1. Spirit Fanfics >
  2. A Quinta Porta >
  3. A Resistência

História A Quinta Porta - A Resistência


Escrita por: Dexterfarias

Capítulo 7 - A Resistência


- O que faz aqui? Que lugar é esse? Quem são essas pessoas? – Alan perguntou, perplexo.

- Ótimas perguntas, mas primeiro temos que tratar da sua amiga. – Leo respondeu. - O machado que aquele homem jogou contra ela estava envenenado. Se não agirmos rápido, ela vai sangrar até morrer.

Relutante, Alan assentiu. Aquele não podia ser o Leo, seu amigo. Mas era. Havia algo de diferente nele, mas Alan estava tão atordoado que não soube dizer o que era.

Leo e outro homem aproximaram-se de Marjorie. Alan abaixou-se para ajudá-los a erguê-la, mas sentiu uma súbita tontura e desabou.

- Ei, calma – disse Leo, correndo até ele. Você nunca havia usado seus poderes antes, não é? Precisa ir devagar.

- Na verdade - Alan forçou-se a ficar de pé. Marjorie precisava dele. – esse já foi meu segundo vôo.

Leo ergueu uma sobrancelha, preocupado, mas deixou que Alan ajudasse a levar Marjorie até uma das carroças. Em seguida ele deu ordens em voz baixa a dois homens, que entraram na floresta correndo.

- O que disse a eles? – Perguntou Alan.

- Disse para avisar ao acampamento que estamos chegando, e trazemos uma garota ferida. Para se prepararem.

Alan assentiu, agradecido. Quando ficara tão cansado?

Assim que Marjorie estava bem acomodada na carroça, com duas mulheres arqueiras amparando-a, Leo deu ordem de marcha. O grupo seguiu para a floresta, e depois de alguns minutos alcançaram uma trilha espaçosa entre as árvores altas.

A partir daí aceleraram o passo. Felizmente os bois eram rápidos e fortes; pareciam também menores que bois normais. Alan lutava para acompanhar o passo do grupo; pareciam acostumados com essas trilhas florestais acidentadas, mas ele não era. E suas pernas estavam bambas.

Depois de vinte minutos de marcha acelerada, que pareceram uma eternidade, eles finalmente alcançaram uma clareira cheia de barracas e fogueiras. Foram imediatamente recepcionados por um grupo de quatro homens que traziam uma espécie de maca improvisada, couro amarrado a duas talas laterais. As arqueiras ajudaram os homens a descer Marjorie para a maca, e eles rapidamente levaram-na para uma barraca mais afastada. Alan fez menção de segui-los, mas Leo o deteve.

- Você não pode entrar lá. – ele disse, colocando a mão sobre o peito do amigo. – A curandeira não permitirá.

- Curandeira? Ela precisa de um médico! E de um antídoto para o veneno, antes que...

- Calma, eu sei! – Leo interrompeu-o. – Mas aqui não existem médicos, Alan. E sim, temos o antídoto para o veneno. – ele pegou no braço dele. – ela vai ficar bem, prometo. Nós chegamos em tempo.

Alan não conseguia disfarçar o nervosismo, mas sentiu que ele dizia a verdade.

- Mas o que você quer dizer com “aqui não há médicos”?

- Acho que você já sabe, Alan.

E Alan sabia. No fundo, conhecia a verdade.

- Não estamos em nosso mundo, não é? – ele deduziu.

- Exatamente – disse Leo. Venha para minha barraca, vou lhe explicar tudo. Você precisa descansar.

Alan seguiu-o até uma barraca alta, e provavelmente a mais aconchegante do acampamento. Havia uma espécie de cama rústica, improvisada com palha, mas aparentemente aconchegante. A um canto uma mesa com mapas desenhados em linho destacava-se. Leo o fez sentar em um banco tosco de madeira e uma mulher veio cuidar de seus ferimentos. Quando ela terminou de limpar o sangue do seu rosto, Leo ofereceu-lhe um pouco de água.

- Desculpe – disse ele – mas não temos muitas opções quanto às bebidas. Água é o máximo que posso lhe oferecer no momento.

- Está ótima – disse Alan – não bebo nada desde ontem. Obrigado.

Leo sentou-se em frente a ele, e ficaram em silêncio por uns minutos.

- Então – disse Leo, finalmente. – oi.

- Oi. – respondeu Alan.

Alan ainda não acreditava totalmente que aquele era seu amigo Leo. Estava tão diferente... a roupa que usava era verde com tiras de couro marrom, como a das outras pessoas ali. Os cabelos negros estavam mais longos, e os olhos azuis mais... sábios. O porte físico dele melhorara também, pelo visto. Nem sequer suara na rápida travessia da floresta. Mas a expressão divertida era a mesmíssima de sempre.

- Então – Alan finalmente perguntou – vai me contar o que está acontecendo?

- Se você me perguntar o que quer saber, eu respondo – disse Leo. – “o que está acontecendo” é muito vago.

- Bem, primeiro, que lugar é esse?

- Esse lugar? Bem, estamos no nosso acampamento de refugiados. Somos a resistência.

- Resistência? A quê? – perguntou Alan.

- A um tirano, obviamente. Um que se auto intitula Imperador. Seu nome é Karmandu.

- Karmandu? – Alan deu um risinho nervoso.

- É um nome idiota, eu sei – disse Leo – mas ele gosta de ser chamado assim.

Alan não gostou daquilo. Karmandu... o nome lhe trazia arrepios. Principalmente porque soava familiar.

- Você disse que não estamos em nosso mundo... – Alan começou.

- Eu confirmei – disse Leo. – na verdade, você disse que não estamos em nosso mundo. Já sabia disso.

- Sim, mas... como é possível? Que mundo é esse?

Leo suspirou.

- Veio para cá sem saber de nada? Nadinha mesmo?

- É, aparentemente sim.

Alan contou as aventuras do dia anterior. Contou como encontrara o pergaminho contendo o bilhete, como ele e Marjorie chegaram ao relojoeiro, a quinta porta, o precipício, e por fim os sequestradores.

- Uau. – disse Leo. – Uma aventura e tanto. Mas isso é um problema. Se você não sabe de nada...

E se calou, pensativo. Alan esperou que ele terminasse o devaneio.

- Bem, tenho que dar informações a você – disse Leo – mas vai demorar. Temos que começar do início, se você não sabe nem quem é.

Nesse momento uma mulher entrou na barraca. Tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo, e parecia cansada.

- Conseguimos – ela disse. – Administramos o antídoto com sucesso. Ela vai sobreviver.

- Ótimo – disse Leo, sorrindo. – Venha, Alan, vamos até a sua amiga.

Alan esqueceu as perguntas por um momento. Acompanhou Leo e a mulher até a barraca para onde Marjorie havia sido levada. Ao entrarem, notou que havia várias camas bem rústicas, a maioria com pessoas feridas. Alguns perderam membros – braços ou pernas – o que não era nada bonito de se ver.

Os três chegaram próximos à cama onde Marjorie estava. O corte em sua perna finalmente parara de sangrar, e estava amarrado com um pedaço de linho branco. Ela estava pálida, mas consciente. Quando viu Alan, abriu um sorriso.

- Alan! – parecia aliviada. – Você está bem!

- Eu ia dizer a mesma coisa – disse Alan, finalmente sorrindo, depois de tanta tensão. – como se sente?

- Pronta pra outra – ela sorriu, mas não parecia pronta nem para caminhar.

Marjorie olhou de Alan para Leo. Um segundo de silêncio lembrou a Alan que os dois não se conheciam.

- Ah sim, Marjorie, este é o meu amigo... Leo.

Ela ficou embasbacada.

- Leo? – disse, finalmente. – tipo o Leo?

- Só Leo mesmo, por favor – ele sorriu. – prazer em conhecê-la.

Mais um segundo constrangedor.

- E o que você faz aqui? - perguntou Marjorie. – aliás, onde é aqui?

- Era o que eu pretendia explicar para o Alan aqui quando chegou a notícia de que você estava bem. – ele olhou para a mulher que viera chama-los. – mas não podemos ficar muito tempo. Descanse um pouco, o antídoto vai ser rápido. Após o almoço você receberá alta, e então poderemos conversar melhor.

Marjorie olhou para Alan. Ele pensou que ela estava mesmo precisando descansar. Aliás, ele também precisava. Resolveram deixar as explicações para mais tarde. Alan e Leo se despediram de Marjorie e voltaram para a barraca, onde havia uma cama. Alan deitou-se e dormiu profundamente.

Ele acordou horas depois, apesar de ter a sensação que foram apenas minutos. Levantou-se e saiu para o sol lá fora. As pessoas já se encaminhavam para a barraca alta e aberta onde provavelmente eram servidas as refeições. Alan encaminhou-se para lá também, com o estômago já roncando de fome. Mal havia dado dois passos quando viu Marjorie caminhando mais à frente, apoiada em um cajado quase do tamanho dela. Correu para alcançá-la, mas as costelas doídas limitavam sua disposição. Por fim alcançou-a.

- E aí Srta. Gandalf – ele brincou. – que magias vai fazer com esse cajado?

- Hahaha. – ela mostrou a língua. – você já foi melhor, Superboy.

Alan sorriu. Ela parecia muito melhor; as cores haviam voltado ao seu rosto.

- Você foi muito corajosa – ele disse. – dominou um cara daquele tamanho. As artes marciais realmente ajudam em situações assim.

- Ah, não foram só as artes marciais que me salvaram – ela falou. – parece que estou te devendo duas.

Alan abaixou a cabeça.

- Você não me deve nada – ele disse. – se não fosse por mim, não teríamos sido pegos com tanta facilidade.

 - Não foi culpa sua – Marjorie falou, mas Alan a olhou descrente. – tá, tudo bem, foi um pouquinho culpa sua. Você me distraiu. Se não estivesse dando aqueles pulinhos ridículos eu teria ouvido os caras chegarem e...

- Você viu aquilo? – Alan parou, com os olhos arregalados de vergonha. Marjorie caiu na gargalhada.

- Cara, eu estava me segurando para não rir! – ela gargalhou. – “Ao infinito e além” – ela imitou a voz dele.

Alan deu um risinho, consternado. Sabia que ela não o deixaria esquecer aquilo tão cedo.

- Mas no fim acho que deu certo aquele seu “treinamento” – ela disse, enxugando as lágrimas de riso dos olhos. – Você voou bem. E aqueles chutes? Foram incríveis! Como fez aquilo?

- Um... bem... não sei – ele foi sincero. – sorte, acho.

Nesse momento alcançaram a barraca-restaurante, como Alan mentalmente a denominou. Havia uma fila - bem grande, por sinal - e as pessoas eram servidas pelos responsáveis, que Alan imaginou serem também os cozinheiros. Pegaram cada um uma espécie de prato fundo, feito de barro. Os cozinheiros os encheram de uma sopa fumegante e cheirosa, não sem antes darem uma boa olhada nos dois, principalmente em Alan.

Ele, aliás, tinha notado isso em outras pessoas. Muitas se viravam para observá-lo quando passava, e cochichavam entre si. Alguns até apontavam. Uns mais educados olhavam com o canto dos olhos, e depois tinham a decência de voltarem à sopa. Alan achou isso desconcertante no começo, mas depois se tornou definitivamente irritante. Eles procuraram um bom lugar em alguma das mesas mais distantes, distribuídas ao ar livre, Mas todas pareciam ocupadas. Pararam um momento, decidindo o que fazer, quando uma menina, provavelmente da mesma idade deles, loira de olhos verdes, se aproximou.

- Leonardo pede que eu leve vocês até ele – ela disse.

- Ahn.. tudo bem – Alan disse. – vamos.

Marjorie olhou dele para ela; a menina o fitava como os outros, mas havia algo mais no olhar dela, um quê de admiração. Alan notou que Marjorie ficou emburrada enquanto seguiam a menina, e decidiu que isso era interessante.

Ela os levou até uma mesa mais afastada, protegida do sol por uma árvore. Era uma mesa bem grande, onde cerca de dez a doze pessoas comiam e discutiam acaloradamente. Pararam quando os viram se aproximar. Leo estava na cabeceira da mesa, o rosto tenso. Quando os viu, porém, assumiu um ar mais alegre.

- Alan, que bom que veio! – ele disse. – Marjorie, fico feliz de ver que está bem melhor. Venham, acomodem-se e comam conosco.

Alan e Marjorie sentaram-se e puseram as tigelas de sopa na mesa. O silêncio geral era um tanto constrangedor.

- Eu estava – disse Leo – justamente explicando ao conselho que você é meu amigo, Alan, e não oferece perigo a nós.

- Perigo? – Alan quase riu. – como eu poderia ser perigoso?

Um homem de olhar rigoroso, com uns quarenta anos, de queixo quadrado, mirou Alan com ferocidade.

- Você pode ser muito perigoso sim, garoto – sua voz era severa. – é o primeiro Guerreiro Elemental em mais de um século.

Alan parou de comer, confuso.

- Guerreiro o quê? – perguntou.

- Elemental – Leo completou. – ainda não tivemos essa conversa, infelizmente.

O homem de queixo quadrado parecia aturdido.

- Está me dizendo que ele nem ao menos sabe quem é, Leonardo? – levantou-se, vermelho. – e ainda me garante que ele não é perigoso?

- Sim, eu garanto. – Leo parecia extremamente tranquilo, e um tanto ameaçador. – Ele é meu amigo há muito tempo, o conheço bem. Será de grande utilidade na guerra contra Karmandu. Agora – apontou para o homem de pé, e em seguida para a cadeira. – sente-se.

O homem sentou hesitante, suando frio. Alan percebeu que Leo, apesar de muito jovem, tinha grande influência sobre todos ali.

- Muito bem, chega de gritos – Leo sorriu. – Alan, estávamos discutindo alguns detalhes sobre você e Marjorie. Nós estávamos escondidos entre as árvores quando vocês lutaram com aqueles bandidos. Nós íamos ajudar, claro, mas vimos que vocês não precisavam de ajuda. Bem, você precisava, no começo, mas ela não. – e apontou para Marjorie, que corou e quase engasgou com a sopa.

- Como assim? – ela perguntou. – claro que precisávamos de ajuda!

- Não, você não precisava. – Leo retrucou. – dominou aquele cara em alguns poucos segundos, e eles são treinados para combate. São fortes. A missão deles, na verdade, era nos rastrear. Mas encontraram vocês. O que, pelo visto, foi um azar.

Leo tomou um gole de sopa, tranquilo. Alan e Marjorie não conseguiram retrucar.

- Você é forte – falou a menina loura que os levara até ali. – gostei de como você dominou aquele cara.

O rosto de Marjorie parecia ter entrado em um terrível dilema: sorrir agradecida ou torcer o nariz?

- Esta é Laila – disse Leo. – É a comandante das guerreiras na resistência. O senhor gentil mas um tanto explosivo aqui é Heitor. – ele apontou para o homem com o queixo quadrado. E também é o pai dela.

Alan arregalou os olhos. Laila era magra, até graciosa. Nunca imaginara que ela poderia ser uma guerreira.

- Fico muito agradecida – Marjorie falou, por fim. – mas Alan derrotou os dois homens. Também merece crédito.

Alan olhou-a agradecido.

- Sim, ele se saiu bem – disse um senhor idoso, com os olhos em Alan. – Apesar de não controlar muito bem seus poderes.

- A questão é – disse uma mulher visivelmente alta, e magérrima. – ele está do nosso lado? Sim, sim – ela disse, pois Leo abriu a boca para protestar – você nos garantiu, Leonardo, mas temos de ter certeza. Precisamos ouvir dele.

E todos subitamente se voltaram para Alan. Ele ficou desconcertado demais para dizer qualquer coisa.

- Ahn... – disse, após alguns segundos. – claro, claro. Vou ajudar como puder. Mas como vocês mesmo disseram, não sei ainda como controlar esse... poder. E não sei que lugar é esse, nem como podemos voltar pra casa.

Os conselheiros não disseram nada, mas pareciam satisfeitos.

- Essas informações – disse Leo, levantando-se – vou lhes passar agora. Amigos conselheiros, vocês mesmos ouviram-no dizer que nos ajudaria. Creio que estão de acordo com minha opinião que ele será de grande utilidade para a resistência.

Os conselheiros assentiram, solenemente.

- Ótimo – disse Leo. – agora estamos nos entendendo. Alan, Marjorie, se já terminaram de comer, gostaria que me acompanhassem.

Ainda havia um pouco de sopa na tigela de Alan, mas ele levantou-se mesmo assim. Ajudou Marjorie a se levantar e os dois seguiram Leo, ela ainda apoiada no cajado.

Caminharam lentamente, os três, para fora dos limites do acampamento. Alan notou que as pessoas já desmontavam as barracas.

- Estão indo embora? – ele perguntou.

- Nós estamos – Leo respondeu. – não esqueça que prometeu ajudar.

Alan pensou que nunca havia mencionado a palavra promessa, mas nada disse.

Passaram por alguns cavalos que pastavam tranquilos à margem da floresta, e seguiram por entre as árvores. Leo os conduzia, mas nada disse. Parecia absorto em seus pensamentos.

Após alguns minutos chegaram a um rio estreito. Pessoas do acampamento terminavam de encher grandes barris com água, provavelmente para a viagem. Leo sentou-se em uma pedra na beira do rio, em silêncio. Alan e Marjorie o imitaram. Quando os carregadores saíram, Leo finalmente falou.

- Bem, como disse, tenho que dar algumas explicações a vocês. Trouxe-os aqui porque prefiro que nossa conversa seja... particular.

Alan e Marjorie assentiram.

- Alan, primeiro, você precisa entender uma coisa. Seus pais não eram aquilo que você pensava que eles fossem.

- Como assim? – Alan perguntou.

- Você se lembra dos seus pais?

- Pouco – Alan admitiu, desconfortável. Enquanto foram amigos, Alan nunca falou sobre os pais com Leo. – Mais da minha mãe. Meu pai desapareceu quando eu era muito novo e.. e ela... não suportou. – uma espécie de nó travou sua garganta.

- Compreensível – disse Leo. – então provavelmente é do seu pai que temos que falar. Ele deve ter sido um Guerreiro Elemental.

- De novo isso – Marjorie franziu a testa. – o que é um Guerreiro Elemental, afinal?

- Longa história – disse Leo. – Bem, mas para seguirmos adiante, preciso contá-la, e do início. Literalmente. Vou tentar fazer um breve resumo.

Alan e Marjorie se aprumaram, prontos a escutar.

- Essa - Leo começou - é a história de Eternidade e os Guerreiros Elementais.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...