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História A Rede Suja - Um


Escrita por: bjevanxxx

Notas do Autor


Escrevi essa história há muito, muito, muito tempo, totalizando 4 anos (aproximadamente). Ainda não está pronta e pretendo postar com certa frequência. Gostaria muito do feedback de vocês, os devidos comentários. ♥
A trama é totalmente original, baseada em alguns sonhos que tive e, inclusive, algumas pesquisas.
Espero que gostem. ♥

Capítulo 1 - Um


Filhinhos, esta é a hora derradeira e, assim como ouvistes que o anticristo está chegando, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso, sabemos que esta é a última hora”. — (1 João 2:18,26)

TUM. TUM. TUM!

Um estrondo fulminante escancarou a porta de madeira, mas que já estava apodrecendo devido a quantidade exacerbada de cupins. Era um casebre humilde, nem um pouco agradável e perto do esgoto que corria logo abaixo, onde já foi uma lagoa em que as crianças iam brincar tantos anos atrás. Era o que todos falavam: dos mais velhos aos mais novos e, assim, a história se passava. Mas, bem, hoje em dia havia restado apenas um cheiro horrível de carniça que, infelizmente, os moradores já haviam se acostumado.

Era uma periferia esquecida pelo governo. O índice de violência só não crescia mais por jogos corruptos ocultados por todos: ninguém sabia de nada, ninguém falava nada. Tal era esse o trato.

Dois homens invadiram o casebre e acordavam 2 marginais jogados em colchões usados ao redor de sacos pretos com mais dinheiro do que suas habilidades inescrupulosas de mãos levianas pudessem contar. Mais dinheiro e mais ouros, joias, celulares e relógios espalhados pelo cômodo pequeno. O mau cheiro agora era de urina: um banheiro podre que não conhecia limpeza e nunca ouviu falar em porta, denunciava a tamanha imundice.

Como alguém moraria ali?

Num só pinote, a dupla de criminosos levantou-se, mas não fora o suficiente para se defender. A dupla que invadia o casebre estava muito bem armada e, o mais alto de cabelos cor-de-ébano e narigudo ostentava um cigarro no canto do lábio além do sorriso demoníaco de quem sabia perfeitamente o que está fazendo.

— Pegos no flagra! — Disse o mais dissimulado. O outro ficou calado apenas encarando os dois rapazes que, certamente, não haviam nem alcançado direito a maior idade penal. Eram negros, assim como ele, sabia perfeitamente a vida difícil que tinham e que, no fundo, aquela que viviam não era uma escolha. — Como sabem, viemos fazer a vistoria e olha só... — Assoviou, tirou o cigarro da boca e deixou os olhos ambiciosos crescerem. Não que não tivesse visto tanta grana junta assim, mas sempre que captava um capital generoso, a felicidade brotava em sua faceta doentia. E faria o que fosse necessário para sair no lucro. Oh, se faria! — Tenho certeza que isso aqui não foi conquistado com um dia digno de trabalho, não é? Quero dizer, — riu-se divertido, como se tivesse contado a piada mais engraçada do mundo — digno e honesto, se é que me entendem. — De joelhos, os mais novos baixavam a cabeça e nenhum parecia ter coragem o suficiente para encarar aquele que falava como se fosse o líder, o dono de tudo aquilo. — Deed! — Após um bom tempo encarando a dupla de marginais, o agente exclamou para o amigo, chamando-o com a mão, mas sem desviar sua atenção àquela dupla dinâmica. — Colha tudo isso.

— Ei, isso aqui é nosso! — Interviu o mais magro e mais alto dos dois garotos ajoelhados ao chão. Enquanto um estava revoltado por perder a sua barganha, o outro simplesmente aceitava sua sina — era como se estivesse colhendo aquilo que fora plantado.

Em silêncio e com um sorriso indecifrável em seus lábios, o provocante policial agachou, equilibrando-se em seus calcanhares à medida em que o encarava propositalmente. Tragou o cigarro e baforou, em seguida, em sua face irritadiça.

— Como que é?

A dupla submissa trocou olhares, um meneio de cabeça, pedindo em silêncio para que não piorasse a situação foi captada pelo policial autoritário.

— Eu falei contigo! — Insistiu e riu. — O gato comeu sua língua?

— Laze, deixa isso pra lá. Vamos logo embora. — Disse Deed, seu parceiro de vistoria.

— Deixar isso pra lá? — Bufou e negou com a cabeça. Irredutível, voltou para aquele que lhe desafiou e inquiriu de muito bom humor. — Vamos, filho. Fale. Odeio ficar curioso. Repita. E é bom que escolha minuciosamente as suas palavras.

— Cara, leva tudo o que você quiser, só nos deixe em paz. — Dizia o outro ao lado do revoltado amigo. Mas não tardou para que o traiçoeiro policial lhe desferisse um socorro brutal no rosto, fazendo o crioulo cair ao chão e sofrer chutes incontroláveis.

Deed ficou em silêncio apenas assistindo a cena brutal.

Laze tomou novamente o cigarro aos lábios, desferiu uma deliciosa tragada e, baforando no ar, proferiu de nariz empinado ao ileso ainda ajoelhado:

— Não me faça ter que repetir. — Agachou-se e tomou a altura do rapaz, encarando-o. — O que você disse?

— Foda-se! — Exclamou. — Eu tô cansado dessa merda! Se o Gus não tem coragem de falar isso na tua cara, mano, eu tenho! Vocês são uns merdas e são tão marginais quanto a gente. A diferença é que têm dinheiro, a gente é crioulo e nego fodido. Nunca tivemos escolha nessa porra!

Laze levantou-se, concordou com a cabeça e tragou novamente o cigarro. Por sobre o ombro, levantou o olhar a Deed que apenas retribuía o olhar conspícuo. O agente era dissimulado, via-se em seu sorriso debochado, o olhar sempre muito confuso e ambíguo. Impossível de se confiar, parecia uma cobra que dava o bote sem pronunciar qualquer ruído. Tal era essa a sua fama. Conhecido como o “narigudo”, era tudo o que sabiam ao seu respeito. E isso era tudo o que precisavam.

Positivou com a cabeça, colocou o cigarro no canto da boca e, na melhor postura de bad boy possível, Laze quebrava o silêncio, agachava novamente e tocava a nuca grosseiramente do rapaz:

— Tá vendo aquele cara ali? — Forçou-o a encarar Deed. — Qual a cor dele? — Disse baixinho. — Responda. — Fuzilou-o ainda com o sorriso de merda no rosto. — Responda, cacete! Qual a cor dele?

— Nego! Nego! Mas isso não quer dizer nada! — E ao terminar seus dizeres, um soco bruto fora desferido em seu rosto, fazendo-o quicar e cair finalmente para trás, por cima das pernas.

— Não quer dizer nada é o caralho! — Finalmente a revolta latente de Laze aparecia. De pé, o agente prosseguia: — A diferença entre nós e vocês é que nós somos o F.R.A.T. Vocês trabalham pra FRAT; vocês ficam de joelhos pra FRAT; vocês fazem o que a FRAT quer que vocês façam. Nós.... — Num timbre baixo, um tom mais alto que um suspiro, Laze agachou e, psicótico, prosseguia: — ... fomos os escolhidos e vocês os esquecidos. Ninguém se importa com vocês, seus merdas. Deed, terminou?

Deed fez que sim com a cabeça, fechou os sacos, colocou nas maletas e não deixara nada para trás, além de resquícios de cocaína amontoada em jornal velho. Com um único disparo estridente e estrondoso em sua cabeça,  o homicídio do magricelo jogado ao chão era denunciado.

Então, tomado pela mão enquanto gemia e chorava ao ver o amigo morto em sua frente, Laze entregou a arma a Gus e disse:

— Teu amigo ficou louco de droga e queria te matar. Você conseguiu desarmá-lo e a única forma de pará-lo foi atirando. — Gus continuava a chorar. Laze revirou os olhos. — Repete. O que aconteceu aqui?

Gaguejando e com uma dificuldade monstruosa em prosseguir seus dizeres, fez o que pôde:

— Chris estava louco.... de.... droga e queria me.... matar. A única forma de fazê-lo parar.... foi atirando.....

— Bravo. — Levantou-se, caminhou em direção à mesinha com a cocaína e, em uma ligeira carreirinha, inspirou-a. — Boa sorte no julgamento.


Notas Finais


Acompanhe também pelo wattpad: http://my.w.tt/UiNb/fpsX7w9kfy


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