1. Spirit Fanfics >
  2. A República >
  3. Start

História A República - Start


Escrita por: Byanca96 e Edylove

Notas do Autor


Oi meus serumaninhos lindos <3
Preciso fazer MUITAS observações antes de começar!!
Primeiramente, essa fic eu comecei a escrever para divertir a mim e a minha amiga/ cabrita Edilene, não era um planejamento, mas saiu !!
Segundo, são MUITOS personagens, já que a galera do Lost Canvas e do Clássico estão todas juntas, então eu precisarei de paciência, já que é dificil conciliar tantos personagens, mas eles vão aparecer e serão desenvolvidos ao longo dos capítulos, então eu creio que ela vá ficar BEM extensa!
Terceiro, as personagens originais terão bastante importância, mas a história da maior parte deles será desenvolvida (eu JURO!)
Em quarto lugar, quero desejar boa leitura e dizer que qualquer dúvida poderá ser esclarecida nos comentários!!
Beijíneos <3

Capítulo 1 - Start


Fanfic / Fanfiction A República - Start

Brasil. Início das aulas. Os estudantes do terceiro ano aprovados para a faculdade comemoravam com felicidade a sua grande conquista. O primeiro passo de muitos para a vida adulta era um tanto inseguro, mas necessário.

Alguns dos estudantes já se conheciam. Amigos ou de vista, em algum momento do curso se cruzaram.

Isa e Mel caminhavam apressadas pelos corredores do prédio de Direito da Faculdade. Eram amigas desde o ensino Médio e carregariam essa amizade para a vida, se dependesse de suas vontades.

Tanto fizeram, que permaneceriam juntas na Universidade, porém, cada qual em seu dom natural. Isa sempre tivera talento nato para a medicina. Tinha verdadeira adoração pelo conhecimento, pelo convívio com pessoas dos mais diversos tipos e por cuidar daqueles que lhes eram caros. Era uma garota linda. De longe, a mais atraente entre as duas. A cor de seus olhos era semelhante a uma folha seca de outono. Seus cabelos eram negros e longos. Um de seus atributos mais marcantes.

A outra sempre tivera predisposição para as leis. Seu pai, advogado que era, sempre influiu positivamente nesta escolha. Desde a escola, desenvolvera um dom sem igual para ler e principalmente escrever. Não era tão espontânea e extrovertida quanto a amiga. Ao contrário, bem reclusa, calada e tímida. Admirava com ardor a capacidade de Isa em fazer amizades, seja qual fosse o ambiente em que estivesse.

Apesar de todas as diferenças, era como se completassem uma a outra em todos os momentos e adversidades pelos quais passaram e passariam um dia.

Neste momento, se preparavam para a apresentação da proposta da Universidade, que aconteceria em poucos minutos no auditório do prédio do curso de Direito.

_Isa, vai devagar! - dizia a ruiva, que corria em passos largos na tentativa de alcançar a eufórica morena, que parecia mais animada que ela própria para conhecer seu curso.

_Anda logo cabrita! Dizem que o Reitor é um GATO! - sempre espevitada corria animada. A recepção dos novos estudantes provavelmente seria proveitosa. Costumavam reunir-se lá os alunos de todos, ou quase todos os cursos. Algum estudante bonito haveria de ter naquela bendita cerimônia, ou não se chamava Isadora.

No caminho, foram interceptadas por dois alunos, em cujas camisas havia o símbolo de um lobo feroz. Eles eram gêmeos. E bonitos, não puderam deixar de notar.

_E aí, meninas? Já estão sabendo da recepção da calourada? - o mais velho entregou um panfleto para cada um. Mel neste momento sentia vontade de enterrar sua cabeça no chão, já a amiga, sempre receptiva, sorriu para ambos.

_Mas... Eu pensei que a recepção seria aqui... No auditório do Direito - sorriu discretamente demonstrando certa inocência em sua fala.

_Aquilo lá? - bufou irônico - Vão à nossa festa e vão ver o que é recepção de verdade! Acho que não me apresentei, sou Defteros, e esse feio aqui é meu irmão, Aspros - o mais novo sorriu e acenou com mais timidez - Alguma de vocês entrou para Direito? Ou para a nossa felicidade, as duas? - sorriu de canto.

_Prazer, Isadora, infelizmente só a minha cabrita aqui vai ser caloura de vocês - sorriu largo e empurrou a amiga um passo a frente – Eu sou da Medicina.

_Prazer, Melissa – cumprimentaram-na com simpatia – Pelo visto, já fez amizade com as pessoas certas – concluiu com humor - Nós somos seus veteranos! Somos do sexto período e esperamos ver as duas sempre! - conferiu o relógio e percebeu que estavam atrasados para os preparativos - Até mais! E vão à festa, hein! - se despediram e caminharam na direção oposta.

_Cabrita! Se tem uma coisa que essa faculdade vai ser é BOA! Olha só aqueles gatos! E são seus veteranos, ainda por cima! Estou doida pra ver os meus - sorriu com malícia, recebendo um olhar de desistência da amiga - E você vai nessa festa comigo!

_Mas Isa...- tentava argumentar com a amiga. Não sabia por que ainda insistia em contrapor Isadora. No fim das contas, após muita teimosia, sempre acabava arrastada para as festas que ela insistia em "convidá-la". Para si, aquilo era tão somente uma coação.

_Nada de "mas", cabrita! Você vai e está decidido! - sob o mesmo olhar de desistência, andaram até encontrar o auditório. Era mesmo grande como diziam. Quase todos os alunos novos já haviam chegado.

Sobre o vasto palco de madeira escura, estava de pé um homem loiro e imponente, que trajava um terno preto, calça social e uma gravata vermelha. Portava-se ao lado da estátua de Themis, a mulher vendada, o símbolo da justiça.

_Meu Deus! Que homem é aquele, cabrita!?- abanou-se aflita - Estou é com pena daquela estátua cega que não pode ver essa maravilha dos deuses! Rapaz do céu!

_Sim! Ele é bonito mesmo! - a ruiva corava a cada palavra que dizia. Sua pele era branca a ponto de um peteleco lhe deixar vermelha por dias. Não entendia como conseguia sobreviver ao sol nordestino por tanto tempo.

Sentaram-se na última fileira vaga, já que devido ao pequeno atraso, os outros alunos ocuparam todas as cadeiras da frente. A propósito, na primeira cadeira, junto do corpo docente da Faculdade, um garoto muito parecido com o reitor, sentava-se despojado sobre a cadeira e mantinha uma expressão de tédio por quase todo o discurso de boas-vindas aos alunos novos, mascava um chiclete e conferia suas redes sociais pelo celular de maneira inteiramente desinteressada. Parecia um tanto prepotente e arrogante para seu tamanho e idade.

_Boa-tarde, senhores e senhoras – o belo reitor tomou o microfone nas mãos e deu início ao seu discurso - A educação é o grande sustentáculo no processo de formação e transformação da sociedade. Ao longo de muito tempo, a educação foi tida com muitos padrões, mas hoje, notamos o quão relevante se torna a formação acadêmica, uma vez que a cada dia o cenário profissional demanda pessoas qualificadas. Uma admirável formação acadêmica e profissional deve ser pautada no cuidado com o ser humano. O ser humano, que é a obra-prima de toda profissão, sobre o qual não devemos esquecer de resguardar todo o respeito que lhe é pertinente. Assim, devemos sempre observar que existirão pessoas com sentimentos, pessoas que recorrem a nós como uma solução de seus problemas. Não é à toa que quando se fala que “devemos ser humanos”, remetemos ao grandioso sentimento de dar ao outro o melhor da gente, dar o melhor que queremos pra gente e o melhor que podemos dar! Seja como for, antes de serem nossos futuros clientes, alunos e pacientes, eles são acima de tudo PESSOAS, HUMANOS, como nós! Sonhar, construir o sucesso, conquistar uma consolidada estrutura no que toca à profissão, e, em todos os âmbitos da vida, custa o valor exato dos investimentos na fé, esperança, disciplina, superação, empreendedorismo, ousadia e coragem para realizar o que for necessário ser feito. Superar a si mesmo e ir além do que muitos duvidam, numa sociedade altamente competitiva, submetida aos conflitos e crises existenciais, ao estresse emocional, à pressão psicológica, aos medos, aos fracassos, ao cansaço, às cobranças, às responsabilidades, ao estresse profissional e às incertezas do amanhã, custa muito alto. Nosso principal papel e lição final de todo esse discurso é poder ajudá-los a concluir com êxito esta caminhada, utilizando dos melhores meios possíveis do qual se tem conhecimento. Desta forma, encerro minhas boas-vindas e bom-retorno aos novos e antigos estudantes. Sejam muito bem-vindos! - reverenciou a plateia e sob uma salva extasiada de palmas, deu por encerrada a sua apresentação.

Ao término da recepção oficial, era possível a quem tivesse o mínimo de atenção, nota o reitor se aproximar do tal garoto, sentar-se ao seu lado e ser quase que totalmente ignorado. O mais velho rumou para seu gabinete com semblante magoado e o menino seguiu para fora na companhia de outro aluno, aparentemente mais velho que ele.

_Você não deve agir assim, Regs... É o seu pai, goste você ou não - dizia o loiro que carregava uma faixa vermelha em sua testa, juntamente ao uniforme da Atlética de Direito, a mesma que os gêmeos de outrora usavam. Se juntaram a uma mesa onde aparentemente só havia veteranos, menos o loirinho, que apenas revirou os olhos diante do comentário do outro.

_Como foi o discurso, Sísifo? - perguntou Hasgard, um rapaz de porte atlético, que vestia um uniforme semelhante, porém nele havia o logo do curso de Educação Física - Muito empolgante? - brincou – Aposto que sempre o mesmo papo de incentivo à educação e estar à disposição para que sejamos honestos com nossas dificuldades. Acertei?

_Ainda tem alguma dúvida? Deve ter uns dez anos que venho assistir essa merda e ele não se dá ao trabalho de mudar uma palavra que seja – o loirinho revirou os olhos - Eu só vim aqui por que quero saber onde vai ser a recepção dos calouros - sorriu de canto, preparando em sua mente todas as artimanhas possíveis para conquistar seu objetivo, que tinha nome e endereço. Aspros Gregoire.

_A recepção que você NÃO vai? – o gêmeo questionou com humor, dando um tapa sutil nos cabelos loiros, e viu a expressão do menino se tornar interessada - Pirralho!

_Pirralho? Você sabe com quem está falando? - Régulus se levantou do banco e parou em frente ao mais velho com um sorriso fino e sensual nos lábios.

_Sei sim! Com um catarrento chato e metido a grande. Agora se manda daqui, pentelho! - deu outro tapa na cabeça do loirinho. Aspros era amigo de Sísifo, o tio de Régulus, desde o ensino primário, e optaram pelo mesmo curso para permanecerem juntos. Namora Asmita, um estudante de medicina, uma pessoa reclusa e introvertida, apesar de lindo, a quem ele sempre notava um olhar torto vindo de Régulus.

Mel e Isa, ao saírem da recepção após a ruiva degustar alguns – ou muitos- salgadinhos, passaram por perto da mesa dos veteranos, e foram interceptadas por Defteros.

_Vocês são as meninas de hoje cedo, sim?

_Sim, somos... Eu é que verdade não sei qual dos dois você é! - disse a morena rindo.

_Sou o Defteros, o que convidou vocês pra calourada... Vem cá, vocês disseram qual o curso de vocês? - foram caminhando pelo gramado - Acho que não prestei atenção quando disseram - coçou a cabeça.

_Eu entrei para Medicina!

_Então meu cunhado é seu veterano! - revirou os olhos e riu debochado - É um chato de galocha - disse em tom baixo e sob risos debochados - É uma pessoa bem sem graça que acha que sabe de tudo. Mas enfim, vocês vão à festa hoje à noite? Já viram que é à fantasia? - sua personalidade geminiana não se escondia por um segundo sequer. Comunicativo e falante, sempre fazendo amizade com qualquer poste que encontrava pela frente.

_Ótimo, adoro! Vai ser onde, mesmo?

_Na República Beta, fica a uns dois quarteirões daqui!

_Na Beta? - arregalou os olhos e sorriu triunfante - Mas a gente vai se alojar lá! - se animou.

_Melhor ainda! Vou dar um conselho, não vão nessas primeiras aulas, são um saco - disse sorrindo - Não servem pra absolutamente nada.

_Tá vendo, cabrita? Eu não disse que você não precisava ir hoje? Menina desesperada! - se virou para Mel, que até então não tinha dito um "a".

_É que eu queria saber como são os professores... Só isso, cabrita! - concluiu timidamente.

_Tá vendo? Não precisa! Agora vamos pro nosso quarto e ver as nossas fantasias - por coincidência, o dia 1º de Fevereiro caíra numa sexta-feira, o que fez com que a festa de recepção fosse marcada para o mesmo dia, já que não haveria aula naquele sábado - Até mais, Defteros! Manda um beijo pro cunhadinho! - disse irônica, arrancando risadas do novo colega.

As duas andavam em passos apressados até o alojamento, onde já haviam organizado tudo, e hoje conheceriam as colegas de quarto. Os dormitórios eram um tanto quanto espaçosos, em todos haviam dois ambientes, divididos por uma pequena escada, que fazia parecer que existiam dois andares. No de baixo, as três camas e armários já estavam ocupados, restando para as duas ocuparem as do "andar" de cima. As paredes eram cor de rosa e os móveis eram brancos. Havia uma mesa de estudos ao lado de cada cama.

Após se deitarem com mais calma, iniciaram suas buscas pelas fantasias no tablet de Isa, quando ouviram o barulho da porta. Quatro meninas entraram e as duas desceram para conhecê-las.

_Oi, meninas! Somos suas novas companheiras de quarto! Sou Isadora e essa é minha amiga Melissa! - novamente tomou à frente das apresentações.

_Olá! Que bom que chegaram! Esse quarto estava vazio demais já! - disse a ruiva com traços orientais - Eu sou Marin, essas são Shina, June e Geisty! - todas sorriram e acenaram -Faço letras, sou do quarto período.

_Eu faço gastronomia, também no quarto período - disse Shina - Totalmente isolada do mundo! - riu.

_Eu faço jornalismo! - disse a bela morena chamada Geisty.

_E eu arquitetura! - concluiu a loira, que mais parecia uma boneca de porcelana.

_Eu sou caloura de Medicina - as meninas todas bateram palmas, já que era um dos cursos mais difíceis de se obter aprovação - E ela Direito – Mel acenou discretsmente.

_Ótimo, já estamos apresentadas e eu quero saber se vocês já escolheram suas fantasias pra hoje à noite!? - perguntou a ruiva, vasculhando seu armário - Olha a minha! - mostrou uma fantasia vermelha de diabinho, era bastante provocante aos olhos de Mel, porém amada por Isa - Essa é a da Geisty - mostrou a roupa da Mulher Maravilha, quase tão provocante quanto a da ruiva - E vocês?

_Nós estávamos procurando algumas agora - disse Mel.

_Então vamos até a loja, não é muito longe! - disse, puxando as duas pela mão. Era de longe a mais animada das quatro.

A morena demorou um longo tempo para escolher a sua, achava que todas ficaram boas, gostou de todas e não sabia qual escolher. Já Mel escolheu a fantasia de fadinha, que consistia em um vestido rosa-bebê que era curtinho e rodado, um chapéu pontudo que enlaçava o pescoço, e meias três quartos brancas, e nas costas, o conjunto de asinhas rosadas. Isa optou pela fantasia de grega, uma túnica branca de frente curta e costas mais longas, dois braceletes dourados e uma sandália de salto estilo gladiadora. Essa festa definitivamente prometia.

~~~~~~~xx~~~~~~~~

Do outro lado da república, três amigos conheciam seus dormitórios. Um deles assistiu sem qualquer ânimo à recepção feita pelo reitor da universidade. Os dois outros pareciam incomodados demais com o fato de ainda não terem se instalado em seu dormitório.

_Eu avisei ao Milo que não queria ficar arrastando mala pelo campus! Eu já disse que te odeio hoje? - o mais rabugento não fazia a mínima questão de se mostrar satisfeito.

_Shurinha, fica sussa, meu querido – o forte moreno passou um dos braços ao redor do pescoço do amigo, recebendo um olhar de soslaio do outro, que permanecia no mais puro silêncio - Pensa na festinha de hoje à noite, nas gatas que vão estar lá - uniu os dedos das mãos e deu um beijo na ponta deles - Você também, Camus! Desamarra essa cara e vamos curtir! - andaram por mais alguns minutos e encontraram a ala masculina, localizando de pronto o quarto 101 – Lar, doce lar – atirou suas malas no chão de qualquer maneira e se jogou sobre a primeira cama que viu – Que cansaço da porra, meu Deus – fez seus braços de travesseiro e logo foi interceptado por outro "morador" do quarto.

_Licença, essa cama é minha – um sorriso fino e desconfortável se fez por trás dos óculos de lentes finas - Vocês devem ser os alunos novos, acertei?

_Sim, somos – Milo se encarregava das apresentações enquanto Shura e Camus desfaziam suas malas com expressões de poucos amigos – Eu sou o Milo, primeiro ano de Fisioterapia, aquelas duas malas desfazendo as malas são Shura e Camus. Meus amigos, acredite.

_Eu sou Degel, veterano de Engenharia Civil. E repito, essa cama é minha – sorriu com mais ironia.

_Foi mal, estava muito arrumada, achei que não era de ninguém - se levantou sem vontade e se dirigia para a cama ao lado, sendo novamente proibido.

_Dessa cama você não deveria nem se aproximar – asseverou – Daqui a pouco o Kardia chega e digamos que ele não tem muita paciência - concluiu, sentando-se sobre sua cama e organizando alguns livros – Algum de vocês faz Engenharia?

_Eu – o ruivo disse sem qualquer empolgação.

_Bem-vindo ao inferno - debochou - É uma péssima escolha para quem gosta de dormir e de sonos tranquilos. Você também, Milo. Kardia sempre chega contando alguma novidade, algum osso quebrado, uma fratura exposta. Ele é bem louco.

_Eu também curto essas coisas. Por isso escolhi Fisioterapia – ouviu-se uma porta se abrindo com certa agressividade.

_Fala rapaziada!

Pelo tom de voz e agressividade, juraram que se tratava do tal Kardia. Só não contavam com tamanha beleza. Ele era um tanto sensual. Sua pele era bronzeada, seus cabelos formavam cachos leves e um sorriso de canto parecia fazer parte de sua expressão. Sobretudo quando olhava para Degel, em quem deu um caloroso abraço pelas costas, sendo empurrado de leve.

_Sai daqui, mano! Cê tá todo suado! - dizia com asco. Mal sabia, mas não conseguia esconder dos outros o seu interesse pelo amigo. Assim como o dele por si.

_Tá falando com quem nesse telefone aí? - espichou os olhos para a tela do celular do outro, levando um tapa na testa.

_Com a minha irmã! Ô saco! Ela está vindo pra cá na segunda-feira e pediu pra eu ver o quarto dela. Agora me dá licença - recebeu um beijo de supetão na bochecha e caminhou para fora do quarto.

_E aí, povinho? Quem de vocês é o meu calouro burro? - se jogou sobre sua cama – Algum dos três é, não?

_Eu – Milo se prontificou – Mas vem cá, vocês vão na recepção de hoje? Eu tô querendo ir, mas olha bem pra essas caras  animadoras dos meus amigos – revirou os olhos – Queria ter alguém conhecido por perto.

_Pra quê? Pra tu largar a pessoa no meio da festa quando encontrar uma 10/10? - gargalhou – Por que 10/10 é o que não vai faltar nessa festa de hoje. Já andei dando uma sondada nas calouras, e ó, tá uma maravilha.

_Achei que a sua praia fosse outra – Milo alfinetou com simpatia.

_Minha praia? - arqueou as sobrancelhas – Ah, o Degel? - viu uma confirmação - Ah, a gente é amigo há muito tempo, eu gosto de encher o saco dele.

_Parece não - sorriu de canto – Mas quem sou eu pra julgar? - ergueu os braços sob os olhares reprovadores de Shura e Camus, que provavelmente pensavam consigo mesmos que ele mal chegara e já estava se envolvendo em confusão.

_Nem tudo que parece é - sorriu amarelo – Enfim, eu já vou explicar qual é a das regras. A prioridade do banheiro é minha e do Degel. Não quero um fio de cabelo alheio na minha cama. Não quero roupa de vocês no meu guarda-roupa e muito menos na minha cama. Quem trouxer cacho aqui pra dentro do quarto avisa antes ou coloca aquela plaquinha na porta – apontou para uma placa onde havia um "interditado" escrito em letras garrafais – Fim das regras – concluiu sua fala e entrou no banheiro, ligando o chuveiro logo em seguida.

_Acho que essa faculdade vai ser bem melhor do que eu pensei – sorriu de canto e começou a arrumar suas coisas. Não via a hora de o relógio bater oito da noite.

~~~~~~~~~~xx~~~~~~~~~~

Passava das cinco quando o novo colega de quarto resolveu aparecer. Entrara no quarto com três livros nos braços, uma mochila de alça única e o celular apoiado no ombro. Parecia ter uma conversa repressiva, porém animada com alguém do outro lado da linha.

_Kanon, eu já disse que vou pegar a matéria pra você! Mas você tem que entender que é só dessa vez, ouviu? Só dessa! - fechou a porta com um chute lento e despejou os livros sobre a sua mesa de estudos - Não tem conversa!

_Como ele consegue fazer isso? - o garoto de olhos puxados comentou com o outro, que lia um livro de suspense, deitado sobre a cama – Eu não consigo nem andar e falar ao mesmo tempo – concluiu com humor, vendo um sacudir de ombros do amigo.

_Tá bom, tá bom! Me dá cinco minutos e pode ligar! Você é uma mala, sabia? - encerrou a chamada após ouvir a resposta do irmão - Oi gente – sorriu tímido - Desculpa não ter cumprimentado vocês antes, é que quando eu deixei minhas coisas aqui o quarto estava vazio – apertou a mão dos dois garotos – Prazer, sou Saga, novato de Direito. Vocês são?

_Eu sou Dohko, veterano de jornalismo/comunicação social – sorriu para o loiro.

_Eu sou Manigold, quarto período de Engenharia Civil – apertou a mão do outro – Vem cá, como você consegue pegar tantos livros assim logo no primeiro dia de aula?

_Pois é, o professor disse que na avaliação dele vão cair essas três doutrinas e eu acredito que não vá ver a cara dele até esse dia – coçou os cabelos com nervosismo.

_Mas tu é insano, hein cara! Tem cara de que vai passar na prova da Ordem de primeira! - o chinesinho elogiou - Aí eu vou poder falar "Não falo nada sem a presença do meu adevogado" - simulou um barraco na direção de Mani, arrancando risadas de Saga, que preparava seu notebook para receber uma chamada de vídeo do irmão - Olha ele, rapaz! Um Macbook – arregalou os olhos na medida do possível.

_Meu pai me deu quando eu passei pra faculdade – sorriu sem jeito – Quer mexer? Espera só um minuto que o meu irmão está me ligando – iniciou a chamada de vídeo, onde o cenário do outro lado mais parecia um caos.

_Faaaaala feio! - o gêmeo estava ao lado do primo, Aioros, e ambos tinham na cabeça um capacete que comportava uma latinha de cada lado e um canudo que levava o conteúdo até sua boca – Bloquinho do Araketu, mano! - virou a câmera para o trio elétrico e pôde capturar o primo pulando como se não houvesse amanhã - Você tá perdendo demais! 

_Eu só espero ver você aqui até semana que vem, ouviu? Desse jeito você vai ganhar uma bela de uma cirrose!

_Larga de ser chato, ô feioso! - sua voz estava meio arrastada – Eu tô bebendo só desde...- contou nos dedos – Desde às nove! Tá suave, meu rei! Dá um alô pra mãe! - virou a tela do celular para a mãe, que tinha um capacete semelhante ao dos dois.

_Oi, mãe - negava com a cabeça. Desde que se entendia por gente, sua mãe e seu pai sempre foram um contraste hilário. Ela não perdia um carnaval que fosse. Ele detestava. Ela mandava, ele obedecia.

_Oi, filhote! Deixa todo mundo pulando que nem pipoca! Oi amigos do meu filhote! Cuidem bem dele! - acenou para os meninos e recebeu acenos animados de volta – Deixa eu voltar a beber aqui, Kanon! Toma esse celular!

_Olha que delícia, mano! - filmou a multidão que corria atrás do trio elétrico, uma visão que nunca agradou muito o gêmeo.

_Você tá bebendo desde às nove da manhã? 

_Nove da manhã? Nove da noite de ontem, meu querido! Carnaval, meu rei, carnaval! 

_Ok, eu desisto de vocês, agora deixa eu ir estudar! Bom carnaval e te espero aqui semana que vem! - asseverou e desligou a chamada – Eu mereço essa família? - riu.

_Eu queria que a minha família fosse assim – Dohko sorriu – Eles são muito parados – revirou os olhos – Dois chineses sérios pra cacete.

_Ei, vem cá, tu vai na recepção dos calouros hoje à noite? Vai ficar da hora – Mani questionou.

_Ah, não sei – desanimou – Eu não sou muito fã de festa.

_Mas com uma família baiana arretada dessa? Ah, você vai sim – puxou o braço do novo colega – Vamos lá na loja de fantasia que você vai escolher uma bem top!

_Ah, eu não sei.

_Então a gente sabe por você! Vem logo e não tem discussão! Você vai arrumar uma gata linda na festa hoje!

_Uma ou umas – o chinês ousou. Ele mesmo não era muito decidido em relação à suas paqueras. Apenas uma pessoa era capaz de fazê-lo largar essa vida de pegação.

_Mas eu não sou disso, gente – o gêmeo tentava se defender - Sério, não curto festa!

_Mas essa você vai curtir – Manigold insistia em levá-lo pelo braço - Vem logo! A loja de fantasia é bem aqui do lado! Eu e Dohko já escolhemos as nossas – concluiu – Levanta esse rabo daí!

_Tá tá tá! - revirou os olhos e se levantou a contragosto – O que vocês sugerem? Eu sou meio indeciso – fez bico.

_A gente decide por você - tanto persistiram que conseguiram convencer o loiro a acompanhá-los. Queriam convencê-lo de que essa festa seria uma das melhores de sua vida. Quem sabe?

Continua


Notas Finais


Então amores, esse foi o primeiro de MUITOS capítulos, e como eu já disse antes, não se preocupem com seus personagens preferidos, eles aparecerão com certeza!
Espero que gostem!! Beijíneos <3

Tema da Isadora: Ela só quer paz - Projota


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...