que vocês mantêm essas coisas aqui? – o rapaz questionou.

– Não podemos nos desfazer disso – ela esclareceu. – São artefatos extremamente perigosos e não podemos correr o risco de que caia em mãos erradas.

Ela explicou que, no passado, os Malfoy colecionavam esses artefatos, mas que com o tempo se tornaram guardiões, para evitar que outras pessoas tivessem acesso a elas.

A garota restaurou os encantamentos e os dois retornaram para a festa, no salão.


Por que a So parecia tão entusiasmada com aqueles artefatos das trevas? Nunca vi os olhos dela brilharem daquele jeito... Será que ela tem um lado que não conhecemos?


Esses pensamentos rondaram a cabeça do jovem monitor por um longo tempo, até ele se convencer de que devia ser só sua imaginação e que o melhor era confiar na namorada.


– A Sofia disse que você quer falar comigo – Miguel chegou ao aposento onde Melanie estava.

A garota se virou para encará-lo.

– Hum hum – ela confirmou.

Ele ficou esperando que ela começasse.

– Qual é o lance entre você e a Clermont? – a garota inquiriu, como quem não queria nada.

Miguel estranhou. Não era uma pergunta qualquer, era a pergunta. Sem saber quais eram as reais intenções da garota, ele optou por se fazer de difícil.

– Por que isso agora? – ele estreitou os olhos.

– Mera curiosidade – ela fingiu displicência. – Só para saber mesmo...

– Talvez eu não queira falar – o garoto persistiu na ideia de dificultar para ver no que resultaria.

– Ora, vai se fazer de difícil agora?! – ela rolou os olhos.

– Acho que é um direito meu – ele retrucou, irônico. – Quando eu quis falar, você não quis ouvir...

– Eu estou te dando uma oportunidade de esclarecer as coisas – ela disse, calmamente. – Melhor não desperdiçar.

Um minuto de silêncio. O rapaz parecia digerir as palavras dela.

– Éramos amigos de infância – ele falou, reflexivo. – Nada mais que isso.

A loira analisou a resposta.

– Eram? – ela voltou a questionar – Não são mais?

– Não – ele respondeu novamente, sério. – Não depois do que ela fez.

– Amigos de infância... – a garota repetiu, lentamente – Pelo jeito, ela não pensa assim...

– Eu nunca dei motivos para que ela achasse que poderíamos ter algo a mais – ele se apressou em explicar. – Nem sabia que ela nutria algum tipo de sentimento por mim além da amizade até pouco tempo. Ela nunca me falou nada...

– E quando foi que descobriu? Foi naquele corredor? – os olhos dela procuraram por algum sinal de contradição.

– Um dia, ela foi ao Ministério, para me passar informações sobre vocês – o rapaz começou a contar. – Foi McCarthy quem percebeu e me alertou.

– McCarthy?! – Melanie arqueou uma sobrancelha.

– Ela que me falou que Clermont estava apaixonada por mim – ele continuou. – Até então eu achava que ela tinha aceitado espionar pela amizade.

Melanie ficou pensativa.

– Se não fosse McCarthy, eu nem teria notado – o garoto emendou.

– Realmente, você é bonito, mas é lerdo... – a loira comentou, verdadeiramente displicente.

– Como é?! – Miguel zangou-se.

– Nada – ela negou, rindo. – Quer dizer que você e ela nunca tiveram nada? Nem quando você voltou para Beauxbatons?

– Eu nunca te traí, se é o que quer saber – o garoto respondeu, com uma voz monótona.

"Quando eu retornei à escola, eu fui conversar com ela, para me desculpar por tê-la usado como espiã, ter feito ela se arriscar. Ela me falou que estava tudo bem. Me perguntou se era verdade que você e eu estávamos juntos e eu confirmei. Achei que mesmo tendo interesse por mim, que ela iria respeitar o nosso namoro. Mas me enganei..."

Melanie ficou parada por alguns instantes, analisando o que o garoto acabara de contar.

– Se ela se arriscou para espionar por você, era de se esperar que ela tentasse algo para nos separar – ela murmurou.

Miguel olhou para ela, esperançoso.

– Mesmo assim – ela prosseguiu – não sei se saber isso muda a situação.

Miguel olhou para o lado, sem acreditar.

– Então continuamos na mesma? – ele indagou, de cara fechada.

– Sim – ela respondeu, enquanto fechava a janela da sacada. – Por enquanto...

O garoto a olhou, confuso.

– Agora vamos voltar para o salão – a garota o empurrou para fora do cômodo. – Não quero perder minha própria festa!




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