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História A República - Fortaleza


Escrita por: Byanca96 e Edylove

Notas do Autor


Oi amores!!! Perdão pela hora, mas é agora ou nunca kkk

ALERTA DE TENSÃO! Gente esse cap está MUITO tenso e real!

Espero que gostem >.<

Ps: tivemos de fazer um resumão por que se não essa parte da história nunca ia chegar e espero que não fique maçante pra vocês!

Boa leitura!

Capítulo 67 - Fortaleza


Fanfic / Fanfiction A República - Fortaleza

Shion estava entrando em síncope. Não conseguia focar sua atenção em absolutamente nada. A todo momento aquelas palavras voltavam em sua mente. "Um filho seu". Poderia ser uma armação? Perfeitamente. Tinha certeza disso? Nenhuma. Mas por que? Qual a finalidade de Yuzuriha em inventar algo assim?

Pensava e pensava durante o caminho. Após longos minutos, chegou à casa da família de Dohko. Era um bairro simples. A casa, tão simples quanto. Entendia a razão pela qual Dohko morava na República, já que sair de sua casa todos os dias para a faculdade seria muito custoso. Bem ao lado da casa da família, a pequena pastelaria chinesa, de onde seus pais tiravam o sustento dos dois filhos.

Via o casal parado à porta lhe esperando. Não deixou de notar a surpresa nas faces dos dois ao verem seu carro. Dohko saiu pela porta para lhe receber. Não lhe deu o típico beijo faminto como sempre fazia, em respeito aos pais. O conduziu até eles.

_Pai, mãe, esse é o Shion – viu ambos unirem suas mãos e inclinarem brevemente a cabeça para frente. Era o típico cumprimento chinês. Repetiu o gesto e sorriu – Shion, estes são Jin, meu pai, e Mei, minha mãe... Cadê aquele pirra... SHIRYU! Ô SHIRYU, SUA PESTE! ANDA LOGO!

_Pas... Dohko, não precisa desse alarde todo - coçou os cabelos, desconfortável. O modo com que os orientais lhe encaravam era temeroso. Logo viu um rapaz mais novo e aparentemente sonolento chegar até a porta.

_Oi, Shion – sorriu e acenou. Por que Dohko estava armando todo esse barraco se já conhecia Shion? - Estava estudando, Dohko...

_Ao contrário de Dohko, Shiryu é um menino muito estudioso e dedicado – o mais velho apertou ainda mais os olhos na direção do filho mais velho. Convidou o loiro para adentrar na simples casa – Fique à vontade, Shion. Nossa casa agora é sua casa.

_Muito obrigado, senhor Jin – ainda se sentia desconfortável. Talvez fosse pela maldita notícia que Isabelle teve a falta de noção de contá-lo antes de um dia como aquele, fosse a constante análise por parte dos "sogros", algo estava lhe tirando o sossego. Sentou-se junto deles à mesa.

_Então, Shion, como é sua vida? Sua família? Quando conheceu nosso Dohko? - a senhora lhe questionou, lhe parecendo simpática.

_É boa, senhora Mei... Bem, eu moro no Bom Jardim com meu pai, tio, primos e agora, a esposa dele. Eles se casaram este final de semana mesmo – sorriu – Vou ganhar mais um primo... Meu pai é empresário, é o dono da empreiteira Gyat LTDA. Já minha... Hm, minha mãe era desembargadora quando morava no Brasil, e há alguns anos ela se mudou para a Holanda e morava lá até então...- se sentia desconfortável ao falar sobre a mãe - Conheci Dohko na Faculdade mesmo, faz três anos.

_Compreendo... E qual é o seu curso? Jornalismo também? - foi a vez de o pai inquirir ao rapaz.

_Não senhor, estou prestes a me formar em Física. Neste semestre eu apresento minha monografia – suspirou e sorriu. Mais um peso em suas costas.

_E sobre o que será sua monografia?

_Sobre a Aplicações de ressonância magnética nuclear, ou apenas "RMN" - riu internamente ao ver uma pequena confusão nos rostos da família - É um tema bem específico - sorriu amarelo e viu uma linda garota entrar pela cozinha.

_Oh, Shunrei, já estávamos preocupados – Mei sorriu para a sobrinha, que se sentou junto deles – Onde estava?

_Estudando, tia – sorriu de canto. Shion notou uma certa malícia na garota. Um ar de falsa inocência emanava dela. Na melhor das palavras, uma "sonsa".

Permaneceram conversando durante algum tempo, até que um Shiryu exasperado surgiu e se uniu à mesa.

_Pensei que já estava na hora de retirar a mesa – Mei repreendeu o filho. Como uma típica oriental, era uma mulher rígida com seus filhos e costumes – Quando seu pai se retirar, você termina de almoçar junto.

Shiryu assentiu e sentiu seu celular vibrando. Olhou a notificação por baixo da mesa.

CONVERSA ON

_Dohko: Agora que você aparece, né safado?

_Shiryu: Cala a boca!

_Dohko: Foi só a Shushu aparecer e você veio correndo kkkk Cuidado pra não babar na mesa, viu, cachorrinho?

_Shiryu: (emotion nervoso)

CONVERSA OFF

_Dohko e Shiryu, o que eu já disse sobre celular à mesa? - Jin pegou os celulares das mãos dos filhos sob os olhos arregalados de Shion - Está vendo, Shion? Jamais queira ter filhos!

Aquelas palavras fizeram seu estômago revirar. Era exatamente o que estava prestes a acontecer. Estava à beira da paternidade. Isto era inacreditável!

Via Dohko e Shiryu se chutarem por baixo da mesa a todo tempo e um senhor Jin arrastá-los para a sala pelas orelhas.

_Mas será possível? Eu tenho dois filhos ou dois cães de briga?! Dohko, pelo amor de Deus, é o almoço do seu companheiro e você me faz uma cena destas!?

Shion ouvia de longe toda aquela baderna, mas conseguia apenas se concentrar nas palavras da mãe. Sentia uma angústia indescritível. Seu peito arfava e massageava as têmporas. Precisava pensar em sua vida. Em Dohko. Nesse tal filho que TALVEZ estivesse a caminho.

Pela tarde, despediu-se da família, agradecendo pela gentileza do almoço e se jogou na cama com exaustão.

 Não queria nem pensar na reação de seu pai ao saber do que estava prestes a acontecer. Em sua vida daqui para frente com o que estava prestes a acontecer. Lembrava-se do sorriso de Dohko a todo tempo. Conseguia apenas pedir perdão a ele por pensamento. "Deus me ajude".

_______xx_______

Milo saiu daquele maldito quarto de hotel profundamente tenso. Não sabia exatamente o que tinha acontecido. Não sabia o que Agathia fez. Precisava ver Camyu!

Se dirigiu com toda a pressa do mundo até a República. Seus passos eram tão pesados que pareciam que derrubariam as escadas. Abriu a porta de seu quarto e viu a imagem de Camyu. Estava deitado em sua cama com os braços cruzados. Parecia impassível. Frio. Seu olhar estava distante de uma forma que jamais viu em todo o tempo de amizade.

_Cam... Camyu? - entrou lentamente. Estava disposto a contá-lo a verdade, por mais dolorida que fosse. Contá-lo sobre seu "trabalho" e principalmente sobre o que NÃO aconteceu naquela noite.

_...

_Você... Está tudo bem? - dizia com receio. Tinha medo do que Camus podia ter descoberto pela boca de terceiros.

_Comigo sim... E com você, Milo? - encarou-o pela primeira vez, apertando os olhos com frieza em sua direção - Se divertiu muito esta noite? - disse com ironia. Seu tom de voz era cortante.

_Por... Por que? - sua respiração falhava. Seu coração estava acelerado. Certamente Agatia aprontara alguma! - Camyu, o que está havendo?

_"O que está havendo?" - tapou seu rosto e deu um suspiro pesado. Sentia tanto nojo de Milo, que olhar para a cara dele estava sendo praticamente impossível - Milo, quem você pensa que é? QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU!? - se colocou em frente a ele. Seus olhos estavam inflamados e lacrimejantes – Por que fez isso comigo, Milo...? - sussurrou sem forças.

_O que eu fiz, Camyu? Eu... Eu ia te dizer que...

_IA ME DIZER O QUE? HEIN!? QUE ME TRAIU?! QUE FOI PRA CAMA DE UMA CADELA QUALQUER ENQUANTO EU ESTAVA AQUI AGONIADO PENSANDO QUE ALGO DE RUIM TINHA TE ACONTECIDO? POIS SAIBA QUE EU JÁ SEI!

_EU NÃO FIZ ISSO! CAMYU, ME OUVE PELO AMOR DE DEUS! - uniu as mãos em súplica. Precisava que ele lhe escutasse - NÃO ACONTECEU O QUE VOCÊ ESTÁ IMAGINANDO! 

_Ah, não? Então me explica isso – mostrou a foto que a tal garota havia lhe mandado pelo celular. Viu a boca do escorpiano se abrir e as palavras fugirem – Por que você fez isso comigo, Milo?...- as lágrimas desciam quentes por seu rosto – Pra que? O que eu fiz de errado pra você, Milo!? - batia em seu peito com força.

_Você não fez nada! Para pelo amor de Deus, Camyu! - segurou as mãos do outro, que insistia em se debater.

_TIRA A MÃO DE MIM! - jogou Milo para longe – Tira essa mão de mim, Milo...- fez uma negativa com a cabeça e olhou-o nos olhos – Que decepção Milo – sorveu uma lágrima agridoce – Logo você... Logo você, que tanto julgava aqueles que traíam! Que feriu os sentimentos de uma garota simplesmente por não seguir o teu caminho... Que levou tanta porrada da vida para largar de ser um imbecil e veja só - sorriu irônico em meio às lágrimas - Você me fez perder tudo de bom que eu tinha no meu peito, Milo... Você me fez perder minha namorada por acreditar que me amava, e novamente, veja só... Eu odeio você, Milo... Eu ODEIO VOCÊ!

_CAMYU, ME DEIXA EXPLICAR!

_Não tenho mais nada pra ouvir, Milo! – mirou o vazio – Me deixa sozinho... Por favor, some daqui... Some da minha frente... Some da minha vida...

_Camyu...- ainda insistia. Não podia perder a razão de sua vida desta forma. Não podia perder Camyu por nada nesse mundo!

_Eu estou te pedindo, Milo – apertou os olhos para não ter de encará-lo – Me deixa... Sozinho...

Milo se retirou do quarto, batendo a porta com força e desferindo socos e mais socos na parede, sendo controlado por Shura, que chegou sem entender absolutamente nada, precisando controlar com dificuldade o pranto e a dor do amigo. Sabia em seu íntimo que esse dia ia chegar. Queria profundamente não ter de dizer "Eu te avisei".

________xx_______

Algumas semanas depois

Muitas coisas mudaram em um curto espaço de tempo. 

Hakurei mal chegara de lua-de-mel e fora recebido com aquela bomba que desestabilizou todos os seus pilares: Yuzuriha estava esperando um filho de Shion.

Sage, por outro lado, teve uma conversa terminal com o filho, que foi impedido de ir para o intercâmbio que faria para o Canadá no ano seguinte, ao terminar a faculdade. Teria de encontrar um emprego decente para tratar de seu filho, mesmo que não tivesse sido obrigado a se casar com Yuzu. Seu pai e tio, de maneira sábia, disseram que não era a saída mais adequada, visto que eles já não se amavam mais como um casal e isto poderia prejudicar a criação do pequeno. Na verdade, pequena. Escolheram o nome da menina como uma homenagem à mãe de Zu: Valentina. 

Estavam conformados e até mesmo felizes com a ideia da paternidade. Assim como Hakurei, que como previu, seu bebê também seria uma garota.

A única tristeza de Shion era não mais ter Dohko por perto, já que diante da tão complicada notícia, acreditou que foi traído por seu amor. Sentia-se um monstro por fazê-lo passar por aquela tristeza após dar-lhe tantas esperanças de um futuro junto dele. Toda a turma notava o desânimo e o abalo no chinesinho, que já não era mais o mesmo. Imaginavam se teriam perdido seu tão amado Pastel de Flango para sempre. O risonho, palhaço e divertido pastel de flango.

Atla fazia uma nobre ação: com o material que Regs emprestara a Seiya, ia durante quase toda a semana até o Morro do Galo auxiliá-lo com os estudos. Não media esforços para ajudar o amigo a cumprir o seu maior sonho: a medicina. Se ele queria, ele poderia.

Já para Asmita, as notícias não eram tão animadoras. Reprovara na temida prova para ingressar no estágio mais requisitado da medicina. 

Seu mundo pareceu desabar de uma maneira inacreditável. Tudo o que queria e amava, parecia ter escorrido pelo ralo junto de suas lágrimas. Odiava mais que qualquer coisa, falhar. Não ser bom. Não ser o melhor. Confessava a si mesmo que ter Atla ao seu lado era reconfortante. 

Foi ele, apenas ele quem não lhe permitiu cair. Quem o ensinou o verdadeiro significado de humildade. De humanidade. Se sentia um idiota por ter passado tanto tempo de sua vida apenas em seu mundo particular e não desfrutando de coisas boas que a vida lhe oferecia. Até mesmo esquecer-se de algo que lhe tirava o sono: seus olhos. Estava profundamente desconfiado de uma doença séria, já que não enxergava um palmo diante do nariz sem seus grossos óculos. Estava com medo. Muito medo.

________xx_______

A turma se preparava para voltar à ONG. Fazia três semanas que estavam firmes e fortes em seus objetivos. Nem todos foram neste dia, especialmente os acadêmicos do Direito, que tinham uma semana de seminários a cumprir. Assim como eles, Giovane, Dégel, quem agora estava em companhia constante de Unity, que chegara na semana passada e já causara um tremendo rebuliço na macacada; Dite, que precisava entregar uma maquete com urgência e não podia adiar, e por fim, Mu, que se responsabilizou inteiramente por concluir o projeto dos amigos enquanto eles cumpriam os outros compromissos. No mais, todos os outros partiram juntos.

Abandonaram a condução já lotada, na entrada do Morro, o qual subiram sob a escolta de Ferrolho e dos demais garotos armados que faziam a "segurança" da comunidade. O movimento hoje estava anormal. Os traficantes pareciam em frenesi, pelo menos aos olhos dos estudantes, que continuaram seu trajeto mesmo assim e logo encontraram os lindos rostinhos que os faziam querer estar lá todos os dias.

Isa andou em direção à Any, a menininha autista, que graças a ela, tinha melhora gradual a cada nova conversa. Pronunciava até algumas palavras pequenas, as quais arrancavam risos e lágrimas da loira, que estava profundamente apegada àquela garotinha.

Kardia, que em atitude atípica foi até a ONG na última semana à pedido dos amigos, que viam um garotinho cadeirante precisando de ajuda. Não viam ninguém mais apropriado que um futuro fisioterapeuta dedicado e amável para tentar auxiliar o pequeno.

_Eu queria poder andar igual a você, Kardia – o menininho, de apenas dez anos, lamentava com pesar o seu fardo. Nascera com falta de oxigenação no cérebro e não teve o tratamento adequado devido aos poucos recursos de sua família, o que levou à sua necessidade de utilizar uma cadeira de rodas para sair do lugar. Seu sonho, como o de qualquer outra criança, era poder correr e brincar com seus amiguinhos – Eu queria jogar vôlei quando for grande, mas...- mirou o chão com tristeza.

_Ei, não existe este "mas", rapaz – o escorpiano sorriu. Dentre todas as tristezas e decepções com Degel, aquela criança era a única coisa que lhe arrancava sorrisos – Se é isso o que quer, é isso que fará! Vem, vamos mexer o esqueleto – tomou a perna direita do garoto em sua mão e flexionou-a. Em seu estágio clínico, frequentemente acompanhava a fisioterapia de crianças com o mesmo problema de Wesley.

_Isso dói, Ka! - o garoto soltou um muxoxo de dor. Era um procedimento realmente doloroso, mas era necessário.

_Já vai passar, tá bom? - repetiu o movimento diversas vezes e posteriormente, na esquerda. Após algum tempo o exercitando, se sentou ao lado de Isa no banquinho. Ela cantava para os pequenos, que a miravam com um brilho radiante nos olhos. De admiração. De inspiração. Logo, todos se sentaram em uma roda grande. Alguns deles colocaram as crianças em seu colo, como fizeram Debas e Hasgard. Isa também aproximou Any de suas pernas e cantou para ela, acompanhando o acorde de Kardia.

" Numa folha qualquer

Eu desenho um sol amarelo

E com cinco ou seis retas

É fácil fazer um Castelo..."

Suas vozes saíam como um coral doce e sereno. Todos cantaram juntos em uma só voz. Estavam a cada dia mais apaixonados pelo que faziam.

________xx________

Na república, os demais estudantes estavam terminando seus afazeres. Alguns deles se reuniram para não ficarem isolados em um canto da biblioteca.

_Gente, mas essa tal de Sociologia é um porre mesmo! - Oros revirava os olhos enquanto "copiava e colava" à mão o texto do livro.

_Espera só pra ver quando chegar "Direito do Trabalho"! Ah que inferno! - Defteros arrancava os cabelos enquanto lia o grosso livro da referida matéria - Até parece que é assim na prática - bufou.

_Gente, sinceramente, pra mim o que não rola é Direito Penal! Fala sério! Eu nem tive e já detesto! - dizia Mel, devorando uma generosa salada de frutas feita por Isa antes de partir – O Saga que gosta de Penal, né? Saga? Saga?

_Ahn? Oi? O que? - o gêmeo piscou consecutivas vezes até entender do que eles estavam falando. 

Estava especialmente inquieto e pensativo hoje. Não queria que Isa tivesse ido até o Morro. Estava com uma sensação ruim. Seu estômago queimava de ansiedade para que ela chegasse logo. Diabo de mulher teimosa era a sua! - Ah, penal... É, sim, eu gosto sim – sorriu fraco e se deixou levar pelos pensamentos tenebrosos que estavam o consumindo no dia de hoje. "Tenho que me concentrar! Se concentra, Saga! Já já ela vai estar aqui!"

_________xx__________

Já eram cinco da tarde quando se deram conta. Estava na hora de terminar o "expediente" de hoje, mas a pedido dos pequenos, cantariam mais uma música para eles. Não conseguiam resistir àqueles rostinhos tristes.

"Eu vivo sempre no mundo da Lua

Por que sou um cientista, sou um gênio

Sonhador e romântico..."

Um grande estrondo interrompeu a voz doce de Kardia, atraindo toda a atenção para o lado de fora, de onde o forte barulho havia vindo.

_Gente, o que foi isso? - viram as crianças se abaixarem e taparem os ouvidos – Meu Deus! - Isa correu até o portão, onde viu uma correria intensa de moradores e traficantes armados, fazendo-a se recolher atrás do portão com pressa. Seu coração acelerou de uma forma inacreditável. Parecia querer explodir. O que estava havendo ali?

_ISADORA, VEM PRA DENTRO! - a diretora da ONG, que já estava acostumada com os imprevistos que ocorriam no morro, puxou Isa pelo braço e a colocou junto das crianças.

_O que é isso? - ouviam tiros e mais tiros. Incansavelmente. O som estridente das balas saindo de metralhadoras e estrondos de fuzis.

_Vem aqui pra frente! Vamos proteger as meninas! As crianças! - instintivamente, os garotos se colocaram à frente delas. Se alguém entrasse lá, pelo menos conseguiriam defendê-los.

_Fiquem calmos...- a mulher sussurrava, vendo os rostos em pânico se amedrontarem a cada tiro escutado – O que está havendo? - perguntou para um morador que fechava sua pequena mercearia com pressa e se esgueirou para os fundos de sua casa.

_Parece que mataram um dos chefes no escadão! - o morador estava apavorado. Sua voz falhava – Os traficantes do morro de cima vão querer tomar o Galo! Lá em cima é guerra!

_Regulus! - Aspros se exasperou – Eu preciso sair daqui! - foi segurado por Sisifo e Kardia.

_VOCÊ PIROU? SE VOCÊ SAIR DAQUI VAI VIRAR PENEIRA!

_A CASA DA SEIKA É NO ESCADÃO, SÍSIFO! O REGULUS ESTÁ LÁ! - Aspros gritava a plenos pulmões. O desespero estava estampado em seus olhos. Sua testa suava frio.

_Meu... Meu Deus...- Sísifo se encostou na parede e desceu até encontrar o chão. Regulus não! Morreria mil vezes para ele não sofrer! Por que ele?!

_SÍSIFO! A GENTE TEM QUE IR!

_AAAHHH – três balas perfuraram a parede e atingiram o armário de metal em cheio, fazendo com que todos se abaixassem ainda mais. Se entreolhavam com angústia. Suas vidas passavam inteiras bem diante de seus olhos. O pavor era somente o que conseguiam sentir.

________xx________

Seiya e Atla, que até então estudavam tranquilamente, ouviram os tiros e as explosões. De certa forma, o oriental estava acostumado com esses tiroteios, e orientou o amigo a se esconder sob a mesa.

O coração de Atla batia acelerado. Asmita estava no morro também! Isa, Shaka também! Queria gritar, correr. Queria ver seu pai. Precisava ver seus irmãos. Não podia acreditar que ia morrer sem ver sua sobrinha! Sua irmã! Tentava manter estes pensamentos afastados, mas era praticamente impossível. A cada segundo, mais e mais tiros. Regs e Seika foram até eles e de esconderam todos juntos.

_Fiquem quietinhos! Vai ficar tudo bem – seu coração batia descompassado. Não era fácil ver toda aquela desgraça como algo normal. Daria sua vida para nunca mais ver este desespero nos olhos de seu irmão. Agora de Regs e Atla. Eles não faziam parte daquele mundo. Algo assim era uma barbárie aos seus olhos, quem dirá aos de quem não sabe que isto existe.

Algum tempo se passou e eles permaneceram escondidos. Ouviram um estrondo arrombar a porta de casa e seis policiais armados até os dentes vasculharem cada canto, emendando a subida para a casa acima.

_VOCÊS SABEM DO DENTINHO? ONDE É QUE ESTÁ O DENTINHO? – o soldado berrava até salivar – Ora ora, o que temos aqui? – puxou Atla pelos cabelos e o aproximou de seu rosto – UM FEDELHO DROGADINHO DA CLASSE MÉDIA!

_Não! Ele está aqui pra estudar! Por favor!

_Cala a boca, favelada de merda! – apontou o dedo para o nariz de Atla – É MELHOR O BONITINHO IR FALANDO COM QUEM COMPROU DROGA!

_Eu... Eu não... Não uso... Drogas – sentiu um tapa estalar em sua face, causando-lhe uma dor aguda e o gosto de sangue em sua boca – EU NÃO USO DROGAS!

_TU SÓ ABRE ESSA BOCA QUANDO EU MANDAR, PORRA! – desferiu um outro tapa na face oposta do mais novo, fazendo-o cair no chão.

_Senhor! Pelo amor de Deus! Eu não uso drogas! – dizia desesperadamente, vendo o policial andar em sua direção e prestes a dar-lhe um chute, quando ele foi segurado por Regulus

_VOCÊ NÃO OUVIU? ELE JÁ DISSE QUE NÃO USA DROGAS!

_AH SEU ZÉ DROGUINHA FILHO DE UMA PUTA! – atirou para o alto por que teve sua mão segurada por Seika, que em uma tentativa desesperada de salvar Regulus, saltou sobre o policial e lhe golpeou com a coronha da arma nuca - SEU VEADINHO DE MERDA!

Os quatro, em uma fuga ligeira, correram desesperadamente morro abaixo, tentando se esconder do tiroteio entre muros e vielas, conseguindo alcançar até onde funcionava a ONG e tentaram entrar, não fosse por um tiro em suas direções que desnorteou cada um deles.

_SEIKAAAAAA! – o loiro olhou para trás e viu a oriental cair ao chão com uma bala em seu peito. Ela entrara na frente do tiro para que não aceitasse em si.

Os meninos batiam no portão de metal da ONG, clamando por ajuda, quando ouviram uma série de disparos tão rápidos que pareciam poder furar o chão.

_NÃAAAAAO - viram o momento exato em que Geki metralhou o policial que atirou em Seika, fazendo uma massa de carne viva humana se formar no chão. Gritou em desespero e se aproximou da amada, que agonizava e se debatia violentamente. Seika não! Depois de tudo o  que aquela vida tinha lhe tirado, agora Seika. Não podia ser verdade! 

_ALGUÉM ABRE ESSE PORTÃO! Pelo amor de Deus! – Seiya não conseguia processar o que estava vendo. Sentindo. Apenas precisava que salvassem sua irmã!

O portão se abriu lentamente e alguns dos estudantes saíram de dentro, pois os tiros pareciam ter cessado. Viam o corpo de Seika estirado no chão, Atla com cortes profundos no rosto, o desespero de Seiya e o corpo de um homem de farda completamente desfigurado e perfurado. Jamais sentiram tanto asco em toda a vida.

 Olhavam para Isa, Asmita e Aninha como se eles pudessem fazer alguma coisa.

_O tiro pegou no peito... Ela precisa de ajuda RÁPIDO! – Asmita olhou para Isa, que entendeu o recado. Ou eles agiam agora, ou ela morreria.

_VOCÊ NÃO! VOCÊ NÃO VAI ENCOSTAR NA SEIKA! – Regs empurrou o loiro com desespero e foi segurado pelos ombros por ele.

_SE ELA NÃO FOR AJUDADA AGORA ELA VAI MORRER!

Continua


Notas Finais


E aí amores? Espero que tenham gostado de toda essa treta >.<

Me desculpem pelo resumão, é que realmente não dava pra ficar enrolando mais! T T

Não me matem pela Seika! Per favore! T T


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