_Isa? O que raios está fazendo aqui com esse aí? E você aí, não sabe não mexer com a mulher dos outros não? – puxou a morena pelo braço com força e a fez ficar ao seu lado – Puta que pariu, Isadora! É só eu sair de perto de você um segundo e você já começa a querer aparecer? – apertava o braço da garota com força, ela tentava que ele a soltasse, mas ele era mais forte.
_Me solta, Milo! Me solta agora! Eu não estou fazendo nada errado! – o outro teimava em segurar seu braço com cada vez mais força.
_Larga ela, cara! – Aldebaran se viu obrigado a tomar uma atitude. O braço da amiga estava ficando roxo. Com toda a força que tinha, deu um puxão em Milo e o jogou do outro lado da calçada.
_VOCÊ É LOUCO, MANO? – voltou andando em direção ao outro, que levantou as mãos num símbolo de paz.
_Não, não sou louco! O louco aqui é VOCÊ! Será que dá pra escutar a sua garota sem parecer um retardado? Eu sou um amigo da Isa, ela tem amigos, sabia? E se você não confia no seu taco, não sei o que está fazendo com essa mulher, por que você não merece estar com ela! – Aldebaran conseguiu segurar a fúria do outro do melhor jeito possível. Atingiu seu ego – Agora vê se se acalma e escuta a Isa! – deu um cutucao bem no peito do outro, fazendo até mesmo a menina se surpreender com seu jeito protetor.
_Me perdoa Isa! Pelo amor de Deus! – se ajoelhou aos pés da morena ao ver a marca que havia deixado em seu braço delicado – Eu não faço isso mais! Por favor, eu só fiquei com medo quando te vi saindo da lanchonete com esse brutamontes! Por favor!
_Milo, chega, levanta, para de bancar o ridículo! – ele se levantou e a encarou – Deba, pode fazer o favor de avisar a Mel que vou ficar aqui um pouco? – deixou a mensagem subentendida para o amigo, que se afastou alguns passos e pegou o celular.
_Vamos voltar pra lanchonete ué! A Mel está lá também!
_Exatamente, Milo, a Mel está la por que aconteceu um acidente... Ela ficou naqueles dias e a roupa dela está suja, ela não pode levantar e eu estava indo pra República pegar uma outra roupa pra ela... Seu imbecil! Eu nem devia estar te dando explicações! Você é um ogro! Escuta aqui, se encostar em mim novamente, está tudo terminado! Me ouviu? – apontou o dedo indicador para o nariz do moreno, que estremeceu ao ouvir tal frase.
_Isa, amor... Por favor, sabe que sou meio ciumento, e me descontrolei um pouco te vendo sair como uma procurada da Polícia... Juro que não volto a fazer isso...
_Meio? Meio ciumento? Um pouco descontrolado? Milo, na boa, não é a primeira vez que faz esse tipo de cena! Não é a primeira vez que me segura dessa forma... Eu NÃO ESTOU BRINCANDO! Se me encostar de novo, eu termino tudo com você! – foi taxativa. Não se fez rir ou brincar. Não passaria por maus bocados nas mãos de homem novamente. Ela não precisava disso!
_Eu compreendi, meu amor... Posso te levar pra República ao menos?
_Não! Pode voltar pros seus amiguinhos la na lanchonete. Aldebaran estava indo comigo e é ele quem vai! Até mais - deu as costas para ele e se aproximou de Aldebaran, caminhando com ele até a República, onde ela entregou o casaco para que ele levasse. Ela não estava no clima. Estava magoada com a atitude de Milo. Mas por que raios ele tem de ser assim? Mais tarde explicaria a Saga que estava com dor de cabeça. Ele, ao contrário de Milo, era um príncipe, compreensivo e meigo.
Mel viu Milo retornando para a lanchonete com cara de poucos amigos. Isso fez seu estômago revirar, imaginando o que mais podia ter acontecido além do que Debas lhe contou. Balançava as pernas insistentemente, demonstrando seu nervosismo. Viu o grandalhão se aproximar com uma blusa de frio do Mickey, que ela tinha comprado na viagem que fez junto de Isa à Disney.
_Por que a Isa não voltou, Aldebaran? – perguntou Saga com preocupação.
_Ah, ela disse que ficou meio indisposta... Também, fica um ano sem tomar água! – tentou embromar o outro, que ficou mais preocupado que antes.
_Por que ela não me avisou? Eu podia ter ido cuidar dela! Ela está precisando de alguma coisa? Algum remédio?
_Foi por isso que ela não avisou – sorriu coçando os cabelos escuros – Ela sabia que você ia se desesperar... Mas está tudo bem, eu juro! Mel, a blusa! - entregou a blusa na mão da ruiva, que agradeceu e a enrolou na cintura.
Sairam os quatro andando em direção à República, se despediram e foram cada um para o seu bloco.
_Amiga? – se deitou ao lado de Isa e viu um comprimido de dipirona ao lado da mesinha, ela estava dormindo. Deu um beijo nos cabelos pretos e saiu da cama pé a pé e pegou seu celular para ver se havia alguma mensagem de Hakurei. Nada.
____xx____
Sasha, Saori e Yuzu estavam na casa da loira, sentadas sobre o vasto sofá branco da sala, assistiam a um filme qualquer, na verdade mais fofocavam que assistiam. Atla estava lendo um livro sentado sobre um futon que havia na sala.
_Boa-tarde, meninas... Zu, seu pai disse que deixou dinheiro na sua mesinha de cabeceira, ele não vai jantar em casa, está no plantão hoje... Compre algo pra você e suas amigas mais tarde. Até mais! – se despediu das meninas e da sobrinha. Estava extremamente elegante: vestia um terno preto da Armani, uma blusa social de cor vinho por baixo e uma gravata italiana preta com listras leves em tom vinho. Estava indo para São Paulo em reunião de negócios.
_Ok tio! Até! – mandou um beijo.
_Olha Zu, eu não sou “velhofila”, sei lá como se diz isso, mas eu pegaria seu tio fácil fácil! – mordeu o lábio inferior com maldade – Puta merda, além de gostoso, o coroa é RICO! RICO RICO RICO! Olha aquele Armani!! Carérrimo! – saltava pela sala como uma gazela – E só não pego o seu pai por que é SEU pai ne... Acho que você não gostaria ne? – sorriu irônica, mas não viu o mesmo sorriso no rosto da amiga.
_Você nem seria LOUCA! Meu pai e INTOCAVEL! A única mulher pra ele nesse mundo era a MINHA MÃE! Ninguém mais! E você morre se chegar perto do meu tio com esse seu interesse! – disse sorrindo, mas não menos raivosa. Yuzuriha era extremamente superprotetora com seu pai e irmãos. Eles eram a única coisa que tinha depois que sua mãe se fora. Concentrou todas as suas forças para cuidar deles e por fim se acha um pouco dona deles. De TODOS eles.
_Nossa miga, quanto ódio nesse coração – disse com desinteresse – Eu preciso me preparar para o caso de Sisifo não ficar rico!
_E por que não tenta você mesma ficar rica? Dar certo na vida? – o mais novo se pronunciou pela primeira vez após ouvir toda aquela balbúrdia. Não suportava Sasha e seu jeitinho mimado.
_Ai Atla, volta pro seu livrinho aí e me esquece! A minha mãe está rica, linda e em Paris agora porque ela deu certo na vida? Não! Por que o meu paizinho amado deu certo!
_E se amanhã eles se separam?
_Querido, a minha mãe não sabe fazer merda nenhuma nessa vida, acha mesmo que a justiça não obrigaria meu pai a dar uma pensão pra ela? Além disso, tem eu e Saori para ajudar nisso – piscou para a irmã, que estava completamente alheia à todos. Atla apenas revirou os olhos, fechou o livro e subiu as escadas para seu quarto sem se despedir das meninas.
_Gente, vamos comer alguma coisa no Shopping? Tô morrendo de fome! – disse Saori, que até então estava pouco se importando com o papo furado dos demais.
_Boa ideia! Vamos, vou pedir pro motorista levar a gente! - as patricinhas saíram em direção ao carro, e não muito tempo depois, estavam no shopping. Foram a um restaurante italiano e Sasha foi a primeira a ter uma visão interessante. Sorriu de canto ao se sentarem.
_Garçom!? – levantou a mão para o moreno, que foi prontamente atendê-las – Hm, Ogawara! Não sabia que te encontraria AQUI! – sorriu com deboche.
_Deixa disso, Sasha! - repreendeu a irmã.
_Olha a lindinha defendendo a namoradinho pé rapado! - riu.
_Quais serão os pedidos, por favor? – tentou ignorar o comentário da Kido mais velha e se voltou para as outras, se felicitando internamente por ter sido defendido por Saori.
_Eu vou querer macarrão carbonara... – disse a loira sem encara-lo.
_Eu também – disse corada, sorrindo levemente para Seiya.
_Sasha, você vai pedir o que?
_Quero um suco natural de laranja e espaguete... – sorriu de canto, já pensando em se divertir um pouco às custas do “pobre”.
Seiya voltou rapidamente servindo os pratos das meninas. Quando se virou para servir o de Sasha, ela colocou o pé esquerdo em sua frente, o que o fez desequilibrar e deixar a bandeja cair sobre a mesa, eventualmente causando alguns respingos na garota.
_AAAAIIII!!! SEU IDIOTA! OLHA O QUE FEZ COM MEU VESTIDO! – fingia perfeitamente, dissimulada como só.
_Calma, Sasha, não foi nada, eu vou trazer um guardanapo para se limpar – o moreno saiu correndo em direção à cozinha e voltou trazendo alguns lenços sedosos e os entregou à menina.
_Você é quem vai limpar meu vestido! Está aqui para isso! – apontava para seu decote o tempo inteiro, onde havia alguns pingos de vermelho, na intenção de provocar a irmã e Seiya, quando ele tivesse que apalpar seu corpo para limpar o vestido.
_Ai, Sasha, qual é!? Eu não vou limpar seu decote! Tenha paciência! – entregou outro lenço na mão da menina, que propositalmente derramou o suco de Yuzuriha sobre seu vestido – AAAAHHHH!!! COMO SE NÃO BASTASSE ME SUJAR COM PINGOS!! ONDE ESTÁ O GERENTE?! – dizia aos berros, chamando a atenção dos demais clientes e das amigas, que tentavam sem sucesso fazer com que ela parasse com seu escândalo.
_Com licença – um homem bem vestido se aproximou da mesa ao ouvir aquela bagunça, e ao ver o vestido de Sasha Kido coberto de suco, olhou de forma mortal para Seiya – Posso saber o que houve aqui, Ogawara?
_Sr. Mazza, eu tropecei e acabei deixando a bandeja cair sem querer e...
_E não contente, ele jogou suco em mim! – disse chorosa – No meu vestido!
_Sr. Mazza, isso não é verdade! Saori, Yuzuriha! Vocês viram! – dizia em direção às duas, que permaneciam estáticas. Seiya estava entrando em desespero. O que era sua palavra perto da de uma cliente? E rica, ainda por cima? – Sr. Mazza, foi tudo um mal entendido! – via Sasha sorrir de canto quando seu chefe se virou para si.
_Srta. Kido, nós providenciaremos uma roupa adequada para a senhorita, só nos dê um minuto.
_Não demora!
Seiya caminhou até a gerência com o chefe, que se sentou à mesa.
_Sem delongas, está demitido, Ogawara! Onde já se viu, derramar suco em uma cliente!? – o chefe estava a ponto de esganar Seiya.
_Sr. Mazza, por tudo que é mais sagrado, não me demita! Eu preciso desse emprego! – Seiya dizia quase chorando. Uniu as mãos numa súplica – Por favor, senhor Mazza, tem que acreditar em mim!
_Pensasse nisso antes de fazer o que fez. Amanhã passará aqui para acertar suas contas! – Seiya jogou seu uniforme sobre a mesa e saiu batendo os pés da sala da gerência. As lágrimas caíram sem pudor, deixando um sorriso satisfeito em Sasha.
Saiu do shopping e se sentou sobre a calçada movimentada. Chorava copiosamente. Mas por que esse ódio gratuito? O que de mal fizera à Sasha para ela o odiar dessa forma? Tapou o rosto com as mãos. Aquilo não podia ser verdade. O que diria à Seika?
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Mel estava na biblioteca ainda. Depois de saber como Isa estava, resolveu colocar seus estudos em dia. Sentiu uma mão sobre seu ombro e olhou para trás.
_Incomodo? - Mu sorriu para sua amada amiga e se sentou na cadeira ao lado dela.
_De forma alguma - sorriu cabisbaixa.
_Mel, eu queria te fazer um convite... Quer sair comigo? - disse com pressa. Nunca convidara alguém para sair.
_Bem, Mu... - se sentiu desconfortável. Não queria dar falsas esperanças a Mu. Gostava dele como um irmão - Eu não sei se terei tempo... Acho que vou ficar te devendo, tenho muitos trabalhos pra entregar essa semana...
_Pode ser na sexta! - viu os olhos de Mel se arregalarem.
_Mu, eu realmente acho que vou ficar te devendo... Eu preciso voltar para a República, a Isa está passando mal! - deu um beijo em sua testa e saiu apressada. Não poderia mesmo dar falsas esperanças a Mu. Ele era bom demais para ser enganado!
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