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História A Rainha Vermelha - Uma garota Sanguenova


Escrita por: Garota_Whovian

Notas do Autor


Oláá, eu estou de volta ( depois de tanto tempo ), é, finalmente irei postar mais um capítulo da minha fanfic...
Bom, eu espero que vcs gostem!
Bjs e até a próxima!!

Capítulo 4 - Uma garota Sanguenova


Fanfic / Fanfiction A Rainha Vermelha - Uma garota Sanguenova

O dia começou chuvoso, já faz uma semana desde que começamos o treinamento. 

Não fui para o treino hoje, fiquei na cama até mais tarde. E agora estou aqui, parada olhando para a chuva que cai do lado de fora, ela escorre pelo vidro da janela, parecendo lágrimas.

Coloco a mão na janela, sentindo o frio que o dia lá fora deve estar. Olho para o céu nublado, o mundo estava em paz, e agora entrou em guerra de novo.

Caminho pelo corredor que está praticamente vazio, enquanto alguns estão treinando, outros estão em reuniões, das quais eu não posso participar. A maioria, pelo menos. A poucos metros de mim, Julian conversa com um dos sentinelas, eles estão sérios, chego um pouco mais perto deles, Julian olha para mim e sorri.

- Aí está você! Princesa, por que você não foi para o treino hoje?

- Estava cansada, e eu não dormi direito à noite. Achei que seria melhor eu não ir.

- Você está bem? - Ele pergunta, com o tom de voz sério.

- Estou, só estava sem sono.

Ele se despede do sentinela com um aceno de cabeça, encerrando a conversa entre eles.

Julian caminha junto comigo, me fazendo andar mais rápido por causa de seus passos largos, ele passa a mão pelo cabelo, parecendo estar preocupado.

- Está acontecendo alguma coisa?

Ele suspira, olhando para baixo.

- Não há sinal de Maven, ele simplesmente desapareceu.

Seguro o braço dele, fazendo-o parar.

- Isso não faz sentido. Tem que haver alguma coisa que nos ajude a encontrá-lo.

- Nada que seja realmente útil.

Solto o braço dele, e começo a caminhar novamente, ele me para a poucos metros depois.

- Não vai ser fácil encontrá-lo, mas nós vamos. Eu prometo.

- Eu espero, mas não prometa algo que talvez você não possa cumprir. - Meu tom de voz é alto e sério.

Os olhos dele vacilam. Ele abre a boca, mas não diz nada.

- Me desculpe...eu...não foi isso que eu quis dizer...

-Tudo bem, você tem motivos para estar zangada assim.

- Isso não quer dizer que eu possa descontar em você.

Ele dá um leve sorriso, e percebo as olheiras em baixo dos seus olhos. Acho que ele também não tem dormido muito bem. 

- Eu tenho que ir, nós temos uma reunião daqui a pouco. - Ele diz, e tenho certeza de que não estou incluída no "nós".

- Posso participar? É o meu reino. Preciso saber o que está acontecendo com ele.

- Infelizmente não.

- Tudo bem, mas quero que saiba que você não precisa se preocupar comigo, sei me cuidar sozinha.

- Eu sei, você cresceu bastante. Mas acho que você deveria tomar mais cuidado, lembre-se que você não possui nenhum poder.

- Julian eu...- Começo a dizer.

- Julian, a reunião começa em cinco minutos. Não se atrase. - Um guarda o chama, interrompendo nossa conversa.

- Eu tenho que ir, conversamos mais tarde. - Ele diz, se despedindo de mim. Dou um sorriso e um leve aceno de cabeça.

Ele sai andando pelo corredor. Indo em uma direção oposta à que estou caminhando. Eu quase contei sobre meus sonhos para ele. Eu confio em Julian, mas não sei como ele reagiria a isso.

Volto para o meu quarto, me sentando na cama e apoiando a cabeça nas mãos frias. Por que não nasci com algum poder que fosse realmente útil? Pensando nisso, eu seria algum tipo de vidente? Como os sanguenovos que preveem o futuro? Não sei. E odeio não saber.

Ainda é dia lá fora, e a chuva agora está mais fraca, o céu permanece nublado.

Saio do quarto e vou em direção a sala de treinamento, mas, quando chego me arrependo de ter vindo, todos os olhos se voltam para mim. Mas eu não ligo. Sou uma princesa, estou acostumada com isso.

- Você está atrasada.- Trevor diz, com os braços cruzados.

- Eu sei, me desculpe.

Ele pega uma adaga afiada e aponta para um alvo na minha frente.

- Acerte-o.

- O quê?- Digo, franzindo a testa. No que isso poderia me ajudar a enfrentar as pessoas no campo de batalha?

- Quero que você tente acertar o alvo. Você poderia matar alguém caso tivesse boa mira.E sorte. - Ele acrescenta. Parecendo até que leu meus pensamentos com essa resposta.

Suspiro. Mirando no alvo à minha frente. Jogo a adaga, ela praticamente voa no ar. Mas eu erro. Eu nem sequer acertei o alvo.

Trevor pega a adaga e a entrega para mim.

- Tente de novo.

Dessa vez, eu consigo acertar o alvo, mas não onde eu deveria. Nunca fui muito boa de mira .

Continuo treinando, Trevor aumenta a frequência dos treinos, agora, enquanto eu acerto os alvos, eu também tenho que desviar dos golpes dele.

É estranho pensar que temos um treinamento diferente dos que têm poderes. Consigo ouvir o barulho deles treinando na sala ao lado. Eles tem mais chance de sobreviver do que nós. Isso é óbvio.

Alguém grita no salão atrás de mim, me lembrando daquele dia na festa. Olho para trás, mas não sou a única que faz isso. Todos os olhos se viram para uma garota pouco mais velha que eu, com franja e cabelo preto. Seus olhos estão arregalados, ela olha para as mãos que estão cheias de sangue.

Chego mais perto e vejo um corpo na sua frente. Ele tem um buraco no meio do estômago, consigo ver o chão em baixo dele, no qual ela está caída. Tampo o nariz e a boca, tentando conter o vômito.

Ninguém consegue se mexer. A garota está apavorada enquanto olha para o corpo morto de sua parceira de treinamento. 

- Eu... foi um acidente. Como eu...- Lágrimas caem de seus olhos.

O treinador do grupo da garota se aproxima, ele olha para ela, não sei dizer se está apavorado ou furioso.

- Como você... O que aconteceu aqui? - Ele pergunta.

- Foi um acidente, nós estávamos treinando e eu... Eu dei um soco no estômago dela, para incapacitá-la, não foi forte... Mas como... Como eu poderia fazer isso? - Ela pergunta, com a voz falhando.

Os sussurros à nossa volta aumentam.

- Silêncio todos vocês! - Um homem ao fundo diz.

Dois guardas entram na sala e tiram cuidadosamente a garota dali. Não sei o que vão fazer com ela, mas sei que não vão machucá-la. As pessoas daqui não são assim. Eu espero.

- Ela é uma sanguenova. - Me viro e vejo Clara do meu lado.

- O que acha que vão fazer com ela? - Pergunto, saindo de perto do corpo da garota morta.

- Eu não sei, a garota está em choque.

Pode ser egoísta e horrível pensar assim, mas sinto um pequeno alívio por treinar sozinha. Tanto pela minha segurança, quanto pela dos outros. Eu não sei ainda o que eu posso fazer com meus poderes. Mas é ridículo pensar desse jeito.

Um homem alto, provavelmente outro treinador, para no meio do salão.

- O treino acabou por hoje. Vocês estão dispensados.

Saio em direção à porta, Clara ainda está do meu lado. Olho para trás mais uma vez, em direção ao corpo da garota. Os olhos dela ainda permanecem abertos. Sinto ódio, ninguém sequer teve coragem de chegar perto dela.

Me aproximo do corpo. Mas Clara me detém. 

- O que você está fazendo? - Ela pergunta com a expressão confusa.

Não digo nada. Chego mais perto do corpo e me abaixo, fechando os olhos da garota.

- Sinto muito. - Digo, mesmo não sendo minha culpa o que aconteceu com ela.

Algumas pessoas olham para mim. Trevor se aproxima. Ele abaixa e pega a garota no colo. 

- Quem era ela? - Pergunto, com a voz baixa.

- O nome dela era Susan...- Ele dá uma pausa. - Ela tinha uma irmã mais nova.

- Não acredito que isso aconteceu.

- Eu também não. - Ele diz, andando em direção à porta.

Eu ando junto com ele, acompanhando seus passos.

- Você sabe que aquela garota não queria fazer isso, não sabe? Foi um acidente.

- Eu sei, aconteceu rápido demais.

- Para onde você está levando ela? 

- Bom eu... Alguém tem que contar o que aconteceu para a família dela... Eu só não queria ter que fazer isso, mas parece que ninguém aqui vai tomar uma atitude decente.

- Tem razão...

Ele sai do salão, levando Susan com ele. Um treinador que parece estar sempre de mau-humor se aproxima de mim.

- O que ele está fazendo? - Ele pergunta, com a voz grossa e séria.

- Ele vai levá-la para a família dela. 

- Ele não pode fazer isso. A única obrigação que ele tem é treinar você! - Ele diz alto o suficiente para todos no salão nos olharem.

- Por que não? Pelo o que eu vi, ele foi o único que tomou uma atitude diante da situação. Enquanto vocês não fizeram nada. A família dela tem que saber o que aconteceu. - Digo, com o mesmo tom de voz dele.

Ele fica em silêncio. Eu sei que a notícia é horrível, mas a família dela tem direito de saber. 

 

 



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