O camundongo vê um pedaço de queijo mofado no chão frio em cima de uma estrutura de metal. Ele se aproxima cautelosamente, cheira. Acesso tão fácil e atrativo. Por que aquele desperdício todo? Jogaram o precioso queijo fora? É claro que ele não vai permitir tamanha abominação. Se aproxima um tanto mais e agarra o queijo sentindo uma enorme satisfação pessoal. PLAU. Menos de um segundo depois, uma imensa dor no abdômen o faz desesperar e em alguns minutos agonizantes ele irá morrer.
O humano observa a cena, orgulhoso ao ter feito o rato cair na armadilha que preparara para o bicho. Refletindo sobre a insensatez do roedor, pensa como ele próprio é um ser inteligente. Uma armadilha tão óbvia... Pobre criatura aquela, desprovida de racionalidade.
Com certo nojo, desfaz a armadilha e pega aquele rabinho com as pontas dos dedos. Chama então seu bichano, que desce no peitoril da janela direto para abocanhar aquele corpinho.
Afinal, para que desperdiçar? Tudo tem um propósito.
Virando as costas para aquela cena, olha para o relógio pendurado na parede verde-musgo descascada: Sete horas da manhã.
Pega seu paletó pendurado na cadeira velha e o chacoalha.
Contente consigo mesmo, sorri ao lembrar que aquele seria seu primeiro dia no emprego novo... Sorri por ser evoluído. Sorri por não cair em armadilhas ridículas...
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